Meses depois...

Victoria, Heriberto e Amy, finalmente nesses últimos meses estavam tendo momentos de paz depois da tempestade. Ele diminuiu o ritmo de trabalho no hospital e deixou o cargo de médico na escola infantil para ter mais tempo com a sua família. Victoria convidou Antonieta para trabalhar com ela na casa de modas e pagou um curso de costura e modelagem para a amiga que demonstrou interesse e afinidade por moda e entre madrugadas vendo Victoria desenhar a nova coleção que desfilou e que foi um verdadeiro sucesso de vendas. Assim tudo se encaixava no lugar.

Amy e João cresciam espertos e mais amigos do que nunca, tanto ele como ela não se desgrudavam e sempre que estavam juntos era pura farra e riso, as mães babavam enquanto Heriberto como pai ciumento, ria e implicava com Victoria.

Bernarda desde a morte dos comparsas, Antonella e Juan Pablo, não foi mais vista e o apartamento que ela tinha foi interditado pela justiça. A paz reinava e finalmente chegou a hora, Victoria estava em casa com Amy, Antonieta e João quando a bolsa estourou e o bebê - um menino como Heriberto sonhava que seria - deu sinais de que queria sair da casinha quentinha da mamãe e vir trazer alegria no mundo.

— Aaaaahhhh!! - Victoria respirava fundo deitada na cama do quarto com Antonieta segurando a sua mão para que ficasse calma. Heriberto terminava o trabalho no hospital quando foi avisado e saiu correndo para casa, queria estar com ela, seu amor e dessa vez ter a chance de ver um filho nascer.

Ele chegou e correu até elas. Nina ficou tomando conta das crianças e saiu para tomar sorvete com eles assim como Antonieta pediu que fizesse. Victoria suava a algum tempo com as contrações e não quis ir para o hospital antes de ter Heriberto ao seu lado, mesmo com toda a insistência da amiga.

— Heriberto... amor! - gemeu e a amiga a colocou sentada na cama.

— Victoria, por que não quis ir ao hospital? a quanto tempo está assim? - se preocupou, as mãos gelavam e ele estava ansioso.

— Porque eu não quis, criatura! ahhhh!! (fuuuu... fuuu... soprava buscando ar) Eu não quero ter essa criança sem você para segurar a minha mão!

— Antonieta, pega água quente e toalhas limpas por favor! - Heriberto pediu e Victoria o olhou afastar suas pernas.

Ele olhou e fez o exame de toque, ela estava dilatada o suficiente e o filho nasceria a qualquer momento, não havia tempo para esperar.

— Victoria não vai dar tempo de chegar ao hospital! Eu vou ter que fazer esse parto! - disse nervoso enquanto Antonieta chegava com as coisas que ele pediu.

— Aaaahhh! Você sabe fazer parto, amor? ahhhh fuuuu.. fuuu...

— Amor eu sou médico! - ele pegava em sua maleta de emergência, luvas e tesoura esterilizadas - Não é a minha especialidade mas já fiz muito isso quando mais jovem! Vamos! - abriu bem as pernas dela na cama - Força Victoria!!

Antonieta ficou ao lado aflita e feliz ao mesmo tempo. Era lindo ver e ela sabia o quanto o nascimento do filho era importante para eles, ela estava emocionada e assistia admirada a força da amiga que mesmo diante de tantos problemas e tristezas nunca desistiu de ser feliz ao lado da família que construiu.

— Aaahhhhhhh Heriberto!!! eu não aguento mais!! - estava suada e exausta, a cabeça do bebê já estava nas mãos de Heriberto que chorava emocionado, mas os ombros da criança estavam difíceis de passar pelo canal vaginal. E ela sofria.

— Força amiga! tá quase!! - Antonieta segurava a mão dela.

— Só mais uma vez meu amor, força! Ele já está aqui, minha vida! Maximiliano está vindo!! - sorria.

Victoria olhou seu amor e depois a amiga, respirou fundo puxando o ar e fez a maior força que já conseguiu em toda a sua vida. O filho saiu e Heriberto o ergueu orgulhoso agora sim, se sentindo um homem completo.

E naquela casa o choro do pequeno ser anunciava mais uma bela vida pela frente. Maximiliano ou simplesmente Max, apelido carinhoso que os pais lhe deram, veio ao mundo para trazer a maior felicidade ao lado da irmã Amy. Tinha tanto amor ali e Heriberto foi tão atencioso, carinhoso e profissional ao mesmo tempo, mesmo com tanta emoção e o coração explodindo de felicidade. Cortou o cordão umbilical e colocou o filho enrolado numa toalha nos braços de Victoria. Ela chorava e ria ao mesmo tempo, beijou seu amor ali e juntos ao lado da amiga que ficou encantada, ficaram admirando mais um pacotinho de amor que os dois fizeram com muito amor e carinho.

— Ele é lindo! é a sua cara meu amor! - ela riu olhando com amor para o filho.

— Mas o narizinho é seu! - Heriberto a beijou.

— Ahhh amiga, Amy vai amar conhecer o irmãozinho! - Antonieta sorri

— Ela vai morrer de ciúmes! - Victoria riu.

— Vai mesmo! Ela é igualzinha a você meu amor!

— Seu bobo! - deu língua para ele e o bebê chorou, estava com fome - Eu estou tão feliz Heriberto! Essa é a nossa família, o nosso amor e a partir de agora só vai existir felicidade na nossa vida!

