Amy Sandoval e o passado que retorna - TDA escrita por Mrs Belly


Capítulo 8
Capitulo 8




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Uma semana se passou e desde então Victoria não teve mais noticias de Heriberto, ela soube apenas depois através das professoras de Amy, que ele havia recebido um chamado importante e viajou a trabalho para a Argentina. A vida dela então seguiu normal trabalhando com uma nova coleção de roupas na casa de modas e levando a filha todas as manhãs a escola, Amy frequentemente tem perguntado pelo pai já que não o vê há algum tempo e tem tido pesadelos também durante a noite, ela com o seu jeitinho manhoso de ser dizia a Victoria que em seu sonho aparecia uma mulher muito má que queria fazer mal a ela e a sua mãe, Victoria ficava confusa porque não conhecia ninguém a sua volta que pudesse querer fazer mal as duas, antes tinha Bernarda, mas ela não tinha mais preocupação porque a mulher estava morta a um bom tempo.

Na casa de modas Victoria...

O movimento estava intenso na empresa e tanto os funcionários quanto as modelos andavam pelos corredores quase correndo para dar conta de todos os preparativos necessários para o próximo desfile que iria acontecer, Victoria estava em sua sala de reuniões com Pipino e sua secretária resolvendo as coisas dos fornecedores de tecidos e também dos patrocinadores, algo parecia estar dando errado e ela estava com uma tremenda dor de cabeça, a reunião acabou e ela saiu da sala indo ao seu escritório revisar alguns modelos para o evento.

Sentou-se calmamente na cadeira e tirou o par de saltos altos que usava, passou as mãos pelo rosto e cabelos quando um flash de lembranças invadiu a sua mente, eram as imagens da ultima vez que viu Heriberto e que então fizeram amor, Victoria sorriu e sentiu o meio de suas pernas molhar com aqueles pensamentos todos e lembrou do que ele a havia dito antes de partir.

"Eu estarei em seus sonhos e quando você pensar em mim, vai se tocar".

Dito e feito, as palavras de Heriberto mexeram como um furacão dentro dela que já estava ofegante com as pernas afastadas em baixo da mesa sem ao menos se dar conta. Ela bem que tentou esquecer daquilo e pegou os seus croquis para continuar revisando mas não teve jeito, o médico não saia mais de sua cabeça e a estava deixando completamente louca mesmo estando tão longe, conseguia fazer com que Victoria perdesse a razão somente em pensar nele, em seus toques carregados de carinho e luxuria sobre o corpo dela, seus beijos molhados passeando pelos seios e por todo o corpo dela, aquilo mais parecia uma loucura e então ela imediatamente se levantou da cadeira indo até uma mesa e pegando um copo d'água para se acalmar um pouco, mas nada pareceu fazer efeito.

Algo dentro de si estava gritando para que ela tornasse consumadas as palavras de Heriberto e inquieta ela foi até a porta e trancou, caminhou de volta até a sua mesa e deixou o copo com água ali tornando a se sentar na cadeira recostando-se na mesma e se afastando um pouco para obter espaço alí, Victoria estava lutando contra si mesma para não fazer aquilo e pegou o celular para ver se havia alguma ligação ou mensagem de Heriberto ou de qualquer outra pessoa mas não havia nada, ele sumiu no mundo e talvez nunca mais voltasse nem para ver a filha, ela largou o aparelho e ergueu a sua saia até a altura das coxas, se sentiu mal por estar prestes a se tocar pensando nele que sempre foi o amor de sua vida mas que agora não era mais nada além de uma transa.

— Quando voltar eu juro que vou fazer você pagar bem caro por me fazer cometer essa loucura no meio do meu expediente, sai da minha cabeça, Heriberto! - pensou alto enquanto com a mão movia o tecido fino de sua lingerie para o lado.

— Ai, seu filho da mãe, cretino! - Victoria colocou dois dedos sobre a sua intimidade e começou a movê-los bem devagar se lembrando de quando teve a língua de Heriberto bem ali.

Ela se tocava e na sua mente passava um filme como se estivesse vivendo novamente aquela noite de amor com ele, não demorando muito para gozar completamente rendida e exausta pelo intenso prazer que deu a si mesma, Acabou gemendo alto demais e torceu para que ninguém a tivesse escutado, seria uma vergonha imensa para ela ser descoberta se tocando por um homem e isso acabaria com a sua imagem de mulher séria e desinteressada por relacionamentos, desde que Amy nasceu, Victoria não havia estado com mais ninguém e essa imagem durona que construiu perante todos a sua volta era o seu alicerce de poder.

