O Despertar Infernal- Interativa escrita por Lady L


Capítulo 8
VIII- A Casa dos Mortos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa semana, um POV da amável Cora. Boa leitura!



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 07 de Dezembro de 2022; Santos, São Paulo

 

                                                            Cora->

 

Eu não sei o que eu esperava quando invadisse o local de descanso final de toda uma família, mas o que aconteceu de fato foi definitivamente um pouco decepcionante.

Não me entenda mal, o lugar era muito bonito. Painéis esculpidos em baixo relevo, com detalhes em pedra e mármore, compunham o pequeno ambiente, ricamente decorado e bastante exuberante. O mausoléu em si era pequeno, uma gaveta de mármore branco abaixo de uma placa comemorativa. Haviam cinzas, e não ossos, lá dentro. Eu podia experienciar o sentimento vago e polvoroso da morte me chamando por detrás da redoma de pedra. Mas, exceto a esse pequeno respiro mórbido, não havia mais nenhuma sensação de magia ou fatalidade naquele pequeno recinto.

—É isso?- Pietro escarneceu, cruzando os braços sobre o peito- Tanto drama para nada.

O Pantheon, ou mausoléu, dos Andrada, era considerado um ponto turístico do centro histórico de Santos, de acordo com o que Cassandra havia explicado (e com o Google), mas estava notavelmente vazio, talvez por ser um dia de semana. Somente nós quatro nos encontrávamos lá naquele momento, embora fosse possível ouvir os sons das vozes dos transeuntes através da porta de entrada.

—Isso não faz sentido- Cassandra murmurou, com uma careta- Não é possível que não tenha nenhuma energia ou magia nesse lugar. Estou ficando doida, ou vocês também não estão sentindo nada?

Celina andou calmamente pela sala, desenhando um círculo ao nosso redor conforme corria um dedo pelas paredes de pedra.

—Nada- ela confirmou, suspirando- Amélia avisou que a feiticeira não seria encontrada a menos que desejasse. Acho que ela não quer receber visitas, afinal.

—Achava que era só eu que não estava captando nada- eu lamentei, encarando fixamente o mausoléu- Tudo que consigo sentir são as cinzas.

—Eu também- Pietro concordou- Bem, acho que é isso. Uma pena, vamos ter que ir embora.

E começou a andar na direção da porta.

—Não tão rápido- Cassandra repreendeu, o segurando pelo braço, ao que ele respondeu com um gesto bruto, se soltando dela.

—Não encoste em mim! E não me dê ordens, ainda mais ordens estúpidas. Esse lugar está vazio, eu teria sentido se tivesse qualquer coisa aqui- ele respondeu, e Cassandra revirou os olhos.

—Lamento te informar, garoto caveira, mas nem toda magia pode ser sentida com tanta facilidade. Você saberia disso, se tivesse o mínimo de humildade- ela retrucou, e ele avançou novamente na direção dela, com uma expressão nada amigável no rosto.

Foi então que eu percebi que precisava interferir.

—Vamos todos nos acalmar- eu disse, com uma voz gentil, mas firme- Brigar não vai nos levar a lugar nenhum.

—Vou ser obrigada a concordar- Celina disse. Seria aquilo uma pontada de decepção em sua voz?- Existe algum tipo de ritual para encontrar magia oculta, Cassandra?

Cassandra ficou pensativa por algum segundos, e então assentiu.

—Existe. Mas, do jeito que esse lugar parece ter sido “limpo”, vamos precisar de alguma coisa bastante forte. Talvez eu consiga encontrar algo poderoso o suficiente no livro que peguei em São Paulo.

Enquanto Cassandra procurava algo no livro, assentada no chão de pedra, nós a observámos em seu ofício, eu e Celina com certo interesse, e Pietro, com certa descrença. Inicialmente, ela procurou pelo feitiço nas páginas, então, deixando o livro à sua frente, ela revirou sua mochila por recursos. Finalmente, ela retirou um pedaço de giz do fundo da bolsa, com um sorriso vitorioso.

