Dez Mil Metros escrita por Samyy


Capítulo 2
Se algo pode dar errado, então que no final dê certo


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, oficialmente o último capítulo, mas quem sabe algum dia eu volte com o capítulo bônus, que será postado como uma oneshot (no caso de eu não inventar de estender mais do que já estendi...)



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Nunca fui muito fã de viagens de avião.

Desde criança tenho medo de altura e todas as brincadeiras do parquinho sempre foram torturas para mim. Me balançar no balanço, descer o escorregador e subir na gangorra me davam frio na barriga, – e tremo apenas com a lembrança – mas eu me obrigava a brincar. Já era zoada o suficiente na escola para me dar esse luxo.

Meus pais se separaram assim que eu completei dezoito anos e, embora neguem veemente, tenho certeza de que esperaram eu completar a maioridade para não me causar – muitos – traumas. Ambos são psicólogos e assim que o divórcio saiu, mamãe se mudou para os Estados Unidos.

No início foi difícil, fiquei quase um ano sem vê-la, viajava apenas em ocasiões especiais e com o tempo aprendi a suportar, afinal não havia outro jeito.

Nunca fui muito fã de viagens de avião e após uma das minhas últimas viagens esse sentimento se transformou em ódio. Sim, ódio que começou com o simples fato de eu ter perdido o celular dentro do carro que pedi até a casa de minha mãe. Assim que percebi a burrice entrei em contato com a empresa, mas não puderam fazer nada. Provavelmente o próximo passageiro o encontrou e deu cabo nele.

Mas tudo bem, eu estava acostumada, nunca fui uma pessoa muito sortuda.

Por isso comprava as três passagens da mesma fileira, – já passei por cada situação – por isso não acreditei quando percebi que Ron estava me dando mole, essas coisas não costumam acontecer comigo. Não acreditei quando ele bateu no meu quarto no hotel e muito menos quando me beijou, algo que eu queria fazer desde que trocamos olhares no avião.

E então quando perdi meu celular tudo pareceu ter voltado aos eixos. A boa e velha azarada Hermione Granger. Com isso eu sei lidar.

Não sabia seu nome completo, onde trabalhava ou qualquer outra informação além de seu cabelo ruivo e alguns fatos que trocamos para me ajudar a encontra-lo.

Certo Hermione, você teve um dia divertido na vida para compensar os outros trezentos e sessenta e quatro meio bosta do ano, você acabou de gastar sua dose de alegria, tudo bem.

Logo, me conformei.

O que não quer dizer que foi fácil assim me conformar, pois era fácil me distrair lembrando da sua boca contra a minha, do jeito gostoso que ele me aperta e até da respiração ofegante que trocamos...

Foco, Hermione!

E o jeito que ele parecia interessado em tudo o que eu falava, sua voz suave e seu perfume... não era aquele cheiro de macholândia, era um aroma agradável e reconfortante.

Essas lembranças me mantiveram acordada durante a noite, durante várias noites. Tive um total de dois namorados, alguns contatinhos, como Luna diz, mas nunca havia sentido esse vazio que Ron deixou.

Que piegas. Como eu me sentia assim em relação a um completo estranho?

Por conta do trabalho precisei voltar a Londres. A viagem de volta foi uma droga. Inutilmente fiquei na expectativa de encontrá-lo no aeroporto, o que obviamente não aconteceu.

No final do mês, voltei a encarar meu medo de altura para passar o feriado de Ação de Graças com minha mãe e seu namorado estado-unidense.

Dia 3 de dezembro chegou e foi embora – sem antes me irritar, claro – assim como o dia 4, 5, 6... Passei o Natal com meu pai e o Ano Novo com minha mãe.

Em janeiro foi seu aniversário.

Fui obrigada a fazer pelo menos uma viagem a Chicago nos últimos meses, todas na esperança de encontrá-lo por aí. Algo matematicamente impossível, já que o aeroporto de Londres realiza pelo menos 10 voos diários apenas para Chicago, totalizando ao menos trezentas possíveis viagens em 1 mês.

As chances não estavam mesmo ao meu favor, raramente estavam.

Me sentia a Bella de Crepúsculo vendo as estações passarem de sua janela... não que eu já tenha assistido Crepúsculo...

Enfim, março chegou. Agora eu apresento a vocês uma de minhas melhores amigas: Astoria Greengrass... no caso, Astoria Malfoy. Nos conhecemos desde a infância, nos tornamos amigas no primeiro dia de aula do prezinho, foi amizade à primeira vista.

Sempre fomos muito inseparáveis, compartilhamos todos os nossos segredos e primeiras vezes uma com a outra. Com o final do ensino médio tomamos caminhos distintos, mas nunca nos separamos realmente. Quando ela disse que Draco a pedira em casamento e requisitou minha presença como uma das madrinhas eu não podia negar – nada a ver com o lindo vestido marsala que eu usaria.

