Winchester - Inglaterra, quatro anos depois...

— Annie, minha filha, tenha cuidado para não cair! – Bella falou para a sua filha – Não quero que você se machuque.

Era final de tarde e Bella estava sentada em um banquinho sob a grande árvore do rancho da família enquanto aproveitava a brisa fresca e observava a filha que corria feliz pelos jardins floridos e bem cuidados.

A alegre menininha já tinha quase quatro anos e é a misturinha perfeita dos seus pais, com os grandes olhos azuis, a pele de porcelana levemente rosada e os cabelos ondulados como os da mãe, mas com o toque acobreado do pai, além do seu sorriso torto exatamente igual ao de Edward.

Era uma das alegrias da casa, com sua vitalidade, encanto e amor. Um dos melhores presentes que a vida poderia ter oferecido aos seus pais.

— Não se preocupe Bella, eu vou ficar de olho nesta danadinha- Berna levantou-se do seu banco e foi atrás da garotinha - Anne Marie, espere a vovó Berna! 

A senhora logo alcançou a danadinha e fez com que ela fosse em direção a um canteiro de flores e colhesse algumas.

Bella sentiu-se feliz ao ver a sua filha colocar uma pequena margarida no cabelo de Berna que lhe retribuiu com um beijo.

Ela adorava isto. A vida tranquila que tinha no campo. A infância feliz e livre que estava proporcionando a filha.

Um grunhido baixinho fez com que Bella desviasse os olhos da filha para o carrinho ao seu lado e sorrisse largo.

Era o seu bebê que tinha acabado de acordar da sua sonequinha vespertina.

Nicholas Louis Swan-Cullen, ou apenas Nick, como a mamãe e o papai o chamavam, era, como nos sonhos de Bella, a cópia fiel do pai com seus os olhos verdes e astutos, os cílios longos e o rebelde cabelo acobreado. 

Assim como a sua irmã Anne, Nicholas foi um bebê muito desejado e tinha chegado a nove meses para alegrar ainda mais a família.

— Foi boa a soneca, hein meu filho? – Bella falou e Nick deu um grande bocejo e  sorriu para a mãe - Te amo filhote – Bella o pegou no colo e beijou sua cabecinha – A mamãe te ama demais.

Aninhando o pequenino em seus braços e observando sua Anne correr animada pelo jardim, ela deixou que as lembranças do tempo feliz que estava vivendo inundassem sua mente.

Pouco mais de quatro anos se passaram desde que tinha aceitado Edward como seu marido outra vez  e muitas mudanças que ocorreram nas suas vidas desde então.

Logo após descobrirem, sobre o envolvimento das suas famílias no plano de Charlie, ela e o marido convocaram uma reunião e após de muitos pedidos de desculpa e declarações emocionadas, afirmaram que perdoavam a todos e os agradeceram pelo apoio dado em todos os momentos daquele difícil primeiro ano de casamento, pois eles foram fundamentais para o sucesso e a felicidade daquela união. 

E esta foi a última vez que falaram sobre o testamento de Charlie e todas as implicações trazidas por ele.

Depois de um começo turbulento, a paz finalmente chegou. Mesmo com Anne ainda um bebê, Bella conseguiu terminar todas  as suas matérias e concluir seu curso junto com a sua turma. Desde que descobriu estar grávida e depois do nascimento da filha, ela contou com a ajuda de colegas, professores, da familia e principalmente do marido para que seus planos de formatura não precisassem ser adiados.

Os colegas a deixaram a par de todas as matérias que tinha perdido nas aulas que não conseguia participar e a ajudavam nos trabalhos e provas. Os professores remarcaram avaliações e relevavam os atrasos e faltas por saberem do seu empenho e comprometimento. A família a apoiava nos cuidados com Anne. Rosalie estava sempre presente, assim como Elizabeth. Alice e Esme ficavam em  Londres todo o tempo possível para ajudar com os cuidados da menininha

E Edward… Edward usava todo e qualquer tempo disponível para ficar com a filha e assim Bella conseguir estudar despreocupada. Ele acordava no meio da noite para trocar fraldas, acompanhá-la nos momentos de amamentação e depois fazer a filha adormecer novamente, o que adorava, pois ficava conversando com Anne e jurava que o bebê a ouvia atentamente até que caísse outra vez no sono.

