Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 52
Capítulo 31 - Parte 02 (052)


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799969/chapter/52

— Não Sara. – Disse ríspido. – Não é conveniente. Fiquei por horas, dias, semanas pensando e tentando recordar o que eu havia te falado, o que eu poderia ter feito de tão mal que pudesse haver te machucado. E ainda não me perdoo.

— Nem eu Gilbert. Nem eu te perdoo.

— Mesmo? – O brilho do olhar azul se encontrou com o castanho.

— Posso lhe perdoar por qualquer outra coisa, pelos desencontros, por qualquer outra coisa que tenha havido, mas nunca vou conseguir te perdoar pelo modo que agiu comigo ao telefone. Nunca. – Sara disse com magoa, uma magoa que vinha de dentro de si.

— Ao menos pode me dizer o que conversamos ao telefone?

— Conversamos? – Sara disse irônica. – Você não me deixou dizer nada Gilbert, nada! – Ela quase não conseguia conter as lágrimas. – Me chamou de falsa, enquanto eu tentava te contar que estava grávida. Tive até medo de terminar e você dizer que o filho não era seu. Sinceramente, ninguém me magoou tanto quanto você. Mas esse era o objetivo não é?

— Não Sara, nunca seria o objetivo. Você sabe que nunca iria querer feri-la propositalmente. – Ele então buscou as mãos de Sara para pôr entre as suas.

— Eu não entendi nada errado. Um disse que se eu gritasse com você, nunca mais iria querer nada comigo. – Gritou. – Então quem está gritando sou eu, por que eu não quero saber de você nunca mais Sara.

A lembrança atormentou Sara, e as lágrimas brotaram de seus olhos mesmo sem permissão. 

— Sara... – Ele murmurou.

— Você disse que nunca mais iria querer nada comigo. Disse que gritava comigo para nunca mais saber de mim. Você se lembrou do quanto odiava gritos, do quando me faziam mal e utilizou esse método para me atingir. E você conseguiu Gilbert Grissom, hoje eu não quero saber mais de você. Não é nada além do pai do meu filho. – Fitou-o dura.

As lembranças que a conversa trouxe lhe corroeram muito, ainda mais que antes. Se da primeira vez conseguira ser forte e superar tudo sozinha sem interferência de ninguém, agora não havia nada que ela pudesse fazer. Reviver aquelas lembranças a fazia frágil e ter Gilbert ali na sua frente fazia com que o sofrimento da recordação lhe doesse ainda mais.

— Me desculpe Sara, por favor, eu estava bêbado, não sabia o que fazia.

— Não, você sabia sim. E isso vai ser sua desculpa para tudo? – Sara fitou-o séria. – Eu ontem e me exaltei. Eu bebi hoje e gritei. Eu vou beber amanhã e ficar agressivo. Quem sabe na semana que vem eu não beba e te bata. – O olhar de Sara era duro, cheio de rancor.

— Foi isso que aconteceu com seus pais Sara? É por isso que não suportava gritos? – Gilbert interferiu.

— Isto não é da sua conta Gilbert. – Respirou profundamente. – Não importa mais, agora seremos apenas bons amigos pelo futuro do nosso bebê. E temos que ir antes que nos atrasemos para a consulta.

Gilbert resolveu não contestar, isso era algo que ele iria lapidar aos poucos. No momento ele precisava pensar em como se redimir, em como conseguir o perdão de Sara. Se ele realmente havia dito aquilo e feito as coisas àquela maneira, tinha de começar a trabalhar em sua reconciliação. 

Sem discussão decidiram que iriam com o carro de Sara. A carteira de motorista de Gilbert não servia no Brasil, então ela guiou até o consultório. Durante todo o trajeto, Gilbert ficou olhando para a cidade como se estivesse conhecendo um pouco da cidade. Ao estacionar, Sara desceu do carro.

Trajava uma calça social confortável, sapatos baixos, uma camisa semi-social de botões e óculos escuros. Ela tirou os óculos assim que desceu, fazendo a volta pela frente do carro. Gilbert já estava esperando-a.

— Ótimo, - Sara sorriu irônica. – uma viagem de meia hora de puro silêncio.

Gilbert virou-se para ela, fitando-a:

— Achei que estivéssemos conversando. – Ele então sorriu.

Sara não chegou a olhar em seus olhos, ela seguiu em passos firmes em direção a clinica e Gilbert a seguiu.

— Pois não. – Disse a atendente.