A cerimônia ocorreu no primeiro dia de março e foi lindo, mágico, pelo casamento em si e por outras coisas que aconteceram.

É verdade que quanto mais o casamento se aproximava menos eu me sentia à vontade para presenciar essa união, não pelo casal e sim pela descrença de que algo semelhante aconteceria comigo. Eu vi o amor deles nascer, crescer e amadurecer. Eu sabia que Draco era apaixonado pela minha amiga antes mesmo de ele se dar conta desse sentimento.

De toda forma, eu ser azarada não deveria influenciar no meu carinho pelos meus amigos.

Eu fui uma das sete madrinhas, junto com minhas outras amigas Natalie McDonald, Hannah Abbot e algumas mulheres que eu jamais vira na vida, incluindo Ginny Potter.

Ginny é uma mulher que chama atenção apenas pelo fato de existir, eu repararia nela mesmo que à primeira vista ela não me lembrasse Ron. Sim, eu sei que nem todos os ruivos do mundo são parentes, aprendi isso de forma embaraçosa e inconveniente, mas não consigo não parar de associar seu cabelo ruivo e olhos azuis à lembrança do cabelo ruivo e olhos azuis que de vez em quando me deixam acordada a noite.

Foi uma cerimônia linda e com seu fim fomos para a festa em celebração na casa dos pais de Astoria e olha, normalmente gente rica não sabe fazer festa, mas os Greengrass sabem como deixar uma boa impressão.

Dezenas de garçons e suas bandejas cintilantes andavam de lá e para cá carregando petiscos e bebidas; a música era animada e atual; a decoração impecável, tudo perfeito. Só por isso fiquei feliz de ter ido.

Na mesa dos padrinhos engajei uma conversa animada com Ginny, algo que me surpreendeu porque eu costumo ser retraída e provavelmente foi a bebida falando mais alto.

Ela é divertida, a Ginny, de cara gostei dela. Descobri que seu marido, Harry, era um dos padrinhos de Draco e que foi por esse intermédio que se conheceram, já que Draco é um dos melhores amigos de Harry e Ginny uma parente da família da mãe.

Falamos muita besteira, rimos à beça e em um momento, também provavelmente por conta da bebida, Ginny começou a falar que me apresentaria para seu irmão.

Ali o papo ficou estranho porque se tem uma coisa que eu evito são encontros arranjados, isso nunca dá certo. Ok, eu estava carente, não tinha um date há alguns meses e não dava umazinha há um tempo, mas não queria relacionamento nenhum no momento... reformulado: queria voltar no tempo, não perder meu celular e quem sabe estar na companhia de Ron evitando essa conversa esquisita.

Devo ter jogado pedra na cruz pra estar pensando tanto assim em um estranho...

— Hoje é aniversário dele, mas prometeu que viria parabenizar Draco. – disse Ginny com a voz enrolada. — Você vai gostar dele, é muito bonito quando não está carrancudo.

Enfim, saio da mesa com a desculpa de que preciso ir ao banheiro e me refugio no interior calmo da casa. Olho com carinho toda a decoração porque passei horas ali quando mais nova, essas paredes representaram um segundo lar na minha vida.

Deito no sofá, de sapato e tudo, porque o mundo passou a girar assim que me levantei da cadeira. Eu poderia subir e deitar no antigo quarto de Astoria, mas fecho os olhos ali mesmo enquanto as batidas da música pulsam no meu coração.

Meu quase momento de relaxamento é interrompido com os toques insistentes da campainha. Não é possível que ninguém mais esteja escutando isso.

Ando calmamente até a porta onde uma figura alta espera.

Não sei se é a bebida, a conversa, o barulho da música ou sei lá o que, mas acho que estou sonhando. A luz do interior da casa ilumina sua presença e o estranho tem os mesmos cabelos ruivos e olhos de Ron, sem falar que está usando uma camisa social branca e calça social azul clara que o deixam incrivelmente gostoso.

Caralho, o estranho é o Ron.

Imaginei diversas vezes o que diria a ele caso nos reencontrássemos, como me desculpar por nunca ter ligado. Imaginei que ele entenderia a situação e riríamos enquanto tomamos uma garrafa de vinho e assistimos a nova temporada de This Is Us, mas...

— Oi. – consigo dizer enquanto meu coração esmurra meu peito.

— Oi. – ele responde confuso.

Nada me preparou para a minha falta de vocabulário, desaprendi a falar. Nos encaramos por longos segundos e me sinto de volta ao avião, meses atrás quando ele se ofereceu para guardar a minha mala.

— O que está fazendo aqui? – ele é o primeiro a quebrar o silêncio e suas palavras me machucam.