Pouco depois, ela se formou na faculdade com  honras  e em uma cerimônia emocionante onde Edward lhe entregou o diploma, acompanhado de Anne, que contava com menos de seis meses de vida. Uma festa foi oferecida para comemorar esta grande conquista e Bella aproveitou a reunião de amigos e conhecidos para fazer um emocionante discurso e agradecer à Edward por ter transformado a sua vida de uma maneira irreversível, assim como por ter lhe dado a família que ela sempre sonhou,  arrancando lágrimas dos presentes e do próprio Edward, que tomado pela emoção, a segurou em seus braços e lhe deu um apaixonado beijo que foi estampado na capa das principais colunas sociais de Londres, à época.

Quanto à grande família que o Hale e os Cullen passaram a formar desde o casamento de Edward e Bella, não poderia estar melhor! Esme e Elizabeth se tornaram grandes amigas e companheiras, sempre visitando uma a outra e até viajando juntas para alguns passeios pelo mundo. Rosalie estava feliz, casada a três anos com Emmett, o primo de Edward, a quem conheceu na famosa festa da lua de Winchester. 

O feliz casal é pai de uma menininha de dois anos chamada Lilly e Rosalie está grávida do seu segundo bebê, um garotinho chamado Lucca, que nascerá em três meses.

Alice e Jasper ainda estão noivos e estão com o casamento para o final do ano. Pela pressão que a família fazia, já era para aquela união ter acontecido a mais tempo, mas a baixinha, logo depois do sucesso que tinha sido a festa organizada para o segundo casamento do irmão e cunhada e também após as diversas propostas de trabalho que recebeu,  foi fazer um extenso curso de eventos da Itália, voltando definitivamente para a Inglaterra a apenas pouco mais de seis meses, começando de imediato a organizar os muitos detalhes da sua festa de casamento, que prometia ser uma das mais comentadas da sociedade inglesa.

Jasper assumiu totalmente o lugar de Edward na Diamond Mineração, sendo o seu representante no conselho e presidência da empresa. Já Emmett assumiu o cargo de diretor de negócios, sendo uma grande aquisição para a empresa, tanto em questão de novos clientes, como sendo mais uma pessoa de confiança de Edward, que passou apenas a ser o maior acionista da empresa e a participar de algumas reuniões no exterior, sempre que a sua presença era indispensável para o sucesso das negociações.

No começo, Bella o acompanhou em muitas destas viagens, levando a pequena Anne à tiracolo. Sempre que Edward terminava suas reuniões, aproveitavam para ficavam mais uns dias passeando e curtindo em família. Eram nesses momentos à sós que se conectaram ainda mais com a filha e fortaleciam a relação, mas com a sua segunda gravidez e o nascimento de Nicholas esta tarefa se tornou impossível e agora ela só faltava morrer de saudades quando ele tinha que se afastar por uns dias.

Estavam felizes morando em Winchester, onde Bella, além de cuidar dos filhos e da casa com a sempre preciosa ajuda de Bernadete que resolveu acompanhá-los na nova vida, também trabalhava com Designer de jóias, vendendo suas peças exclusivas para algumas famosas lojas do Reino Unido e sendo reconhecida pelo seu trabalho.

À dois anos atrás, depois que Edward se afastou de vez de muitas das suas atividades na empresa, acharam melhor se mudar de vez para perto de Esme, buscando qualidade de vida para criar a filha da melhor maneira possível, pois morando em uma cidade menor e pacata, e tendo menos atribuições, eles conseguiriam levar a vida tranquila e repleta de paz que tanto sonharam.

Passaram a viver na casa que construíram no rancho da família, onde Bella tinha o seu ateliê em um anexo e Edward voltou a ajudar a mãe nos negócios, como fazia quando era apenas um jovem sonhador e cheio de esperanças.

Sob o comando firme de Edward, o mercado da família Cullen estava muito maior e melhor.

O barulho de um helicóptero se aproximando e pousando a alguns metros da casa, tirou Bella de seus pensamentos nostálgicos e  fez seu coração disparar em antecipação.

Era Edward chegando em casa depois de passar uma semana fora fazendo algumas pesquisas de mercado e fechando parcerias em Hong Kong.

— Veja Anne... O papai chegou. – ela chamou a atenção da filha, apontando para Edward, que vinha em direção à casa com um sorriso enorme no rosto.

