eu, você & o tweet sobre nós escrita por daylightsx


Capítulo 6
Capítulo 6, Edward


Notas iniciais do capítulo

“Take me by the hand; Take me somewhere new; I don't know who you are; But I, I'm with you”
(Me pegue pela mão; Me leve a algum lugar novo; Eu não sei quem você é; Mas eu, eu estou com você.”
— I’m With You, Avril Lavigne



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799374/chapter/6

Eu estava sentado de frente para a janela, observando as nuvens de chuva e os raios que caíam no bosque perto de casa com o notebook no colo. Era para eu estar lendo um texto para a aula de didática, mas minha mente estava longe. Eu pensava na conversa que tinha tido mais cedo com Alice. Ouvi três batidas na porta. Me virei e vi minha mãe entrar em meu quarto. Ela se sentou ao meu lado. 

— Oi, meu filho. – Esme passou a mão por meus cabelos, bagunçando-os mais ainda. – Como você está? 

— Bem, melhor do que eu imaginava. – Eu coloquei o notebook de lado. 

— Sobre a Tanya… 

— Mãe, eu realmente não queria falar mais disso. – Tentei encerrar o assunto antes mesmo dele começar, mas minha mãe era difícil. 

— Eu acho que foi uma coisa feita de cabeça quente, Edward. Você tem certeza disso? Você parecia gostar tanto dela. – Esme pendeu a cabeça para o lado enquanto passava a mão pelo meu rosto. 

— Não foi nada disso. Eu pensei até demais. Eu sei que para vocês foi de repente, mas eu já tinha a certeza disso muito antes de eu ter a coragem de falar com ela. – Contei à minha mãe, esperando que ela entendesse meu lado. 

— Eu gosto muito dela, meu filho. Eu só queria que você fosse feliz… – Eu vi seu olho marejado. Minha mãe era chorona por natureza. 

— Eu estou feliz, mãe. Pode acreditar. Estou melhor agora do que antes. Eu sei o que fiz e tenho certeza sobre isso. Não se preocupe. 

— Você tem certeza? Eu te conheço mais do que você pensa, Edward. Acho que você está meio para baixo, não sei. – Ela falou e eu confirmei mais uma vez o que eu já sabia: minha mãe era ótima em me ler. 

— Talvez. – Falei vagamente. 

— Vem cá. – Ela me puxou para um abraço. Ela pegou uma almofada jogada no chão e colocou em seu colo. Deu três batidinhas e disse – Deita aqui, como quando você era pequeno. Nada como um colo de mãe nos momentos difíceis. 

Eu me deitei e olhei para ela. Minha mãe era amor, puro e doce. Ela transbordava bondade e eu não poderia deixar de ser feliz sendo filho dela. 

— Se você tem certeza disso, eu estou do seu lado. Se foi pela sua felicidade, não tenho o que fazer a não ser te apoiar. 

— Obrigado, mãe. – Falei, feliz por ela estar me apoiando também. 

— Sabe, hoje a sua irmã pediu um vestido de quando ela era bebê para ela recriar em uma aula da faculdade, daí eu encontrei algumas fotos de você e da Alice quando eram bebês e eu achei uma coisa que eu queria compartilhar com você. Para te animar. Na verdade é uma história que eu tenho para contar. 

Esme começou a falar, e me contou uma história muito engraçada sobre uma amizade que ela fez no hospital no dia do meu nascimento. Ela disse que a moça ia ter o bebê em um dia, mas parece que a bolsa tinha estourado. No fim, ela disse que nós dois – eu e uma garota – acabamos nascendo no mesmo dia e, que quando fomos liberados, as duas mães tiraram uma foto nossa, para guardar de recordação. 

— Que história louca. Mas me diga, você não a encontrou mais? – Perguntei, curioso. 

— Nunca mais a vi. Eu queria que vocês dois tivessem crescido juntos, porém, como um tempo depois nós saímos da cidade, foi impossível. Então nossa relação acabou ali, naquela foto. 

— Que louco seria reencontrar essas pessoas agora, não? 

