Jake POV (continuação)

Ela me olhava tristemente, com o olhar praticamente implorativo.

“Onde você está indo?”

“Eu não vou fazer nenhum bem aqui”

Ela levantou sua mão, implorando. “Não vá”

Eu pude sentir o vício me sugando, tentando me fazer ficar perto dela.

“Eu não pertenço aqui. Eu preciso voltar”

“Por que você veio hoje? “ Ela perguntou, ainda sem firmeza.

“Só pra ver se você estava bem. Foi estranho eu falar com o seu amigo de olhos claros e ele dizer tão naturalmente que estava aqui...”

Eu não pude dizer pelo rosto dela se ela acreditou nessa ou não.

“Você vai voltar? Antes...”

“Eu não vou voltar e ficar vendo você morrer, Nanda”

Ela estremeceu. “Você está certo, você está certo. Você deveria ir” Eu fui para a porta.

“Tchau “ Ela sussurrou atrás de mim. “Amo você, Jake”

Eu quase voltei. Quase voltei pra cair de joelhos e começar a implorar. Mas eu sabia que tinha que desistir de Nanda, desistir de sua frieza, antes que ela me matasse, do mesmo jeito que ela ia matá-lo.

“Claro, claro“ Eu murmurei na minha saída.

Eu não vi nenhum dos vampiros. Eu ignorei minha moto, a que eu havia pegado para vir toda sozinha no meio do mato, não era rápida o suficiente pra mim agora.
Tirei minhas roupas, sem ligar pra quem talvez tivesse olhando, e comecei a correr. Eu me tornei lobo em meio aos passos.

NandaPOV

Não queria ferir os sentimentos de Jake de maneira alguma, mas eu não iria renegar a criança que estava dentro de mim por puro capricho deles. Eu já amava aquele pequeno ser, mais que minha própria vida, então eu o teria, custasse o que fosse.

Edward chegou logo após Jacob ter saído da sala. Tinha o olhar baixo.

“Jake não me entende... Você... você também... Eu só não posso... perdê-lo...” Disse lembrando do ‘acordo’ que os dois haviam feito.

“Eu não queria... sinceramente não queria tê-lo feito... mas foi a única solução que eu encontrei...”

“Você sabia que eu nunca... nunca aceitaria uma coisa dessas...”

“Eu não consegui pensar em mais nada” Ele entregou derrotado.

Me levantei do sofá e cheguei bem perto dele.

“Olha... podemos enfrentar isso... juntos!” Peguei uma de suas mãos e entrelacei nossos dedos “Vai ficar tudo bem, eu sei que vai...” Abri um sorriso para ele “Eu sei que está sofrendo com tudo isso, mas não há necessidade...” Passei meus braços em volta de seu pescoço “... Eu te amo Edward Cullen...” Dei um singelo beijo em seus lábios”...E amo também o nosso... bebê...” Coloquei sua mão em meu ventre, ainda reto.
Isso pareceu tê-lo feito acordar para uma fria e dura realidade, pois no mesmo momento em que coloquei sua mão em meu abdômen, ele se retraiu e a afastou.

“Não... não dá! Não vou conseguir! Olhe para isso Nanda. Não vê? Isso vai te destruir!”

Olhei para minha barriga. Como um ser tão pequeno, resultado de um milagre entre duas almas poderia ser tão prejudicial como ele julgava? Não... não era assim...

“Não... não vai...” Disse acariciando meu bebê “... Eu o amo!”

Uma máscara de dor tomou conta de seu rosto pálido. Ele colocou a mão na cabeça, bagunçando ainda mais os fios de seus cabelos.

“Eu... vou sair... tenho que... caçar”

Ele não me olhou de volta, apenas saiu.

Sentei-me no sofá, ainda com as mãos sobre a criança que eu esperava. Uma lágrima caiu de meus olhos sobre a minha barriga. Um aperto em meu coração, como um buraco se abrindo em meu peito tomou conta de mim.
Uma dor forte me afligiu, e eu comecei a respirar pesadamente.

Logo Rose entrou na sala.

“Nanda, o que foi??” Ela colocou a mão em minha barriga “...É o bebê?? Deus?! O que você ta sentindo?”

“Tá... tá doendo. É uma pontada forte...” Disse segurando a dor, mordendo os lábios.

“CARLISLE!!!” Rose gritou desesperada.

Todos que estavam na casa desceram, mas Emmett chegou primeiro.

“O que aconteceu com ela Rose?”

“Sei lá... Acho que o Ed ou o cachorro falaram algo. Eu não sei... Você sabe que ela não pode passar nervoso...”

Carlisle logo passou por todos, chegando até mim.

“O que sente Nanda?”

“Uma pontada... ai... forte.. aqui” Disse indicando o local.

Ele me pegou no colo e me levou até o consultório. Me deitou na cama e começou a me examinar. Findados os exames ele saiu da sala. Voltou minutos depois com um copo e um comprimido. Olhei desconfiada para eles, afinal... ele concordava com Edward e Jacob sobre o meu bebê.

“Pode tomar. Vai melhorar com isso. E além do mais, Esme jamais me perdoaria se eu fizesse algo que machucasse o bebê, e eu também mudei de idéia...” Ele agora me olhava carinhosamente “Afinal... milagres são possíveis!” Ele disse como se soubesse de algo, mas eu não o questionei, apenas engoli o comprimido.

“Mas... o que eu tive a pouco doutor?”

“Por enquanto não foi nada... mas se isso se prolongasse, seria o começo de um aborto espontâneo... Tem que tomar cuidado Nanda, um aborto espontâneo pode acontecer até o terceiro mês de gestação...”

Engoli seco “Eu... tomarei, pode ter certeza”

“Agora descanse. Fique aí um tempo, e chame um de nós quando quiser descer...”

“Ok” E ele começou a sair do quarto. Quando estava na porta o parei.

“Carlisle..?”

“Sim?”

“Eu... Obrigada!” Ele apenas sorriu e deixou o quarto.

Eu tinha que me acalmar. Um aborto? Deus! Eu não podia perdê-lo, não o meu pequeno milagre.