Amy Sandoval e o passado que retorna - TDA escrita por Mrs Belly


Capítulo 6
Capitulo 6




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Victoria suspirou tentando pela primeira vez se colocar no lugar dele e entender a sua dor. Uma dor que era emocional e agora física também porque ele estava machucado e não se lembrava muito bem do que tinha lhe acontecido na noite anterior. Heriberto se calou em um silencio estridente e nada mais disse, apenas ficou ali parado pensando em sua vida e observando Victoria alcançar compressas e curativos passando com cuidado nas marcas que haviam pelo seu rosto, braços e peito, ele perdeu o telefone celular e a carteira porque foi assaltado por marginais que passaram por ele naquela praça pública, ele foi fraco e se sentiu mal por não estar sendo forte o suficiente para encarar de uma vez a situação em que estava, não era de sair bebendo por aí e muito menos de tomar porre por mulher nenhuma, mas Victoria era diferente e por ter sido a mulher que um dia ele amou, isso tenha explicação.

— Ai! - Heriberto reclamou de dor quando ela passou o algodão próximo ao canto de sua boca.

— Clama Heriberto, preciso cuidar disso aqui, está muito ferido. O que aconteceu? Quem fez isso com você?

— Eu não sei, não consigo me lembrar de mais nada depois que saí daquele bar. - ele disse baixo já sabendo o que Victoria iria dizer e viu a babá vir com Amy para a sala onde estavam, chorando em seus braços.

— O que houve com ela, Nina? - Victoria perguntou parando o que fazia.

A menina chorava sem parar inconformada por não poder estar ali com os pais. Ela gostava muito da companhia da babá, mas quando a mãe estava perto ela nunca queria estar longe nem por um minuto.

— Eu dei o café da manhã a ela e até tentei ficar no quarto, mas ela não se acalma, senhora Sandoval. - a mulher falou trazendo Amy que chorava agarrada nela com o rostinho escondido entre seus cabelos.

— Me dá ela aqui! - a babá entregou a menina a mãe e Heriberto passou a mão com carinho na cabeça dela - O que foi, amor da mamãe? olha só quem ainda está aqui!

Amy, devagar virou-se para olhar a pessoa que estava sentada na frente delas e o seu sorriso se iluminou novamente ao ver Heriberto, e ela abriu os braços pedindo colo a ele. Heriberto a pegou sentando-a em seu colo e como pode deu beijinhos nela onde conseguiu sentindo seu coração se encher de amor por ela, sua filha amada e tão desejada por ele enquanto viveu ao lado de Victoria.

— Papai Libeto! - a pequena disse passando os dedinhos no rosto dele, ela amava esse toque que a mãe sempre fazia com ela. - machuco! mamãe, ola o papai caiu de biciqueta!

Os dois riram com o que ela disse com os olhinhos doces um pouco assustados com as marcas que Heriberto tinha. Disse, porque uma vez enquanto brincava com João, caiu da bicicleta que Victoria lhe comprou de aniversário e machucou de leve seu rostinho.

— Sim florzinha de papai! mas já vou ficar melhor, a mamãe está cuidando de mim! - ele olhou Vicky e ela sorriu de lado confirmando para a filha o que ele dizia.

— Papai não olhou o poste e caiu da bicicleta enquanto estava vindo para a nossa casa te ver, meu amor. Lembra que a mamãe disse que ele viria te ver?

— Sim. - a menina se agarrou a Heriberto como se ele fosse fugir e perguntou aflita. - papai, você vai morre?

— Por que está dizendo isso filha? - ele não entendeu.

— Po que eu tava com João e casi morro ele e eu de biciqueta na casa da tia Nieta. - Victoria riu porque nessa ocasião tinha sido apenas dois leves arranhões e a filha como ela era dramática.

— Jura minha filha? - ele queria rir também mas não o fez - mas papai não vai morrer não tá? A sua mamãe está sendo uma boa médica. - beijou a filha com amor.

— Vamos para o banho, Amy? - a babá voltou a sala com um patinho de brinquedo e uma toalha cor de rosa nas mãos.

— Não! - Ela fez bico, queria ficar mais ali com eles.

