apenas mais um clichê escrita por Gab Murphy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olha eu por aqui de novo, participando de mais um projeto incrível. Dessa vez vim com uma história bem melosa e clichê e amorzinho dos queridíssimos Tonks e Lupin. Foi a história que mais fluiu na minha vida, escrevi em um dia e to simplesmente apaixonada, então espero que vocês também fiquem.

Queria agradecer ao Março Remadora (vão lá olhar no twitter, @remarchdora, tem um user perfeito e fanfics melhores ainda) por ter deixado eu entrar no projeto aos 45 dos segundo tempo.

É isso, pessoal, boa leitura a todos. Até a próxima ♥



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(Re)encontro

Namorar alguém sempre passou longe da cabeça de Remus Lupin, ele estava mais preocupado em terminar seu mestrado e fazer aulas divertidas para seus alunos. E, claro, encontrar os amigos sempre que fosse possível.

Então foi uma surpresa para ele quando se apaixonou por Nymphadora Tonks. 

Não porque ela era um ser desprezível ou qualquer coisa assim. Pelo contrário! A mulher de cabelos coloridos, piadas de gosto duvidoso e um sorriso encantador era o ser humano mais fácil de amar no universo.

A surpresa foi como isso aconteceu. Sempre a conheceu, a mulher é a prima mais nova de um de seus melhores amigos, Sirius Black, mas tinha ido embora muito jovem. Inicialmente para um intercâmbio de 6 meses durante o primeiro ano do ensino médio, depois se estendeu para mais um ano e então ela conseguiu uma bolsa… E apesar de Sirius estar sempre falando da sua prima favorita, reencontrá-la quase 8 anos depois fez com que Remus ficasse de boca literalmente aberta.

A garota que ele tinha se despedido tinha cabelo preto, uma voz fina demais e era tímida perto até mesmo da família. A mulher que ele cumprimentou no aniversário de Sirius tinha crescido, pintado o cabelo e estava sempre caindo no centro das atenções.

Recapitulando tudo o que viveram, Lupin tem quase certeza que foi naquele exato momento, enquanto Tonks se servia, de forma desastrosa, com uma bebida sem álcool (“eu tenho pena do fígado de todos vocês e não vou doar o meu se precisarem, estou avisando”) que se apaixonou perdidamente por ela.

 

O pedido

 

Passar tanto tempo longe da família foi desafiador, mas Tonks, como gostava e exigia ser chamada, tinha aproveitado todas as oportunidades e momentos que teve ao longo daqueles anos. Porém chegou uma hora que simplesmente não aguentava mais.

E voltar para casa como uma detetive com ótimas referências fez com que ela arranjasse um emprego incrível rapidamente. Então agora ela tinha seu próprio e bagunçado apartamento que ela sempre prometia para si mesma que ia arrumar no próximo fim de semana, uma moto pela qual era completamente apaixonada e um emprego que fazia com que ela sorrisse atoa.

E claro, tinha o Remus.

Tinham se encontrado na festa do primo assim que ela voltou para casa, mas não conversaram muito. Na verdade, ela nem se lembra dele naquele dia, mas depois de mais alguns encontros em jantares e reuniões íntimas com todos os amigos, eles agora saíam juntos e, principalmente, sozinhos. Para encontros.

A pequena Tonks de alguns anos atrás fazia o coração da atual bater mais rápido toda vez que se lembrava do pequeno penhasco que sentia pelo homem quando eram mais novos. E olha só onde estavam agora: andando de mãos dadas pelas calçadas de Londres enquanto procuravam algum presente para o pequeno Harry Potter, que faria aniversário em alguns dias.

— Sabe o que andei pensando? - começou enquanto saíam de mais uma loja para a rua movimentada do centro.

— Que deveríamos ter comprado esse presente antes? - Tonks riu da resposta do homem, mas negou com a cabeça. - Então não sei.

— Que estamos saindo já vai fazer 3 meses? - sorriu para Remus quando viu ele concordar com a cabeça, a olhando sem entender onde ela queria chegar. - Quando você pretende me pedir em namoro, querido?

Deu tapinhas nas costas do homem ao seu lado enquanto mordia o lábio inferior para não rir, achava adorável como não importava o tempo que passasse e o quanto se conhecessem, Remus sempre ficava sem jeito quando ela era direta demais. E ela amava ser direta demais com ele.

— Você quer isso? - o professor de literatura perguntou rouco depois de se recuperar da pequena crise de tosse.

— Claro que quero, bobinho - Tonks se inclinou para beijar a bochecha dele. - Por qual outro motivo estaria tanto tempo saindo com você? Não invisto meu tempo em algo que não quero, Remus, e você sabe disso.

O casal ficou em silêncio, Nymphadora distraída olhando as vitrines das lojas dando espaço para Remus se recuperar da pergunta tão direta. Ela não cansava de espiar o homem pelo canto do olho para ver se ele ainda estava vermelho, sorrindo sempre ao perceber que sim.

