Hermione

Voltei para Hogwarts após a Segunda Guerra Bruxa - Harry e Ron não voltaram, foram direto trabalhar no Ministério. Após a Guerra, Ron e eu conversamos e resolvemos tentar levar a amizade para um relacionamento, mas não funcionou muito bem.

Antes de eu voltar para Hogwarts, estávamos até que indo bem: saíamos para almoçar ou jantar, às vezes ele me tirava do sério, mas conseguíamos resolver bem. Uma semana antes de voltar à Hogwarts, Ron fez um jantar romântico na Toca - com ajuda de Molly, claro - e me pediu em namoro. Eu aceitei, óbvio. Mas, com o passar dos dias e o nosso distanciamento, nosso relacionamento estava esfriando. 

Conversávamos por cartas duas vezes por semana, mas foi diminuindo até ser uma ou duas vezes por mês. Eu estava me ocupando muito com as aulas, lições, N.I.E.M.s, etc. Passava horas estudando e, no fundo, sentia que nosso relacionamento terminaria assim que eu saísse de Hogwarts para as férias de fim de ano. Apesar de sentir por esse término, sabia que era o melhor para nós dois. Merecíamos mais do que isso, era como se nossos sentimentos um pelo outro estivesse voltando para a amizade. 

Gina voltou para Hogwarts também, mas tinha feito amizade com o pessoal do time de quadribol, e outras meninas da idade da, então nossa amizade ficou mais distante também. Mas, na verdade, não me importei tanto. Ainda éramos amigas, mas não ficávamos juntas muito tempo, cada uma estava seguindo sua própria vida e não tinha nada errado nisso. Soube que ela e Harry terminaram por carta, basicamente o mesmo motivo do meu futuro término com Ron. E logo ela estava rodeada de rapazes loucos para ficar com ela. Gina estava ainda mais linda e sabia como usar isso à seu favor.

Quanto à Harry… nós nos falávamos quase toda semana, mas às vezes ele me mandava cartas desejando boas aulas ou boa prova, ou simplesmente perguntando sobre alguma coisa nova que eu ia aprender, ou eu mandava carta desejando bom treinamento especialmente em dias que eram mais complicados. E eu achava irônico como eu me comunicava mais com meu melhor amigo do que com meu namorado, mas isso fazia sentido também, era um relacionamento mais simples.

Harry também me mandava atualizações sobre seu treinamento para auror, falava sobre como Arthur Weasley ainda tinha curiosidade pelo patinho de borracha dos trouxas, me perguntava sobre as aulas e provas, dava algumas dicas - isso realmente me alegrava - e também pedia alguns conselhos, assim como eu também pedia conselhos em relação à Ron, afinal, eles conviviam. Conversamos sobre seu término com Gina e ele parecia estar levando bem.

E então dezembro chegou. Essa época do ano era maravilhosa, tudo ficava ainda mais bonito. A decoração de Hogwarts sempre me encantava. Combinei com Ron e Harry de nos encontrarmos na estação 9 ¾ daqui dois dias. Estava ansiosa para vê-los, até mesmo Ron, ele ainda era meu amigo e esperava que continuasse a ser. 

No trem, achei uma cabine vazia e agradeci por isso, estava gostando cada vez mais de ficar sozinha, mas Harry e Ron faziam muita falta e eram insubstituíveis. Peguei um livro e li ele todo durante a viagem, cochilando por apenas alguns minutos no meio do livro. 

Assim que o trem parou, senti meu coração acelerar, estava com uma mistura de sentimentos. Desci do trem e peguei minhas malas, logo vendo Harry e Ron juntos. Sorri para eles ao vê-los sorrir para mim. Corri até eles e, como Harry estava na frente, o abracei primeiro, soltando as malas. Ele me apertou um pouquinho forte e suspirou.

— Eu senti tanto a sua falta, Mione… - ele sussurrou e me olhou.

— Eu também, Harry… - sorri para ele e dei um beijinho em seu rosto, soltando-o. Ele pegou minhas malas e olhei para Ron meio sem jeito, assim como ele.

— Oi, Mione… - ele disse em tom baixo. 

— Oi, Ron… - abracei ele também e ele retribuiu, mas parecia incomodado. Suspirei e me afastei. - Onde estão…?

— Hermione! - ouvi a voz dela e me virei. Molly Weasley se aproximou feliz e me deu aquele abraço de mãe que eu sempre amei. Retribuí o abraço e ela deu um beijinho em meu rosto. - Você está linda! - ela sorriu e me olhou.

