Mudanças. escrita por luhs2


Capítulo 11
Capítulo 11 - Corações Partidos.




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Finalmente tinham chegado no seu apartamento.

- Vamos trocar de roupa e ir dormir. Eu te empresto alguma coisa confortável para você colocar. – Ino disse indo para o seu quarto. Hinata foi atrás dela. Ela começou a fuçar no seu armário, dentro de uma gaveta. Depois olhou para a Hinata com uma cara meio sem graça. – Viu... Eu estou meio que sem pijamas decentes, os que eu tenho estão para lavar. Eu só tenho esse conjunto preto e essa blusinha branca com a calcinha. – Hinata riu da amiga. Pegou o branco.

- Não se preocupe é muita gentileza da sua parte me emprestar. E é só você aqui. Eu não tenho vergonha de você. – disse se despindo. Ino fez o mesmo. E elas trocaram de roupa.

- Vamos tirar a maquiagem. – Ino disse, elas foram ao banheiro. Saíram de lá com os rostos limpos e com os cabelos soltos. – Eu sei que está tarde, mas você quer mesmo ir dormir? – pelo tom de voz da Ino ficou obvio que a loira não queria. Hinata olhou para a amiga e deu um sorriso balançando a cabeça negativamente.

- Vamos assistir um pouco de Tv... – elas foram para a sala. Ino foi para a área da cozinha olhou o relógio no microondas, estava marcando 02:45h. Hinata se deitou no chão em cima do tapete e ligou a tv, abaixando o volume. Sabia que Ino estava louca para fofocar.

- Nossa!! Já são 02:45h. Essa noite passou tão rápida. – Ino disse se sentando no chão ao lado da amiga recostada no sofá. Hinata estava trocando de canal, mas nem estava prestando atenção. Estava imersa nos pensamentos.

 

- Hinata? O que você esta pensando? – Hinata olhou assustada para a loira.

- Eu conheço o Kiba ele era meu colega no fundamental. Nós sentávamos juntos na classe. Ele também não se lembrou de mim. Que coisa. Ele pedia minha ajuda para estudar e coisas do tipo. Ele me beijou e não se lembrou de quem eu era, depois de tanto tempo convivendo juntos ...

- Espera um pouco, espera um pouco. Ele te beijou? Quando foi isso? Que você não me disse nada. – disse irritada, odiava não saber o que estava acontecendo. Hinata deu um suspiro pesado e olhou para a loira. Uma hora ela ia ter de falar o que tinha acontecido.

- Aconteceu muita coisa depois que você saiu e me deixou sozinha com eles... – Ino se deitou ao lado dela e se virou para a morena, apoiando a cabeça no braço.

- Me fala tudo, mas eu quero saber tudo mesmo. Eu sabia que tinha acontecido algo, você fica esquisita quando não fala as coisas para mim. – Hinata se virou e ficou do mesmo jeito que a loira.

- Depois que você e Kimimaru saiu eu falei que queria ir atrás de vocês. Ele estava te olhando de um jeito ameaçador. O que aconteceu com o Kimimaru, Ino? – a loira sorriu ao se lembrar do Shikamaru esmurrando a cara do Kimimaru.

- Depois eu te conto, não aconteceram coisas só com você. Mas continue. – Hinata olhou desconfiada para a loira.

- Bem... O Shikamaru disse que ia atrás de você. Eles começaram a me perguntar sobre você e sobre mim. Só que de repente o Kiba me roubou um selinho. Eu fiquei assustada, porque foi muito repentino mesmo. – Ino ficou com a mesma cara perplexa da morena.

- Aquele safado te fez isso!?!?

 

- Sim, mas espera... Depois disso o Naruto me puxou e saiu andando comigo. Justo ele. Ele disse que me ajudaria a te procurar. Desculpou-se pelo Kiba, e nossa Ino. Nós estávamos parados esperando acalmar o movimento para podermos passar pela porta. E não sei o que deu em mim, só sei que me subiu uma vontade de beijá-lo, aquele jeito dele falar, dele sorrir, tão perto de mim, tão perto... – Ino tocou o rosto da Hinata com a ponta dos dedos. Os olhos perolados estavam com aquele brilho apaixonado. Ino, mordeu o lábio inferior e a encarou receosa. Hinata ficou triste instantaneamente. – Me desculpe. Sou horrível, eu sei. Não sei o que fazer, porque apesar de tudo isso, eu gosto do Gaara. Mas eu amei tanto o Naruto e por tanto tempo...