Quando conseguiu se recuperar e voltar a si, Victoria se ajeitou sentada e desabou sobre a mesa, chorando com todas as suas forças. Não era aquilo que ela havia desejado para a sua vida, sofrer por homem e criar a sua menina sozinha, há muito tinha sido assim até que o pai de Amy voltou.

Victoria arrumou suas roupas e se recompôs quando alguém bateu a porta chamando por ela que se levantou e foi atender, era a secretaria lhe entregando um arranjo muito lindo de flores com um pequeno cartãozinho ao lado.

— De quem é?

— Eu não sei, senhora Sandoval, só me pediram para entregar para a senhora.

— Tudo bem, obrigada. - a secretária foi embora e Victoria entrou com as flores nas mãos já imaginando de quem seria, sentou-se e pegou o cartão começando a ler de uma vez.


"Boa menina. Imagino que durante esse tempo em que estou fora você já tenha cumprido com as minhas palavras, acertei? Mande um beijo a nossa menina e diga que assim que puder estarei de volta, viajei de emergência a trabalho. Sinto sua falta!

Beijo, Heriberto."


— Desgraçado!!! - foi a única coisa que ela conseguiu dizer. Ele ainda a conhecia tão bem como a palma de sua mão e isso a encheu de raiva porque ele sabia que ela sentiria saudades de tê-lo por perto depois da sua noite de prazer.

Enquanto isso na escola de Amy, as professoras Lucy e Lupita levavam as crianças para fazer o último lanche do dia antes da saída. Amy nos últimos dias andava mais quietinha e distante das outras crianças que o normal e isso as estavam deixando preocupadas.

— Amy, não vai tomar o suco que a sua mamãe mandou para você hoje? - perguntou Lupita se aproximando da menina no refeitório junto aos coleguinhas de classe que comiam e faziam brincadeiras na mesa, Lucy estava atenta a ela também.

— Não quelo suco tia, eu quelo vê o meu papai Libeto. - a menina disse com a expressão tristinha.

— Ele já virá te ver, olha só aqui para a tia Lu! - ela pediu e Amy a olhou nos olhos. - Se você comer todo o seu lanchinho e me der um sorriso bem grandão, a tia pede para a sua mamãe ligar para o papai daqui a pouco quando ela vir te buscar e aí você fala com ele, está bem minha princesa?

Na mesma hora a pequena começou a chorar e mesmo sendo pequena ainda, as ações de seus pais em suas vidas também a afetavam muito porque ela era parte deles dois. Lucy veio até elas e pegou a menina no colo ouvindo de Lupita sobre o que haviam falado. Amy soluçava e não entendia direito aquela situação de uma hora ver o pai por perto e logo depois não o vir mais, era muito confuso para a cabecinha dela entender como era complicado tudo o que os seus pais passaram na vida juntos até estarem ali separados um para cada canto com ela no meio deles. Elas ficaram ali até Amy se acalmar e ir brincar com uma amiguinha que ela adorava.

Algum tempo depois já estava na hora da saída do colégio da filha e Victoria ainda estava enrolada com o serviço na casa de modas, ela pegou rapidamente as suas coisas e saiu correndo dali dispensando os funcionários para irem embora e foi buscar a sua menina, mas alguém foi mais rápido que ela.

— Olá! - a pessoa cumprimentou as professoras na porta enquanto as mães saiam dali com as crianças.

— Pois não? - disse Lucy.

— Meu nome é Judith e eu sou a secretária da Senhora Victoria Sandoval, ela vai se atrasar um pouco no trabalho hoje e pediu que eu viesse buscar a menina.

Lucy nunca tinha visto aquela mulher antes e chamou Lupita em um canto para falar com ela e logo depois voltou até a porta.

— A senhora pode me dar só um minuto? Eu preciso antes checar na listagem de autorização de saída se a senhora pode levar a menina.

— Tudo bem. - ela deu um sorriso forçado e olhando mais para dentro da salinha, viu sentada no chão com uma boneca nas mãos, a pequena Amy que brincava com uma outra menina e foi o tempo suficiente que teve para entrar e tirar a criança dali antes que a professora voltasse.