—Vou precisar desenhar o símbolo- ela explicou, começando a rabiscar no chão- Se alguém quiser participar do ritual, eu agradeceria a ajuda.

Pietro fez uma expressão de deboche.

—Não dá conta do recado, bruxa?- ele zombou, e Cassandra fechou a cara.

—Não, Pietro, só acredito em trabalho em equipe, diferentemente de você- ela resmungou.

—Eu ajudo- me ofereci, tanto para acabar com o conflito quanto porque estava curiosa- O que preciso fazer?

Cassandra sorriu, e estendeu a mão para mim.

—Se concentre no símbolo e segure minhas mãos- ela aconselhou, conforme eu me assentava no chão- Já fez isso antes?

Eu neguei com a cabeça.

—Tenho dificuldade com o lado mais sombrio dos meus poderes. Gosto mais das plantas- eu admiti.

—Não tem problema, a sua energia já vai ajudar- ela garantiu- Quer entrar também, Celina?

Celina pensou por um segundo, então concordou, se juntando a nossa pequena rodinha.

—Pietro, vai querer entrar também ou vai vigiar a porta para nós?- Cassandra perguntou, em um tom neutro, mas com um fundinho de desprezo.

—Não preciso dessas maracutaias, já tenho meus poderes. E ainda acho que não vamos encontrar nada nesse lugar- ele recusou, indo em direção à porta e saindo da sala para vigiar na rua.

Cassandra revirou os olhos, o que fez Celina rir.

—O que?- Celina perguntou, quando Cassandra a olhou feio- Vocês brigam igual duas criancinhas emburradas, não deixa de ser engraçado.

Eu acabei rindo também.

—É verdade- concordei- Mas não concordo com ele, acho que vamos achar alguma coisa aqui sim. Estou com um pressentimento estranho.

Cassandra e Celina assentiram, menos risonhas e mais graves.

—Vamos nos concentrar, então- Celina orientou, assumindo uma postura mais séria- O quão forte é esse ritual, Cassandra?

—Bem forte. Do tipo que me deixaria exausta se eu fizesse sozinha. Se sentirem uma certa fraqueza, aguentem firme, é completamente normal- ela aconselhou- Agora, foquem sua atenção no símbolo. Deixem o resto comigo.

Eu fiz conforme ela orientou, e concentrei toda a minha atenção no símbolo. Ele era espiralado, com curvas suaves e círculos, sem nenhum triângulo ou outro tipo de ângulo afiado. De certa forma, hipnótico, mas não gentil. Logo eu sentia como se minhas veias começassem a pulsar em uma sintonia lenta, quase sonolenta, e sentia minhas mãos esquentando contra as de Celina e Cassandra.

—Está dando certo- Celina murmurou, com a voz ligeiramente embargada.

Cassandra concordou com a cabeça, e eu podia começar a enxergar uma energia esverdeada e nebulosa nos envolvendo. Os lábios dela se moviam lentamente, recitando um encantamento em uma língua que eu não conhecia. Seria aquilo latim?

—Olhem!- Cassandra exclamou, sorrindo. Eu pude ver a névoa verde começando a envolver o recinto, se grudando às paredes, e logo pontos brilhantes se destacavam no mármore. Um dos painéis esculpidos, em específico, começava a fulgurar com certa violência, como se tivesse algo tentando sair de dentro dele- Acho que já é o suficiente. Vamos ver o que encontramos.

Nós soltamos as mãos umas das outras e nos levantamos, indo em direção àquela parede. Eu podia sentir meu corpo pesado, com um certo cansaço, como Cassie havia dito que aconteceria, mas havia também uma pequena euforia, que me fazia sorrir como uma boba, mesmo sem nenhum motivo. É, aquela coisa de magia e sombras era mesmo esquisita demais para mim. Ao mesmo tempo, eu não via a hora de contar o que havia acontecido para Atlanta. Eu sabia que a faria soltar ao menos uma risadinha.

A parede em específico ainda brilhava, com a névoa aderida à pedra, em um formato vagamente retangular.

—Uma passagem secreta?- eu sugeri, ao constatar que a forma tinha as dimensões de uma porta.

