John POV

Saí da escola mais cedo hoje. Eu ainda estava muito perturbado com a visão que eu havia tido mais cedo...

Nunca pensei que poderia ficar desse jeito com uma de minhas visões, mas esta realmente me chocou... era um tanto... perturbadora...

Eu iria para a capital. Não iria de carro porque o mesmo era muito devagar, e eu tinha pressa, muita pressa...

Cheguei mais rápido do que o imaginado.

Entrei na ‘Breaking Joy’, uma joalheria muito famosa em todo os EUA.

Chamei por uma atendente, e logo uma mulher loira, que faltou pouco me comer com os olhos apareceu.

“Si... si.. sim??”

“Er.. quero que me mostre algo..”

Passou-se cerca de uma hora até que eu escolhesse o objeto ideal, assim como eu vira em minha visão.

Já estava no caixa. A mulher de lá era ainda mais fútil que a atendente, se é que isso era possível.

Os pensamentos dela eram tão fúteis como a própria pessoa, e chegavam a ser impróprios até para menores de 30 anos... mas eu tinha um pouco a mais que isso... rs

“Er... $49,000.00” Ela arregalou os olhos ao ver a quantia.

“Pretende pagar como? Nós parcelamos em...”

“Á vista... cartão de crédito...” Disse esticando o cartão para ela.

Bonito e rico?? Meu Deus! Eu preciso dele!!

Fiz cara de entediado... Como uma pessoa podia ser tão fácil?? Não tinha, pelo menos, o mínimo de dignidade??

Terminei de pagar, peguei meu cartão e saí, precisava chegar logo em casa...

Eu sabia que lá me esperava uma garota de olhos violeta furiosa esperando por mim. Eu ainda não podia ver sua reação, pois a mesma se alternava entre me desmembrar lentamente, arrancar minha pele ou queimar minha pele e jogar no fundo de um poço... sem fundo... *medo da Nanda :o*

Ela conseguia ser hilária, até com esses pensamentos homicidas...

Pude ouvir Nanda bufando lá de fora... É... eu tava lascado!

Fui entrando bem devagar... passo-a-passo...

Olhei para a cara dela. Ela parecia mais é um touro bravo, prestes a atacar o toureiro sem dó nem piedade... e o toureiro.. no caso.. era eu... :(

“Oi Nandinh...”

Ela não me deixou nem terminar a frase... É.. eu ia ter que escutar quieto...

“’Oi’ O cacete! Onde vc estava? Tem noção de que horas são??”

Quase ri com o que ela disse. Ainda estava tão cedo... Mas não ri.. senão morreria ainda mais cedo.. e ainda pior...

“Tenho.. ahn.. são 20h exatamente!”

Vi que não devia ter brincado ao olhar pra cara dela.. Pronto! Agora ela não ia apenas arrancar meu coro.. ia fazer isso bem lenta e dolorosamente...

Lembrei-me da ruivinha, e como ela detestava as atiradas que chegavam perto de mim...

“E não...”

Sabia que ela era super curiosa... sabia que ela ia perguntar o que tinha sido esse ‘e não..’

“’E não’ o quê, sua besta?”

“Eu não estava com a ruivinha... Vc sabe que eu não gosto de atiradas...”

Atirada mesmo... falava cada coisa no meu ouvido. Ainda bem que Nanda não lia mentes, pois se lesse.. a ruivinha não teria mais pele cobrindo o corpo...

“Mas eu não pergunt..”

“Mas queria... só simplifiquei pra vc!”

“Ah... que seja!... Er.. onde vc estava então, se não estava com a ruiVADIA??”

Nanda era hilária com esses ataques que ela tinha.. Como eu contaria à ela o que eu estava fazendo??

Eu não... podia... se ela soubesse.. não ia aceitar...

“Eu estava.. ahn.. fazendo uma coisa importante no centro...”

“Humm... e o que vc foi fazer no centro da cidade??”

Abaixei a cabeça... ela ia ficar ainda mais curiosa se soubesse que fui à capital... mas não tinha jeito.. não contaria mais uma mentira à ela...

“Eu... não fui ao centro de Forks...”

Ela me olhou confusa.

“Mas... vc não acabou de dizer que foi ao centro?”

“Sim.. mas é no centro do país... eu fui até a.. capital...”.

“Co.. como??”

“É..à capital... tinha que comprar algo...”

Eu sabia a pergunta que viria a seguir.. e esta. eu não poderia responder...