— Sou a melhor amiga da noiva. – respondo.

— Posso entrar? Está frio aqui fora.

— Claro! – fecho a porta.

Quando ele passa por mim sinto o cheiro que vem povoando meus sonhos nos últimos meses, além de uma enorme vontade de pular em seus braços e repetir os amassos que demos naquele hotel chique.

Mas Ron me encara de maneira indiferente, então me resigno a dizer:

— Todos estão nos jardins. Draco e Astoria já cortaram o bolo.

— Obrigado. – e se vira em direção aos fundos.

Calma, não! meu cérebro grita.

Geralmente as chances nunca estão ao meu favor, por isso não costumo tomar grandes riscos e iniciativas em situações que eu não tenha o controle. Todas as vezes em que namorei foi porque a outra parte deixou 1000% explícito que tinha interesse, se dependesse de mim estaria no zero a zero até hoje.

Mas com Ron foi diferente, eu sabia que se não tomasse esse grande risco me arrependeria para o resto da minha vida. Era a hora de reivindicar o que eu quero e demonstrar um pouco de interesse pelas coisas.

Até porque meio que era minha culpa estarmos nessa situação toda.

— Espera, Ron! – seguro seu braço. — Será que podemos conversar? Não aqui, em outro lugar.

Ele olha para seu braço que seguro e então para mim, vejo a confusão em seus olhos e seu silêncio me diz que ele não quer conversar, mas eu tentei, eu tentei...

— Tudo bem. – nunca duas palavrinhas me trouxeram tanto conforto. — Eu só preciso cumprimentar Draco e encontrar minha irmã e cunhado, não deve levar mais de quinze minutos.

Eu apenas assinto. Essa é a maior quantidade de palavras que ele me dirige desde que nos vimos hoje.

Os quinze minutos parecem levar duas horas e meus dedos formigam do toque recente da pele de Ron, mas ele retorna, como prometido.

— Me acompanha até meu carro? – peço. A situação extinguiu qualquer traço de embriaguez presente em meu corpo.

Aqui fora está frio, embora a neve já tenha começado a derreter. Tomamos cuidados para não escorregar nas camadas de gelo da calçada, esse é o momento que eu me arrependo por não ter trago outro sapato e ter que andar de salto.

Andamos duzentos metros em completo silêncio até que eu encontre as palavras mais certas para me explicar:

— Esqueci meu celular.

— Podemos voltar para pegá-lo.

Claramente não foi uma das minhas escolhas mais sábias de palavras.

— Não, não é isso. – paro de andar e o encaro. – Em Chicago, esqueci meu celular no Uber. Perdi parte da minha agenda, algumas notas, fotos e contatos. Por isso não te liguei, porque perdi seu número. Não sabíamos muita coisa a respeito um do outro, então não fazia ideia de como te achar...

Vejo o traço de um sorriso em seus lábios, mas Ron toca meu braço me forçando a andar.

— De onde conhece Astoria e Draco? – ele me pergunta e quando o faz percebo que não está mais tão indiferente.

— Astoria do Jardim de Infância. Draco do ensino médio. Nós três estudamos na mesma turma e alguns anos depois Draco percebeu que estava apaixonado por ela.

— Ah sim, eu lembro disso, Draco sempre foi apaixonado por sua amiga.

Paro de novo e sei que tem uma interrogação na minha testa: como ele poderia saber disso?

— E vocês se conhecem de onde mesmo?

— Draco é meu primo, acho que de quarto grau, mas ainda primo. Nossas famílias se encontram algumas vezes ao ano.

Essa informação me choca em vários sentidos. Poderíamos ter nos conhecido há anos ou nos reencontrado de outra forma, não sei... Ron esteve mais perto do que imaginei.

— Sabe, nem todos os ruivos do mundo são parentes.

Ele ri, claro que não ia me deixar esquecer a bola fora que dei, mas então me lembro: Harry disse que Ginny e Draco são parentes, embora esse grau de parentesco e nada sejam a mesma coisa para mim, seria possível que eles sejam irmãos e Ron é o tal irmão que ela queria me apresentar?

— Hoje é seu aniversário?

Seu rosto se distorce em espanto.

— Como você sabe? – dessa vez eu o puxo de volta para a nossa caminhada.

— Hm, coincidentemente algumas pessoas ruivas são sim parentes, sabe... Recebi essa informação de um passarinho vermelho.

A tensão que se instalou inicialmente é quebrada e começamos a conversar amenidades. É fácil conversar com Ron, ele é um excelente ouvinte e suspeito que goste de me ouvir falando.

Em algum momento nossas mãos se entrelaçam me causando frio na barriga, mas não como o frio do balanço ou do escorregador, e sim como na noite em que nos beijamos. Coisa que eu não sinto há um bom tempo.

