O mago Destino lia os relatórios a respeito dos roubos de artefatos mágicos enviados pela Red Robin, os objetos não tinham nada que pudesse explicar sua aparente ligação, todos eram ítens básicos de feitiçaria. Nenhum feiticeiro, mago ou bruxo se interessaria em adquiri-los, mas existia alguém que cobiçava os artefatos. O que mais intrigava Destino, eram as cruzes — símbolo este que ele usava — marcados sutilmente por entre as peças místicas.

A biblioteca pessoal de Destino era um caos de livros, folhas espalhadas por todos os lados, eram tentativas falhas dele descobrir mais alguma coisa além do que sabia a respeito.

O jovem detetive Tim Drake afirma que tinha total certeza que aqueles objetos carregavam algo muito perigoso, baseando em suas experiências nada amigáveis com magos que atacaram a liga nesse período de existência. As hipóteses no documento guiavam para dois possíveis envolvidos: Ra 's Al Ghul e Klarion, o menino bruxo.

Focado nas imagens flutuando na altura dos olhos, Destino percebeu um padrão entre as cruzes gravadas em meio aos artefatos, alguns símbolos variam os tamanhos. A intuição do mago gritava para não fazer o que se passava em sua mente, porém se fosse uma armadilha poderia lidar, pois estava dentro da Torre.

A mão enluvada começou a reagrupar os símbolos formando um círculo, olhos brancos do elmo se estreitaram ao ver a forma brilhar intensamente. Em meio a luz, uma figura feminina surgiu, belíssima aos olhos de a quem visse, contudo a energia obscura que emanava fez Destino acreditar que se tratava de um demônio. Rapidamente ele a prendeu antes que pudesse reagir, às algemas de energia dourada envolvia os braços, pernas e pescoço da entidade demoníaca.

— Muito perspicaz demônio, criar um círculo de evocação imperceptível — o mago encarava o rosto angelical. — Contudo sua estadia aqui será breve, muito breve. 

— Antes que use seus encantamentos em mim, peço humildemente que me ouça, grande Destino — súplica o demônio — Fui incumbida de lhe passar uma mensagem. 

Destino manteve alerta, demônios eram conhecidos por sua grande habilidade de mentir, não arriscaria ser enganado por um ser tão baixo. Muitos mortais deixariam se levar pela inocência que aqueles olhos claros carregavam, sucumbindo aos desejos profanos da carne.

— Não quero ouvir suas mentiras — disse com convicção.

O demônio tentou se mover, mas era impedido de mexer, graças às amarras mágicas — só me ouça, por favor. 

— Diga logo demônio!

— Grande mago dessa dimensão, eu sou uma mensageira que traz consigo más notícias. Um perigo iminente se aproxima — a voz suave rebateu nos ouvidos do mago. — A gema de Trigon está sendo caçada pelos demônios que habitam as mais profundas camadas pobres do inferno. 

As amarras se tornaram mais apertadas, o mago não estava disposto a ouvir. A mulher vestida como uma succubus sentou no chão lutando contra as amarras, os longos cabelos arroxeados tocaram o piso branco da biblioteca formando uma cortina. 

— Conte tudo que sabe — ordenou.

O demônio se contorceu ao cair no chão, o belo rosto foi retorcendo em uma expressão monstruosa, à voz angelical deu espaço a grunhidos animalescos. O demônio jogou-se contra o jogão violentamente gritando:

— A GEMA CARREGA O NOVO PORTAL. A PROFECIA IRÁ SE CUMPRIR — o demônio babava uma gosma escura, o riso doente escapava por entre os lábios. — E O REINADO DE TRIGON RESSURGIRÁ!

A bela sucucubus se desfez em cinzas diante dos olhos do mago. Destino imediatamente ativou o seu comunicador.

— Onde a Ravena está?