—Ao que tudo indica, sim- Cassandra concordou- Vamos tentar abri-la?

Eu e Celina concordamos, e nós três colocamos as mãos na parede, começando a empurrar.

Um som repentino às nossas costas me fez sobressaltar, e nós nos viramos para encontrar Pietro, uma expressão impaciente no rosto.

—O que está demorando tanto?- ele perguntou, e só depois pareceu ver a névoa verde ao redor da porta- Eu tenho mesmo que fazer tudo sozinho nessa equipe...

Ele murmurou, e veio em nossa direção. Com um chute certeiro, ele fez a passagem se abrir de uma só vez, o que fez Cassandra esboçar uma careta.

—Não precisa agradecer- ele disse, com um sorrisinho convencido.

—Achei que o excelentíssimo filho de Hades não tivesse encontrado nenhum resquício de magia aqui- Cassandra replicou, mas Pietro já havia adentrado a passagem. Eu achava pouquíssimo provável que ele não a tivesse ouvido de fato, mas ele apenas continuou andando, decidindo ignorá-la. Cassandra pareceu ainda mais irritada, mas eu fiquei de certa forma agradecida. Ao menos não teríamos mais nenhuma briga. Por enquanto.

A passagem era estreita e íngrime, uma escada de pedra que levava para baixo, com degraus irregulares e parcialmente cobertos de limo.

—Cuidado para não escorregar- eu aconselhei, me virando para trás para encarar as garotas.

—Pode deixar- Celina respondeu, enquanto fechava a porta atrás de nós.

Após o que pareceu uma eternidade caminhando no escuro, as escadas se abriram para uma ampla caverna, ainda pouco iluminada. Não era possível enxergar o fundo, que estava envolto em escuridão, somente a entrada, que ostentava algumas tochas presas às paredes. O fogo queimava em um tom inquietante de verde.

—Já se fazem muitas décadas desde que recebo visitas- uma voz baixa e aveludada ecoou pelas paredes de pedra de repente, emanando de algum ponto da densa escuridão- Somente um feiticeiro poderoso poderia achar minha humilde morada sem um convite. Mas admito que já aguardava a chegada de vocês, forasteiros. Deixe-me vê-los, crias dos deuses, escolhidos da profecia. Pobres crianças condenadas...

Pietro, à nossa frente, se tensionou, colocando a mão no cabo do machado que trazia preso às costas.

—Se controle, homem- Celina repreendeu, logo atrás dele- Não temos chance contra ela.

—Ela acabou de nos chamar de condenados...- ele começou a dizer, mas logo Cassandra se adiantou, passando na frente dois dois.

—Minha senhora- Cassie disse, sua voz ecoando pela caverna em murmúrios lamuriosos- Sou Cassandra Duarte, filha de Hécate. Esses são meus amigos: Cora Mancini, filha de Perséfone; Celina Campos, filha de Nyx; e Pietro Allen, filho de Hades. Nós viemos em paz, humildemente pedir por seu conselho.

A risada da feiticeira ecoou pelas pedras. Não parecia deboche, e sim divertimento, mas ainda assim havia algo de perigoso em seu tom.

—Meu conselho? É isso o que buscam, filha da magia? Não sabem que todo conhecimento vem com um preço?- a voz interpelou, e eu podia começar a sentir minha respiração se acelerando- Até onde estão dispostos a ir para obter a verdade? Até as últimas consequências? Ou ainda não passam de crianças, encolhidas e assustadas, com medo da escuridão?

Celina ergueu o queixo, sua postura rígida e alerta.

—Como poderíamos temer a escuridão, minha senhora? Nós nascemos e crescemos nela, e é dela que tiraremos nosso sustento enquanto vivermos.

Mais uma risada ecoou, dessa vez mais perto.

—Oh, filha da noite, nenhum de vocês jamais conheceu a real escuridão. Mas, não se preocupe, vocês irão- a voz respondeu.

Uma silhueta vaga começou a emergir das sombras, finalmente. A princípio, era possível identificar apenas seus contornos, uma mulher magra trajando um manto esvoaçante.

