Elvenore: A Revolução Das Marés escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 16
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799801/chapter/16

Baile de Máscaras

Phyx terminava de escovar o meu cabelo, quando outra dama de companhia entrou em meu quarto.

— Milady, o príncipe pediu para que eu a avisasse que ocorreram mudanças — A menina de cabelos dourados falou, curvando-se perante mim — O evento será no salão principal, o rei Evander permitiu o uso e disse que participaria também.

Balancei a cabeça positivamente, ouvindo a porta abrir mais uma vez. Era a rainha Evangeline, usando um vestido vermelho escuro e de corte reto. Estava tão linda que parecia a lua, com sua maquiagem brilhosa e algo de plumas em suas mãos, uma máscara.

— Obrigada, Katherine — Falou, sorrindo — Pode deixar que eu assumo as rédeas.

— Claro, majestade — Ela se curvou mais uma vez antes de sair do meu quarto.

Olho para Phyx, esperando alguma resposta, mas ela estava calada, séria e rígida.

— Pegue o vestido plissado preto, Phyx — Evangeline ordenou, com um sorriso no rosto — Eu cuido do cabelo.

— Sim, majestade.

A rainha se aproxima da cadeira em que eu estava sentada, passando as mãos no meu cabelo. Seus dedos são rápido e experientes, fazendo cachos e mais cachos, prendendo de um lado e soltando do outro. Depois de longos minutos eu estava pronto, com meu cabelo escuro preso pela metade, com fios ondulados enquadrando o meu rosto.

— Uma princesa — Disse, tocando os meus ombros e os apertando.

Murmuro um “obrigada”, me levantando para afastar de seu toque, mas ela me impede.

— Ainda falta a maquiagem — Sorriu, me olhando pelo espelho.

Engulo em seco. “O que diabos Nicholas está aprontando?”

— Nicholas esqueceu de avisar que hoje será dado um baile de máscara. O pequeno rendez-vous de vocês terá que ser adiado, pois teremos a visita da Baixa Corte de Ulfstar — Ela falou, passando um pincel macio em minhas pálpebras — O conde Thornton Ulfstar ficará aqui por algumas semanas a negócio, então quero que seja educada.

— Eu sou um poço de delicadeza e charme — Retruquei aproveitando que o foco se voltou para minhas bochechas.

— Sem piadas, Kyanite.

— Estou sendo honesta.

A rainha suspirou, passando uma espécie de cola macia em meus lábios.

— Aqui está, majestade — Phyx falou, entrando no cômodo.

— Ótimo! Agora ajude ela a se vestir.

— Sim, majestade — Ela se curvou e seguiu até mim.

— Nem pense em trocar de roupa, Kyanite — A rainha alertou, abrindo a porta — Usará esse vestido e ponto final.

Cerro o maxilar, observando ela sair. Me olho no espelho, minha boca estava vermelha e minhas bochechas pareciam ter tomado muito sol. Meus olhos estavam variando de cor entre um preto esfumaçado e um dourado delicado. Me sentia um palhaço.

— Eu vou matar o Nicholas…

— A culpa não é dele, Kyan — Phyx falou, colocando o espartilho preto em mim — O baile já estava marcado a muito tempo, mas creio que ele se esqueceu.

— Ainda assim, vou matá-lo — Resmunguei.

— Com essa roupa, não vai, não — Ela sorriu, puxando as cordas e fazendo eu perder o ar.

Me apoio na cadeira, assustada.

— Phyx!

— Sinto muito, mas é assim… — Uma risada baixa escapa de seus lábios enquanto ela aperta o espartilho.

— Eu vou morrer… — Guinchei, segurando o ar.

Phyx puxa as cordas mais uma vez, fazendo eu perder o fôlego.

— Não coma muito e evite se movimentar…

— Eu não sou uma estátua! — Disse entredentes, sentindo ela dar um nó na parte de trás.

— Vai por mim, é melhor assim — Falou pegando a anágua.

— E eu não sou um bolo — Repousei as mãos na cintura, sentido o tecido delicado do espartilho.

— Se não usar, o vestido vai ficar ridículo — Revirou os olhos — E a rainha não vai gostar.