Assim que viu o pai, a pequena se agitou e deixando a brincadeira correu ao seu encontro.

— Papai!!! – gritou animada - O meu papaizão chegou!!!!! 

— Princesa Annie, quanta saudade que eu estava de você! - Edward pegou a pequena no colo e a rodou, fazendo com que ela risse alto e apertasse as mãozinhas no ombro dele.

— Você trouxe o que para mim, papai?

— O que eu trouxe para você? – ele beijou os cachinhos da filha - Quer dizer que a senhorita só quer saber do seu presente? –fez um biquinho magoado – O papai morrendo de saudades e você não estava sentindo  nem um tiquinho a minha falta?

— Estava sim papai... – a pequenina passou seus bracinhos pelo pescoço do pai - Eu também estava com muitona saudade.

Edward abraçou sua menininha mais forte e a colocou no chão, ajoelhando na frente dela.

— Já que você estava com muitona saudade de mim, vou te dar seu presente – ele falou tirando um pacotinho do bolso, o que fez Anne abrir um sorrisão - Mas antes, a minha princesa, vai ter que pagar o pedágio.

Ele apontou para a sua bochecha e Anne revirou os olhos, para então pular nos braços do pai e o encher de beijos.

— Este é apenas um dos seus presentes minha princesinha... A pulseirinha igual a da mamãe que você tanto me pediu  – ele abriu a caixinha abotoou a pulseirinha de ouro no pulso dela, que deu um gritinho animado – Mas o papai trouxe muitos presentes para você e tem um bem grandão que o Tyler já está levando para a casa da vovó porque ele é muito pesado para uma menininha delicada como você carregar sozinha.

— Oba, Você é o melhor e mais fofinho pai do mundo... – Anne beijou ainda mais o pai – Posso ver meus outros presentes agora?

— Pode minha princesa... - Edward tocou o nariz dela e lhe deu mais um beijinho na cabeça -Mas vá com cuidado...

— Te amo muito, papai – Anne lhe deu um último abraço e disparou a correr para casa enquanto soltava gritinhos animados.

Com o bebê no colo e um grande sorriso encantador no rosto, Bella caminhou até Edward e o abraçou com ternura.

— Bem vindo de volta ao lar, meu amor – ela falou, sentindo seu coração bater mais forte.

Mesmo depois de tanto tempo de casada ela ainda não havia se acostumando com a imponente presença do seu marido e seu coração ainda batia disparado toda vez que se reencontravam, como prova do amor incondicional que sentia por ele.

— Que saudade eu senti de vocês... – Edward a acolheu em seus braços e beijou a cabecinha do filho - Toda vez que tenho que me afastar é como se eu deixasse uma parte de mim aqui... 

— Também estávamos com saudades... – ela lhe deu um selinho - Principalmente o Nick, que chorou todas as noites sentindo falta do  seu colo para embalá-lo na hora de dormir...

— Filho, você tem que deixar a mamãe dormir enquanto o papai não está aqui. – Edward pegou o bebê no colo – Quando você não dorme, a mamãe fica cansada e não quer saber de mim. Isto é injusto comigo, sabia cara? 

Ele brincou com o bebê que lhe abriu um sorriso franco e sacudiu as mãozinhas e pezinhos.

— Deixe a mamãe dormir tranquila quando eu não estiver aqui e eu lhe trago muitos presentes, combinado? – ele continuou sorrindo encantado e Nick se agitou ainda mais, dando gritinhos.

— Em falar em presentes, o que você trouxe para Anne desta vez para que ela saísse correndo e gritando daquela maneira desesperada? – Bella perguntou, colocando a mão na cintura e estreitando os olhos para o marido.

Ela sabia do poder de Edward em mimar os filhos, enchendo-os de presentes e surpresinhas fora de hora e apesar dela já ter pedido a ele diversas vezes que só presenteasse as crianças em datas especiais para que elas pudessem dar valor aos seus brinquedos, ele continuava a trazer os mais diversos brinquedos a cada viagem que fazia.

— Trouxe uma pulseirinha igual a sua, que ela já havia me pedido há algum tempo e mais algumas coisinhas...– ele fez uma cara inocente, já prevendo a bronca que iria tomar da esposa por ter exagerado mais uma vez nos presentes.