— Vai sim minha linda! - Heriberto pediu fazendo cócegas nela e Victoria completou em seguida.

— Amy, vai com a Nina tomar um banho porque depois nós vamos passear na casa do João!

— Oba! - como um passe de magica ela deu um pulinho e a babá a pegou no colo rindo da euforia dela, amava visitar o amiguinho João.

Quando as duas saíram, Heriberto encarou Victoria olhando nos olhos e pediu sendo sincero.

— Victoria, eu só te peço para que me deixe ver Amy pelo menos uma vez por semana, sei que você não quer mais problemas para a sua vida porque já é uma pessoa conhecida e cheia de trabalho... mas por favor, ela é importante para mim e eu quero estar perto, se você não puder estar quando ela estiver comigo, deixe que a babá acompanhe para que você se sinta mais segura, eu não me importo e de nenhuma forma quero te atrapalhar mais.

— Me desculpe Heriberto, mas um dia você vai entender que tudo o que fiz foi por amor a ela. Podemos combinar isso sim é seu direito estar com ela e eu não vou mais me opor a isso. - Victoria abaixou a cabeça sentindo as lágrimas chegarem, errou e ele não estava disposto a perdoá-la. Ela iria continuar a fazer os curativos nas feridas dele mas Heriberto se afastou impedindo mais aquele contato, apoiando se nos móveis para ficar de pé.

— Obrigado por cuidar de mim Victoria, mas agora eu preciso mesmo ir. Mande um abraço a Antonieta quando for até lá.

— Heriberto calma, espera! meu motorista vai te levar em casa, você não pode sair assim! - ela ficou em pé na frente dele e tocou em sua mão. Ele aumentou o toque fazendo um carinho leve mas logo soltou indo até a porta.

— Não precisa mais se incomodar, você já me fez muito ao me tirar da rua, eu chamo um taxi, mais tarde ligo para saber como Amy está.

— Tudo bem. - Victoria não insistiu mais, não adiantava. Viu ele sair pela porta ainda com certa dificuldade, ela sabia que ele também era teimoso mas precisava entender como ele estava se sentindo.

Não muito distante...

Estava ela sentada em uma cadeira confortável fumando seu cigarro enquanto falava com um homem forte, jovem e muito bonito. Bernarda estava feliz por descobrir o endereço de Victoria Sandoval sua maior inimiga, mas repreendia o homem pelo que ele havia feito para conseguí-lo.

— Precisava mandar bater no meu filho seu desgraçado? - os olhos dela eram como brasa queimando.

— Foi a única coisa que eu pensei quando vi seu filhinho caído de porre. Já sabe onde aquela mulher mora, porque está reclamando? e por falar nela, que mulher hein! agora entendo porque ele é doido por ela, vale o porre e muito mais, uma gostosa! - o homem riu lembrando-se de quando viu Victoria.

— Cala a boca seu inútil! meu filho é um pecador que caiu nas garras daquela piranha de quinta! E você presta bem atenção no que eu vou te falar, quero profissionalismo e eficiência! ai de você se fizer algo diferente disso, eu te mato! - olhou firme para ele - Heriberto ficou muito machucado?

— Nada! Só uns arranhões que aquela deusa deve estar cuidando direitinho agora!

— Juan Pablo! - Bernarda se levantou e ergueu a mão para esbofeteá-lo, estava com ódio e queria vingança contra Victoria e ele colocaria tudo a perder se pensasse assim dela, sabia que Victoria era linda sim e que tinha muitas qualidades, mas o desejo de vingança por ela ter a afastado de Heriberto era muito maior que tudo na vida.

— Calma! - ele segurou os braços dela antes que pudesse o acertar - relaxa Bernarda, vou fazer tudo o que você pedir se me der o que me prometeu!

— E o que foi que eu te prometi, criatura? - ela se fez de desentendida.

— A menina! a pirralha que seu filho teve com aquela mulher!

— E o que você quer com essa menina? Por acaso resolveu virar babá de uma criança chorona a essa altura da vida, é? Porque o que ela vai gritar toda noite chamando pela mamãezinha dela, não está escrito! Eu detesto crianças!