- Hina, você não deve nada ao Gaara. Ainda mais depois que ele beijou outra garota. Você beijou ele, o Naruto?? – Hinata se virou, ficando de barriga para cima e passou os dois braços por trás da cabeça.

- Não. Eu não o beijei porque o Gaara surgiu do nada e o puxou. Ele ia bater no Naruto mas eu disse que o tinha visto com outra garota e que ele não tinha muito direito de bater no Naruto. Ele parou e tentou se explicar mas eu não queria mais ficar perto de nenhum dos dois. Estava me sentindo um lixo. Saí correndo, fugi, Ino. Como a boa covarde que eu sempre fui. – Ino pulou em cima dela a fazendo olhar dentro de seus grandes orbes azuis.

- Não diga isso. Você não foi covarde, Hinata. Você encarou o Naruto, você conversou com ele normalmente. Você impediu o Gaara de bater nele. Hinata você, não foi covarde. Você nunca foi tão corajosa. – Ino disse sorridente. Hinata sorriu também, olhando daquele ponto de vista. Ela realmente tinha melhorado muito.

- Agora é a sua vez de me contar o que aconteceu com você ?? – o sorriso de Ino se alargou. Saiu de cima da morena. Hinata se virou de lado para a loira, estava curiosa.

 

- Hmmm... O Kimimaru me forçou a beijá-lo. Ele agarrou o meu ombro e me beijou. Eu o empurrei de imediato. E depois ele levou um soco na cara do Shikamaru. Não que eu precisasse dele. Eu mesmo já ia esmurrar o Kimimaru. Mas eu o agradeci pela cavaleirismo. Nós estávamos voltando, quando te vi correndo cheia de lágrimas nos olhos, aí dei um beijo no rosto do Shikamaru e saí correndo atrás de você.

- Não acredito que eu te atrapalhei. Pelo jeito você gostou desse Shikamaru. Será que nós vamos voltar a nos ver? Eu queria que você se encontrasse com ele de novo. – Hinata disse rindo da Ino, que fazia caretas da melação romântica.

- Para mim tanto faz. Você sabe que eu não acredito em amor. – Ino disse banalmente. Hinata fez silencio. Sabia o porque a loira chegou àquela conclusão, de o amor ser inexistente. Sabia o que sua amiga passou.

O amor só existe em contos de fada, porque na vida real não existem finais felizes. Posso enfrentar de tudo, a única coisa que tenho medo nessa vida, medo de me apaixonar. Mas já pensei diferente...

Flash Back [ON]

Eu o amava. Isso era fato. Adorava quando ele me tocava, sentir aquelas mãos geladas percorrer o meu corpo. Adorava vê-lo desenhando. Gostava de encarar dentro daqueles orbes negros, parecia todo um universo diferente. Gostava de quando ele me abraçava forte e podia sentir aquele perfume almiscarado se misturando com o meu cheiro.

Estava no 1° ano do colegial, quando o vi pela primeira vez. Naquele tempo eu era muito popular. Meus pais eram ricos, dinheiro nunca foi problema para mim. E estava cheia de admiradores, só que ele me chamou a atenção, pelo seu jeito retraído e peculiar. Diferente dos outros rapazes, que imploravam pela minha atenção, para ele eu parecia ser invisível. Seu nome era Sai.

Sempre com um caderno na mão. Sempre absorto naquele caderno. Não tinha amigos, mas parecia não procurar ter. Eu não fiz nada. Não tinha o que fazer...

 

Até que um dia cheguei atrasada para a 1ª aula teria de esperar até o começo da 2ª para poder entrar. Me indicaram uma sala vazia para ficar esperando. Teria de ficar lá, entediada. Fui arrastando os pés para a ultima carteira da fileira. Cruzei os braços em cima da carteira e encostei minha cabeça, resolvi que tiraria um cochilo.