“E o que seria?”

Eu não iria dizer o que eu havia comprado, mas bati no bolso do meu sobretudo, sinalizando que o que eu comprei estava ali.

“O que é isso?”

Resolvi acabar com aquele assunto.

“Larga de ser curiosa Nanda! Er... eu já vou pro meu quarto... preciso organizar umas coisas...”

Ela estreitou os olhos, mas me deixou ir sem mais perguntas.

Hoje eu iria caçar sem Nanda, eu precisava caçar mais do que ela, afinal, Nanda ainda tinha uma parte humana...

Davam 23h quando saí de casa para caçar.

Como eu era rápido, eu sempre acabava minha caça rapidamente, e podia voltar pra casa mais cedo do que no tempo normal, quando eu caçava junto com a Nanda..

Eu estava abatendo minha terceira corsa, quando minha vista perdeu o foco... uma visão...

Nanda estava subindo em uma escada. Quando estava no último degrau, subiu os braços e pegou uma sacola. Mas não era uma sacola qualquer, era a sacola que eu havia colocado em minha prateleira há pouco tempo atrás, eu havia colocado na prateleira mais alta justamente para que ela não visse... mas vejo que não deu certo.

Ela abriu a sacola, e de lá tirou a caixinha preta aveludada, tão conhecida por mim...

Ela olhou a inscrição que ela continha curiosa. Ela começou a abrir a caixa vagarosamente...

Minha visão voltou ao foco, e eu comecei a correr em direção à nossa casa. Corri como nunca havia corrido antes, eu precisava chegar a tempo para impedi-la.

Eu podia inventar algo sobre o que havia na caixa se ela visse, pois não era tão desesperador, mas eu preferia que ela a abrisse na hora certa...

Cheguei em casa, subi as escadas... entrei no quarto e vi a mesma cena que havia visto na minha visão: Ela estava para abrir a caixa.

“NÃÃÃÃOOOO!!!” Soltei desesperado, tirando a caixa de suas mãos.

Corri para fora de casa, sem dar explicações. Entrei pela mata e cheguei a uma linda parte da floresta... Já havia a visto em algum lugar... sim... na mente de Nanda.. antes de fugirmos dos Volturi...

Era uma linda clareira. Estava de noite, mas eu podia perceber que de dia, quando o sol aparecia, aquela parte da floresta se tornava uma linda clareira... e pelo jeito.. aquela era a parte mais alta de Forks, o que fazia aquele lugar ser sempre iluminado pelo sol... o que pouco ocorria mais ao centro da cidade...

Passei pela clareira e andei mais um quilômetro depois dela. Parei no lugar onde tinha uma pedra bem grande fixa ao chão. Removi-a de onde estava. Retirei meu sobretudo e envolvi a caixinha com ele, para a proteger. Coloquei-a no buraco onde ficava a pedra e depois, a coloquei de volta... cuidadosamente.

Voltei rapidamente para casa. Sabia que Nanda ia querer explicações.

Eu mal havia adentrado o quarto e ela já vinha com perguntas:

“John.... o que era aquilo?”

“Não era nada, meu anjo!”

“John... me fala o que ERA AQUILO!”

Ela estava furiosa.. simplesmente detestava quando eu escondia algo dela.

“Nanda... não continue com isso... não tem nada a vê...”

Nem pude terminar a frase e ela começou a gritar.

“COMO NÃO TEM NADA A VER JOHN?? VC TÁ ME ESCONDENDO ALGO... O QUE É??”

“Eu... não posso contar... é... doloroso...”

Pude ver seus olhos passarem de furiosos para serenos.

Ela me deu um sorriso torto e falou:

“Se for pra ruivinha eu... te mato!”

Ela fez sinal de que me mataria. Dei um sorriso amarelo para ela, sem muito humor... eu estava... pensativo...

“Me desculpe... Juro que algum dia vc vai entender... e espero que... depois de tudo... continue me amando... assim como eu te amo...”

Não sabia se depois de tudo ela ainda ia me querer por perto... realmente.. não sabia..

“Eu... sempre vou te amar...”

Ela não sabia como aquelas palavras me traziam paz... me confortavam...

Ficamos abraçados por um tempo, mas logo depois ela foi dormir, e eu fiquei na sala... pensando...

“Esse seu lado humano.... aiai... É Nanda... logo logo vc vai ter que escolher... Pelo menos isso eu vou poder te dar...” Disse baixo.. pra mim mesmo.