Pedro e Robson foram para suas respectivas celas e abriram o duto de ventilação assim que perceberam que não estavam sendo vistos então foram engatinhando pelo duto até se encontrarem no meio da prisão, depois eles se separaram novamente e foram cada um fazer o que tinha de fazer.

Robson foi na sela de número 7 e 2 onde pegou um desentupidor que ele havia visto ser levado para lá mais cedo naquele dia, depois foi na cela 1 e 2 onde pegou um alicate que viu o prisioneiro 21 esconder em baixo de seu travesseiro depois ele se encaminhou para a cela 6 e 7 onde ele pegou os dois lençóis dos prisioneiros e das celas por perto também então amarrou os lençóis juntos de tal forma que eles parecessem uma corda, enrolou em seu corpo e voltou para o duto. Ele contou com os dedos o que estava levando e se encaminhou para o ponto de encontro.

Pedro se encaminhou pelos dutos até a central de câmeras do presídio onde ele configurou para que as telas mostrassem um loop infinito nas celas onde ele e Robson deveriam estar. Pela tentativa de fuga da garota, os guardas que deveriam estar lá estavam ocupados vigiando os presidiários enquanto outros guardas levavam a garota para a gerente do local que decidiria qual seria a punição da garota. Pedro olhou para o monitor ao lado do seu e viu a garota presa em sua solitária, no canto da parede encolhida claramente triste e possivelmente chorando. Ele colocou a mão na tela e a alisou lentamente.

— Você tem sentimento — Falou. Pedro olhou ao redor por um momento com uma face séria então revirou os olhou e saiu da central de monitoramento subindo no duto — Eu não sabia que isso era possível, mas nunca se sabe de tudo — Ele o ignorou e seguiu em frente, em direção ao ponto de encontro onde encontraria Robson.

— Então, conseguiu? — Robson perguntou assim que o viu chegando.

— Está tudo certo, agora só precisamos sair daqui — Respondeu seguindo o caminho e Robson o seguiu. Eles subiram pelos dutos de ventilação até uma saída próxima a uma janela e esperaram não haver ninguém perto de lá então saíram do duto e usaram o alicate que Robson havia pego para abrir a porta que levava para o teto então desceram o presídio usando os lençóis como corda.

— Beleza, essa foi fácil — Robson comentou olhando ao redor.

— Não, essa foi a parte fácil. Agora vem a parte difícil — Pedro falou colocando a mão na cabeça de Robson e forçando-a para baixo fazendo com que ele se abaixasse para se esconder no mato em que estavam — Mais à frente existe um muro cobrindo todo o presídio, existe apenas uma entrada que é uma saída por onde passam os caminhões que transferem os prisioneiros e nós vamos sair daqui em um deles — Explicou olhando para o lado onde havia um caminhão blindado se aproximando. Eles se movimentaram para a entrada do presídio onde o caminhão entrou e viram alguns guardas saírem de lá em formação protegendo uma pessoa que estava no meio. Era uma garota de cabelos rosas, olhos azuis e face séria. Estava usando uma jaqueta e luvas pretas, por de baixo da jaqueta estava com uma roupa completamente branca. Fora isso ela possuía uma fita preta amarrada no lado esquerdo do cabelo e um detalhe amarelo na camisa que parecia uma faixa que percorria a gola da camisa.

— Deixem o carro do lado de fora da cobertura dos muros, amanhã de manhã eu voltarei para casa — Ela falou retirando a jaqueta e batendo nos braços para retirar a poeira então entrou no presídio seguido da maioria dos guardas. Pedro e Robson rolaram para de baixo do caminhão e se prenderam nele então saíram da cobertura do presídio pegando carona em baixo do caminhão assim que ele saiu e parou do lado de fora dos muros. Assim que os guardas saíram eles foram puxados para de baixo do caminhão e atordoados um a um então os lençóis extras foram utilizados para amarrar os guardas em uma árvore perto dali.

— Muito bem, agora é só esperar ela mandar o carro voltar então nós entramos, pegamos ela, saímos e executamos a parte final do plano.

— Como sabe que conseguiremos entrar e sair sem sermos impedidos pelo portão? — Robson perguntou fitando o portão que eles haviam passado a alguns segundos.

— É tecnologia, reconhece o caminhão e utiliza o leitor digital de dentro do caminhão para ler a digital do motorista e abrir o portão — Falou pegando na mão do motorista e fazendo-o pegar em um copo, depois ele pegou uma fita adesiva dentro do caminhão e conseguiu pegar a digital dele através do copo — E temos nossa chave de entrada. Agora, mais uma vez, é esperar — Comentou olhando ao redor, estava escuro — Eu vou dormir.

Assim que o sol apareceu o rádio do caminhão recebeu a chamada da dona do presídio que os ordenou a voltar para o presídio para busca-la. Eles ligaram o caminhão e conseguiram entrar no presídio tranquilamente, assim como pegaram a dona do presídio e saíram do lugar rapidamente. Depois que saíram do presídio Robson abriu sua porta e subiu no caminhão indo para a parte de trás do mesmo então Pedro parou bruscamente fazendo com que todos ali dentro caíssem devido a parada brusca então Robson abriu a porta com a arma apontada para eles e os mandou sair.

— Impressionante devo dizer, como vocês conseguiram pensar em um plano desses? Devem ter visto muitas tentativas de fugas para conseguir sair de lá — Ela falou assim que viu os dois com as armas apontadas para si. Ela estava em pé com as mãos na cabeça diferente dos guardas que estavam presos em uma árvore perto dali.

— Na verdade, senhora, esses são os prisioneiros 53 e 37, chegaram aqui ontem — Um dos guardas que estava com ela falou fazendo-a soltar uma risada leve.

— Definitivamente impressionante, por isso vocês falharam em algo tão inocente — Falou ajeitando suas mãos descansando-as fazendo com que Pedro e Robson a fitassem com uma sobrancelha arqueada — Vocês nem tiraram as roupas de proteção dos guardas — Debochou apontando com as mãos abertas para frente fazendo-os olhar para trás e ver vários guardas com armas apontadas para eles — Todo ser que tenta fugir recebe uma punição então qual vocês querem? Morte por afogamento, serem queimados vivos ou liberação? — Ela perguntou colocando um dedo no queixo andando para lá e para cá.

— Liberação! — Pedro falou sorrindo fitando Robson que também sorriu.

— Eu sabia que vocês escolheriam a pior — Ela falou sorrindo com um olhar tenebroso para eles. Ela pegou a fita em sua cabeça e bateu nos números em suas roupas que ficaram com uma coloração verde — Jogue-os de volta no presídio — Mandou. Os guardas os socaram fazendo-os desmaiar e quando acordaram eles estavam de volta no presídio e perto dele estava Troi que estava os vigiando.

— Eai, como foi? — Troi perguntou assim que os viu acordar.

— Desagradável, mas deu certo — Eles responderam simultaneamente.