Hermione parou com a bandeja de café da manhã na porta do quarto e contemplou o marido envolvido no vigésimo sono.

Ele nunca acordava antes dela, a não ser quando queria fazer alguma surpresa e mesmo assim, algumas vezes, falhava nessa árdua missão.

Às vezes era surreal pensar em todos esses anos que dividiram, nas alegrias e principalmente nos problemas, assim como prometeram há alguns anos em seu casamento. As desavenças eram inúmeras e praticamente diárias, mas não via sua vida sem o dono dos seus sorrisos, tão numerosos quanto as discussões.

Sabia que sentia algo a mais desde seu quarto ano em Hogwarts, o baile de inverno evidenciara tudo. Contudo, não se arrependia nem um pouco de todo o tempo que levou antes de expor seus sentimentos, muito menos nas circunstâncias em que o fez.

Não havia outro jeito de dizer: amava Ron Weasley, com todos os seus trejeitos e, sobretudo, com o jeito que ele a beijava. Sentia-se a mulher mais especial do mundo.

Apoiou a bandeja na mesa de cabeceira de seu lado na cama e abraçou Ron, que dormia de lado. Ele não tardou a acordar:

— Bom dia! – Hermione sussurrou em seu ouvido.

— Bom dia... – ele respondeu ainda embalado pelo sono.

— Ouvi dizer que é o aniversário de alguém hoje.

Aquela frase foi o suficiente para fazê-lo sentar-se, trazendo Hermione junto consigo.

Foi uma manhã agradável. Nenhum dos dois tinha um lugar para ir, vantagens de ser o chefe.

Tomaram café da manhã na cama. Ron leu as cartas que seus filhos lhe mandaram de Hogwarts e se emocionou como há muito não fazia.

Ele tinha o que jamais sonhou ter e mais um pouco.