— Oi, Molly… obrigada… - sorri meio sem jeito, sempre ficava assim com elogios desse tipo.

Arthur se aproximou e me cumprimentou também. - Vamos?

— Claro! - ela se afastou com ele e Gina, conversando animados.

Ron os seguiu e eu suspirei. - Mione… - Harry disse baixo e me olhou. - Vocês vão ter tempo para conversar. 

— Eu sei… - suspirei e balancei a cabeça levemente, olhando-o e abrindo um sorriso. - Vamos antes que nos deixem para trás… 

— Eles não fariam isso… - ele riu e os seguimos. 

 

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— Surpresa! - assustei ao ver meus pais.

— Mãe, pai! - sorri e corri até eles, abraçando-os. - Eu pensei que vocês iriam viajar… 

— Nós estávamos viajando, mas Molly nos mandou uma coruja pedindo para fazermos essa surpresa… - minha mãe sorriu.

Olhei para Molly. - Obrigada…

— Não foi nada, querida. - ela sorriu e foi para a cozinha, seguida por minha mãe. Os outros Weasleys me cumprimentaram e zoaram a Gina, se espalhando pela casa. Meu pai foi conversar com Arthur sobre coisas do mundo trouxa. Eu senti saudades dessa casa e da movimentação dos Weasleys. 

Harry me olhou e apontou para Ron com a cabeça. - Vou levar suas malas para seu quarto, Mione. - ele disse e subiu. 

Suspirei e olhei para Ron. - Podemos conversar?

Ele deu de ombros. - Podemos. Vamos para o jardim, minha mãe plantou mais flores. 

Balancei a cabeça levemente concordando e saímos, caminhando em silêncio até o jardim. Realmente estava bem mais bonito com várias flores e alguns bancos. Apesar do frio, não estava nevando.

Me sentei num banco e ele se sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por alguns segundos, organizando nossos pensamentos. Olhei para Ron e suspirei.

— Eu acho que precisamos tomar uma ddecisão sobre o nosso relacionamento. - finalmente falei.

Ele suspirou e me olhou. - Não podemos mais ficar juntos, Mione. 

Pisquei algumas vezes, absorvendo as palavras. Eu já esperava que isso fosse acontecer, mas ele falou isso muito diretamente.

— Desculpa, eu não sabia como falar isso. - ele suspirou. - Mas não está dando certo… 

— Eu sei, também sinto isso. - suspirei e desviei o olhar, pensando. - E também acho melhor terminarmos antes de nos machucarmos. 

— Sim, também acho. 

— Ainda seremos amigos? - olhei para ele.

Ele deu um leve sorriso e balançou a cabeça concordando. - Podemos continuar sendo amigos sim, Hermione. Você é importante para mim, mas… não como uma namorada.

— Eu entendo. - sorri e o abracei. - Obrigada por tornar tudo isso mais fácil. - o soltei e suspirei.

— Tudo bem… - ele suspirou e se levantou. - Vamos entrar? Está muito frio. 

— Vamos. - me levantei e entrei com ele, mais aliviada após essa conversa. Realmente éramos melhores como amigos.

 

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— Feliz Natal! - desejamos todos ao mesmo tempo, durante o jantar na Toca.

Fazia pouco tempo de algumas perdas que tivemos, da guerra, mas, apesar disso, estávamos felizes por um ano de paz, tendo que lidar com coisas comuns da vida e sem guerra.

A semana passou rápido e logo veio a virada de ano. Meus pais precisaram voltar para a Itália, estavam em uma conferência importante, mas foi ótimo tê-los comigo durante o Natal. 

Molly fez um jantar especial, comemos bastante e, à meia-noite, desejamos feliz ano novo a todos. Após mais ou menos uma ou duas horas, algumas pessoas foram dormir, mas fiquei na sala, tomando um chocolate quente com uma manta próxima à lareira.

Harry se aproximou também com um chocolate quente e se sentou ao meu lado. Sorrimos um para o outro e ficamos em silêncio observando a lareira. Eu já estava me sentindo bem tranquila, mas a presença de Harry me deixou ainda mais calma. Deitei minha cabeça em seu ombro após jogar uma parte da manta em seu colo também.

Ele passou seu braço ao meu redor e me apertou um pouquinho, delicadamente. Continuamos em silêncio e suspirei, agradecendo a Merlin por ter Harry na minha vida. 

— Hermione, Harry… - ouvi a voz de Molly e ela nos olhou sorrindo.

