Segredos de Guerra escrita por Miss Krux


Capítulo 2
Capítulo 02 - Visitas




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Pouco tempo depois de colocar Alexya para dormir, o caçador entrava em seu quarto, que compartilhava com Marguerite, o dia havia sido movimentado e agora era tarde da noite, mas ainda assim ele pode vê-la próximo a janela, debruçada em um dos móveis, assinando e organizado alguns documentos, referente à um novo contrato, um novo cliente que chegava do interior do Canadá na próxima semana.

Roxton não pode deixar de admirar a sua beleza, nunca se cansava disso, os cachos soltos mais longos do que se lembrava ter visto, cascateando por suas costas, a pele branca em contraste com as roupas de dormir, no tom de vermelho queimado, o hobby de seda da alta costura francesa, ainda que os anos tenham se passado, ambos mantiveram-se muito bem conservados.

Marguerite ainda que de costas, sabia que ele a observava, era quase que palpável o sentimento, a sua atenção toda com aqueles documentos foi perdida por um breve momento, seus olhos só encontravam um caminho, os dele.

O caçador ao longo dos anos manteve seu corte de cabelo como do platô, sua barba muito bem feita e seu porte físico nada havia alterado, e sempre que possível usava suas roupas de explorador, eram suas favoritas. Mas em meio a sociedade tinha que se adequar, usava calças e camisa social, o paletó aberto e a gravata folgada, contudo tinha em mãos seu chapéu, o seu item predileto de anos.

 

M - Ela dormiu?

J - Finalmente, quer sabe de uma coisa?!

... Um T-Rex dá menos trabalho do que esses dois.

M - E você ainda queria ter um time de futebol.

... Imagina, se dois já faz isso conosco, um time então.

J - E quem disse que ainda não quero?

 

Em questão de instantes toda a distância entre eles havia desaparecido, como num passo de mágica, Roxton a deixava entre ele e o móvel, sentiu a sua respiração acelerar quando desceu suas mãos até o nó do hobby, brincando com as suas sensações e estímulos.

M - Jooohn…

... O que pensa que está fazendo?

J - Tentando completar o nosso time.

Ela imaginava a resposta, mas o prazer de ouvi-la lhe fazia arrepiar. Contudo, tinham prioridades a tratar e assuntos que exigiam a atenção de ambos, e uma longa madrugada para os seus jogos, foi Marguerite quem desviou a sua atenção, ainda que contrariada, soltou-se dos braços dele, que já a rodeavam e apertavam contra o seu corpo.

M - Haha Não, não ainda.

... Tenho que deixar essa agenda no quarto do William e você assinar os documentos do novo cliente.

Roxton voltou o seu olhar para a escrivaninha e constatou alguns documentos espelhados, assim como a agenda escolar do William, que parecia conter alguns bilhetes não tão agradáveis, e não seria a primeira vez a acontecer.

J - O que ele aprontou dessa vez?

M - Ah nada demais, você sabe, coisas corriqueiras da família Roxton.

... Respondeu a professora, brigou na aula de esgrima e partiu para o murro com o outro garoto, e na aula de história soube ler algumas runas celtas.

O caçador sentiu-se espantado, a olhou quase que incrédulo, sabia que o filho era arteiro, mas não imaginava que chegava a tanto, estava crescendo rápido e suas artes, as reclamações aumentavam, a cada semana uma coisa diferente da outra, e ultimamente uma pior que a outra acima de tudo.

J - Ele fez tudo isso? Sozinho?

M - Fez.

... Sabe John não sei como não o expulsaram ainda, está cada vez pior, daqui a pouco irá causar uma rebelião naquela escola ou fugir, e está influenciando a Alexya também.

Ele passou a mão entre os cabelos, pensou um pouco, enquanto Marguerite recolhia os documentos e a agenda, ela estava certa.

J - Com o valor que estamos pagando, não me admira que não tenham o expulsado. ... Mas prometo vou conversar com ele durante esse fim de semana, está bem?

M - Não vai acobertar ele, não é John?

O caçador manteve-se em pé, com o semblante sério, como sempre com uma das mãos atrás das costas, cruzando os dedos, sabia que o garoto precisava de um corretivo, mas também não poderia ser “cruel” já que quando criança era igual ou pior.

J - Não Marguerite, eu prometo que não irei acobertar William, mas tem uma condição.

M - Uma condição?

... Está bem e qual é?

Se ainda havia centímetros que os distanciavam, John os quebrou, a puxou pela cintura, deixando-a o mais perto de si que podia, mais próximo do que tinha feito há pouco, permitindo-a sentir todo o seu desejo e vontade de toma-la como sua, fazendo uma trilha de beijos molhados entre o pescoço e o busto da herdeira.