— Credo Bernarda, quem te vê falando assim, até pensa que você não teve um filho! Relaxa, eu tenho em mente um bom futuro para a pirralha. Se ela crescer linda como a mãe dela, poderá nos render uma boa grana, o que acha hein? - ele falava aquilo com um brilho perturbador no olhar, tinha em sua cabeça uma vida toda traçada para Amy, uma vida "nova" e bem diferente da que ela teria estando com os pais. Juan se aproximou de Bernarda e lhe deu um beijo na nuca, eles não tinham um caso mas eram cúmplices de muita coisa que aconteceu na vida de Victoria desde os tempos em que ela era apenas uma adolescente.

— Eu não acho nada! Você sabe que eu não gosto dessa gente, mas também não precisa exagerar querendo colocar a menina em uma vida que você mesmo sabe que não é certa. Ela vai sofrer e pode até ser morta por aqueles nojentos que trabalham contigo.

— Não vai não. Se você cumprir o que prometeu e me entregar essa criança, eu faço tudo como você quer e acabo com a vida daquela vagabunda. Mas se você pisar na bola comigo Bernarda, nada feito e eu ainda te entrego para a policia! Você vai pagar por tudo o que fez esses anos todos! - ele estava certo, Bernarda não tinha escolha e teria que agir exatamente como eles haviam combinado, tinham um acordo em comum e planos para o futuro.

— Você não seria capaz! Sabe que se tentar fazer qualquer coisa contra mim, o primeiro a se dar mal será você mesmo Juan Pablo! Não admito que brinque comigo, ou eu te mato com as minhas próprias mãos. - Bernarda sorria fria e certa do que dizia, seria capaz de tudo até mesmo de tirar do caminho o seu único aliado para conseguir destruir Victoria Sandoval.

Ela foi até uma mesa que tinha ali onde eles estavam e pegou uma garrafa de champanhe para brindar ao sucesso a ao triunfo que estava próximo em sua vida, pois ver a inimiga passar por poucas e boas tem sido o seu maior prazer desde que ela entrou na vida de Heriberto. Eles brindaram sorrindo e Juan aproveitou para beijá-la na boca como a muito tempo queria desde que a conheceu.

Bernarda ainda era jovem, foi mãe muito cedo e sabia muito bem se cuidar para estar bonita em seus cinquenta e cinco anos bem vividos, mas desde que o pai de Heriberto morreu, nunca mais se envolveu com ninguém porque se tornou uma mulher amarga e incapaz de amar alguém que não fosse ela mesma. Deixou-se levar pelo momento e despiu sem cerimonia aquele belo rapaz que fora bem mais novo que ela, Juan tinha até idade para ser seu filho, mas ela não se importava nem um pouco, o beijou na boca e foi logo para a cama com ele.

Enquanto os dois tinham o seu momento de cumplicidade, Victoria ligou para Antonieta e perguntou se ela e a filha poderiam lhe fazer uma visita para o café da tarde. Antonieta colocou o celular no viva voz e passou para João que pedia a todo o momento para falar com Amy, a menina já havia se banhado com a ajuda da babá e estava linda como uma princesa, usando um vestidinho cor de rosa que a mãe lhe deu de aniversário.

As crianças falaram ao telefone rindo e felizes por finalmente poderem ir brincar juntos depois de todo o ocorrido, Victoria e Antonieta sorriam com as risadas e com a alegria dos dois bebês que apesar de tão pequenos já eram amigos inseparáveis, uma amizade simples e pura carregada de toda a inocência de duas crianças saudáveis e sapecas.

Antonieta pegou o telefone das mãos do filho e terminou de falar com Victoria, aquela tarde elas combinaram de tomar um café e conversar um pouco e logo Victoria estava pronta para sair com a filha, avisando as funcionarias da casa que voltaria mais pela hora do jantar.

Quando elas chegaram, foram recebidas com todo o amor e alegria por Antonieta e pelo pequeno João que agarrou Amy com seus bracinhos, abraçando-a como pode e dando pulinhos de alegria. Victoria o pegou no colo e lhe deu um beijo o fazendo rir com as cócegas que ela fez e viu Amy de pé ao seu lado fazer bico com uma cara de ciúmes.

