— Vamos Sar! – Julie havia repetido isto insistentemente, e pelo visto não pararia tão cedo, não até convencê-la.

— Estou sem animo Finn, depois que recuperar minha câmera, prometo. – Sara cruzou os dois dedos indicadores e beijou-os.

— Sar, pensa comigo. – Julie sentou-se na cama de Sara. – Indo à festa você poderá esquecer-se de sua câmera por alguns segundos e, além disto, o tempo passará mais rápido do que se ficar com o tempo ocioso. Você mesma disse-me isto!

Julie tinha o poder de jogar contra Sara tudo que Sara falava para ela. Porém estava certa, indo a uma festa além de distrair-se, o tempo correria mais rápido. Além disto, era feriado e Julie estava de folga, a próxima folga dela seria apenas no sábado, ou seja, festa só na sexta-feira. Se era férias, que fossem férias.

— Certo. Vamos. Espero apenas que meus vestidos não tenham ficado junto naquela mala, lá ficava só o que eu tinha de mais precioso. – Sara bufou.

— Ótimo.

Sara arrumou-se, por sorte seus vestidos estavam na mala correta, e seus pertences mais íntimos assim como roupas íntimas estavam na mala de mão. Arrumou-se então, utilizando um belo pretinho básico, um sapato de salto alto, o cabelo metade preso, metade solto, e uma maquiagem leve, porém brilhosa, específica para a noite.

Julie que estava morena, o que Sara havia estranhado. Julie sempre havia sido loira. Usava um short preto e uma blusa vermelha, ao contrário de Sara não sabia andar de salto, então utilizava uma sapatilha transada, e levava os cabelos soltos.

Chegando a festa olhou a multidão. Os americanos realmente gostavam de uma festa, e de muita bebida.

Sara e Julie aproximaram-se do balcão do bar.

— O que as mocinhas irão querer? – Disse o barman vislumbrando as duas de cima a baixo.

— Duas tequilas. – Disse Julie.

— Tequilas Julie? – Sara olhou-a decepcionada. Julie sabia o quanto Sara gostava de uísque. 

— Sim Sara, tequilas.

O barman então serviu as duas tequilas. Sara tomou em um gole. Era realmente bom, mas ainda preferia uísque.

No outro lado da mesma boate estavam Gilbert Grissom e seu grupo de amigos. Vários assuntos já haviam sido citados naquela roda: baseball, futebol, carros, mulheres. Opa, Mulheres! Esse era um bom assunto para abordar antes de The Sense. Alias The Sense parecia ser um tema que eles nunca cansavam.

Gilbert quando aceitou o trabalho nunca havia pensado que seus próprios amigos haviam de ser tão preconceituosos, ainda mais que alguns também eram do ramo artístico. Mesmo sendo apenas, brincadeiras, poderia ver o fundo de verdade. Eles tinham mais medo que o próprio Gilbert de que ele mudasse de time.

Gilbert tinha certeza do que era. E as piadas “inofensivas” já começavam e incomodar.

— Vocês teriam oferecido o traseiro de vocês por metade do que eu recebi de cache. – Gilbert disse por fim. Estava no limite da paciência com seus amigos.

— Certo que não meu caro. – Disse um de seus amigos. – Nem por todo dinheiro do mundo seguraria o pênis de outro homem. – Seu tom era irônico.

— Cansei de vocês. – Gilbert bufou. E levantou-se.

Saiu de perto de seus amigos, estava decidido. Não sairia mais com eles até que tomassem jeito. Suas cabeças eram tão pequenas, que mal caberia um ovo dentro. Imagine um cérebro?

Sentou-se no balcão do bar, e a uns dois metros de distância pode ver uma morena, sentada no bar, havia pedido um uísque. Pelo sotaque era brasileira. Uma das brasileiras mais bonitas que havia visto. Ela não o havia visto, então ele poderia admirar ainda mais sua beleza. Se fosse uma fã? Estaria ferrado. Enquanto ela não o visse, estava tudo certo.

Pode ver também uma morena aproximar-se de Sara, ela estava acompanhada de um rapaz alto, musculoso e muito atraente. 

— Sara. Estou indo dar uma volta com Daniel. – Apresentou-o então a amiga. – Em algumas horas estou aqui para irmos para casa, ficará bem sozinha?

— Claro. – Sara disse virando-se para os dois. – Divirta-se Finn. – Piscou então para Julie.

Gilbert pode ver que enquanto a morena virava-se para conversar com a amiga, um homem havia colocado algo em sua bebida. Deveria avisá-la. A boate estava cheia, não havia conseguido avisá-la a tempo, já havia tomado o uísque em um gole. O homem ainda a espreitava.

Merda!