Olhei para cima querendo sumir. Phyx coloca a anágua leve e depois o vestido com facilidade. Quando termina, ela me ajuda a calçar os saltos dourados providenciados por Evangeline. Eu estava tão cansada da arrumação, que poderia sentar e dormir, mas com o espartilho, isso seria impossível.

Me olho no espelho mais uma vez antes de sair. O vestido, de um preto misterioso e cintilante, era ombro a ombro, formando um decote coração e, por conta do corpete e espartilho, meus seios pareciam enormes, mesmo sendo pequenos. A parte da saia era rodada, mas não grande o suficiente para eu me sentir um bolo de casamento ambulante.

— Está linda — Sorriu, posicionando a máscara em meu rosto — Vou prendê-la em seu cabelo de uma forma que consiga tirar com facilidade.

— Obrigada.

A máscara era feita de finos arabescos florais, cobrindo a parte superior do meu rosto, deixando apenas meus olhos a mostra. Toco o metal frio, uma corrente de alegria estranha percorrer o meu corpo. “Porque estou tão animada?”, indaguei mentalmente.

— Divirta-se, Kyan — Phyx disse, abrindo a porta.

Estava na hora de ir.

 

✵ ✵ ♔ ✵ ✵

 

A música de valsa, límpida e envolvente, atinge os meus ouvidos, fazendo o meu coração pulsar no ritmo. Escutava meu salto tilintar pela escadaria, enquanto todos os olhares se voltavam para mim. Com as máscaras, eu não reconhecia ninguém, exceto Evangeline, que sentava em seu trono, observando cada passo meu.

Um mordomo, vestido como pinguim e com uma máscara preta cobrindo seu rosto, me ajuda com os três últimos degraus. Quando chego no salão, preciso recuperar o fôlego, o espartilho estava tão apertado que descer dois pares de escada era impossível.

Caminho pela multidão, tentando me esconder de seus olhares, mas era impossível, pois eu era a única de preto. Suspiro, Evangeline sabia muito bem o que estava fazendo quando escolheu esse vestido.

— Milady — Uma voz conhecida me chama.

O homem na minha frente se curva, tomando minha mão logo em seguida, repousando um beijo quente nas juntas dos meus dedos.

— Milorde — Tentei soar casual, mas a dúvida era óbvia em minha voz.

— Aceita dançar comigo? — Os olhos verdes amarronzados me encaram.

— Eu… — Gaguejei. “Eu não sei dançar valsa”, queria falar — Podemos deixar para a próxima?

Sutil? Espero que sim…

— Na próxima valsa — Ele sorriu levemente, erguendo sua taça.

— Er…

— Querida, achei você — Nicholas atravessa a multidão, entregando-me uma bebida — Estava te procurando.

— Majestade — O homem se curvou.

— Nick! — Falei, sentindo o cheiro doce da bebida e quase vomitando — O que é isso?

Ele sorri, observando a minha cara de nojo.

— Ela vai dançar comigo, senhor — Disse, tomando minhas mãos — Quem sabe na próxima.

O homem familiar grunhi e lança ao príncipe um sorriso de escárnio, se afastando de nós.

— Como sabia que era eu? — Perguntei, colocando o copo asqueroso em uma mesa qualquer.

— Desengonçada e perdida — Sorriu, arrumando a máscara branca em seu rosto.

— Idiota — Soco seu ombro, fazendo ele rir.

Nicholas usava um terno de alfaiataria branco, perfeitamente colocado e perfumado. Seu aroma de sempre: madeira de carvalho e livros velhos.

— De nada — Ele revirou os olhos, abrindo espaço entre a multidão de nobres até uma área menos cheia, perto de uma janela alta.

— Não precisava ser salva…

— Ah, não… Não precisava mesmo — Ironia escapava de sua boca.

— Cale a boca — Peço, repousando minha mão no meu busto. Andar era estupidamente mais difícil como esse espartilho.

Ele se vira, pegando uma bebida da bandeja que o mordomo carregava.

— Desculpa pelo inconveniente — Falou, bebericando do vinho — Esqueci completamente que o conde Ulfstar viria…

— Se chama esse baile de inconveniente… — Murmurei, observando o salão decorado ao meu redor — Está certo.