Quando escuto o som metálico de uma cadeira se mexendo. Levantei a cabeça e o vi. Ele se sentou na primeira carteira da sala, na mesma fileira que a minha. E já estava com o seu caderno. Pensei comigo mesma que era melhor deixá-lo quieto. Se ele não queria conversa, por mim tudo bem. Voltei a recostar a cabeça nos meus braços. Mas estava um pouco inquieta, curiosa.

- Oi. – levantei a cabeça e o vi dando o sorriso mais falso do mundo para mim. Sua voz era monótona e ele parecia se esforçando demais para fazer aquele tipo de contato. Mas não sei porque gostei daquilo.

- Oi, parece que nós dois ficamos para fora hoje. – disse qualquer coisa que vinha na minha cabeça. Ele ficou em silencio por alguns instantes, parecia estar refletindo sobre o que eu disse. Depois ele me deu outro sorriso falso e se virou para frente. Mas agora eu tinha ficado curiosa, ele tinha tentado puxar assunto. Levantei da carteira e andei até ele. Sentei em cima da carteira ao lado dele. Aquele dia estava usando uma saia, e quando me sentei à barra subiu um pouco. Ele olhou descaradamente para as minhas coxas. Depois olhou para a minha cara.

- Você tem pernas muito bonitas. – eu sorri para ele, nunca vi um cara tão direto.

- Obrigada. – disse descendo da carteira, cheguei perto dele. – Posso ver o que você tanto escreve nesse caderno. – ele sorriu e me entregou o caderno. Eu comecei a folhear as págs e havia vários desenhos feitos a lápis. Muito bonitos. Tinha desde paisagens naturais, até pessoas. Feitos com muita perfeição. – É lindo. Você é um artista e tanto. Você me desenharia?! – ele afirmou com a cabeça.

 

- Você é muito bonita. – ele disse enquanto pegava o caderno das minhas mãos e me olhava diretamente nos olhos. Eu não fiquei sem graça. O mirei com a mesma intensidade.

- Obrigada. – ele deu um sorriso de lado, e abriu o caderno na pagina em branco. Pegou o lápis. E começou a fazer traços no papel. Comecei a seguir uma veia no seu braço, observei que ele era forte. Olhei para o seu rosto de perfil, o queixo, a boca, o nariz, os olhos compenetrados no papel. Era muito atraente. Fiquei o olhando por um tempo indeterminado.

- Nunca senti tanta pressão para fazer um desenho. Você me olhando desse jeito me da vontade de te beijar. – ele virou o rosto repentinamente me encarando fixamente. Pude ver um brilho de desejo naquele olhar. Ele se levantou da mesa. E segurou minha cintura um pouco agressivamente. Aproximou-se sem medo e roçou seu lábio ao meu. De inicio eu estava pensando em empurrá-lo. Mas a boca dele se movimentava de uma maneira delirante sobre a minha. Era impossível não reagir a toda aquela intensidade. Abracei o seu pescoço ele me empurrava para trás. Até que eu sentei na carteira de novo. E o beijo era cada vez mais avassalador, mais e mais profundo. Nos separamos para respirar.

- Atrevido. – eu disse enquanto ele mordia o meu pescoço. Fazendo meu corpo se arrepiar. Ele desceu mais beijando o meu colo. Eu puxei a cabeça dele pelos cabelos. – Não! – eu disse brava. Eu tinha limites. Ele deu um sorriso largo e voltou a beijar minha boca com mais intensidade. Eu cedi, porque eu queria, estava gostando daquela brincadeira quente e desconhecida. Até que novamente precisávamos respirar. Não respirava, estava ofegante demais.

- O seu desenho está pronto. – ele disse se afastando de perto de mim. Olhei minha situação. Desci de cima da carteira, arrumei a saia e fiquei esperando ele me entregar o desenho. Ele arrancou a pagina do seu caderno. E me entregou a folha. Olhei e fiquei perplexa.

 

- Você é um devasso. – disse rindo. Ele desenhou minhas pernas, eu estava sentada na carteira, com a saia um pouco levantada. Esse era o desenho.

- Eu estava esperando tanto que você gostasse do meu desenho. – disse dando o sorriso falso. O sinal tocou. Eu não queria me afastar dele. Ele olhou para o meu rosto e ficou refletindo um pouco. Depois aquele sorriso surgiu de novo em seus lábios.

