Princesa é o (censurado)! escrita por MymyK


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Escrevi no surto, é isto.

INSPIRAÇÃO DESTA ONE-SHOT: https://twitter.com/ASSUNTOSBNHA/status/1372258992362246145



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Puta que pariu, como alguém conseguia ser tão insuportável!?

 

Essas eram as únicas palavras que passavam na mente de Katsuki enquanto Neito falava merda mais uma vez na semana para alguém da sua turma. 

 

Bakugou estava testando seu autocontrole ultimamente. Ele não estava revidando nenhuma das provocações do outro ia fazer um mês. Izuku estava visivelmente orgulhoso, mas falando honestamente? Ele precisava urgentemente explodir algo! De preferência a cabeça do tal Monoma, é claro.

 

O resto de sua classe parecia não dar importância, alguns até pareciam achar… Graça..? Francamente, qual era a graça naquelas palavras estúpidas? É… Bom, ele não tinha muito direito de falar muita coisa…

 

— Ei, princesa! Percebeu que é fraca demais para me revidar? — provocou o estudante da outra turma e Katsuki viu Midoriya se levantar no mesmo instante, chamando a atenção do refeitório.

— Definitivamente você não vale o meu tempo, seu merdinha. — resmungou Bakugou sem sequer olhar para o outro. — Kirishima, não é para você fazer porra nenhuma, caralho! Senta aí de novo! — o loiro viu o ruivo se sentar de novo a contragosto e voltar a comer ao passo que o refeitório parava de prestar atenção neles.

 

No entanto, Bakugou havia cometido seu maior erro ao apenas murmurar algumas palavras para Neito. E isso ficou visível no dia seguinte, porque o idiota percebeu que o provocar no feminino o incomodava, e isso pareceu divertir o merdinha. E agora Katsuki estava pagando o preço de suas ações.

 

— Sabe, estou começando a achar que o sistema da U.A. está meio falho… Não acha, princesa? — pensou Neito em voz alta. — Não faz sentido uma heroína ficar tão abalada assim sabe… Afinal, o que tem de errado em ser uma? 

— Kacchan… — Midoriya chamou o amigo preocupado.

— Cala a boca, Deku. — murmurou o loiro se levantando. — Escuta aqui, seu pedaço de bosta! Eu vou enfiar a porra de uma única informação na sua cabeça, então escuta bem porque, se tiver uma próxima vez, eu vou explodir isso que você chama de rosto! — neste momento todo o refeitório estava em silêncio prestando atenção nos dois novamente. — Princesa é o caralho! Eu tenho boceta sim, seu arrombado! Vai fazer o quê!? Continuar me chamando no feminino!? Experimente para poder descobrir a merda que você vai estar fazendo porque você vai sair chorando da próxima vez!

 

Katsuki suspirou assim que terminou de gritar. 

 

— Você… — Monoma moveu os lábios sem conseguir deixar sua voz sair.

— Ah, caralho mesmo. — resmungou o outro. — Eu preciso muito explodir alguma coisa… — reclamou largando a comida por inteiro para sair do local.

— Merda… — disse Izuku se levantando para ir atrás do amigo às pressas sendo seguido por Kirishima.

 

— Parece que alguém fez uma besteira muito grande. — provocou Kendo afagando os cabelos de Monoma que seguia sem saber como reagir a situação.

 

[...] 

 

— Quer conversar? — Eijirou perguntou preocupado enquanto se sentava no último degrau das escadas da Heights Alliance, ao lado direito do loiro, enquanto Izuku se sentava do lado esquerdo.

— Por que é tão difícil assim? — a voz embargada abafada pelos próprios braços fez o esverdeado sentir uma culpa que não deveria sentir, mas era sempre assim, sempre fora.

— Eu acho que você estava muito irritado para perceber, mas o Monoma não sabia, Kacchan. E pela reação dele, ele parecia entender muito bem a burrada que fez.

— O cú dele que ele não sabia, Deku. — resmungou o outro. — É óbvio que ele sabia! Merda..! Eu sou a porra de um garoto, o que tem de errado nisso?