— Se quiser, podemos escapar e ir para o jardim — Sugeriu, apontando para a nossa possível rota de fuga.

— Sua mãe me mataria…

— Correção: Nos mataria.

Sorriu, Nicholas estava tão preso a Alta Corte quanto eu.

— O que iriamos fazer em seu quarto? — Mudei de assunto sem nem pensar duas vezes.

Ele se engasga com seu vinho, olhando ao redor. Havia falado alto demais e agora alguns convidados nos encaravam, o que fazia as bochechas de Nicholas arderem. O príncipe segura a minha mão, colocando discretamente um objeto nelas.

— Er… Era apenas para tomarmos um chá e conversarmos — Murmurou, passando as mãos no pescoço, envergonhado — E lhe entregar isso…

Abro as mãos. Era uma pulseira com a concha cintilante que encontramos no mar quando cheguei. Um sorriso assume meus lábios enquanto analisava o desenho delicado da peça de prata. A concha ficava bem no meio, única e espetacular.

Ele coloca a pulseira em mim com cuidado.

— Estou usando o colar, mas como o terno está apertado, não vou consegui te mostra.

— É linda… — Sussurrei, tocando a pulseira.

— Sou seu amigo, Kyan, por mais que não acredite — Suas mãos apertam meus ombros nus — Pode confiar em mim.

Balanço a cabeça positivamente.

— Obrigada — O encaro, observando seus olhos brilharem

Nicholas pega um prato com petisco e comemos um pouco. Era um salgado frito, feito com queijo e servido com um molho de tomate muito bem temperado. Bebo um pouco de seu vinho, mesmo não gostando muito do sabor.

— Hum, conhece aquele homem que falou comigo? Achei ele tão familiar…

— Não… As máscaras dificultam — Deu de ombros, comendo mais cinco petisco antes de falar — Só reconheci você por causa da vergonha gratuita que estava passando.

Fuzilo-o com o olhar.

— E eu estou mentindo?

— Não… — Murmuro, lançando o olhar para a multidão, buscando o homem.

— Se queria dançar tanto com ele, devia ter aceitado — Falou, pegando outro prato de petiscos.

— Eu não posso…

Vasculhava cada centímetro do local.

— Não pode dizer “sim”?

— Eu… — Suspiro, encarando-o — Eu não danço valsa. Só sei polkas élficas...

Os lábios de Nicholas se fecham em uma fina linha, segurando uma risada.

— Eu vou matar você — Ameaço, olhando os casais dançando.

— Não estava rindo — Guinchou, a risada estava lutando para escapar.

Reviro os olhos o balanço a cabeça. Quando volto a encarar a pista, meu olhar encontra os olhos verdes amarronzados tão estranhamente familiar. O homem sorri, dessa vez com todos os dentes, um brilho dourado escapa de sua boca e finalmente o reconheço: Skander Valir. Franzo o cenho, encarando-o com surpresa.

Seus dedos se movimentam para que eu me aproxime, fazendo-me sorrir.

— Eu… já volto, Nick.

Caminho pela multidão até ele. Seu terno era marrom-escuro, meio velho, mas, ainda assim, bonito e muito bem costurado. Seu cabelo comprido estava penteado para trás e estava sem as suas argolas, por isso não o reconheci de primeira.

— Milady — Sorriu maliciosamente.

— Porque não me disse que era você?

— Não queria estragar a diversão — Ele se sentou em uma divã, abrindo espaço para que eu sentasse ao seu lado.

— O que está fazendo aqui?

— O mesmo que você, eu presumo — Suas mãos ásperas tocam as minhas — Me divertindo.

— Achei que estivesse ocupado — Arqueio a sobrancelha — Você sabe… Pagando dívidas.

Ele ri, com a mão na barriga.

— Você é engraçada.

— Bom saber que gosta de rir da própria desgraça — Murmuro, fazendo ele se aproximar de mim.

— Estou rindo, porque realmente acredita em tudo o que o príncipe Dominic lhe fala — Sua boca estava tão próxima da minha orelha, que eu podia sentir as vibrações de sua voz.

