Contra o terrível fim chamado Medusa escrita por MT


Capítulo 7
Cap 7 - E a sorte só piora


Notas iniciais do capítulo

Palavra do dia: esquadro.
Boa leitura!



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Mais tarde Felipe foi levado a um palácio. Menor que o templo, porém ainda enorme. Com torres e tudo nas cores dourada e branca.

Leila, a mulher que o acertara com um machado e possuía um canto especial na sua lista de ranços, mostrou o lugar. Haviam se separado da elfa logo na entrada após um homem os receber na porta. Pela expressão que o sujeito dirigiu a Felipe era possível notar que a princesa não os avisara da visita de um mendigo.

A primeira parada foi o banheiro. Depois de muitos corredores e olhares cheios de desgosto. Começava a até achar simpático a forma zombeteira com a qual a elfa o encarava. E gentil o olhar desinteressado da mulher bestial. Falando nisso, haviam alguns outros homens feras ali. Mas vestiam roupas padronizadas de empregados e não eram muitos.

O banheiro era grande. A antessala possuía estantes de onde, separadas em quadrados de madeira, viam-se materiais ligados ao banho. Leila pegou um sabão e uma toalha de um deles e os entregou a Felipe. O sabonete estranhamente tinha a forma de um esquadro.

— Se lave enquanto busco uma muda de roupas. - ela disse e estava para se virar quando o garoto abriu a boca.

— Por que? Eu sei o que ela disse, mas… por que isso está acontecendo? Eu sou uma ralé imunda, a ofendi e guardo rancor contra ela, não faz sentido. - falou, mais por querer falar do que realmente se importar com o assunto. Havia algo no qual não queria pensar. Uma sensação de que alguém o vira e não gostara nada disso. Mas, não era o ´´ estranhando o mendigo que entrou aqui e se sentindo enojado com isso``, e sim um ´´sua mera existência é um erro de escalas enormes nesse universo``. Quase podia ver alguém o encarando. Como se o ar tivesse a forma de uma pessoa.

— Não é bom para escravos tentarem entender o motivo de seus mestres fazerem deles o que fazem. Por que isso dificilmente traz qualquer bem, eu pessoalmente nunca vi nada de bom provir disso. - ela disse e pareceu que ia terminar por aí. Mas Leila continuou após uma breve pausa onde pareceu ponderar sobre o assunto. - A princesa Stheno é um pouco diferente dos outros elfos e não parece querer manter as coisas iguais ao que são agora. Ela não gosta de ter que adorar um deus só porque a disseram para adorar, ou manter distância do povo comum porque não é ´´adequado a nobreza`` ou realizar qualquer outra coisa preestabelecida com a qual não concorde. Tão pouco aprecia que os outros ´´não pensem por si mesmos``. 

Leila parou quando percebeu a expressão séria que Felipe fazia dando a entender que prestava bastante atenção.

— Mas ela não parece ter problema em forçar suas vontades nos outros, não seria bom esperar compaixão ou gentileza. Só vai desperdiçar suas esperanças. - finalizou a mulher fera com um dar de ombros fazendo a elfa voltar ao posto de garota mimada e desprezível demônio. Não tinha porque depositar qualquer confiança naquela princesa dos elfos. Mas um pouco de simpatia por não se deixar levar pela maré não seria justo negar.

Estava para virar-se e entrar na sala de banhos quando todos os seus pelos se arrepiaram ao vislumbrar alguém surgir do nada ao seu campo de visão.

— Um minuto, tem esse tempo para me convencer a deixá-lo vivo. - a voz surgiu junto a um estranho e poderoso tremor que agitou a antessala como se estivessem numa caixa e as palavras fossem mãos gigantes a balançando. O ar estava mais... difícil de respirar como se outra  substância estivesse o empurrando para longe ou se seus pulmões, assim como todo o resto, estivessem tensos demais para trabalhar normalmente.

Leila rapidamente empunhou o machado com ambas as mãos e avançou. A arma foi erguida até quase tocar o teto e estava para descer sobre a cabeça do invasor num espaço de tempo que era curto demais até para ser notado.

— Para até mesmo um escravo ousar me atacar… eu por acaso pareço assim tão fraco hoje em dia? - ele falou tranquilamente após mover o indicador na direção da mulher fera e vê-la ter a parte superior do corpo soprada, tornando-se uma nuvem de gotas de sangue, como um punhado de areia ao vento. A sala foi manchada de carmim do local onde as pernas, sem nada acima dos quadris, de Leila estavam para trás.

A mulher bestial morreu como se não fosse nada. Como uma gota de chuva em meio a milhares de outras. E ele seria o próximo.


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Notas finais do capítulo

É. E pensar que a história acabaria no cap 7. Muito obrigado a todos que acompanharam essa história, foi uma honra guiá-los nessa jornada e... como assim? Não acabou? Mas já tá claro que o Felipe vai capotar o fusca. Num precisa nem mais do próximo cap. Só continuar acompanhando que vou entender? Tá bom então.
Obrigado por ler!



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