— Mas é ciumenta essa menina hein! - Antonieta riu e a pegou no colo para dar beijos e muitos carinhos também e foi a vez de João fechar a cara.

As duas amigas riram muito com aquela expressão das crianças, era incrível como eles já sabiam demonstrar tão bem o que estavam sentindo. Deixaram eles no chão e os pequenos foram correndo para o quarto brincar acompanhados pela mulher que trabalhava ali com Antonieta.

— Eles se adoram! - Victoria disse sorrindo já sentada à mesa para tomar o café.

— É uma amizade linda, eu fico feliz Victoria, que nossos filhos se deem tão bem quanto nós duas.

— É verdade, você está sempre do meu lado me apoiando desde que nos conhecemos no parque. - ela se lembrou daquela tarde.

Flash Back on:

Victoria estava sentada em um banco no parque com Amy no colo tomando um sorvete enquanto olhavam as pessoas passarem e as crianças brincarem. A menina viu um par de pássaros no chão comendo migalhas e pediu a mãe para chegar mais perto e observá-los, Amy desceu do colo de Victoria e andou até eles devagar e de repente correu na direção dos bichos enquanto gritava feliz.

— Ola mamãe o passalinho! - ela sorria

E do outro lado do parque vinha outra criança correndo na direção dela acompanhado pela mãe que corria atrás.

— João! Meu filho, espera!

O menino não deu ouvidos a ela e correu mais para perto de Amy quando os pássaros se assustaram e voaram, assustando as crianças. Victoria estava perto e quando viu a filha chorar sentada no chão com o sorvete nas mãos, correu até ela e Antonieta fez o mesmo finalmente alcançando o filho pegando-o nos braços.

— Amy! a mamãe disse que você não deve correr assim! Calma está tudo bem! - ela abraçou a filha e beijou tentando acalmar com um carinho nas costas.

Antonieta olhou as duas ali na sua frente e disse:

— Está tudo bem com ela?

— Sim está, minha filha é assim mesmo, faz drama e se assusta com tudo. - Victoria riu.

— João é igualzinho então! Essas crianças... prazer, me chamo Antonieta. - a loira a cumprimentou.

— Victoria. Muito prazer!

— Você vem sempre com ela aqui no parque? - Antonieta continuou e as duas voltaram com as crianças nos braços para o banco da pracinha que tinha ali.

As duas começaram a conversar e Amy e João se olhavam de canto, cada um agarrado a sua mãe, mas não demorou muito para que eles fossem brincar ali no chão com os baldinhos de areia que Antonieta tinha trazido para o filho.

Flash Back Off.

— Amigas servem para isso! Mas me conta, o que houve entre você e Heriberto?

— Eu disse a ele que não é o pai de Amy, mas me arrependi e agora ele nunca mais vai me perdoar. - Victoria abaixou o olhar esperando a bronca da amiga.

— Você fez o que Victoria? ficou maluca? - Antonieta ficou indignada.

— É uma longa historia, eu vou te contar tudo.

Assim elas conversaram por um bom tempo e Victoria a contou tudo o que fez a Heriberto. Levou um puxão de orelha da amiga porque a sua atitude foi muito errada e ela não tinha o direto de negar a menina a ele mesmo que o odiasse.

— Você fez isso porque ainda o ama e tem medo de se entregar!

— Eu não sei o que é Antonieta. Ele me deixa confusa, não sei definir se depois de tudo o que aconteceu a nós dois nesse tempo, se eu ainda o amo. Talvez sim, me sinto segura quando ele está perto, mas o que tivemos acabou e agora ele me odeia com razão.

— Ah amiga, você sabe que eu só quero o seu bem e se a sua felicidade estiver ao lado dele, uma hora vocês vão se acertar.

Victoria sorriu e olhou a filha que veio correndo na direção dela com João a seguindo.

— Mamãe, tem mamá na casa da tia Nieta? - Amy disse baixinho com o rosto corado e Antonieta ouviu.

— É claro que tem meu amor! - ela chamou a empregada e pediu para preparar o leite para as crianças na cozinha. Victoria riu do jeitinho meigo da filha, parecia ainda mais com Heriberto nessas horas em que estava com fome.

— Essa aí é uma cópia do pai, carreguei nove meses na barriga para ela sair igualzinha!

