Saíram do apartamento de Gilbert, porém não foram direto para o prédio onde residia Julie. Sara, no carro fitou-o com um olhar pidão.

— Gris, eu estou com muita vontade de comer um doce. Sabe quanto tempo faz que eu não como brigadeiro?

— Brigadeiro?  - Gilbert fitou-a com um olhar estranho.

— Ah, esqueci, isso é um doce típico do Brasil. – Esboçou um bico e um ar surpreso. – Nunca comeu brigadeiro? Nem quando fostes ao Brasil?

— Na verdade não.

— Já sabemos qual será nossa primeira experiência da semana que vem. Não pode viver sem comer brigadeiro. – Disse Sara espalhafatosa.

— Achei que falávamos de outros tipos de brincadeira. – Ele fingiu estar decepcionado, enquanto dirigia, mudando seu caminho a casa de Julie para uma cafeteria que conhecia.

— Você não tem ideia do que podemos fazer com um pote de brigadeiro meu amor. – Disse sarcástica.

— Oh meu Deus! Sara, não me diga isso enquanto dirigimos... Podemos sofrer um acidente. – Ambos caíram na gargalhada.

Gilbert estacionou o carro e fitou Sara.

— Chegamos. – Disse convencido.

— E onde estamos? 

— No lugar onde tem os melhores doces na cidade do México. E por sorte, você ainda estará na melhor companhia da cidade.  – Gabou-se franzindo o cenho. 

— E na mais humilde. – Sara fitou-o provocadora. – Mas não posso negar neste momento eu não queria estar com mais ninguém. 

Gilbert então lhe depositou um beijo nos lábios e saiu do carro. Foi até o lado do carona e abriu a porta para que Sara saísse. Após trancou o carro, e pegou Sara pelo braço. Olhou para os lados, seu faro não lhe enganava, havia alguns paparazzi naquele local.

— Vamos fazer um show? – Gilbert sussurrou no ouvido de Sara ao chegaram a calçada.

— Como assim? – Sara disse sem entender, ela não havia percebido um paparazzo escondido, não estava acostumada como Gilbert.

— Desse modo.

Foi a única coisa que ele disse antes de dar-lhe um beijo. Levou as mãos à cintura de Sara e ele puxou-a para si, seus lábios adentraram no dela com paixão, com vontade, explorando toda sua boca. Sara por um momento assustou-se com sua reação, mas logo se rendeu ao beijo, abraçou-o pelo pescoço, e deixou que a língua de Gilbert a invadisse por dentro, chupando-a para dentro.

O beijo demorou mais de um minuto, tempo suficiente para deixar ambos sem ar. Quando isto aconteceu, eles pararam, abriram os olhos e o castanho cruzou com o azul, apaixonados. Um sorriso abriu, enquanto fitavam-se fixamente. O tempo também fora suficiente para fotos que em poucos segundos estariam por todos os sites e outros meios de comunicação.

Enquanto comiam na cafeteria, Gilbert e Sara trocaram muitos carinhos.

— Vamos embora daqui antes que isso encha de jornalistas? – Gilbert sussurrou baixinho.

— Acho bom, não quero mais um corte na cabeça. – Sorri.

— E a próxima para é em...

— Em casa de Julie. – Fitou-o.

Gilbert fitou-a com um olhar frustrado. Levantaram-se a Gilbert pagou a conta, não que Sara não quisesse dividir, mas Gilbert recusou, afirmando que isto era sua demonstração de cavalheirismos e que iria ficar ofendido caso Sara não aceitasse. Sara aceitou.

Depois disto, eles foram embora de lá. Eles começavam ver uma movimentação estranha e antes que os jornalistas partissem para cima deles, foram até o apartamento de Julie Finlay. E  quando eles abriram a porta do apartamento de Julie Finlay, ambos ruborizaram.

Sara nunca havia visto Gilbert ruborizar, mas não puderam evitar. A cena eles haviam presenciado, era completamente constrangedora, não apenas para Gilbert e Sara, mas principalmente para o casal deitado nu no chão da sala. A doce loira, Julie Finlay e seu ex-atual-cônjuge Nicolas Stokes.