— Eu li o livro de transações, Skander — Retruquei, arrumando a postura.

Ele me olha de cima a baixo, consumindo cada pedaço de mim.

— Está linda — Falou, mudando de assunto.

— Você ainda não me respondeu — Insisti — O que faz aqui?

— Se eu não responder, nunca mais vamos falar sobre outra coisa, não é?

— Certamente — Um sorriso fino e vitorioso assume os meus lábios.

— Além de pescador, eu sou conselheiro do conde Thornton Ulfstar — Skander pega uma taça de vinho e beberica — Está satisfeita?

— Você mentiu.

— Você não perguntou sobre o meu segundo emprego — Deu de ombros.

“Touché”, pensei.

— Finalmente calei Kyanite Liadon — Suspirou, passando a língua sensualmente em seu lábio inferior — Hoje o dia está cheio de surpresas.

— Então sabe quem eu sou?

— Conheci o seu pai e vi o medalhão dele em você quando nos encontramos na taverna — Ele me oferecei seu vinho, mas recuso — Não foi difícil ligar os pontos.

— Como conhece o meu pai?

— Creio que todo mundo nesse salão… — Apontou para os convidados, dando mais um gole na bebida — Conheceu seu pai em algum momento.

“É óbvio”, pensei abaixando a cabeça e encarando o chão “Meu pai servia a Alta Corte”.

— Ainda tenho a minha dança, ou realmente não quer dançar? — Mudou de assunto.

— Não danço valsa.

— Nem eu — Deu de ombros e sorriu.

O encaro, perdendo-me em seus olhos verdes e marrons. Poderia ficar ali, observando seu olhar curioso e altivo por horas, mas algo me puxa para a realidade. Ou melhor dizendo, ele me puxa para a realidade, me levando para o meio da pista, me guiando perfeitamente no ritmo da música etérea da valsa.

— Mentiroso — Acusei, sentindo seu corpo quente e musculoso contra o meu.

— Diferentemente de você, Kyan — Falou, afundando seu rosto na minha clavícula, fazendo todos os meus pelos se arrepiarem — Eu posso mentir.

Seguro um guinchado que fica alojado na minha garganta. Uma das mãos de Skander seguram as minhas costas com firmeza, enquanto a outra mantinha o meu braço erguido. Seus passos eram calculados, me guiando com cuidado pelo salão ao mesmo tempo que me rodopiava durante a dança.

Eu sentia um calor estranho tomar o meu corpo, indo das minhas pernas até as minhas bochechas. Meu coração batia contra o espartilho e eu tinha certeza que Skander podia ouvir. O sorriso no rosto dele poderia iluminar o mundo inteiro e seu olhar me analisava com tanta voracidade que, por uma fração de segundo, eu esqueci como respirar.

— Você está vermelha — Falou, colando seu corpo ao meu, anulando todo e qualquer espaço entre nós — É uma graça.

— Esta… — Precisava mentir do jeito élfico — Quente.

— Eu imagino — Sua voz se tornou mais rouca e sexy.

Ele me roda entre seus dedos, apenas para me colar ainda mais contra si. Suas mãos deslizam até a minha cintura, agarrando meu quadril mesmo com o corpete e o espartilho. Sinto o coração dele vibrar contra o meu busto, transmitindo um calor tão estranhamente reconfortante, que arfo inconscientemente.

— Mais quente? — Murmurou como um gato ronronando.

Me contenho, ele é um homem do mar, um pescador, um mercador acostumado com a vida noturna dos portos. Skander era o tipo de homem que toda noite possui uma mulher diferente, já está calejado de suas cantadas e conhece bem o próprio corpo, sabia o que tinha que fazer para conseguir levar uma mulher para a cama.

Seu quadril movimenta o meu enquanto avançamos mais um pouco na valsa. A música parecia sensual demais para uma dança real, mas, ainda assim, ela era tocada com vigor, cada nota e cada timbre faziam meu corpo aquecer ainda mais, fechando o espartilho contra as minhas costelas a cada passo.