— Não tem nada de errado, você sabe disso muito bem. Acho que o Kirishima já te disse isso, mas você é o cara mais másculo que eu conheço.

 

Ambos viram um sorriso se formar no rosto do rapaz e sorriram aliviados.

 

— Obrigado. Eu só… Estou cansado disso… — disse se deitando e esticando as pernas pelo resto das escadas. — Eu só queria ser um homem… Um homem de verdade…

— O que você está falando, Katsuki!? — o ruivo questionou irritado. — Você é um homem de verdade! E qualquer um que disse o contrário está mentindo, você sabe disso! Tira essa ideia da sua cabeça, não parece nada com um homem másculo.

 

Katsuki e Izuku se entreolharam antes de dar risada.

 

— É… Acho que você tem razão. — murmurou pegando o braço de Kirishima e puxando o braço para mais perto para conseguir alcançar a mão e assim poder entrelaçar os dedos de ambos. 

— Você acha?

— Você não está dando a oportunidade para ele engolir o orgulho primeiro, Kirishima. — brincou Midoriya se levantando. — Você vai ficar bem, não vai? — perguntou ao amigo de infância com um sorriso.

— É sempre a mesma coisa, não é?

— Bom, dessa vez você tem um namorado. — provocou Izuku, fazendo o casal ficar envergonhado. — Eu vou na frente para avisar o professor Aizawa. — deu sua desculpa antes de ir embora.

— Você realmente está bem? — Eijirou perguntou preocupado e o loiro se levantou para rapidamente beijar o outro.

— Eu sempre vou ficar. — o ruivo sorriu em concordância e ao carinho.

 

E apesar de Bakugou sempre dizer que Kirishima, Kaminari e Sero dividiam o mesmo único neurônio, ambos sabiam que naquelas palavras estavam implícitas o agradecimento a Izuku e a Eijirou, porque Katsuki sabia que eles sempre estariam ali quando precisasse.

 

[...]

 

— Acho que eu não quero mais fazer isso… — Monoma murmurou antes de subir as escadas da Alliance da turma A.

— Nem pensar, Monoma! — brigou Kendo. — Você gostaria de simplesmente se expor na frente de todos e não receber sequer um pedido de desculpas? Anda! Você ficou latindo aí o tempo todo e agora vai ser um covarde? Não me cause mais vergonha para a turma B.

 

Ah, sim. A turma B… Itsuka tem razão, ele não deveria estar causando tantos problemas para seus colegas.

 

— Entra comigo? — a ruiva suspirou e concordou.

— Eu vou entrar com você, mas eu não vou te acompanhar até o Bakugou.

— Acho que é justo… — respondeu a contragosto.

— Vão querer entrar, então? — provocou Mina e ambos levaram um susto. — Desculpa, desculpa. Não queria assustar vocês, mas é que o Aoyama viu vocês do quarto dele e veio avisar.

— Vamos, Monoma. Diga o que você veio fazer aqui. — Kendo fala cutucando o amigo.

— Eu vim pedir desculpas ao Bakugou.

— Você poderia ter demorado mais um dia. Eu teria ganhado a aposta contra o Sero e o Kaminari, sabiam?

— Desculpa, mas eu não poderia deixar o Monoma demorar mais um dia, já fazem dois dias, afinal. — Kendo responde empurrando o loiro porta adentro.

— Com licença. — pediram ambos os alunos invasores.

— Eu sei que está tarde, mas meu amigo tem assuntos pendentes com o Bakugou, será que dá para isso ser resolvido agora?

— Cara, você deu sorte. — brincou Kirishima. — O Katsuki dorme super cedo. — comentou se levantando do sofá em que jogava cartas com outros amigos. — Ei, Midoriya! Vamos escoltar o Monoma até lá em cima?

— Hã? — perguntou confuso, mas logo entendeu a situação. — Ah, sim! Vamos sim! — concordou às pressas enquanto pedia desculpas aos amigos por se afastar.

— Boa sorte. — desejou Kendo. — Eu vou ficar aqui. — avisou enquanto se sentava ao lado de Momo para poderem conversar.

 

Neito, com receio, seguiu em direção ao elevador na companhia de Izuku e Eijirou. 