— Eu tenho hora com a médica Beatriz. Sara Sidle. – Ela teve de se esforçar para falar em português, era difícil alternar tão seguidamente os idiomas de uso.

— Sim, está aqui. – Ela disse gentilmente. – Queiram seguir pelo corredor, há uma sala de espera, logo a doutora irá chama-la.

— Obrigado. – Sara disse.

Eles seguiram para o local indicado. Chegando a sala de espera Sara não acreditou no que viu. Eram eles mesmos?

— Camila? Axel? – Sara indagou sem certeza.

— Sara. – Camila teve de conter o grito, enquanto vinha correndo em direção a amiga abraçando.

— Você também tem consulta marcada com a médica? – Sara perguntou curiosa.

— Sim. 

Sara pode perceber Camila estática do nada. Demorou mais que alguns segundos para perceber o motivo, Camila havia fixado os olhos em Gilbert.

— Ah, que má educação. – Sara sorriu. – Axel e Camila, este é Gilbert. Gris, esses são Camila e Axel.

— Seu ex-marido? – Gilbert sorriu, talvez enciumado.

— Futuro ex. – Axel piscou. – Creio que até o fim da próxima semana. – Ele sorriu. – E você é o atorz...

Axel não pode continuar a piada, Sara quase o fuzilou com os olhos, e isso o fez parar antes que terminasse. Camila por outro lado nem havia se movido, então Axel percebeu o olhar de sua mulher para o homem a sua frente.

— Sara, ele é de verdade? – Disse Camila abismada pela imagem do homem que tinha a sua frente, levando o dedo indicador até o braço de Gilbert e o cutucando como se verificasse que era de verdade.

— Mila. – Sara disse repreendendo a atitude da amiga.

Gilbert por outro lado, acostumado com esse tipo de tratamento quase não se importou, mas não pode conter um riso divertido com o fato.

— Mila. – Agora a voz repreendedora veio do marido.

— O que foi? – Camila disse irritada. 

— Bebês, gravidez e hormônios. – Axel disse suspirando. – Quem vai entender? – Ele não fez essa pergunta designada a ninguém.

— Pode ter certeza que meus hormônios neste momento não estão alterados por conta da gravidez. – Camila nem titubeou.

— Camila. – Agora a voz de Axel se contrapôs com a de Sara.

— O que foi? –Ela disse mais uma vez. – Não esqueça que sua esposa ainda é a Sara. – Piscou.

— É, mas foi ele que engravidou minha mulher. – Axel apontou então para Gilbert.

Por um momento a única coisa que Sara podia fazer é agradecer por não haver mais ninguém ali, e por principalmente, Gilbert não entender absolutamente tudo que estava sendo dito em português.

Tarde demais. Camila já havia começado a tentar falar em inglês.

— Você... É... Ah... Então... É... Que... É... – Céus! Ela havia esquecido tudo do pouco que sabia de inglês.

— Senhora Camila? A doutora Beatriz lhe aguarda em seu consultório.

Camila então voltou da lua para a terra em uma fração de segundos, e ela junto com Axel seguiram em destino ao consultório. Reparando um pouco em Camila, Sara sentiu uma pontinha de inveja: Camila não enjoava, não passava mal, e com apenas um mês a mais de gravidez do que ela sua barriga já apontava; Ela, no entanto, passava mal, enjoava e sua barriga não fazia nem menção de estar maior. Suspirou.

Sara sentou-se a uma das poltronas e Gilbert sentou na poltrona ao lado. Como sabia que ele não falaria nada, ela pegou o celular em sua bolsa e começou a olhar suas redes sociais, coisa que evitava fazer desde seu envolvimento com Gilbert já que muitas pessoas haviam entrado e feito de seu perfil um lugar insuportável de estar.

— Oh, oh. – Sara exclamou.

— O que houve?

— Já sabem que você está no Brasil. – Sara murmurou.

— Merda. – Gilbert respondeu no mesmo tom. – Será que sabem que estou aqui?

— Creio que ainda não, mas se estava andando sem seguranças até agora, acho melhor contratar, pois não demorará muito para as fãs brasileiras tentarem a mesma proeza que eu consegui. – Piscou.

— Elas nunca conseguiriam. Você é a única que eu quero e que eu preciso. 

Aquelas palavras tocaram fundo Sara, porém mesmo quando pensava em ceder, ela não conseguiria. Queria ser maleável o suficiente para perdoá-lo. Ela gostava dele, porém sempre que pensava na possibilidade, as lembranças batiam a sua porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.