— Sim? - Harry perguntou baixo e eu sorri para ela.

— Eu vou dormir, mas caso precisem de qualquer coisa, podem me chamar.

— Tudo bem, Molly… nós estamos bem. - eu disse e suspirei. - Obrigada. 

Ela sorriu para nós e subiu as escadas.

— Ela é incrível… - sussurrei.

— Demais… - Harry concordou. 

— Harry?

— Sim?

— Obrigada.

— Pelo que? - ele me olhou, mas continuei com a cabeça deitada em seu ombro.

— Por ser meu amigo. Por sempre estar ao meu lado.

— Sempre vou estar do seu lado, Mione, não precisa agradecer… - senti que ele sorria, mas não o olhei. - Eu que preciso agradecer, na verdade. 

Finalmente o olhei. - Por…?

— Pelos mesmos motivos que você. - ele sorriu 

— Não agradeça também, Harry… - dei um beijinho em seu rosto e voltei a deitar minha cabeça em seu ombro após deixar minha caneca na mesinha de centro. Me encolhi um pouquinho e suspirei. 

Não sabia dizer por quanto tempo ficamos assim em silêncio, nem quando dormi, mas acordei durante a madrugada e estava na minha cama, sorrindo meio boba por Harry ter me carregado até lá. Eu tinha sorte por tê-lo mesmo. 

 

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Harry, Ron, Molly e Arthur acompanharam Gina e eu até a estação alguns dias depois. Nos despedimos e subimos no trem, cada uma indo para uma cabine. Abri a janela e dei tchau para eles enquanto o trem se afastava, ia sentir saudades deles. 

As semanas seguintes foram muito intensas com estudos intensivos para os N.I.E.M.s. Harry continuou me mandando cartas, que eu respondia entre horas de estudo, realmente focada em passar nos N.I.E.M.s, estudando o máximo possível por horas. Talvez fosse uma das alunas que mais passava tempo na biblioteca da escola. 

Finalmente chegou a época de fazer os N.I.E.M.s e foquei ainda mais, respondendo cada prova escrita com paciência e me lembrando de cada assunto estudado, fazendo o mesmo para as provas práticas. Harry me desejava boa prova toda manhã e mandava cartas ao final de cada aula, perguntando sobre as provas. Eu gostava dessa preocupação dele, era fofo. 

Finalmente as notas saíram e tirei "O" em todas as matérias que fiz a prova, e um "E" em Defesa Contra Artes das Trevas. Fiquei tão feliz e mandei uma carta imediatamente para Harry, foi a primeira pessoa que me veio à mente para mandar. Ele respondeu rápido, tão feliz quanto eu e me dando parabéns.

Após o final das aulas e a despedida emocionante que Minerva McGonagall fez para os autos do sétimo ano, pegamos o trem de volta para nossas casas. 

 

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Um ano depois

Fazia um ano desde que saí de Hogwarts e comecei a trabalhar no Ministério, no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, continuando meu trabalho com o FALE. 

Harry, Ron e eu trabalhávamos juntos como nos velhos tempos, às vezes, matando as saudades, de certa forma. Passamos nossos aniversários juntos - a maior parte do tempo na Toca, que virou o ponto de encontro, como uma segunda casa para Harry e para mim. 

Eu estava gostando de trabalhar no Ministério, pude acompanhar o treinamento de Harry e Ron, comemorando com eles quando conseguiam algo e ajudando-os em algumas dúvidas que tinham. 

— Hermione, quer almoçar comigo? - Harry perguntou certo dia enquanto caminhávamos pelo Ministério.

Eu estava indo levar mais algumas ideias do FALE para o Ministro, Kingsley, e Harry resolveu me acompanhar, como fazia às vezes. 

— Claro, Harry. - sorri para ele.

— Te espero ao meio-dia então. - ele sorriu e foi para o andar dos aurores enquanto eu continuava para a sala de Kingsley. 

 

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Harry e eu almoçamos juntos num restaurante próximo ao Ministério, conversando coisas aleatórias e rindo de algumas coisas que contávamos. Isso acabou virando rotina e todo dia saíamos juntos para almoçar, variando de restaurante para não ficarmos sempre no mesmo. No Ministério, acabamos nos aproximando também, indo nas salas um do outro em horários vagos para conversar ou para ajudar nos projetos um do outro.

Mais alguns meses se passaram e era Natal. Como todos os anos, íamos passar na Toca, mas eu precisei ficar até tarde do dia 24 resolvendo alguns assuntos no Ministério e Harry ficou comigo, me ajudando como podia - não tinha muito como ele ajudar, mas só sua companhia já foi ótima.