J - Os documentos eu assino amanhã cedo, a agenda do William, vá guarde no quarto dele e volte pra mim. Mas quero seja tão rápida como se estivesse fugindo de um raptor.

Marguerite retribuía as carícias do marido, ela mesmo se deixando levar pela sensação dos beijos dele, dos toques, suas mãos percorriam todo o seu corpo, o hobby já totalmente aberto, não demorou para que ela se permitisse entrelaçar em seus braços, deixando a peça deslizar por seu corpo e cair no chão, enquanto ela mesma se mantinha ocupada com os botões da camisa de Roxton.

M - Talvez, essas coisas possam esperar.

... E eu não precise fingir que estou correndo, como se estivesse fugindo de um raptor.

John sorriu maliciosamente para esposa, sabia que ela havia se rendido e não pode deixar de resistir, a pegou no colo, a segurando pelas pernas, cada uma de um lado em seu corpo, às apertando firme, enquanto clamava por seus lábios, um beijo quente e com tamanha necessidade que sequer a deixava respirar de forma correta.

O caçador a depositou na cama, apoiando-se por cima e tratando de livrar das próprias calças, mas em nenhum momento deixando que seus lábios ficassem longes do corpo de Marguerite ou mesmo dos próprios lábios dela, aprofundando-os cada vez mais, na medida que ambos se livravam de suas roupas e podiam um sentir o contato do outro, o calor e o tato de suas peles nuas, juntas, em um mesmo ritmo, ela agarrava-se a ele, cravando suas unhas nas costas forte e larga do homem, tirando gemidos e sussurros de seu nome.

J - Não precisa fingir que está fugindo de um raptor, basta que se recorde daquela caverna que ficamos aprisionados.

M - John eu não preciso me lembrar, aliás não preciso me lembrar agora, não quando posso reviver.

J - Isso mesmo minha Marguerite, vamos reviver aquele momento que tivemos, aquele e muitos outros.

 

—--//---

 

Mais tarde, John adormecia profundamente ao seu lado, passava das 3 horas da madrugada, depois do seu ato de amor, ambos adormeceram um nos braços do outro, como se tudo estivesse em paz, como mantiveram nos últimos anos.

Mas logo Marguerite estava muito bem desperta, tinha que levar a agenda até o quarto do William, e tinha que fazer agora, ela levantou-se sorrateiramente, tratou de pegar a agenda do garoto em cima da escrivaninha e ainda mais silenciosa foi até o quarto do filho.

A guardou dentro da mochila, junto com os demais materiais da escola, o pequeno enquanto dormia não deixava de falar dos dinossauros, parecia tanto com John, cada dia que passava estava mais parecido, tinha também algumas características suas, mas não tantas como a do homem que amava.

William começou a desenvolver a leitura desde os 5 anos de idade, no entanto fazia pouco tempo que ela havia descoberto que ele era capaz de ler outras línguas como se fosse a sua própria, inclusive runas antigas. E devido o crescimento dos negócios, John esteve viajando neste período mais do que o normal, por conta disso, só havia comentado com ele naquela noite.

Marguerite se aproximou do rosto de seu filho, acariciando os seus cabelos, sorrindo das palavras que balbuciava, o cobriu um pouco mais, ainda admirando-o, como se estivesse registrando sua feição em suas memórias, assim como havia feito mais cedo com Alexya enquanto tentava ensinar Leopold a dançar, tinha lágrimas em seus olhos não derramadas, e esperança de tudo ficaria bem, que os três estariam seguros, não importa o que acontecesse.

M - Boa noite meu pequeno grande caçador.

... Espero que seja tão bom quanto seu pai em entender meus sinais, tudo vai dar certo, aconteça o que acontecer.

E logo depois a mulher saiu, tratando de apressar-se e voltar para os braços de Roxton, o abraçando tão forte como se fosse o seu último, ela não estava com sono, mas isso não importava, queria ficar ali próxima dele, se recordando dos bons momentos.

Agarrava-se as suas memórias, aquelas de quando contou sobre a primeira gravidez, quando se casaram, como souberam quitar suas dívidas juntos ou ainda, quando permaneceram naquela caverna aprisionados, como se sentiu ao ouvir John falando que amava, como seus olhos marejaram de lágrimas, como se entregou para ele.

Ela entregou sua alma, seu corpo e seu coração, ao seu cavalheiro de armadura brilhante, até que perdida entres lembranças e sentimentos, perdeu-se no mundo dos sonhos.

 

—--//---

 

No dia seguinte à família Roxton levantou cedo, John, Marguerite e às crianças pretendiam passar o fim de semana na propriedade em Avebury, junto com Lady Elizabeth Roxton, que por sinal os aguardavam ansiosamente.