Mais um mês se passou e o que pode-se dizer dessa felicidade e de tanto amor? Desde que Max nasceu tem sido assim. Amy não demorou muito a gostar do irmão. Ela estava feliz e contava para todo mundo que o irmãozinho nasceu e que era lindo apesar do rosto enrugado. Dizia com tanto amor que chegava a transbordar pelos olhos dos pais que a viam crescendo e ficando cada dia mais esperta e cheia de perguntas. Ela voltou a estudar em outra escolinha e fez novos amigos mas não largava de João que como a mesma dizia era o seu "amigo pefelido".

Heriberto passou a morar com elas, acordava todo feliz de madrugada para cuidar do filho e finalmente aprendeu a fazer a mamadeira para a filha. O dia amanheceu lindo, perfeito para um passeio no parque que havia perto de casa.

— Amy, filha! por que não liga para o João e convida ele para ir ao parque com a gente?Vamos levar o seu irmãozinho para conhecer o lugar que vocês gostam de brincar! - Victoria diz enquanto se arruma em um vestido florido e soltinho, sorria se olhando no espelho do quarto enquanto Heriberto estava sentado na cama fazendo Max dormir depois de mamar.

A pequena entra correndo no quarto com o celular do pai nas mãos e senta ao lado dele na cama para ligar ao amiguinho. Ela estava linda com um vestidinho vermelho, uma fita cor de rosa nos cabelos encaracolados e um lindo sorriso no rosto.

— Papai, solta esse nenê cholão e azuda eu liga pro João! Vou levar o baldinho pra binca na aleia! - animada batendo palmas ela entrega o celular a Heriberto e Victoria cai na gargalhada.

— Não é nenê chorão filha! é o Max seu irmãozinho e quando ele crescer, vai poder brincar com você e com Joãozinho! - ela diz amorosa e pega a cesta de piquenique que a empregada Julieta preparou. Nina estava de folga também curtindo a família.

— Tá bom... dicupa Maxzinho! - faz bico e coloca a mão no bracinho do irmão que já dormia tranquilamente - Agola liga logo papai! - mandou e Heriberto fez rindo do jeito dela.

— A senhorita quem manda, Sandoval! - Antonieta atende e ele passa o telefone para a filha.

— João!! - ela grita animada - Vamo binca no parquinho com a mamãe, o papai Libeto e o Maxzinho!! - Victoria chegou perto dela.

— Vocês podem ir, Antonieta?

— Claro! - ela diz ao lado do filho e alguém a abraça por trás.

— Quem é esse amiga? - Victoria quis saber.

— Tio Oscar!! - Amy grita sorrindo para ele.

— É o meu namorado, Victoria. Quero apresentar a vocês!

— Parece que eu sou a última a saber... até Amy já o conhece.

A ligação termina e eles ajeitam as coisas para passar a tarde no parque com as crianças, estavam de folga então não seriam interrompidos, estavam mais que felizes e ele pegou as coisas e colocou no carro enquanto Victoria vinha com os filhos. Amy trouxe brinquedos e claro não poderia esquecer do ursinho de pelúcia Teddy. Chegaram no parque e estenderam a toalha para o piquenique quando Antonieta, o novo namorado e João chegavam logo ali.

— Amy cuidado! não corre minha filha! - Victoria aleta, logo vendo a pequena abraçar o amigo e mostrar a ele o que trouxe para brincar.

Antonieta se aproximou e ajudou a arrumar tudo, apresentou Oscar aos amigos e logo começaram a conversar animados, Victoria sentou no banco que havia ali e amamentava o filho enquanto Heriberto e Oscar corriam pela grama com as duas crianças felizes da vida.

— Ai Antonieta, quem diria que a gente iria voltar aqui e tão felizes como agora. Não tem muito tempo e eu te contava aqui mesmo nesse banquinho que tinha medo, estava sozinha sem o pai da minha filha e agora... tudo mudou! até você arrumou um namorado! - riu.

— É, Oscar é um homem bom e o que me deixa mais feliz ainda é ver que ele gosta do João. - sorri - Eu tinha medo de me apaixonar de novo e não tive mais ninguém desde que o pai dele morreu... então acho que eu mereço também ser feliz, não é amiga?

— Com toda a certeza! Obrigada por tudo Antonieta, obrigada por nunca me deixar sozinha, por puxar a minha orelha quando estava errada e por principalmente cuidar da minha filha. Espero que Amy e João sejam sempre amigos, assim como nós duas somos!

— Assim vai me fazer borrar a maquiagem, Victoria! - as duas se abraçam e Max resmunga no colo da mãe, sugando o leite com vontade.

— Eita! calma Max Rios Bernal! - ri - Tinha que sair ao pai, menina. Carreguei nove meses na barriga para ter um mini Heriberto!

— Não pode reclamar, Victoria. Amy é igual a você!

— Eu sei... - ela sorri observando as crianças - Voce acha que quando crescerem Amy e João serão mesmo namorados? Acho que Heriberto infarta! 

— Eu não tenho dúvidas Vick! 

As duas riem e logo as crianças, Heriberto e Oscar vem correndo comer. O piquenique foi regado de risos e brincadeiras, Amy não saia do colo do pai e nem saia de perto do amiguinho João e essa era a personificação de felicidade.

Agora, finalmente a família e a vida de Amy Sandoval estava completa e muito feliz, sem dor e sofrimento e nenhum deles voltaria a se afastar.

FIM!!!!!!!