— Oh meu Deus. – Sara tapou os olhos.

Gilbert abraçou Sara, tentando não cair na gargalhada e evitando olhar para o corpo da loira nu no chão da sala, porém por alguns segundos sua testosterona falou mais alto e sentiu um comichão perto da cintura.

— Que vergonha. – Gritou Julie, tentando tapar-se, mas não havia nada por perto, então pegou sua blusa e calça e jogou sobre seus seios e sua intimidade. 

— Oh, meu Deus. – Nicolas gritou.

Julie e Nicolas correram para o quarto, e Sara e Gilbert estavam sem reação.

— O que vamos fazer? – Sara ainda estava ruborizada.

— Eu... Eu não sei. – Gilbert escondeu seu rosto no pescoço de Sara. – Vamos para minha casa? – Gilbert aproveitou-se da situação.

— Eu não sei. – Ela riu ainda envergonhada da situação. 

No quarto de Julie, ela e Nicolas discutiam. 

— Por que me deixou fazer isso? – Disse Julie desesperada. – O que vou dizer a Sara?

— Hora, diga que não resiste a mim. – Nicolas gabou-se e ganhou um belo tapa no rosto de Julie. – Ei... Por que fez isto?

— Você mereceu! – Disse sem dar importância a sua indignação. – Agora vista-se e vá embora.

— Como? – Nicolas fitou surpreso.

— Isto mesmo, se vista e vá embora.

Nicolas começou a vestir-se assim como Julie, e pode então ouvir duas batidas na porta, com certeza era Sara.

— Jul. – Disse a voz feminina vinda de fora do quarto. – Pode aproveitar aí, vou dormir na casa do Gris. – Ela riu e foi embora antes de qualquer protesto de Julie.

Sara recém havia chego na casa de Gilbert quando Julie Finlay ligou.

— Oi Sara. – Disse assim que a morena atendeu ao telefone.

— Oi safada. – Sara falou em um tom malicioso jogando-se no sofá de Gilbert, mal havia percebido o quanto já se sentia em casa estando no apartamento dele.

— Não fala assim. Ele me seduziu. – Julie usou um tom inocente, tentando encobrir sua parcela de culpa naquela situação.

— Ah sim, ele te seduziu? – Sara teve de gargalhar. – E foi ele também que deixou a televisão ligada no volume máximo enquanto passava os melhores momentos de The Sense? – Perguntou acusadora.

— Eu... – Julie não sabia o que responder.

— Você é o máximo. – Sara respondeu deixando que Julie finalmente respirasse aliviada. – Você não sabe o que isso me proporcionou, o orgasmo foi tão forte. – Sara suspirou, falava em português e bem rápido na esperança de Gilbert não entender o que ela falava.

— E depois eu sou a safada? – Julie não podia parar de rir.

— Mas falando sério. E as coisas com Nick?

— Não sei. Acho que não vamos voltar tão cedo. Ele é tão... – Deu uma pausa tentando procurar a palavra certa.

— Imaturo?

— Exato. 

— Não sei o que viu nele.

— Com certeza eu sei o que você viu no Gris, além dos olhos azuis é claro. – O tom era ligeiramente malicioso.

— Com certeza Julie, esse é o menos atrativo se tu vês todo o contexto da situação. – Disse desse modo para que Gilbert, agora sentado perto dela não entendesse a malícia do que dizia. Mesmo em português, tinha medo que ele entendesse o suficiente para pegar o rumo da conversa.

— E você vai dormir aí mesmo.

— Eu posso voltar...

Gilbert ao ouvir isso, fez um não com a cabeça.

— Não Sara, fica...

Sara tapou a boca de Gilbert com o dedo fazendo-o se calar.

— Se você prometer que não vai estar fazendo obscenidades quando eu chegar aí.

— Acho que não vai dar não. Pelo que ouvi aí do outro lado da linha o seu macho está querendo que você fique. E não vai ser eu que irá acabar com a felicidade do dono dos olhos azuis. – Riu.