A mulher mais velha passou os dois últimos dias preparando a casa, comprou presentes, brinquedos novos, doces, pediu para que deixassem os cavalos prontos para montaria, e que fizessem o bolo favorito de William e Alexya, ou seja, de chocolate. Fazia ao menos um mês que não os via, ainda que telefonassem quase todas as noites, não era a mesma coisa.

A ideia era que chegassem por volta das 8 horas na propriedade, isso permitiria que todos desfrutassem do café da manhã juntos, claro que o café preparado pelo caçador, esse foi um costume que o casal manteve, independente do lugar ou circunstâncias, era sempre John quem preparava o café.

Ela realizava uma última vistoria para certificar-se que tudo estava conforme havia organizado e pedido, quando um dos empregados anunciou que tinham visitas inesperadas e urgentes, a Lady quando constatou do que se tratava, não pode deixar de lamentar e sentir como se um aperto no peito e um mal presságio invadisse a si mesma. Neste mesmo instante, visualizou o carro branco adentrando a propriedade, sua família que tanto amava.

L.R - Senhores, peço a gentileza que aguardem por alguns minutos.

... Logo estarei de volta para lhe conceder a devida atenção, não contava com a visita de vocês, mas sim de outras pessoas.

Entretanto, a lady sequer teve tempo o bastante para deixá-los a sós na sala, vez que Alexya entrava correndo pela casa, gritando e brincando, procurando-a por cada canto, chamando pela avó. A pequena não prestou a atenção nos demais convidados, na inocência de criança, pulou em seu no colo, a abraçando de saudades.

A - Vó, vovozinha quanto tempo, que saudades.

... Tem pesenti e doce?

L.E - Minha querida, a vovó também estava com saudades.

... Mas agora, vá um pouquinho lá na cozinha, tem um bolo de chocolate delicioso esperando você e seu irmão. Eu preciso conversar com estes senhores no momento e com seus pais.

A pequena olhou para os homens na sala, todos com semblantes seríssimos, armados e uniformizados, encarando ambas, a causando medo, Alexya se agarrou ao pescoço de Elizabeth, arregalou os belos olhos verdes e bem baixinho falou ao ouvido.

A - Vovó o que você fez? Porque a poícia está aqui?

Neste instante Marguerite de mãos dadas ao filho, que também carregava consigo presentes para avó, entraram na sala, a herdeira ficou branca, não tinha reação, sentiu a cabeça gira, o ar faltar, tudo desmoronou diante de si. William a chamava, balançando a sua mão, mas Marguerite não era capaz de responder.

Conseguia ouvi-lo, ainda que distante de seus pensando, mas toda a sua atenção foi direcionada para um dos oficiais, o encarando, como se lembrasse de toda a sua vida antes e depois do platô, assim como ele retribuía o olhar, com um sorriso triunfante no rosto. Foi a voz de John que a fez despertar daquele transe, que pode retomar seus pensamentos, mas ainda não compreendia o que se passava ali.

J - Marguerite você pegou o... O que esses homens fazem aqui?

W - É mamãe quem são eles?

M - Hãn?

... Ah sim, William meu amor, você e Alexya vão para a cozinha, por favor.

A - Mas mamãe eles são poícia.

W - É mamãe, eles parecem encrenca, não vou deixar você.

John depositou os presentes no chão e agachou-se na altura de William, enquanto Alexya se juntava ao seu lado, ele lançou um olhar rápido para Marguerite, e um suspiro de apreensão, tentando esconder dentro de si toda a preocupação que sentia, por algum motivo aqueles homens haviam assustado ela, mais do que qualquer outra pessoa. Certamente não seria uma conversa amigável e nem para crianças.

J - William, Alexya, nos obedeçam hoje, está bem?!

... É um assunto de adultos, um assunto sério, quando crescerem cotamos para vocês. Agora vão para a cozinha.

As duas crianças ainda que contrariadas, obedeceram às ordens do pai, perceberam que tinha algo que o preocupava, ele nunca esteve tão sério.

Assim que eles saíram, John fechou às portas atrás de si, e confirmou mais uma vez o estado que às duas mulheres se encontravam, Elizabeth mantinha-se apreensiva, e um tanto confusa também, já Marguerite não expressava reações, a não ser a pior delas, tinha medo e pavor em seus olhos, ele já tinha presenciado isso antes, mas não assim, não dessa forma, tinha algo mais que ele não estava sabendo lidar. No entanto, vendo toda aquela situação, ele mesmo quem tomou a iniciativa.

J - Muito bem, então a que devemos a visita dos senhores?

 


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