— Ele é guloso? - Antonieta gargalhou

— Uhum, quando estávamos juntos ele acabava com a comida da dispensa em uma semana. - Victoria sorriu se lembrando.

— E em outro sentido também?

— Como assim? - ela fingiu que não entendeu.

— Guloso... - Antonieta piscou para ela.

— Antonieta!! - Vicky deu um tapa no braço dela, ficou com vergonha mas se divertia contando aquelas coisas para a amiga sem expor muito Heriberto.

A tarde passou depressa e a visita na casa da amiga foi muito agradável tanto para Victoria quanto para Amy que desde que chegou não desgrudou do amiguinho nem para comer. Os dois brincaram muito juntos, correram pela casa e pelo jardim, ouviram uma historinha que Antonieta e Victoria contaram juntas para eles com fantoches e diversos brinquedos até os pequenos caírem de sono.

Já era sete e meia da noite quando Victoria voltou com a filha para casa, estava cansada e ainda teria que dar banho e dar o jantar a Amy antes de dormir. Ela chegou em frente à seu prédio e deu p carro para o manobrista estacionar, pegou sua menina nos braços adormecida como um anjinho e quando ia passar pela portaria, uma pessoa a chamou.

— Dona Victoria!

Ela virou-se para ver quem era e se lembrou do rapaz que a ajudou a trazer Heriberto para dentro de seu apartamento quando ele estava inconsciente no banco da praça.

— Eu te conheço... - ela chegou mais perto para olhar para ele e agora pode ver que era ele mesmo.

— Sim, eu te ajudei a trazer seu marido para dentro de casa. Queria saber se está tudo bem, ele pareceu bem ferido e a cidade hoje em dia está muito perigosa...

— Sim está, obrigada por perguntar e mais uma vez quero te agradecer pela ajuda, se não tivesse passado pela rua naquele momento eu não saberia como tirar ele dali. Você foi muito gentil em ajudar, afinal nem nos conhece, mas como sabe meu nome? - ela não estava lembrando se tinha se apresentado formalmente à ele, mas ele poderia saber já que ela é uma estilista bem conhecida no mercado da moda.

— Nao há o que me agradecer, qualquer pessoa faria a mesma coisa, mas obrigado. Espero que esteja tudo bem com vocês agora. E respondendo a sua pergunta, eu adivinhei! Lindo nome o seu! Brincadeira - ele riu - vi nas revistas que você é uma grande estilista e quem não conhece Victoria Sandoval?

— Ah, obrigada! E você como se chama?

— Desculpe por não me apresentar! Me chamo Juan Pablo, é um prazer! - pegou a mão dela que estava livre e deu um beijo delicado ali e perguntou vendo que ela segurava uma criança no colo.

— E essa pequena? É sua filha? Desculpe me intrometer...

— Imagina, é sim. O meu maior tesouro, se chama Amy. - ela sorriu orgulhosa abraçando mais a filha em seus braços dormindo.

— Amy, que nome diferente... e bonito! Parabéns. Bom, agora que já sei que está tudo bem, vou embora para que você possa entrar em paz. - Juan se despediu dela com um sorriso e saiu, deixando que finalmente Victoria entrasse com a filha para dentro de casa.

Ela entrou e entregou Amy para a babá e foi para o quarto tomar o seu banho, o dia foi corrido para ela e precisava descansar e se sentir relaxada para colocar as suas ideias e seus pensamentos de volta no lugar, entrou na banheira de hidromassagem e pegou o celular discando o número de Heriberto.

E no terceiro toque ele atendeu.

— alô, Heriberto? - Victoria podia escutar a respiração dele do outro lado da linha mas estranhou porque ele não disse nada. - está me ouvindo?

— Sim... o que quer, Victoria? Está tudo bem com minha filha?

— Está tudo bem sim, ela está feliz porque brincou a tarde toda com João.

— Isso é muito bom para ela. - Heriberto estava sério e Victoria notou que sua voz soava diferente.

— E você, cómo está? Eu liguei porque fiquei preocupada, não quero que se sinta mal ou que faça alguma besteira... você não é homem de sair bebendo, Heriberto.

