— Ah! Só pra constar — Pedro falou chamando a atenção dela enquanto a fitava — Nós somos três sim, mas com você somos quatro e claro que você não vai participar dessa luta — Completou voltando a fitar os prisioneiros que se aproximavam dos três, ela arqueou uma sobrancelha e viu os dois avançarem para cima deles. Ela tentou se mover para acompanha-los, mas não conseguiu mover seus pés que estavam presos no chão. Era como se a terra tivesse subido e amarrado seus pés deixando-os fixos no chão.

— Desculpe-me, o plano era dele — Ele falou fazendo-a olhar para trás e fitar o homem que estava sentado em um banco perto de onde ela estava. Ela ficou o fitando por um bom tempo. Não pelo fato de ele estar ali sentado provavelmente a um bom tempo, nem mesmo pelo fato dele ter a chance perfeita de se aproveitar dela, mas sim pelo fato de ele estar, além das vestimentas comuns dos presidiários, com um relógio e um par de luvas — Vamos ver a briga deles, se tudo der certo eles vão atingir o objetivo que querem — Comentou fazendo-a arquear uma sobrancelha — Ah! Me desculpe, pode se sentar — Falou e a terra a soltou. Ela o fitou por um momento e fitou os rapazes que ainda corriam para cima dos presidiários, ela sabia que devia estar ao lado deles e eles sabiam que ela não faria isso porque tem medo de ir e abandonar a única pessoa que a espera do lado de fora do presídio. Ela se aproximou de Troi e se sentou no mesmo banco que ele — Muito prazer, Diana. Sou Troi — Se apresentou estendendo a mão para ela que apertou tranquilamente.

— Quem são vocês? — Ela perguntou baixo mais para si que para ele. Troi pensou em responder a pergunta, mas ficou de boca fechada. Pedro e Robson estavam correndo para cima dos prisioneiros e chegaram bem perto da linha de frente quando uma torre de pedra surgiu em seus pés e os fez saltar alto para o meio dos presidiários enquanto outros simplesmente bateram na torre de pedra que havia aparecido instantaneamente. Diana abriu a boca mostrando uma face surpresa ao ver os rapazes lutarem. Eles agora estavam com armas de pedra em suas mãos, Pedro estava com um grande martelo de pedra e Robson estava com uma foice de pedra. Eles estavam derrubando a grande maioria dos presidiários com apenas um golpe e aqueles que tentavam se aproximar eram puxados de volta para a briga pela terra que os jogava de volta criando uma torre em baixo de seus pés. As armas deles eram trocadas de vez em quando, geralmente Pedro quebrava seu martelo a cada golpe diferentemente de Robson que fazia sua arma durar mais tempo, embora que fosse pouco tempo que a arma ficava em suas mãos — Impressionante, tem alguma arma que eles não saibam usar? — Perguntou fitando Troi ao ver as armas deles serem constantemente mudadas toda vez que eram quebradas.

— Boa pergunta — Troi falou então as armas deles começaram a ser trocadas toda vez que era quebrada os surpreendendo devido a mudança repentina de um grande martelo para um Nunchaku (arma ninja que consiste em dois pedaços pesados e longos de metal ou madeira presos com uma corrente) e da enxada para um Sai, do Nunchaku para uma espada e de um Sai para uma dúzia de estrelas ninja, assim por diante. Algumas vezes eles conseguiam bolas que pareciam bolas de boliche extremamente pesadas e conseguiam derrubar vários presidiários simplesmente jogando-a para cima deles com força, outras vezes eles conseguiam uma espada e faziam o máximo possível para não matar ninguém que estava ali já que estavam presos e os guardas dali certamente eram mais fortes que a quantidade de prisioneiros que avançava contra eles agora. Os dois conseguiram dois martelos grandes cada e estava se aproximando uma fila grande de prisioneiros para perto deles, eles esticaram os martelos um para o outro e os prenderam enquanto corriam para cima dos prisioneiros que se aproximavam e os derrubaram facilmente, quebrando as armas novamente. Eles olharam para dentro do presídio e viram que não havia nenhum outro presidiário se aproximando deles a partir de lá então relaxaram, finalmente parecia ter acabado. Eles andaram para se aproximar de Diana e Troi lentamente, suados e cansados então fitaram novamente a entrada do presídio ao ouvir uma pisada forte no chão que claramente foi feita para chamar a atenção deles. Era um garoto jovem de cabelo branco e olhos amarelos com pupila fina de gato. Pedro e Robson o fitaram com um sorriso no rosto, afinal o plano deles havia sido bem-sucedido. Eles não precisavam ver o número na roupa dele para saber quem ele era, bastava saber que ele não havia corrido para cima deles junto dos outros prisioneiros ou mesmo bastava apenas olhar em seus olhos e notar que ele não queria a garota, tudo que ele queria era se divertir com os dois novatos da prisão que acabaram de derrubar todo o presídio bem em sua frente.