—A pequena rainha e o pequeno rei a perderam voz? Ou são apenas tão indefesos quanto aqueles que os geraram?- a feiticeira novamente provocou. Pequena rainha e pequeno rei. Ela só poderia estar falando de mim e de Pietro- Eu esperei por séculos para conhecer os tão afamados escolhidos, mas agora vejo que não passam de jovens assustados. E, para o bem ou para o mau, o destino do mundo está nas mãos de vocês.

Ela se aproximava lentamente de nós, nos rondando como um predador rondaria sua presa. Pude perceber que ela tinha olhos escuros e frios, brilhando, analíticos, conforme absorviam cada detalhe de nossa hesitação.

  –Não perdi a voz- Pietro respondeu, atrevido- Só não gasto minha saliva com bruxas que falam e falam, mas não dizem nada. E não somos fracos. Você saberia disso, se não tivesse tanto medo de se aproximar.

Senti meus olhos se arregalando, e Celina e Cassandra também se tensionaram, esperando o pior. Felizmente, a feiticeira apenas riu novamente, arqueando uma sobrancelha.

—Eu nunca disse que vocês eram fracos, pequeno rei- ela respondeu- Assustados e indefesos, sim. Mas fracos? Jamais. O destino não cometeria um erro tão esdrúxulo quanto escolher almas sem fibra para carregar o fardo que os aguarda.

Ela estava perto agora. Apenas alguns passos e poderíamos alcançá-la, mas nenhum de nós ousou. Ela tinha cabelos entremeados por fios de prata, e um rosto anguloso, com traços astutos e cruéis.

—Minha senhora- eu decidi me manifestar, apesar de não saber muito bem o que eu deveria dizer em uma situação como aquela- Nós podemos ser indefesos e assustados. Mas estamos determinados a parar o único que pode destruir a todos nós. Creio que estejamos do mesmo lado, apesar das diferenças.

A feiticeira se aproximou ainda mais. Se eu estendesse o braço, eu poderia tocá-la. Seus olhos frios queimavam contra meu rosto.

—Pequena rainha, além de adorável, vejo que também é ingênua- a mulher riu, me rondando- Quem disse a vocês que eu os ajudaria? Héstia? Outra criatura ingênua.

Cassandra se empertigou, sustentando o olhar da feiticeira, com algum desafio brilhando em seus olhos escuros.

—Minha senhora, ainda acho que nos ajudará, até porque não tem outra opção- Cassandra afirmou, em um tom firme- Você disse que não conhecemos a verdadeira escuridão. Pois eu acho que você também não conhece. O que está por vir destruirá todos nós. Os mais indefesos, é claro, mas os mais poderosos também.

A feiticeira andou calmamente na direção de Cassandra, com outro sorriso emblemático se formando em seu rosto.

—Você não está errada, irmãzinha- ela respondeu. O fato dela ter chamado Cassandra de irmã confirmou minhas suspeitas: a feiticeira também era uma filha de Hécate- Mas eu poderia ser poupada, com um acordo vantajoso o suficiente. Por que deveria jogar essa chance fora e me aliar a vocês?

Celina foi quem respondeu daquela vez, e com um tom bem mais intenso que eu esperaria dela:

—Porque você não quer ser uma prisioneira de nada e nem de ninguém. Seu poder deve ser livre e indomável, como sua própria natureza, e Tártaro jamais lhe permitiria isso.

O sorriso sumiu do rosto da feiticeira, e ela se aproximou de Celina.

—Você fala do coração, não é mesmo, serva da lua?- a mulher respondeu, e então começou a se afastar lentamente de nós- Mas você não está errada. Vocês podem ser uma esperança dúbia, mas são melhores que a danação certeira. Me sigam, o que vocês procuram está no fundo dessa caverna.

Nós nos entreolhamos. Todos pareciam tensos e surpresos, até mesmo Pietro, que nunca perdia sua pose de superioridade. Em um acordo silencioso, começamos a seguir a feiticeira caverna adentro, um ao lado do outro, quase nos encostando. Embora ninguém fosse admitir, eu sabia que estávamos todos com medo, e que buscávamos algum conforto na companhia dos outros, por menor que fosse.