 

— Sabe, eu achei que você não fosse vir, mas o Midoriya garantiu que você ia ver cedo ou tarde. — confessou Kirishima. — Mas eu fico feliz que você tenha vindo.

— Seria errado eu não vir. — o loiro murmurou tentando não realizar nenhum movimento que acusasse sua ansiedade, mas foi inevitável que a mão dentro do bolso não brincasse com o tecido da roupa.

— Você vai contar para ele? — Midoriya perguntou enquanto saiam do elevador.

— Contar o quê? — Neito questionou sem compreender, mas o esverdeado apenas sorriu.

— Obrigado por vir. O Kacchan pode ser daquele jeito, mas ele vai aceitar seu pedido de desculpas, não se preocupe.

— Obrigado… — agradeceu pelas palavras de conforto enquanto Kirishima batia na porta e a abria.

— Katsuki, tem alguém querendo falar com você antes de você dormir. — avisou e colocou Neito para dentro do quarto e em seguida fechou a porta.

— Você sabe que acabou de jogar uma presa na jaula de um leão, não sabe? — perguntou Izuku rindo.

— Ele merece um pouco. 

Midoriya pensou em contestar, mas não tinha certeza se queria. Entretanto, sua confusão logo se tornou irrelevante ao ver a porta tentar ser aberta, sendo a tentativa fracassada porque Kirishima segurava a porta.

 

— Me deixa sair daqui! — gritou Monoma desesperado.

— Vamos, Katsuki. Seja um homem decente e converse com o Monoma. — pediu Midoriya.

— Vai tomar no cú, Deku! — Bakugou xingou antes de puxar o loiro pelo colarinho e o arrastar até o meio de seu quarto. — O que você quer? São 8:15 da noite, então você tem dez minutos. — avisou cruzando os braços. — E se você veio para me chamar de “princesa” de novo, sabe muito bem onde enfiar essa merda.

— Eu… — houve uma longa pausa antes que a continuação viesse. — É… Eu queria te pedir desculpas. — Katsuki ergueu uma sobrancelha em resposta e viu os olhos dele brilharem com as lágrimas sendo produzidas — Eu sei que fui um idiota. E, de verdade, eu não sabia que você era trans. Digo… Se eu soubesse eu jamais teria te chamado no feminino… Eu achei que seria divertido de provocar porque você pareceu um homem cis cuja a masculinidade frágil foi afetada, entende? Minha intenção era outra completamente diferente. — explicou limpando as lágrimas.

— Eu não sei se fico mais puto por você me chamar no feminino ou por achar que eu sou um homem de merda que acha que mulher é inferior. — reclamou descruzando os braços. — Era isso?

— Eu também queria te pedir desculpas por te causar disforia, eu tenho certeza que causou, porque com certeza isso teria me causado. — explicou envergonhado.

— Teria te causado? Não me diga que…

 

“Eu acho que você estava muito irritado para perceber, mas o Monoma não sabia, Kacchan. E pela reação dele, ele parecia entender muito bem a burrada que fez.”

 

Claro, o brócolis ambulante sabia desde o princípio.

 

— Eu sou um homem, assim como você. — explicou levantando parte da blusa para mostrar o binder.

 

Bakugou deu uma risada nervosa para mostrar o quanto não acreditava na situação.

 

— Senta aí, vamos conversar um pouco. — pediu se sentando no chão também.

 

[...]

 

— Vocês crianças me dão muita dor de cabeça. — reclamou Shouta ao passo que trazia alguns biscoitos que havia feio com Eri mais cedo.

— Obrigado por me escutar, professor Aizawa. 

— Bom, seus argumentos eram lógicos, não era necessário que os professores se metessem no meio. E vocês são grandes o suficiente para lidar com isso. 

— Então, você e o Neito são amigos? — Eri perguntou sorrindo enquanto pegava um biscoito para comer.

— Eu não sou amigo daquele idiota. — reclamou Katsuki pegando um para comer também.

— Meus amigos são amigos! — Eri gritou animada e Toshinori foi o primeiro a dar risada da reação.

 

Bakugou não discordou dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Agradeço de coração a quem leu ♥