Não percebo a falta de ar, pois estava ocupada controlando o meu coração, pois a boca quente de Skander estava ficando perigosamente perto do meu pescoço. Nossas faces estavam coladas uma na outra, eu podia ouvir ele grunhir de leve a cada movimento mais forte que o forçava a roçar sua pelve contra a minha anágua. Meu peito subia e descia rapidamente, inspirando rapidamente para não romper com os laços que tanto me esmagavam.

Outras pessoas pareciam nos encarar, surpresos com a nossa dança, eu espero. Nicholas, o único homem que usava terno branco, estava idiotamente surpreso. Sua boca formava um círculo perfeito enquanto seus polegares estavam levantados para cima. Eu poderia matá-lo, se não estivesse tão ocupada tentando manter a minha mente no lugar certo.

Meu olhar, que vasculhava os outros pares na tentativa que esquecer seu corpo quente e musculoso colado ao meu, encontra os olhos altivos do rei. Ele estava conversando com um grupo de homens mascarados mais distante da pista, mas mantinha seu olhar em mim, observando cada movimento. Não era ameaçador, na verdade era bem o contrário. Protetor.

Parecia o olhar do meu pai quando me observava fazer algo perigoso, como treinar o meu equilíbrio com troncos altos e finos de árvores. Sinto meu corpo esfriar, a saudade bate com força contra o meu coração. Ele não era meu pai, pois Draiko estava morto.

O calor, que outrora percorria as minhas pernas, congela, forçando-me a empurrar Skander, afastando-me de seu toque viciante e saindo da pista de dança. Evander movimenta sua cabeça, convidando-me para me aproximar dele e assim o faço. Precisava falar com ele sobre o meu pai, perguntar se o rei, em alguma de suas visitas, conheceu a minha mãe.

— Kyanite — Falou assim que adentrei seu círculo — Quero que conheça o conde Thornton Ulfstar.

Um homem baixo e pançudo sorri na minha direção, pegando minha mão e beijando-a, molhando-a com sua saliva asquerosa de vinho misturada com whiskey. Ele estava bêbado, suas bochechas estavam rosadas demais para estar sóbrio.

— É um prazer conhecer uma beldade dessas — Disse, erguendo sua taça

— Ela é uma elfa, filha de Draiko Liadon, meu falecido conselheiro e amigo — “Amigo?”, pensei, franzido o cenho — Está sob a minha tutela agora.

Afirmo positivamente.

— É uma ótima guerreira, tanto com o arco e flecha quanto com espadas, foi isso que Dominic me disse — “Espere um momento…”, meu cérebro travou “Ele está me elogiando?”

“Pior ainda”, minha mente dava piruetas “Dominic me elogiou?”

— Muito determinada — Sua voz estava normal, não parecia tão ditatorial.

— Obrigada — A dúvida era óbvia na minha voz.

— Linda e guerreira — Thorton soluçou — Você é muito sortudo.

O rei assentiu, me entregando uma taça de vinho.

— Ela vai ficar aqui na Alta Corte por um tempo — Explicou, virando-se para o conde — Espero que possa me ajudar, Thornton.

— Tudo o que precisar, meu rei.

— No que vou ser treinada, majestade? — Ousei, encarando-o.

— Zya me comunicou que você acredita que não precisa de treinamento com armas, então isso está cancelado — Ele se apoiou na mesa, sem tirar seus olhos de mim — E pelo que vi hoje, não precisa da minha querida esposa para ensiná-la os bons modos da corte — Isso era uma surpresa que quase faz eu cair do salto — Dançou muito bem.

— Maravilhosamente bem — Thornton falou, dando tapinhas no meu braço, pois não ia alcançar o meu ombro — Meu conselheiro é um ótimo valsista…

— Irá ficar sob minha guarda, Kyanite — O rei continuou, entregando-me um medalhão com uma chave prateada — Lhe ensinarei tudo o que sei.

Apoio minhas mãos na barriga, minha respiração estava tão irregular, não só por conta do espartilho, mas também pelo que o rei falou.

— Acho que lhe subestimei demais, Kyanite — Sua taça é erguida, fazendo todos no salão se calarem, inclusive os músicos — Desculpe-me.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado! Estou ansiosa para ouvir o que você está achando da história S2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Elvenore: A Revolução Das Marés" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.