— Quantas coisinhas a mais, Edward? –ela fez sua melhor cara chateada.

— Algumas... – ele respondeu dando de ombros e recebendo um olhar reprovador de Bella-  Uns quatro ou cinco presentinhos... – ele riu – Você não vai brigar comigo, vai meu amor?

— Edward, assim você vai estragar a nossa filha... – Em um tom calmo Bella falou -  Já não combinamos que você só pode trazer um só presente bem pequenininho por viagem, senão ela vai crescer sem saber dar valor às coisas?

— Relaxe meu amor... Anne será uma menina maravilhosa pois a mãe dela é a pessoa mais incrível, linda e generosa que eu já conheci na vida... – ele deu um beijinho na testa dela - Tenho certeza que um presente a mais ou a menos não irá estragar a nossa princesinha... Não fiquei chateada comigo. – fez uma carinha sofredora que fez Bella rir e esquecer sua irritação inicial.

Ela não resistia ao charme do marido e aquele biquinho e expressão sofredora que ela agora fitava eram seu ponto fraco.

— O que eu faço com você ,Edward Cullen? – ela revirou os olhos e lhe deu um beijo na bochecha - Sempre tão exagerado... Sempre conseguindo me dobrar com a sua conversa... 

— Também tenho presentes para vocês dois... Venham comigo. – sabendo que já estava perdoado, ele abraçou Bella e com Nick no colo seguiu para casa a fim de mostrar as surpresas trazidas.

Muitas coisas mudaram nestes últimos anos e dentre elas estava o amor que sentiam um pelo outro. O amor que foi aprendido e construído no primeiro ano de casamento cresceu e se tornou mais sólido, mais forte, mais evidente.

Eles seguiam os ensinamentos de Charlie sobre o amor e o casamento, sendo muito ligados e companheiros. Com o tempo e a maturidade, conseguiram construir uma relação de muita confiança.

Eles se amavam sem medos e sem limites todos os dias e todas as horas.

É claro que às vezes existiam alguns desentendimentos, mas eles sempre os superavam com muita conversa e compreensão, pois aprenderam a superar barreiras, vencer obstáculos e principalmente se respeitarem a cima de tudo.

Quem diria que este casamento daria tão certo?

Que o solitário empresário e a rebelde herdeira eram almas gêmeas?

Bella encontrou a paz que precisava em Edward e ele encontrou o equilíbrio que sempre buscou na sua pequena e delicada esposa.

Eles se complementavam e eram tudo o que precisavam para serem mais felizes.

Ao chegarem na casa de Esme, Edward distribuiu os presentes trazidos para a esposa e o filho. Nicholas ganhou novos e coloridos brinquedos, os quais já chacoalhava feliz no tapete da sala da vovó e Bella recebeu mais um lindo conjunto de jóias.

— Quando eu  o vi só lembrei de você, minha pequena – Edward pegou o delicado colar de ouro branco e pedrinhas coloridas e o fechou em volta do pescoço da esposa, depois abotoando a pulseira em seu pulso e colocado-lhe os brincos na orelha.

— Obrigada meu amor... É lindo. – Bella deu uma breve olhada no espelho e então o abraçou tenramente – Te amo tanto, meu Edward...

— Eu também minha Bella... Eu também... – ele murmurou e capturou os lábios da esposa em um beijo doce e cheio de saudades.

Bella agarrou a nuca de Edward e aprofundou o beijo, buscando sentir o sabor tão especial dos seus lábios, o calor do seu corpo e assim eles ficaram perdidos no mar de sensações e sentimentos, até que um pigarro alto de Esme interrompeu o momento de paixão para avisar que o jantar já estava servido.

Eles se separaram e com um sorriso tímido e envergonhado, Bella pegou Nick no tapete e chamou a sua pequena Anne, que animada abria os muitos pacotes trazidos pelo pai.

— Venha jantar filha...– ela pegou a filha pela mão para colocá-la sentadinha ao lado do pai. – Em uma outra hora você termina de abrir seus presentes, minha princesa.

Depois de acomodarem os filhos em seus lugares, jantaram a deliciosa comida feita por Esme especialmente para a chegada do filho, enquanto Edward contava animado as suas aventuras na Ásia e Bella o informava das últimas travessuras das crianças, até que Berna os interrompeu para dar um recado.

