Power High escrita por Rompe Torneiras


Capítulo 14
Arco 2 Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas cheguei



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/Ginásio poliesportivo, 17:00./

 

Na segunda feira ao fim do período de aulas Tom havia chamado Connor para uma atividade extracurricular desconhecida pelo loiro que não recusou a proposta. Ao entrar no ginásio com algumas pessoas que treinavam ou utilizavam avidamente o ócio avistou o amigo ao fundo correndo até ele.

— Então, qual é a jogada? – Connor perguntou cumprimentando o rapaz.

— Bom, é hora de você me ajudar a treinar. – Tom sorriu. – Vai ser meu alvo móvel.

— Como é que é? – O loiro deu alguns passos para trás.

— Os alvos do disparo de precisão esse ano são móveis. – Explicou o moreno. – Então preciso treinar com objetos em movimento.

— Eu entendi essa parte. – O britânico segurou o queixo pensativo. –Okay, vamos fazer isso. Posso até testar uma coisa que aprendi.

— O que aprendeu? – Tom perguntou arrancando um sorriso dos lábios de Connor começou a friccionar as mãosfazendo uma pequena forma de fogo de no máximo trinta centímetros que ficava em pé e tinha orelhas que lembravam as de gato. – O que é isso?

— Eu chamei de flamejante. – Connor sorriu.

— E o que ele faz? –Perguntou curioso tocando na chama fria da pequena criatura.

— Tudo o que eu mandar antes de apagar em mais ou menos três ou quatro minutos. – Explicou o loiro soltando a pequena criatura no  ar que alçou vôo. – Ele vai ser seu alvo móvel... na verdade. – O piromaníaco criou mais cinco flamejantes. – Eles vão ser, sempre que você matar eles eu faço mais.

— Isso não é meio cruel?

— Cruel é você não ter alvos móveis.- Connor respondeu pensativo. – Talvez seja, mas vai ter que ser assim, sem choro nem vela.

— Okay, eu acho.

/Sberbank, Moscou, 18:20./

 

Arthur caminhava pelo espaço amplo de pé direito imenso e toda detalhada em metais e aparatos de heróis junto com bandeiras e pôsteres por todo o saguão da empresa. Seu traje vermelho e branco encharcado demonstrava sua última ação de ter puxado um barco pesqueiro até a costa novamente a alguns minutos atrás.

— Comandante. – Uma figura de cabelos grisalhos perfeitamente aparados em um corte reco, olhos opacos e um terno risca de giz preto com um caimento perfeito.

— Nicholai. – O mais novo respondeu. – Acho que os pesqueiros podiam respeitar mais a previsão do tempo.

— Eu até concordaria. –O dono da empresa caminhou até o herói. – Se isso fizesse diferença para você. – Fez uma pausa encarando o homem mais poderoso do mundo. – Relatório.

— Sete pesqueiros vivos e um morto por hipotermia. –Respondeu soltando a capa vermelha dos ombros. – O barco sofreu pequenos danos.

— Que Deus tenha o que foi levado. – Nicholai abaixou a cabeça. – Agora, se me dá licença, preciso organizar a papelada do seu recesso.

— Pensei que tinha desconsiderado a oferta. –Arthur indagou surpreso.

— Jamais faria isso para o homem de ouro do mundo. – O comandante sorriu. – Mas vou estar lá com você.

— Vai servir de olheiro de novo? – O mais novo caminhou sendo seguido pelo senhor. – Sabe que não vai contratar ninguém, você mesmo diz que a empresa só contrata heróis de primeira classe... tá amolecendo  velhote?

— Quero ver futuros que serão promissores para num futuro brilhante os contratar. – Pontuou o grisalho sorrindo.–Minha empresa só merece os melhores, afinal, o super herói mais poderoso do mundo trabalha pra mim.

— Você tem um bom ponto. – Arthur apoiou. – Então daqui um mês estaremos nas arquibancadas de Power High.

— Mal posso esperar.

/Local desconhecido, 22:00./

 

— Seria o plano perfeito. – Um homem alto com pele inteira de pedra cinzenta gritava para todos ao redor.

— O cabeça de pedra cala a boca! – O rapaz alto e magro de cabelos castanhos e olhos ônix ordenava. – Não é uma boa ideia atacar enquanto jogos acontecem, super heróis estariam lá.

— Senhores, senhores. – Uma voz suave interveio revelando um homem esguio com os cabelos pretos perfeitamente penteados para trás, trajando um fraque preto com calças de alfaiataria bege e um sapato preto. – Temos todo tempo do mundo para pensar em uma investida. – Puxou o relógio de bolso elegante de cor prata. – Nosso anfitrião está para chegar agora.