Estamos andando há meia hora quando Ron me pergunta:

— Hermione, onde você estacionou seu carro?

Eu rio.

A verdade é que não sei dirigir, e mesmo que soubesse não bebo e dirijo, vim de carona da igreja. Estamos andando até a casa onde passei os primeiríssimos dezenove anos da minha vida, mas omiti esse fato. Não respondo, afinal já consigo ver as janelas redondas daqui.

O carro que meu pai comprou há alguns anos está na garagem, mas ele não está em casa, jamais traria Ron aqui se estivesse. Ele e sua namorada estão em um cruzeiro pelo continente americano, às vezes recebo alguns cartões postais e fotos fenomenais.

Ron me olha intrigado enquanto eu procuro a chave reserva em um ralo falso. Tivemos essa ideia quando eu esqueci a chave em casa e meus pais viajaram durante uma semana, me obrigando a passar esses dias na casa dos Greengrass.

— Bem-vindo à casa dos Granger, mas hoje em dia é a casa de apenas um Granger.

Meu pai ficou com a casa após o divórcio, não moro aqui há onze anos. Apesar de toda a situação ele fez questão de manter tudo como sempre foi, móveis, decoração e até as fotos são as mesmas de quando vivíamos felizes aqui.

Sua namorada não parece se importar e eu acho meio fofo.

— Olhe só, Hermione criança! – Ron pega o porta-retrato mais próximo de si. Na foto tenho uns três ou quatro anos, um sorriso banguela e o cabelo todo bagunçado. Era dia de lavar cabelo, é assim que funciona quando se tem cabelo crespo, um dia dedicado a lavar e hidratar as madeixas.

Ron parece estar em um parque de diversões olhando todas as minhas fotos. Eu o sigo de perto e respondo suas perguntas sobre minha incrível infância. Ah, eu faria o mesmo se estivesse cercada por suas fotos.

Finalmente ele para e me encara com seus olhos de oceano. Mais uma vez me ocorre que é loucura me sentir tão atraída por um agora não tão completo estranho, mas não estou me importando.

No momento não me importo nem um pouco.

Ron toma meu rosto em suas mãos e me beija, não posso dizer que não estava ansiando por isso desde que nos vimos. Esqueça o frio na barriga, esse contato envia labaredas de fogos por todo o meu corpo e as coisas saem um pouco do controle depois disso, de uma forma boa.

Subimos para o meu antigo quarto, onde caímos desajeitados sobre a cama e rimos.

— Seu pai não vai chegar por agora né?

— Quê? – não imaginei que ele diria algo do tipo.

— Já passei da idade de ser pego pelos pais da garota que estou ficando.

— Não. – solto uma gargalhada.

De repente estou me sentindo bastante confiante, tomo mais uma decisão importante. Os beijos de Ron me deixam extasiada, o tipo de beijo que te faz querer tirar a roupa. Minhas mãos passeiam por seus ombros até eu ter coragem de desabotoar sua camisa. Ron não me impede e logo a peça está esquecida no chão, junto às outras que também se vão.

— Feliz aniversário, Ron. – sussurro em seu ouvido tentando parecer sensual, não sou muito boa nesse quesito.

É engraçado pois nunca fiz isso, nunca trouxe garotos para casa, eu não era exatamente simpática com suas investidas desesperadas. Houve algumas oportunidades, eu só não queria. Perdi a virgindade durante a faculdade e não foi muito divertido. Enfim, é engraçado ter Ron aqui porque esse quarto conta a história da Hermione no início da vida adulta, suas paredes estão cheias de pôsteres dos artistas que eu admirava, centenas de livros que eu devorava diariamente – nada remotamente parecido com A Virgem e o Cafajeste— e prateleiras de prêmios que ganhei da escola.

É assim que deixo Ron entrar em minha vida e preencher cada canto com seu cheiro delicioso.

Quando levantarmos, pela manhã, vou salvar o número dele em mais de um lugar, sabe. Para não correr o risco novamente. Mas se eu tiver que enfrentar meu medo e ficar a mais de dez mil metros de altura para viver tudo isso novamente: que seja!


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês tenham gostado, eu me diverti muito escrevendo!!!

Queria agradecer todo mundo que tirou um tempinho pra comentar, é muito importante pra mim porque eu sou muito insegura com o que escrevo e saber que alguém gostou é um acalento para o meu coração. Não é nenhuma obra de arte, é apenas para descontrair, mas foi feito com todo carinho.

Beijos gente e até a próxima!!!

Atualizando com o último capítulo da história. Precisei postar uma nova pq marquei esta como concluída: https://fanfiction.com.br/historia/802854/Dez_Mil_Metros_-_Bonus/



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