Flores de Verão escrita por Aline Vataha
A dríade não respondeu nenhuma pergunta. Apenas abraçou-a por trás, envolvendo-a com seus braços. Finny tentou reagir, mas seu corpo já não obedecia mais seus comandos. Aquele toque era tão quente, tão familiar, que era impossível lutar contra aquela sensação... E Florence sabia disso.
— Precisamos conversar – Murmurou Finny. – Por favor... Por favor...
— Shh...— Florence beijou-a no pescoço. Um arrepio sobrenatural percorreu o corpo da mulher, fazendo-a estremecer de ponta a ponta. – Agora não.
— Por... Por favor...
Os dedos da dríade agarram o cabelo acinzentado de sua amada e puxaram-no para trás. Um gemido involuntário escapou de seus lábios, que rapidamente foram beijados.
— Mm... Hmm... Ah... Flo... Florence...
— Estou aqui – Seus dedos começaram a explorar o corpo de Finny. Acariciaram seu abdômen, descendo para suas coxas e subindo para os seus seios. – Não vou mais embora – Beijou-a no ombro. – Eu prometo, amor.
Amor. Finny quis continuar argumentando, mas as palavras fugiram de sua mente. Ajeitou-se contra o peito de Florence, finalmente rendendo-se a ela. Fazia tempo... Quanto tempo? Meses? Anos? Séculos? Não sabia... Não sabia de nada; apenas que ela pertencia à Florence, e isso bastava. Sempre foi tudo o que bastou.
Notando sua entrega, a dríade passou a acaricia-la com maior voracidade, apertando-a com força nas partes sensíveis e deixando longas marcas avermelhadas por onda suas unhas pontiagudas passavam. Os beijos tornaram-se mais passionais, vez por outra sendo substituídos por mordidas rápidas e peçonhentas que queimavam como picadas de abelhas. Gotículas de sangue e de suor começaram a escorrer pelo seu corpo, manchando em tons de carmesim o chão imaculado.
— As Deusas – Finny lembrou-se de repente. – Elas... Hm... Aqui...
— Deixe que assistam – Mordeu-a na bochecha. – Deixe que todos vejam que você é minha, Lethallan— Beijou-a nos lábios. – Deixe que eu veja que você é minha.
Finny contraiu-se por inteira com aquela palavra. O veneno começava a fazer efeito. A dríade continuou a beijá-la e a machucá-la. Os limites entre dor e prazer diluíram-se a um ponto indiferenciavel, e o último vestígio de razão que Finny tinha abandonou-a. Derreteu-se em um vórtice de memórias e sensações conflitantes, incapaz de compreender onde uma começava e a outra terminava, mas independente de qual fosse a resposta, não tinha importância.
Pois elas estarem juntas era tudo o que bastava.
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