— Com licença pessoal – falou sorridente – O Tyler pediu para avisar que o presente da Anne já está montado na varanda.

— Vamos ver o presentão que o papai trouxe minha princesinha? – Edward se virou para a filha, que animada pulou da sua cadeira e correu até o seu mais novo presente.

Uma linda casinha de bonecas que tinha acabado de ser montada pelos empregados e ela tinha uma mesinha, fogãozinho, conjuntinho de chá e varias guloseimas de mentirinha.

— Papai, este presente é lindão! – o sorriso da pequenina era enorme e ela pulava sem parar -Você brinca comigo?

— Claro princesa! – Edward tirou os sapatos e paletó de sentou com a filha no chão – Faço tudo o que você quiser...

— Então fica caladinho para eu te servir um chá muito gostoso, papai - Anne começou a brincar e Edward se transformou do poderoso executivo em apenas o convidado perfeito para o chá que a sua filhinha estava preparando e acatando todas as suas ordens sem protestar.

Enquanto se divertiam, Bella se juntou a eles, trazendo o pequeno Nicholas no colo.

— Estão brincando do que? – ele perguntou ao ver a linda cena do seu marido e sua filha sentadinhos no chão da varanda e brincando concentrados.

— Mamãe, olha que lindo! – Anne se levantou e  correu para a mãe, segurando a mão dela e puxando-a para ver o seu presente – Eu agora tenho a minha casinha... O papai me deu uma casinha de verdade e ela tem uma cozinha linda!

— Que presente lindo, filha – Bella sentou-se no chão, ao lado de Edward – Você já agradeceu ao papai?

— Já sim – Anne pulou no colo de Edward e lhe deu mais uns beijos – Obrigada melhor papai do mundo!

— De nada princesa Annie – Edward beijou a bochecha rosada da filha – Agora me sirva mais chá e bolinhos pois ainda não comi o suficiente.

 – Eu e o seu irmão também queremos participar do seu chá – Bella entrou na brincadeira – Podemos Annie?

— Eu vou servir vocês. – Anne falou orgulhosa, servindo as xicarazinhas de mentirinha e fazendo o barulhinho do chá com a boquinha – Hoje eu sou a dona da casa e vocês têm que me obedecer.

— Claro, Madame Anne Marie... Hoje é você quem manda - Bella fingiu beber o chá e Edward piscou o olho para ela, se divertindo.

Estes momentos compartilhados juntos à sua família eram os que Edward mais gostava e ansiava. Ele adorava brincar com a sua Anne e não via a hora de Nick crescer para poder correr pelos jardins e jogar bola com ele. 

Sua mãe, seus filhos e sua esposa eram seus maiores tesouros, e ele não poderia ser mais feliz do que era agora.

Nada no mundo se comparava ao prazer que ele sentia em passar uma noite tranquila como esta: Brincando com seus filhos e rodeado por pessoas que amava muito.

Depois de muito brincar, Anne já estava bastante sonolenta e Nick adormecido no colo da mãe. Era hora deles irem para a sua casa, colocarem as crianças para dormir e finalmente aproveitar para passarem um tempo juntinhos, matando a saudade.

— Vamos para casa, meu amor... – Bella falou, cobrindo Nick com uma manta – Nosso menininho já dormiu e a nossa bonequinha está com bastante soninho, não é mesmo Annie?

Anne bocejou sentando no colo do pai e colocou a cabecinha no peito dele. 

— Vamos Bella... – ele  levantou do chão trazendo Anne entre seus braços – Vamos colocar nossos pequenos para dormir e depois relaxar um pouquinho.

— Já estão indo para casa, meu filho? – Esme chegou na varanda, acompanhada de Berna.

— Vamos sim, mãe... As crianças dormiram e eu preciso de um bom banho e descanso. – ele sorriu.

— Então, hoje a princesa fica com a vovó... – Esme esticou os braços e Anne, mesmo sonolenta se aconchegou em seu colo.

— E o Nick fica comigo... – Berna pegou o bebê no colo de Bella.

— Não precisa Dona Esme... Eles já estão adormecidos e eu não quero dar trabalho à senhora – Bella tentou argumentar.

— Não tem problema nenhum, Bella... – ela sorriu - Deixem as crianças conosco e assim vocês podem matar a saudade. – piscou para o casal – Quando acordarem vocês vêem pegá-los aqui.

