Dentre todas as possibilidades, nem Aelinor e nem o resto da família Penrose pensou que Aerys, filho de um casal que gerou nada menos que QUATRO filhos, não sentiria o menor desejo pela esposa.

As risadas e cochichos acompanhavam a princesa donzela onde quer que ela fosse.

Aelinor ia aos Sete, rezava para ao menos uma vez o marido sentisse um mínimo de desejo que fosse para ao menos consumar o casamento e talvez quem sabe, por misericórdia divina, gerar um filho.

Mas nada adiantava.

Aelinor fez de tudo. Usou roupas de dormir decotadas e coloridas, implorou para que Aerys a possuísse apenas uma vez, chegou ao ponto de realizar mandingas e comprar amuletos. Nada funcionou.

E é claro, a língua das pessoas coçava.

—Deve ter algo errado com ela. Não é possível que o pau dele não suba. Já vi homens que foram obrigados a se casar com mulheres horrorosas e mesmo assim encararam a cama no quarto de núpcias!

—Tem mulheres que simplesmente não tem os encantos necessários. Pode ter até um rosto que seja razoável, mas é tão sem graça que o homem não consegue se interessar.

Os comentários a feriam, mas o que mais Aelinor podia fazer?

Até se submeteu a procurar a garota dornesa que era a nova ladra de olhares da corte para pedir algum conselho. Mas não deu em nada.

—Não sei como posso te ajudar.

—Como não? Você prendeu seu marido em sua cama, todos sabem que Maekar te procura com frequência e não é visto nem mesmo olhando para outra mulher!

—Maekar é um homem com desejos, não é o caso de Aerys. 

—Eu não sei mais o que tentar!

—Alguns homens nascem sem necessidade de se deitarem com mulheres. Por isso temos os meistres e septões. Talvez seja o caso de seu marido Aelinor. Ele nasceu para ser meistre mas não teve chance de ser mandado a Cidadela.

E então Aelinor teve que se conformar com sua sorte.

Enquanto ouvia as piadas e sussurros sobre ela, fingia não escutar, mas gritava em seu íntimo.

"Não é minha culpa! Eu fiz o que pude!"