A caverna era enorme, e havia algo de artificial sobre ela. Ela tinha contornos regulares e calculados, e parecia se expandir ordeiramente. Um trabalho de magia, talvez? A única iluminação no caminho eram aquelas desconcertantes tochas de luz verde, e logo nos deparamos com uma mesa ampla, cheia de plantas, anotações, e frascos de vidro.

Virgília estava parada atrás da mesa, nos encarando com uma expressão indecifrável.

—Se aproximem, crianças- ela disse, e nós obedecemos- Vocês procuram três dos objetos mais poderosos que um mortal poderia obter: as correntes de Prometeu, a flauta de Hipnos, e a ampulheta de Cronos. Todos esses artefatos já estão nas mãos dos servos de nosso inimigo, e recuperá-los não será fácil. Eu consegui determinar onde eles estão sendo guardados, mas obtê-los será responsabilidade de vocês. Nenhum deus ou mortal poderá interferir na missão que foi predestinada a vocês, será uma jornada difícil e solitária. Mas, em posse desses três itens, vocês deverão ser capazes de impedir o despertar de Tártaro.

A feiticeira então alcançou um mapa que estava sobre a mesa. Conforme ela pousou as mãos no papel, a gravura, que mostrava o território nacional, se movimentou, destacando três pontos.

—As correntes estão no estado de Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Ouro Preto. A flauta, no Rio De Janeiro, capital. E a ampulheta está em Salvador, na Bahia. Cidades antigas são especialmente propícias à magia e à influência divina, então vocês deverão tomar cuidado. As criaturas que os perseguirão nunca estiveram mais fortes- ela explicou.

—Nós também nunca estivemos mais fortes- Pietro replicou, e Virgília arqueou uma sobrancelha.

—Assim eu espero, cria infernal.- ela respondeu, e eu não entendi se aquela última parte deveria realmente ser um xingamento, apesar de ter soado muito como um. Antes que pudéssemos nos afastar, contudo, ouvimos a voz dela novamente: - E, filha da magia? Se eu fosse você, tomaria cuidado com o caminho que a aguarda. Você tem um poder enorme dentro de si, mas nunca se esqueça de controlá-lo antes que ele controle você.

Com o mapa em mãos, nós saímos da caverna, mais confusos e perdidos do que havíamos entrado, apesar de já termos nossa rota definida.

—“Pequeno rei”...- Pietro murmurou, conforme trilhávamos nosso caminho de volta para a kombi- Eu tenho quase um metro e noventa de altura, e uma coroa baixinha vem me chamar de pequeno...

Eu acabei rindo, por mais que fosse uma implicância mesquinha.

—Bem, eu também não sou baixa, e ela também me chamou de pequena- eu respondi, dando de ombros.

—Verdade- Celina concordou- Você é até bem alta para uma garota. Sem contar que ela nos chamou de crianças, e eu tenho vinte e um anos de idade.

Todos rimos, até mesmo Cassandra, que parecia ainda estar tensa.

—Bem, pelo menos ela resolveu nos ajudar- ela disse- Mas que ela era bem peculiar, ela era.

Mais uma sequência de risadas.

Já estávamos bem próximos da praça, e eu estava ansiosa para encontrar Atlanta e lhe contar o pequeno sufoco pelo qual havíamos acabado de passar.

—Estou morrendo de fome- Pietro comentou- Onde vamos jantar?

Cassandra estava prestes a responder, quando a kombi finalmente entrou em nosso campo de visão. E o que nos aguardava nos deixou completamente chocados por alguns segundos.

Nossos amigos estavam sob ataque. Eu conseguia ver fogo e ouvir gritos e sons de batalha. Ciclopes os cercavam, e a situação não parecia nada boa.

Mais uma vez, eu, Celina, Cassandra e Pietro nos entreolhamos. E, em um acordo silencioso, nós nos lançamos juntos no meio da batalha.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Vejo vocês nos comentários, até o próximo!