— Se vocês insistem... – Edward sorriu, pegando a mão da esposa  – Quem somos nós para negar? Vamos para casa, meu amor?

— Então, boa noite meus filhos... – Bella falou, dando um beijinho carinhoso nos filhos, sendo seguida por Edward – Durmam bem e não deem trabalho às vovós.

Após se despedir brevemente de Esme e Berna, seguiram para casa, aconchegados um nos braços do outro. Bella encostou a sua cabeça no ombro do marido, maravilhada com o seu calor tão familiar e suas mãos fortes a segurando. Ela contava cada minuto que ainda faltava para o marido voltar para casa a cada viagem que ele fazia.

Edward a segurou ainda mais forte e enterrou o nariz no cabelo cheiroso da esposa. Ele sentiu muita falta do cheirinho viciante e da delicadeza da sua Bella nos dias que esteve fora.

Sentiam falta um do outro a cada minuto que ficavam separados, e por esta razão, Edward estava preparando mais uma surpresa para a sua esposa em sua próxima viagem.

Ele convidaria Bella para acompanhá-lo e depois de cumprir suas obrigações, passariam uma semana de férias, sem crianças, sem preocupações... Uma semana somente deles. O plano já estava formado em sua cabeça e só faltava a sua esposa aceitar para que tudo fosse perfeito.

— Sabe minha pequena... – ele chamou a atenção de Bella, ao abrir a porta de casa e acender as luzes, iluminando a sala - Durante meu vôo de volta fiquei pensando sobre umas coisas...

— Sobre o que meu amor?

— Sabia que no oceano pacífico existem ilhas lindas, com o mar de águas cristalinas... – pegou Bella pela mão e a trouxe para dentro -  Praias quase desertas... Cenários estonteantes... E muito sol?

— Humm... Interessante – ela murmurou interessada no que o marido tinha a lhe dizer a mais  – E então?

— Então, como minha próxima reunião será em Honolulu, pensei em pedir a minha mãe para ficar com as crianças por uns dias, para que possamos curtir um tempinho só nós dois.... – falou casualmente, depositando um beijo na cabeça de Bella - Desde que o Nick nasceu não passamos um tempo de qualidade sozinhos... Digamos que seria uma nova lua de mel... A nossa terceira.

— E deixar as crianças aqui? – Bella estreitou os olhos – Nós nunca viajamos sem elas...

— Meu amor, eles estarão bem com a avó e com Berna... - sentando-se no sofá e trazendo-a para seu colo, ele continuou seu discurso de convencimento – E tenho certeza que se você ligar para a sua tia ela vem também para ajudar... Além do mais, as suas passagens já estão compradas e o hotel para uma semana de muito descanso e amor já está reservado, então você não pode me fazer esta desfeita – lançando um olhar sugestivo, continuou com voz bem sensual – Você vem comigo?

Bella suspirou algumas vezes dividida entre a proposta irresistível do seu marido e a saudade sem fim que sentiria dos filhos, mas Edward tinha razão em dizer que eles precisavam de um tempo só para eles e também sabia que seus filhos estariam ótimos sob os cuidados da avó.

— Você é impossível, meu marido lindo e mal intencionado... – ela sorriu feliz com a possibilidade de alguns dias de descanso – Eu vou sim... Vamos ter a nossa terceira lua de mel – afirmou - Vou ver com a sua mãe e a minha tia para organizarmos tudo sobre as crianças...

— Ótimo! Te garanto que vamos passar uns dias divertidos nas ilhas do pacífico – ele sorriu torto – E sabe o que mais podemos fazer nesta viagem a não ser descansar e nos curtir muito?

— O que? – Bella perguntou curiosa 

— O que? - prendendo o rosto de Bella entre suas mãos e fixando seus olhos nos dela, ele sussurrou pausadamente  - Outro filho... 

— Edward! – Bella deu um gritinho chocado com a proposta dele - Nicholas ainda é um bebê e você já está pensando em um terceiro filho?

— Em um terceiro, quarto, quinto... Quero ver essa casa cheia de crianças, minha pequena... – seu sorriso brilhava- Quero realizar seu sonho de ter uma família grande.