— Hermione, sério, eles vão nos matar se chegarmos muito tarde… - Harry disse. 

— Estou quase terminando… - falei e olhei para o relógio. 7h30min da noite. Suspirei. - Ainda temos um tempinho. Mas, Harry… - olhei para ele. - Se quiser ir, tudo bem. Daqui a pouco encontro vocês lá.

— Não vou deixar você sozinha na véspera de Natal, Mione. 

Suspirei e sorri levemente, já cansada, pois estava trabalhando desde cedo. - Obrigada.

Às 9h35min, terminei tudo que precisava e suspirei, deixando os envelopes sobre minha mesa. Olhei para Harry e sorri ao ver que ele cochilou no sofá. Fiquei observando-o por alguns minutos, parecia tão tranquilo e em paz, que me deu dó de acordá-lo.

Me levantei e fui até ele, me abaixando em frente ao sofá e acariciando seus cabelos delicadamente, falando baixo com uma voz doce cheia de carinho, como normalmente usava com ele: - Harry, acorde… 

Ele murmurou algo que não entendi e suspirou, se mexendo, mas sem acordar. Suspirei sem querer acordá-lo, ele estava cansado, mas precisava fazer isso, senão os Weasley nos matariam.

— Harry… - falei um pouquinho mais alto. - Harry, acorde… 

Ele suspirou e abriu os olhos lentamente, me observando e parecendo tentar entender o que estava acontecendo. Sorri para ele.

— Oi… - sussurrei. 

— Oi, Mione… eu dormi? - ele perguntou num sussurro, bocejando em seguida.

— Dormiu… - dei uma risadinha e ele sorriu. - Se não precisássemos ir para os Weasley e você não estivesse num sofá, eu juro que não te acordaria… 

— Tudo bem… - ele bocejou e se sentou. Me levantei e fui até minha mesa, pegando minha bolsa. - Você quer passar na sua casa para trocar de roupa?

— Tudo que eu precisava era um banho e minha cama, mas duvido que se eu for para casa, eu consiga sair depois… - olhei para ele.

— Acho que te entendo… - ele fez uma caretinha apontando para o sofá e nós rimos.

— Vamos?

— Vamos.

 

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— Feliz Natal! - mais uma vez todos desejamos juntos ao brindar à meia-noite do dia 24 para 25 de dezembro. Mais um Natal feliz na Toca, mas com algumas mudanças.

 

Gina trouxe o novo namorado, John, um lufano fofo e jogador de quadribol como ela, que agradou à todos imediatamente

Ron estava namorando uma auror em treinamento, mas ela não pôde ir passar o Natal na Toca com eles. 

Jorge estava namorando Angelina Johnson, mas ela também não pôde ir passar o Natal na Toca. Ambas prometeram ir no ano novo. 

Fleur e Gui tiveram Victoire, sua primeira filha, que alegrou ainda mais o Natal da família Weasley. Meus pais passaram o Natal com a gente novamente, mas precisaram voltar mais cedo à rotina normal. 

Novamente, depois que todos foram dormir, Harry e eu ficamos no sofá próximos à lareira, tomando chocolate quente em um silêncio gostoso, com uma sensação de paz.

— Acho que isso vai virar uma tradição… - falei em tom baixo, terminando meu chocolate quente.

— O que? - Harry perguntou. 

— Nós dois em frente à uma lareira com chocolate quente no Natal. - sorri e o olhei.

Ele sorriu. - Acho que será uma ótima tradição, na verdade.

Balancei a cabeça levemente concordando. - Concordo. 

Ficamos nos olhando fixamente por alguns segundos e senti algo dentro de mim que nunca imaginei sentir por Harry e, na verdade, não entendi bem o que era. Desviei o olhar e deitei minha cabeça em seu ombro, tentando disfarçar o momento. Ele suspirou e me abraçou, sem dizer uma palavra, mas algo me dizia que ele sentiu o mesmo. Não falamos mais nada até acabarmos adormecendo os dois no sofá dessa vez, até Harry acordar de madrugada e me levar para minha cama, indo para seu quarto em seguida.

 

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Três meses depois

Harry e eu não conversamos sobre o que aconteceu no Natal, mas continuamos a amizade normalmente, na mesma rotina em que estávamos acostumados no Ministério. 

Mas tudo estava prestes a mudar.