— Não se preocupe comigo Victoria, eu estou bem, mas eu não sou mais o mesmo homem que você conheceu, muita coisa pode ter mudado para que eu tome um porre desses.

— Fez isso por minha causa, não foi? Heriberto por favor...

— Victoria não diga nada... - ele interrompeu - não quero que se lamente por nada, está tudo bem comigo e você já pode seguir a sua vida com o seu novo amiguinho. - havia ironia em sua voz, o que ele estava pensando?

— Heriberto, do que você está falando? - ela não tinha a mínima ideia.

— Estou falando do cara que acabou de sair da frente do seu prédio, se eu não me engano, o mesmo que me trouxe até aí mais cedo. Está bem íntima dele, não é mesmo? - ele sentiu um mix de raiva e tristeza em seu coração, não viu nada demais ali mas de alguma maneira aquilo o estava incomodando.

— O quê? Onde você está? Está me seguindo, Heriberto? Como assim? - Victoria saiu da banheira e vestiu um roupão, andou pelo quarto com o celular no ouvido e olhou pela janela, Heriberto ficou quieto e lá de cima ela olhou para baixo e o viu em pé encostado no carro bem do outro lado da rua, ele estava ali o tempo todo.

Victoria o chamou pelo nome e ele desligou o celular olhando para cima e ela fez sinal com as mãos para que ele subisse.

Heriberto não queria, mas algo dentro dele o atraia para ela, para perto dela a maior causadora da sua alegria e de seu sofrimento nesses últimos dias. Ele entrou depressa no elevador e Victoria correu para o closet para colocar alguma roupa porque não queria que ele a visse daquele modo ainda de toalha, colocou uma camisola longa e arrumou rápido os cabelos indo esperá-lo na sala.

A empregada já tinha se recolhido, Nina deu banho e jantar à Amy e a colocou para dormir cedo, as luzes estavam apagadas e o ambiente iluminado com a luz das iluminarias de canto, Heriberto chegou ao andar em que ela mora e tocou a campainha e Victoria que já estava perto da porta esperando, abriu dando de cara com ele.

— Heriberto...

— Me diz que você não pensa em ter nada com aquele cara! - ele a olhava nos olhos e estava sendo direto.

— Heriberto nós nos encontramos por acaso, eu estava entrando e ele passou por ali e a gente só conversou, ele foi gentil comigo perguntando se estava tudo bem com você.

Eles ainda estavam na porta do apartamento.

— Então ele veio até você para saber sobre mim? Victoria por favor, não seja ingênua!

— Você está com ciúmes, Heriberto? - Victoria chegou bem perto dele e disse firme tentando entender todo aquele assunto dele.

— E você já me esqueceu? - Heriberto mais uma vez interrompeu, finalmente deixando claro o que achou daquela cena lá em baixo.

— Quer saber mesmo? - ela arqueou a sobrancelha.

— Quero!

Era a hora da verdade.

— Como esquecer os seus beijos, seu toque e suas mãos no meu corpo, como esquecer e tirar do meu coração tudo o que nós vivemos, todo o nosso amor, eu te amei muito e se quer mesmo saber, não! Eu nunca te esqueci!

— E por que foi tão cruel comigo? Eu sinto raiva de você, eu nunca deveria te perdoar por tentar me tirar a minha filha! - ele entrou e a puxou para dentro de casa fechando a porta - eu deveria querer acabar com você da mesma forma que a minha mãe sempre quis mas... - grudou seu corpo no dela e beijou a pele quente do pescoço de Victoria.

— Mas o que Heriberto? - ela gemeu sentindo as mãos dele passear por sua cintura e subir devagar para os seios parando ali antes de toca-los.

— Mas eu quero que sinta o que você vai perder se continuar a agir assim! Você não merece que as minhas mãos te toquem, que a minha boca te beije, você só pensa em si mesma e não acha que pode me ferir ou ferir a nossa menina.

— Você vai me torturar? - Victoria estava rendida e as palavras dele a atingiam fundo no coração porque era tudo verdade, mas ele parou de subir as mãos pelo seu corpo e a deixou aflita.

— Fica quietinha hum? Me deixe terminar e não quero que comece a gemer ou vai acordar Amy.

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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