Tinham acabado de guardar as compras no carro quando o assunto voltou, Remus simplesmente se virou para a garota de cabelos coloridos ao seu lado e disse que também queria que fossem namorados, além de pedir desculpas por demorar tanto. Ela simplesmente abanou a mão, sorrindo.

— Então isso quer dizer que você já pode passar pela tortura que é conhecer meus pais?

 

Conhecendo os pais

 

Não foi difícil para Lupin perceber a quem a namorada havia puxado toda a aparência física. Era quase assustador olhar para ela e para a mãe juntas. Como duas pessoas podiam ser tão iguais era a única coisa que ele conseguia pensar enquanto as olhava partirem iguais o pedaço de carne de soja.

Quando Tonks soltou aquela pergunta no carro, Remus tinha que confessar que ficou assustado, mas sua surpresa mesmo veio quando percebeu, na porta da casa que Nymphadora tinha crescido, que não estava nervoso para aquele encontro.

Talvez um pouco ansioso, mas era só por querer que Ted e Andrômeda gostassem dele, nada que fosse fazer ele correr para as montanhas. Já tinha o amor de Tonks, mesmo que ainda não tivessem trocado as três palavrinhas, sabia que ter isso já era o suficiente para os pais dela.

Diferente do que a namorada, ele amava se referir a ela desse jeito, tinha falado, os pais não fizeram nenhuma pergunta que achou constrangedora. Claro que ter que responder sobre a mãe que nunca conheceu e o falecido pai não tinha sido o melhor momento do jantar, mas não tinha se incomodado.

Tiveram uma noite de muita conversa, comidas gostosas e até jogaram algumas partidas do bom e velho Uno. Com certeza tinha saído daquela casa mais feliz do que entrou. Podia facilmente fazer parte daquela família se o quisessem.

 

A primeira briga

 

Tonks não era burra, sabia muito bem que o colega de trabalho estava descaradamente dando em cima dela mesmo com todas as recusas e avisos de que tinha namorado, porém o que a estava irritando de verdade era a cara fechada de Lupin.

Tinham combinado de almoçar juntos naquele dia e ele havia ido encontrá-la na delegacia já que tinha largado mais cedo de uma das aulas, e, apesar de saber de toda a história do homem flertando platonicamente com Tonks, não parou de agir como um completo idiota.

— O que você acha que estava fazendo? - a mulher praticamente gritou quando sentaram no carro, tinha quase o arrastado para fora da delegacia bufando e se segurando para não bater nele.

— Ele estava dando em cima de você na minha frente!

Tonks bufou de novo, já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha feito isso naqueles poucos minutos.

— Remus, eu só vou te falar isso uma vez - fez ele a olhar e o encarou séria - Eu sei me defender, e ele pode dar em cima de mim mil vezes, não importa, é você que eu amo e é com você que eu quero ficar, idiota.

Houve um momento de silêncio onde eles se encararam e a cara fechada de Remus se tornou um sorriso assustadoramente grande.

— Você me ama, Dora? 

Houve mais um momento de silêncio, o rosto da mulher ficando vermelho enquanto a ficha do que tinha dito começava a cair. Remus tinha certeza que poderia explodir de felicidade a qualquer momento, se aproximou dela devagar e fez carinho no rosto da namorada com uma das mãos.

— Eu também te amo, Dora - sussurrou, dando um selinho nela. - Me desculpe por ter sido um idiota, ok? Não vai acontecer de novo.

 

Aniversário de Lupin

 

Nunca tinha sido um grande amante do próprio aniversário, todo ano ganhava um bolo dos alunos e um jantar na casa dos Potter, mas aquele ano a comemoração com os alunos tinha sido no dia anterior, já que a data exata era um sábado.

Outra coisa que estava diferente era a bandeja de café da manhã que estava o esperando na cama quando saiu do banheiro enrolado no roupão, sorriu para a surpresa da namorada, em dúvida se ia atrás dela ou se sentava para comer antes. Decidido a dividir aquele tanto de comida com ela, começou a caminhar até a porta quando viu a tigela de morangos perdida no meio das outras coisas e a pegou, indo de volta para a porta.

Andou pela casa toda chamando o nome da namorada, mas não obteve nenhuma resposta, o que fez ele estranhar. Onde Tonks havia se metido?

Andou até pelos cômodos pouco usados, mas só foi encontrá-la quando passou perto de uma das janelas que dava para o quintal de trás. Lá estava ela sentada na grama, rindo para algo que ele não conseguia ver.

Foi até a cozinha e deixou a vasilha, agora vazia, em uma das bancadas e abriu a porta que dava para o lado de fora, chamando a atenção da namorada.

