Ouvir aquela declaração do Mugiwara-ya, me deixou sem jeito; acabei ficando envergonhado e virando o rosto para outra direção — eu não conseguia encarar ele naquele momento.

Para muitos que ouvisse aquele "Te amo igual carne", iria achar um tanto ridículo e uma zoação da parte do Luffy. Contudo, navegando com ele, eu aprendi o quanto aquele garoto amava carne, parecia até coisa de louco, mas não era, Monkey D. Luffy era um completo apaixonado pelo alimento.  

Por isso, quando ele me disse aquilo meu coração acelerou de uma forma surreal! Eu nunca tinha sentido as malditas borboletas no estômago, porém, agora eu estou sentindo elas pelo meu corpo todo. 

Eu tentava conter o sorriso que queria aparecer em minha face; mostrar ao chapéu de palha que eu estava feliz por saber que o amor era recíproco, era um tanto vergonhoso — vergonhoso para mim!

Agora só faltava eu dizer que amava ele também. 

Como eu faço isso, de uma forma que ele possa entender que eu amo ele mais que um simples amigo? Por que se eu falar que amo ele, tenho total certeza de que ele irá entender como um amor de amigo, e não era isso que eu queria. 

Pensei por um longo minuto em uma forma de me declarar para ele. 

Quando ele se declarou para mim, foi algo tão fácil, foi algo verdadeiro e de coração. Como se eu tivesse entrando dentro do coração puro e gentil que ele possuía. 

Ele me lembra o Cora-san. 

— Torao! — ele exclamou por mim, usando aquele apelido tosco que havia me dado por não saber pronunciar o meu nome.

Eu odeio esse apelido na mesma proporção que eu odeio pão. 

Pão! 

Isso, pão! 

Foi como se algo dentro do meu coração tivesse me falado a resposta de como me declarar. 

— Mugiwara-ya, eu te amo também — o sorriso dele continuou, não havia mudado em nada. Como eu havia pensado, ele entendeu o "te amo" como de um amigo. 

Suspirei e continuei a me declarar: 

— Te amo na mesma proporção que eu odeio pão! 

Foi o bastante para ele abrir o maior sorriso que já havia me dirigido. Meu coração acelerou; parecia uma bomba prestes a explodir. 

Luffy-ya levantou-se do chão, pulando em seguida sobre mim, rodeando seus braços em volta do meu pescoço e selando nossos lábios para minha surpresa. 

O gosto de carne invadiu meu paladar, mesmo que tivesse sido somente um selinho. Para quem beijasse esse garoto, acharia ruim o gosto que ele possui, no entanto para mim é o melhor gosto que eu já poderia sentir. Afinal, era o gosto de Luffy-ya. Era o gosto da pessoa que eu amo.