- Depois das aulas, me espere. Vamos sair hoje à tarde. Esta bem?! – eu sorri e balancei a cabeça afirmativamente.

Não demorou muito para começarmos a namorar, foram apenas algumas semanas. Parecíamos feitos um para o outro. Estava tão feliz. Ele me fazia sentir tão bem. Já estávamos namorando há 2 anos, quando aconteceu.

Estávamos em uma festa. Ele tinha ido embora com o amigo. Eu ia ficar um pouco mais na festa, quando recebi uma ligação no meu celular que mudou muita coisa na minha vida.

- Ino, Sai sofreu um acidente de carro. – cai no chão, lagrimas escorriam no meu rosto incontrolavelmente. Só perguntei que hospital que ele estava. Pedi para alguém me levar para lá.

Quando cheguei, fui correndo para o quarto dele. Ele estava com faixas no seu tórax e na cabeça. Eu pensei comigo que ele não parecia tão ruim. Certamente sobreviveria. Como estava enganada. A família dele já estava reunida lá também, tão desesperada quanto eu. O médico disse que pelo exame, ele havia batido violentamente a cabeça. E parecia ter afetado uma região bem delicada do cérebro. Precisava esperar para analisá-lo quando estivesse consciente.

Fiquei com ele, no hospital. Não sai do lado dele. Durante uma semana ele ficou inconsciente. Até que acordou e me viu ao seu lado. Eu sorri, estava tão alegre que ele finalmente tinha acordado. Queria beijá-lo, mas fiquei com medo dele sentir alguma dor. Segurei sua mão e a beijei com força.

- Bom dia meu amor. Estou tão feliz que você finalmente acordou. – ele puxou a mão bruscamente e olhou para mim com olhos confusos e cheios de pena.

 

- Desculpa, mas eu não te conheço. – fiquei sem chão. Aquelas palavras me doeram tanto. Ele não me reconhecia. Descobriram que ele apresentava uma amnésia parcial. Não se lembrava de nada a partir de 3 anos atrás. Ou seja, não se lembrava de mim. Fui totalmente apagada de sua memória.

Mas não desisti dele, todos os dias o visitava, levando fotos e contando as situações que passamos juntos. Só que ele não se lembrava de mim. Falava de nossos amigos, da escola. Mas ele não se lembrava. Até que um dia, ele me disse.

- Ino, não volte mais aqui. Eu não quero te ver perdendo tempo. Você não está estudando para os exames de admissão das faculdades. Eu estou te atrapalhando. Eu aposto que quando estávamos juntos foi muito bom. Mas agora eu não quero ser mais um estorvo. Não suporto ser para os meus pais, agora você não precisa passar por isso. Eu não quero que você passe por isso. Você parece ser uma boa pessoa, mas para o seu próprio bem. Eu não quero mais ser o seu namorado. – aquelas palavras me doíam tanto, eu estava desesperada. Ele não tinha noção do quanto eu o amava e do quanto estava disposta a me sacrificar para ficar com ele.

- Não, eu não me importo. Você não me acha bonita? Nós podemos recomeçar então... Eu só quero estar com você. – ele me mirou friamente.

- Você é bonita, mas quando eu a vejo não consigo sentir nada. Eu não a conheço, me desculpe. Mas eu me sentiria melhor se nós nos separássemos. – levantei da cadeira sem dizer nada. Não podia forçá-lo a me amar.

Depois nunca mais fui à mesma. Entrei no cursinho, fiz com muita má vontade. Já estava conformada com o fato de tê-lo perdido. Mas meu coração ainda sangrava. Fiz outro ano de cursinho, mas naquele ano conheci a Hinata. E ao vê-la naquele estado, por causa de um garoto. Foi quando realmente decidi me dedicar para valer nos estudos. Queria evoluir. E queria ajudá-la a evoluir também. Nós duas estávamos com os corações partidos e iríamos nos curar.

Flash Back[OFF]

 

Olhou para o lado e viu a morena dormindo tranqüilamente. Deu um sorriso para ela, fechando os olhos também.

- Obrigada, Hinata. – sussurrou adormecendo rapidamente.

 


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