— Finalmente, estava te esperando - ela falou enquanto se levantava e passava as mãos no short, se limpando. - Remus, conheça seu presente de aniversário, o Moony.

Como se tivessem treinado, um Husky siberiano correu na direção do homem com um graveto na boca. Remus se abaixou para fazer carinho no cachorro sem entender direito o que estava acontecendo, então olhava do cão para a namorada, confuso.

— Dora, eu não to entendendo…

— Conheça nosso primeiro filho, amor.

 

Dia dos namorados

 

Depois de um dia inteiro investigando um assalto e preenchendo relatórios, Tonks estava exausta, mal se lembrava de que era dia dos namorados, só queria muito uma comida gostosa e seu namorado fazendo um cafuné nela. Não era pedir muito, certo?

Estacionou sua moto logo atrás do carro de Lupin e tirou as chaves da casa do namorado do bolso da jaqueta. Estava passando tanto tempo ali que mal se lembrava de como era a própria casa e não estava achando aquilo realmente ruim.

Sorriu ao passar pela porta de entrada e dar de cara com a mesa de jantar montada, linda e cheia de jasmim, sua flor favorita. O cheiro de comida que acabou de sair do forno fez sua barriga revirar, implorando por aquilo, então deixou suas coisas no armário de entrada e foi atrás de Remus na cozinha.

Não conseguiu segurar a sua risada silenciosa quando encontrou o namorado sentado no chão tentando tirar um pedaço de carne da boca do pequeno e irritado Moony.

— O que eu perdi? - chamou a atenção de Remus, ainda rindo.

— Seu filho - Tonks teve que se segurar para não rir mais - eu preparei um jantar romântico pra você, porque sabia que ia chegar cansada e quando eu dei as costas ele simplesmente atacou tudo.

— Oh meu deus - se aproximou do namorado e estendeu a mão para ajudá-lo a levantar, aproveitando a deixa, Moony comeu o restante da carne e correu para a sala. - tá tudo bem, a gente pede alguma coisa e podemos tomar um banho juntos enquanto esperamos.

— Tudo bem - sorriu quando ele abraçou sua cintura e a beijou suavemente. - Ainda bem que sou esperto e fiz duas surpresas pra você.

Antes que ela pudesse sequer perguntar o que era, Remus a puxou pela mão até o banheiro. Mas lá estava Moony, cheio de espuma, assim como todo o piso do cômodo.

— Ele definitivamente me odeia! - Tonks não conseguiu segurar a risada e acabou escorregando, levando Remus junto para o chão, logo estavam os dois com tanta espuma quanto o cachorro, mas sentiam as bochechas doerem de tanto rir.

 

Aniversário de Tonks

 

Apesar de não gostar de comemorar o próprio aniversário, tinha percebido que Tonks era o completo oposto… como em muitas coisas. A mulher não só amava a data que nasceu como planejava tudo com uma antecedência assustadora, quando ainda faltavam 1 mês para o grande evento, as sessões de compras começaram.

Primeiro foram atrás da decoração, o tema da vez era anos 90 e nada podia fugir disso. Depois foi a vez das comidas: o bolo, os doces e os salgados, tudo tinha que ser maravilhoso e combinar com o tema. E por último, o figurino dos dois. Um dia antes, montaram tudo no jardim da casa de Remus… e ele esperava que depois daquele dia, fosse a casa dos dois. 

No grande dia, Tonks foi a primeira a acordar, acabando com os planos de Lupin de entregar o seu presente. Logo Lily, Marlene e Dorcas tinham chegado para ajudar a arrumar tudo e o homem ficou encarregado de colocar as mesas e cadeiras nos lugares certos, bem longe de onde a namorada estava.

E antes que Remus pudesse pensar em formas de entregar seu presente, a casa estava cheia de amigos, familiares e música alta. E todos pareciam querer a atenção de Tonks para si.

O parabéns não demorou a acontecer, a aniversariante tinha uma regra muito rígida de não deixar o bolo, a melhor parte, para o final. E se era possível, Remus se encantou ainda mais por ela cantando juntos e pulando e fazendo caras e bocas para os celulares que a gravavam.

E então viu a oportunidade perfeita quando todos pareciam distraídos com as suas deliciosas fatias de bolo, sussurrou para a aniversariante encontrar com ele no quarto que dividiam e subiu os degraus apressado, pensando em como faria aquilo.

Pode ver a expressão de susto e então de compreensão se formar no rosto de Tonks quando ela entrou no quarto e o encontrou de joelhos perto da cama, o anel simples dentro da caixinha aberta fazia a pergunta silenciosa.

Com lágrimas nos olhos, Dora se ajoelhou na frente do namorado e o beijou com todo o amor do mundo, respondendo com o gesto que sempre seria ele. Mil vezes ele.

E no silêncio do quarto, eles declararam o amor que sentiam um pelo outro, porque nenhuma palavra chegaria perto dos seus sentimentos.


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