— Lupita!! - Lucy procurou Amy pelo local e não pode crer no que estava acontecendo, nem a mulher misteriosa tampouco a criança estavam mais ali.

— Sequestraram Amy Sandoval!

Aquilo que estava acontecendo não podia ser de verdade, como as duas iriam explicar para Victoria que a filha dela havia sido raptada dentro da escola em plena luz do dia diante dos olhares de todos? Lucy e Lupita imediatamente pediram ajuda a direção e saíram para os arredores da escola procurando Amy enquanto uma estagiaria ficou na classe terminando de entregar as outras crianças aos pais e a essa altura Victoria acabava de chegar ali cumprimentando a moça.

— Olá boa tarde, me desculpe pelo atraso meu nome é Victoria e eu vim buscar a minha filha Amy Sandoval.

— Sim senhora só um minuto. - a estagiaria procurou pela menina no meio das crianças e não a encontrou. - a sua filha já foi embora senhora, não está aqui.

— Como a minha filha foi embora? - Victoria adentrou a sala e não viu a filha ali, o que poderia estar acontecendo? - onde estão Lucy e Lupita?

— Elas tiveram que se ausentar para encontrar uma criança que foi raptada ainda a pouco por uma pessoa estranha.

Era nítido que a funcionaria não sabia de tudo o que havia acontecido e não tinha ideia do quanto aquela noticia pesou em Victoria. A sua menina não estava ali e ela sentiu a sua vista escurecer, tudo perdeu o sentido e Amy tinha sumido de uma maneira que ela não entendeu e tampouco quis saber, só queria a sua filha de volta.

Do lado de fora as professoras procuravam desesperadas pela menina mas ninguém tinha visto nada, aquela mulher que disse se chamar Judith e ser secretaria de Victoria tinha simplesmente desaparecido com a menina como a agua que evapora no ar e aquele era o inicio de um grande pesadelo para todos. Quando elas retornaram ao colégio, viram a mãe da menina sendo atendida por um medico que foi convocado para substituir Heriberto em sua ausência. Victoria não estava nada bem e chorava muito chamando insistentemente pela filha, o medico tentava a acalmar com uma água com açúcar e fazia o controle de sua pressão arterial, ela estava pálida feito papel e avançou como conseguiu para cima de Lucy e Lupita quando elas se aproximaram com os olhos marejados e os rostos carregados de aflição.

— Onde está Amy? que historia é essa de sequestro, quem levou a minha menina? Andem, pelo amor de Deus digam alguma coisa!!

— Acalme-se senhora Sandoval, a sua filha será encontrada nós já acionamos as autoridades. - disse Lucy

— Me acalmar? Me diga como isso é possível se de manha eu deixei minha filha aqui e quando chego a tarde para busca-la sou notificada que ela sumiu com uma pessoa estranha?! Por favor Lucy, não peça para que eu me acalme se a minha pequena está correndo perigo! Ai!

— Senhora! - o médico apenas teve tempo de segura-la antes que ela fosse ao chão e ele foi rápido chamando uma ambulância.

Não muito distante...

Ela chegava com a menina desacordada em seus braços, a pequena Amy tão frágil e inocente, não teve como se defender daquela mulher. Bernarda havia a pegado de surpresa sem dó e nem piedade e o fato da criança ser a sua neta não mudava em nada o ódio que estava sentindo, talvez nem fosse a menina que ela queria atingir mas sim alguém maior que ela, a sua mãe Victoria Sandoval. Estava decidida em fazer a mulher pagar caro por tudo o que causou em sua vida afastando Heriberto dela, Bernarda nunca suportou ser abandonada pelo filho e ser trocada por uma desclassificada sem futuro era assim que ela pensava, mas agora por mal e da pior maneira possível ela iria fazer Victoria pagar arrancando de seus braços o seu único bem mais precioso, a sua única razão de viver, a filha.

Juan Pablo também estava ali e quase caiu para trás quando a viu entrar em casa com a criança em seus braços. Ele chegou mais perto e reconheceu a menina, era a mesma que Victoria carregava nos braços outro dia quando ele esteve com ela em frente a seu prédio. Bernarda era mesmo doente por vingança e agora ele teve certeza porque ela estava cumprindo com a sua promessa e agora a menina seria dele, o seu futuro e sua fonte de riqueza.