O gás acinzentado começou a descer pelas paredes até se tornar uma forma humanoide, porém, ainda em estado gasoso com orbes vermelhos incandescentes no lugar dos olhos.

— Perdoem meu atraso. – Disse a forma gasosa. – Gostaria que soubessem que já iniciei nosso plano.

— E posso saber como fez isso? – Um homem musculoso de pele negra e cabelos raspados perguntou se recostando contra a mesa.

— Precisamos gerar intrigas no meio de tudo. – Respondeu. – Atacamos primeiro a mente... depois vem o físico.

— A nova geração é fraca. –O rapaz de cabelos castanho respondeu. – Estão muito tranquilos com a presença do Comandante.

— Só peço que se lembre de uma coisa meu caro Molecular. – A forma se aproximou do rapaz ficando ainda maior. – Nenhum inimigo deve ser subestimado.

/Salão de ginástica, 14:00/

 

Uma dançante com saltos graciosos e aterrisagens que não podiam ser ouvidas quando despencava junto do bambolê. Elena mal sentia os pés tocarem quando executava seu sauté sem precisar do auxílio de seus poderes para isso. Correu na direção oposta do tablado efetuando um sotchava alongando as duas pernas em uma abertura zerada aterrissando suavemente. Após uma sequência de reversões sem as mãos a ruiva jogou o objeto para cima para executar uma estrela rodante para ser completada com um mortal transversal parando em sua pose final segurando novamente o bambolê.

A russa caminhou devagar até o vestiário feminino aonde tomou uma rápida ducha para tirar o suor do corpo. Já trocada caminhou até o armário para pegar algumas de suas coisas e se assustou com o que viu ao abri-lo.

— Mas que... – Pigarreou vendo o pequeno roedor carbonizado em seu armário. – Não acredito que ele foi tão infantil a esse ponto. – A ruiva deu de ombros levitando o pequeno animal e o lançando no latão de lixo. – Imbecil.

/Área verde, 14:22./

 

— Pode lançar! – Tom tirando óculos vendo cinco discos vermelhos disparados por Ivon. Com pequenos disparos curtos os cinco alvos viraram poeira. – Fácil demais.

—  Vou fazer uma coisa diferente então. – Ivon pegou mais cinco discos da caixa. – Os cinco vão voar na sua direção. Você vai desviar e só aí atirar neles antes que toquem o chão.

— Mas os alvos não costumam atacar.

— Não é uma questão de ataque. – O russo repreendeu o amigo. – Precisa treinar sua agilidade e pensamento rápido. Não pode depender só do disparo parado.

— Justo. – Tom sorriu. – Pode mandar.

Ivon correu alguns metros para trás para em seguida lançar um a um os discos na direção do estadunidense. O primeiro foi evitado com um salto lateral para em seguida o rapaz cair em um rolamento para evitar o segundo, uma esquiva rápida evitou o terceiro que levou alguns fios de cabelo, o quarto foi saltado e o quinto recebeu um chute lateral sendo recebido por um raio laser veloz, Tom se virou atingindo três alvos, mas deixando o último tocar o solo.

— Acho que encontrei algo que seja um pequeno desafio. – Ivon se gabou. – De novo?

— De novo!

/Área da piscina, 14:30./

 

— Foi seu melhor tempo até agora. – Luna se  abaixou parando o cronômetro. – Não tá pegando muito pesado?

— Não estou. – Sohye discordou. –Esse ano quero ter certeza de que vou vencer.

— Esqueci que vocês da Spartan tem uma síndrome de vitória. – Luna revirou os olhos. – Vou do outro lado. – Luna deu um Impulso forte de ar para se lançar a outra extremidade da piscina de cem metros rasos. –Conta até três e começa. – Luna colocou as mãos dentro da água controlando todo o ar da piscina gerando uma correnteza para Sohye.

— Um... – Sohye respirou fundo. – Dois. – Expirou a palavra. – Três.

/Lago nas proximidades de Power High, 17:14./

 

O frio do início do inverno já se fazia presente, não fazia diferença para Connor, mas ele o podia sentir, mesmo que não o afetasse. Tirou a camiseta, os sapatos e os jeans ficando apenas de cueca para entrar no lago gelado.Sentiu o toque frisante da água antes de começar a aquecer o corpo vendo a água começar a expelir vapor.

— Anda Connor você pode fazer melhor. – Falou consigo mesmo aquecendo ainda mais. O corpo foi soltando pequenas chamas a medida que a pele ficava vermelha e começava a brilhar por conta do suor. – É só isso que você tem? – O loiro voou para fora da água e instantaneamente seu corpo entrou em combustão, a pele, os olhos, os cabelos eram chamas puras de um alaranjado vivo como se tivesse acabado de iniciar um incêndio. – Isso! – Gritou olhando para as mãos em chamas. – Consigo controlar...