Numa sexta-feira, Harry me convidou para ir jantar e saímos juntos do Ministério, indo para um restaurante mais distante. Relaxamos ao som ambiente de algum clássico, tomando vinho tinto suave e comendo uma massa muito bem preparada. Conversávamos sobre tudo e sobre nada em especial. 

Após o jantar, resolvemos caminhar um pouco, não queríamos ir embora cada um para seu apartamento ainda, e a noite estava linda, estrelas no céu, uma lua linda. 

— Ali! Quer um algodão doce? - ele me olhou como uma criança querendo um doce, apontando para um carrinho vendendo algodão doce.

— Por Merlin, Harry… - eu disse rindo. - Vamos lá.

Compramos dois e caminhamos tranquilamente pelas ruas de Londres. Harry acabou seu algodão doce primeiro e roubou um pouquinho do meu.

— Ei! - reclamei, mas não me importei de verdade, só estava enchendo o saco mesmo.

Ele riu e parou de andar, roubando mais um pouquinho. Olhei para ele e levantei uma sobrancelha. 

— Isso não é justo, você sabe, né? 

Ele riu mais e não aguentei, rindo também. - É justo, fui eu que achei o carrinho. 

Peguei um pouquinho e levei até a boca dele. Ele comeu e sorriu vitorioso. - Hoje eu deixo passar, mas não se acostume, Potter. - falei mais séria e sorri.

— Obrigado, Mione. - ele sorriu e deu um beijinho em meu rosto. Senti minhas bochechas esquentarem e provavelmente corei. Respirei fundo e ele continuou me observando, saindo do ar brincalhão para um mais sério, mas não falou nada tampouco.

— Vamos… - falei em tom baixo e voltamos a caminhar, em direção ao meu apartamento.

Eu havia comprado um apartamento na Londres trouxa, gostava de morar entre eles, fui acostumada à isso desde pequena, então me fazia bem. E o apartamento também era próximo a uma entrada para o Ministério, então facilitava para mim.

Paramos em frente ao prédio e Harry me olhou. Ficamos frente à frente. 

— Obrigada pela noite… - sorri.

— Eu que agradeço, Mione… - ele sorriu e deu um passo para frente. Respirei fundo. - Você me faz tão bem… - ele sussurrou.

— Você também me faz tão bem, Harry… - sussurrei e desviei o olhar para seus lábios, mas desviei o olhar rapidamente, olhando para baixo.

— Hermione… - ele sussurrou e tocou meu rosto delicadamente, levantando minha cabeça e me fazendo olhá-lo. - Eu não sei se… - suspirou e balançou a cabeça levemente, parecendo em dúvida. Notei seu olhar passar rapidamente pelos meus lábios e voltar para os meus olhos.

— Não sabe se…? - sussurrei e respirei fundo, sentindo minha respiração falhar. 

— Eu não sei se deveria fazer isso, mas eu sinto que preciso, desde o Natal… - ele sussurrou um pouco rápido, como se tivesse medo de não conseguir falar.

— Fazer o que, Harry? - senti meu coração acelerar.

— Isso… - ele sussurrou e aproximou seu rosto.

Separei meus lábios automaticamente, querendo isso tanto quanto ele parecia querer. Fechei meus olhos e ofeguei ao sentir seus lábios macios tocarem nos meus. Harry foi delicado, seu beijo era delicado e carinhoso, parecia que era nosso primeiro beijo na vida e isso tornou tudo ainda mais incrível. Apoiei minhas mãos delicadamente em seus ombros enquanto ele acariciava meu rosto e apoiava sua outra mão em minha cintura delicadamente. 

E, nesse momento, entendi o que sentia por Harry. Estava me apaixonando pelo meu melhor amigo e tive certeza de que ele sentia o mesmo por mim. Isso me causava um certo medo, não queria perder sua amizade de jeito nenhum, mas, ao mesmo tempo, parecia uma das coisas mais certas que poderíamos fazer na vida.

Interrompemos o beijo assim que nossas respirações ficaram ofegantes e encostamos nossas testas, ainda de olhos fechados. Ficamos em silêncio por um bom tempo e, por incrível que parecesse, nenhum silêncio era constrangedor com Harry. 

Sorri e sussurrei depois de um tempinho: - Eu me sinto da mesma forma… 

Ele me olhou e sorriu. - Você não sabe como é bom saber disso…

Olhei em seus olhos e suspirei tranquilamente. Aproximei meu rosto novamente e fechei os olhos, voltando a beijá-lo lentamente e com carinho.