— Seria incrível! A mãe da garota era tão gentil… Mas bem, acho que seria difícil encontrá-las agora. Muito tempo se passou. 

— Mas mãe, o papai pode conseguir o nome dela. Ele trabalha naquele hospital desde que nós voltamos para cá e com certeza tem acesso aos arquivos. – A ideia se firmou em minha mente. 

— É, verdade… Você é bem esperto, garoto. Vou falar com ele e ver o que pode ser feito. – Ela sorriu para mim. – Está vendo, sua feição até melhorou. Nada como uma história da infância, não é? Você se lembra da vez que você e sua irmã ficaram presos na casa da árvore? 

— Claro que eu me lembro, ela ficou horas chorando na minha cabeça. Como iria esquecer esses momentos de tortura? – Ri, me recordando do acontecimento. 

— Tadinha, ela ficou assustada. – Esme argumentou. 

— E depois ela nunca mais entrou lá. Ficou traumatizada, coitada. – Minha mãe sorriu. 

— Eu preciso terminar o jantar. Vou deixar você com seu texto. – Ela deu um beijo em minha testa e eu me levantei, voltando a minha posição original. 

Agora chovia forte lá fora e os clarões tinham parado. Realmente me sentia mais leve depois que minha mãe tinha entendido as minhas motivações, tanto que me esqueci momentaneamente da história na maternidade . Voltei a ler meu texto para a aula do dia seguinte e, quando finalmente o terminei, minha mente foi até Bella, sem nenhum motivo aparente. Por um momento, senti vontade de conversar com ela. 

Bella sempre era muito gentil comigo. Com todos, na verdade. Eu nunca havia visto ela tratar ninguém mal ou sem cordialidade. Nunca entendi porque nós nunca ficamos amigos, mas eu estava disposto a mudar isso. Sempre me dei bem com todo mundo, porém eu não tinha amigos. Tirando minha irmã e Tanya, meu círculo social girava em torno de alguns caras da minha turma, como Benjamin e Jasper, que eu achava que tinha uma quedinha por Alice. Decidi que iria me aproximar de Bella e foi o que a vida me ajudou a fazer. 

Na manhã seguinte, cheguei à faculdade cedo, pois Alice tinha que terminar alguns modelos antes da sua aula de costura, e fui comprar um café. Encontrei Bella sentada sozinha nas mesas do refeitório vazio olhando para o celular. 

— Oi. Posso me sentar? – Eu perguntei e ela olhou para mim. Nunca tinha percebido, mas seus olhos eram muito bonitos. 

— Olá, Edward! – Ela falou com animação. – Claro que sim. – Ela completou e tirou a mochila laranja da cadeira ao lado dela. 

— Chegou cedo. Caiu da cama? – Perguntei a ela, que riu na mesma hora. 

— Mais ou menos isso. Eu tinha que terminar de ler o texto para hoje, não podia te deixar na mão. – Ela deu uma risadinha baixa. – Mas eu já terminei, não se preocupe. 

— Ah, confio em você. Não estava preocupado. – Deixei claro. Bebi um pouco do meu café. – Mas então, me conte alguma coisa. Quero te conhecer melhor, já que ficamos o ensino médio todos juntos e eu ainda não sei nem o seu nome do meio. – Ao falar isso, ela aumentou seu sorriso. 

— Bem, não tenho muitas coisas para contar. Nasci e cresci aqui em Forks, estudei a vida inteira na mesma escola e fui sua parceira de biologia. Nada muito interessante. – Ela faz uma pausa para beber seu café. – E para esclarecer a dúvida, meu nome do meio é Marie. 

— Gosto de Marie. Mas vai, deve ter alguma coisa legal na sua vida, Bella. Todo mundo tem. Ontem, por exemplo, eu descobri um fato muito engraçado sobre o meu nascimento, vinte e um anos depois dele. 

— Ah, vamos mexer no passado, então. Adoro essas histórias. Eu também tenho uma engraçada, mas conte a sua primeiro. – Ela falou. 

— Não, não, faço questão de ouvir a sua história. Primeiro as damas. – Eu falei e bebi meu café enquanto ela contava uma história muito parecida com a minha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!