— Podia controlar sem queimar a cueca. – A  voz de Luna assustou o piromante que se virou de costas no ar. – Agora eu tô vendo sua bunda.

— Tá fazendo o que aqui? – O jovem perguntou afundando na água para se apagar.

— Queria saber qual era seu plano de fim de tarde. – Luna sorriu sentando-se a margem. – Então agora você vira o tocha humana.

— Nem vem com nome de herói. – Connor repreendeu. ‐ não preciso dessa merda.

— Okay esquentadinho. – A morena jogou os braços para cima em rendição para depois abraçar os joelhos. – Você não tá tipo congelando aí dentro?

— A água tá quente. – Respondeu sorrindo. – Entra.

— Nem ferrando. – Luna negou rindo. – Eu nem trouxe roupa de banho.

— Pode vestir minha camiseta. – Connor apontou a peça preta a esquerda da amiga.

— Não.

— Para de ser chata e entra na água. - O britânico reclamou.

— Me obrigue. – Em um gesto infantil de mostrar a língua a italiana se levantou. – Quer sair logo daí? Se pegarem a gente aqui você vai estar mais encrencado do que já está.

— Ninguém vai me achar aqui, Tom me garantiu. – Connor nadou para mais fundo. – Entra vai.

— Não. – Luna pigarreou. – Você que se apresse em sair.

— Tá com medo ou com vergonha? – O loiro riu da própria piada.

— Estou igual a você no baile.

— Lindo, elegante? – Provocou. – Se você não entrar eu vou aí te buscar.

— Não tem coragem.

— Não mesmo. – Admitiu. – Tô pelado e a água tá quente.

— Tive uma ideia então. – Luna deu as costas. – Pode sair pegar suas calças, não vou olhar.

— Não sabe o que tá perdendo.

Connor nadou para fora e Luna só pode ouvir os passos do rapaz, seguido do zíper da calça alguns segundos depois, desejou por alguns segundos olhar para Connor, mas não o fez.

— Pronto. – Connor caminhou já vestido até a frente de Luna. – Vamos?

— Claro.

/Rússia, 22:00./

 

— Então vamos a um evento desportivo em dezembro? – A heroína profissional Rocket (Wendy) perguntava ao marido enquanto penteava os cabelos loiros recém lavados.

— Sim, gosto de assistir. – Arthur respondeu sorridente. – Eu nunca pude participar mesmo.

— Não imagino porque. – A loira conteve um riso. – Nicholai vai com a gente?

— Disse que vai. – Arthur revirou os olhos. – Ele só está interessado em conseguir uma autorização de aprimoramento genético e pra isso precisa de popularidade. – O russo explicou saindo da cozinha com dois pratos na mão para os depositar na mesa. – Ele e a Alita estão piores do que eu imaginava.

— Alita dona da Allianz? – O moreno assentiu. – Deve estar pior do que a corrida espacial.

— Muito pior, mas o Nich tem uma desvantagem. – Arthur se sentou e em seguida Wendy. – Ele só contrata primeira classe.

— E qual é o problema com isso? – Indagou dando uma garfada na comida.

— Nenhum primeira classe aceitaria isso. – Falou como se fosse óbvio. – Essa ideia de aprimoramento é desnecessária, já provou ser perigosa demais com o Rhys... – Os olhos calmos de Arthur se demonstraram assustados. – Lembra?

— Lembro. – Wendy abaixou a cabeça. – Mas deu certo com você.

— A vinte oito anos atrás. – Pontuou o comandante. – Desde que Nich me criou ele ficou mais ambicioso.

— E não deveria? Afinal, o homem mais poderoso do mundo trabalha para ele.

— Vamos mudar de assunto? – Pediu o homem já incomodado.

— Okay Comandante. – A loira ergueu os braços em rendição. –O que espera ver nos jogos esse ano?

— Eu vi um garoto no YouTube que redireciona laser com os olhos para o lado que ele quiser. – Começou a enumerar com os dedos. – E um combatente que venceu um cara com super velocidade, dá pra acreditar?

— Se ele fosse rápido como eu, não teria perdido.

— Mais humildade por favor? – Pediu rindo. – Mas espero ver grandes talentos esse ano, faz tempo que não vejo ao vivo.

— Vai ser bom tirar uma semana de folga. – Rocket segurou o queixo imaginando.

— Não tenho como discordar.

/Power High, 00:21./

 

Caminhando pela extensão da área verde aonde o ginásio dos jogos já estava em fase de montagem, uma figura alta com um livro em capa

 de couro roxa incandescente, citava palavras desconhecidas.

— Todas as peças estão se encaixando. – Disse antes de tocar o chão que brilhou carmesim antes de voltar a seu estado normal. – A batalha está só começando.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês no próximo