— Bernarda, como conseguiu pegar essa menina? Você ficou maluca? A mãe dela vai colocar a policia atrás da gente e você está frita!

— Calma criatura! Você acha mesmo que eu sou tão burra assim como você a ponto de estragar todos os nossos planos? Fique avisado de que você não vai tocar um dedo nessa menina antes de eu fazer a mamãezinha nojenta dela pagar bem caro por todo o mal que causou a minha vida! Tira a mão dela! - ela estava com a criança no colo e a colocou deitada em uma cama que havia ali, a menina fora cruelmente "apagada" com um sonífero que Bernarda colocou em seu narizinho e aquilo poderia ser até fatal porque ela ainda era apenas uma bebê.

— O que você fez com essa menina para ela estar apagada desse jeito sua doida? - Juan era esperto e começou a se preocupar, julgando pelo tempo em que saíram da escola, Amy já deveria estar desperta.

— Eu não fiz nada! Como queria que eu a trouxesse? Chorando feito uma matraca no meu ouvido? Você sabe que eu não suporto choro de criança e tudo que vem dessa pirralha é ainda pior!

— Você às vezes me espanta com essa sua frieza em relação aquela mulher, Bernarda. Tudo isso só porque aquela vadia gostosa pegou o seu filhinho querido que você nunca deu a mínima? Acha que me engana com essa sua pose de boa mãe?

— Não fale do meu filho! - ela deu um tapa forte no rosto dele deixando marcado - só eu posso falar dele aqui e só eu sei a maneira que o criei porque apesar de tudo que aquele ingrato me fez ao me abandonar como um nada para ir viver com aquela vagabunda, eu ainda sou a mãe dele e isso nunca vai mudar!

— Ei, calma ai! Vai começar a me tratar mal agora é? Perdeu a noção do perigo sua maluca? Eu posso ir agora mesmo contar para Victoria onde e com quem a filhinha dela está e isso não vai ser nada bom para você!

— Tudo bem, me desculpe. Mas agora é a sua vez de agir! Anda, me ajuda a acordar essa pirralha porque eu tenho uma surpresinha para ela! - Bernarda chegou perto de Amy e deu uma gargalhada, aquele era o seu momento de triunfo e de glória.

Victoria não teve mais nenhum minuto de paz desde que a sua filha sumiu sem a menor explicação. Ela estava no hospital tomando soro na veia e estava desidratada, com a correria dos últimos dias tinha ficado um bom tempo sem se alimentar direito apenas pensando no bem estar de sua pequena que tinha pesadelos rotineiros com uma pessoa estranha e aquilo estava deixando o seu coração de mãe cada vez mais apavorado.

Ela chorava apavorada pensando se nunca mais veria a sua menina e Heriberto veio em sua mente, ela pegou o telefone que havia ali do lado da cama hospitalar e discou - quase sem conseguir pelo tanto que as suas mãos tremiam de nervoso - o numero dele.

Heriberto tinha acabado de chegar de um simpósio importante de medicina no qual foi convidado para estar presente, ele entrou no quarto em que estava hospedado e tirou o paletó jogando em cima da cama, ia tirando os sapatos quando o seu celular tocou no bolso da calça. Os seus olhos brilharam quando ele viu que era Victoria ligando e prontamente atendeu.

— Victoria? que surpresa... - ele ia continuar falando alguma coisa mais foi interrompido pelo choro dela que ouviu a seguir. - o que está acontecendo, porque está chorando? - nessa hora ele se lembrou da filha. - é alguma coisa com a nossa Amy?

Pediu a Deus para que ela dissesse que não, mas o que ouviu fez o seu coração partir em milhões de pedaços e ele se viu completamente perdido.

— Sim Heriberto, tiraram Amy de mim. Levaram a nossa filha! Me ajuda, me ajuda a encontrar a nossa menina ou eu vou morrer nesse maldito hospital de tanta angustia. - ela quase não conseguia falar pela voz embargada de dor e tristeza.

— Hospital? O que você tem? - Heriberto se levantou da cama alcançando as chaves do carro por instinto, mas se lembrou de que estava muito longe dela e não poderia fazer nada naquele momento. Ele estava completamente apavorado.

— Vem pra cá Heriberto, me ajuda!

— Eu vou! Mas me diz o que você tem?

— Eu estou grávida...

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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