ele era primavera.  

ele permanecia a negar, mas também era mais de uma estação. porque, em seus olhos, conheci o cair do outono. nos toques com suas pontinhas frias dos dedos, vi um inverno diferente daquele que tornei-me; poxa vida, o seu era lindo mesmo de se passar. e, nos entrelaçares, em seus braços a me rodearem de forma sempre desajeitada e afável, admirei a chegada do tão esperado verão.  

não sei por onde foi que aquela figura extremamente adorável e pequenina fora entrar. talvez por debaixo da porta? pela fechadura? pela fresta da janela? será que, na verdade, ele estava a morar atrás de minha cortina?  

serendipidade. 

o seu lindo balançar com o vento fazia-me querer vestir de amor em todas as vezes em que eu me encontrava lidando com aquela minha caixinha de sentimentos agoniantes - aquele que chamava-se por coração, aquele que ele dizia ser seu novo lar.  

e a sua vinda me permitia parar para tentar acalmar, um pouquinho que fosse, aquele mar agitado que habitava meu peito. a sua vinda fazia-me sentir tão bem-vinda. pertencida naquele meu próprio lar que percebi ter abandonado. 

ensinou-me entre seus sussurros, que as dores eram passageiras e que eu logo passaria a admirar o florescer outra vez. 

e, com todo ar que preenche meus pulmões, quero somente sussurrar ao tempo para que, por favor, não o faça ter que ser passageiro. ter que partir antes de eu poder dizê-lo o quanto o quero que fique por pelo menos até vir a primavera e ela poder pintá-lo inteirinho a juba. dizê-lo o quanto ele tem todo o meu amor.  

porque park jimin era primavera. era a mais bela flor que brotou por aqui. fez, de minha alma, teu lindo jardim. ele era primavera, assim como era início, meio e fim de cada linda estação. 

— ó, tempo, só te peço, com todo meu coração: me faça, mesmo que por um instante, ser *imensa para que eu consiga segurá-lo pela última vez como se fosse a primeira vez.