— Você está louco, Edward? – ela arregalou os olhos – Não, nem pensar! – continuou balançando a cabeça - Por enquanto nos bastam nossos lindos Nicholas e Anne.

— Eu acho que posso te convencer a me dar mais um filhinho... E até quem sabe gêmeos – ele riu, girando seu corpo e jogando Bella no sofá - Só sei que já voltamos da viagem com a nossa preciosidade aqui nesta barriguinha – colocou a mão na barriga de Bella.

— Não! – ela riu, tirando a mão dele de lá – Sem esta de outro filho agora... Dois estão de bom tamanho.

— Você vai me negar este pedido? – Edward fez sua melhor carinha pidona – Você sabe que eu também quero uma casa cheinha de crianças.

— Edward, teremos mais filhos sim, mas serão adotados e quando Nicholas estiver maiorzinho, esqueceu  que já conversamos sobre isto?

— Por favor Bella... – ele brincou com os cabelos castanhos da esposa  - O nosso último filho biológico e depois adotamos mais quantos você quiser... – deu um selinho nos lábios e voltou a olhá-la - Eu gosto desta mistura minha e sua que são o nosso Nick e a nossa Anne.

— Nem pensar! Adorei estar grávida  e curtir cada momento das minhas duas gestações, mas para mim basta  – ela tentou empurrar Edward, que riu e deu um beijinho na sua testa -  E além do mais, existem crianças neste mundo que precisam de um lar e nós iremos atrás delas... 

— Bella... Outro bebê aqui – ele voltou a colocar a mão na barriga dela – É o que mais quero...

— Não, Edward Cullen – Bella fez uma cara séria – Nada de mais  bebês!

— Minha pequena, por favor... – ele falou dengoso, seus lábios migrando para o pescoço – Só mais um... Preciso da minha esposa grávida e insaciável uma última vez.

—Pare de ser bobo... – ela suspirou alto – Você sabe que eu não preciso estar grávida para te querer o tempo inteiro, Edward...

— Ahh, mas você fica bem mais interessante grávida e cheia de hormônios e ainda tenho a recompensa de mais um pedacinho meu e seu... – ele retrucou - Só mais um bebe, por favor...

Entrando no clima de brincadeira, mas querendo dar o seu recado, Bella fez uma cara aborrecida.

— Estou falando sério Edward, se você me obrigar a ter outro filho eu te juro que me vingo de você!

— Você está blefando – ele deu de ombros  -  Eu sei que você me ama e não seria capaz de uma coisa destas... 

— Se eu fosse você, não teria tanta certeza, Sr. Cullen – o provocando, levantou-se e começou a andar para o quarto rebolando sensualmente - Você não sabe do que eu sou capaz... 

— O que você é capaz? – ele seguiu Bella pelo corredor - Estou com medo Sra. Cullen – pegou-a pela cintura e rindo colou os lábios no ouvido dela – Estou morto de medo do que você pode fazer comigo... – falou sarcástico.

— É bom você ter medo mesmo... – Bella murmurou, sentindo seu corpo arrepiar com a respiração quente do marido em sua orelha - Eu escondo alguns segredos. 

— Segredos? – Edward desceu os lábios para o pescoço - Eu adoro desvendar os seus segredos Isabella Cullen... – passou para o ombro - Dos mais simples ao mais complicados – mordiscou o local – Mas eu duvido que exista algo sobre você que eu ainda não saiba... – voltou os lábios para o ouvido -Eu sei tudo sobre você, assim como você sabe tudo sobre mim...

— Se eu fosse você não seria tão confiante... – Bella se virou abruptamente e parou como os lábios próximos aos dele – Edward Cullen...

— Então me dê exemplos do que você é capaz Isabella – ele a desafiou.

— Sou capaz de muitas coisas... –  riu baixinho - Eu posso te enlouquecer... Tirar-te o juízo. Posso te deixar de castigo por me desafiar... São muitas as opções... - estreitando os olhos, Bella agarrou a camisa dele e lhe deu um beijinho na ponta do nariz - Você vai pagar para ver meu marido?

— Se eu vou pagar para ver? – com um movimento rápido, pegou Bella no colo e a jogou na cama, fazendo-a rir cada vez mais alto - Pode apostar que sim, minha pequena... – prendeu o corpo macio sob o seu e a olhou nos olhos, como em um desafio – Você pode apostar!