A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly
— Aqui se faz, aqui se paga! Já ouviu essa frase madame?
— Cala a boca sua nojenta!
— Qualé maluca? tá tirando com a minha cara? — a mulher avançou sobre Marcela a erguendo pela gola da camiseta.
A cela não era o mais perfeito dos lugares, estava superlotada e cheirava mal mas era ali que ela viu que passaria pelo menos dezoito anos da sua vida. Porém, não estava sozinha e tinha regras a cumprir.
— Me larga! socorro!! - gritava enquanto as demais detentas debochavam de sua cara.
— Se quiser ficar viva, vai ter que fechar a matraca e me obedecer, tá ligado?
— E quem é você pra mandar em mim? — Marcela desafiou.
— Ela tá pagando pra ver Safira! - riu uma outra — Vamo batizar a dondoca!
— É isso aí!!
Todas riram, apenas esperando o aval de Safira, uma das presas mais antigas, temidas e respeitadas por todas ali dentro. Ali ela dava as ordens e todas sem exceção tinham que obedecer.
— Ah... ela tá pedindo galera! Então vambora! Hora da diversão! — Ordenou e daquele momento em diante o que se ouvia pelos corredores eram apenas gritos junto ao chacoalhar das grades do pavilhão anunciando que a novata recebia as boas vindas.
A cada soco, tapa, chute e puxão de cabelo, Marcela gritava mais e implorava para que elas parassem. Sem sucesso. Enquanto a face ardia, em sua cabeça passava um filme com as principais cenas de um ato cruel e friamente planejado, ato esse que não somente acabou com a sua vida mas também a de seus filhos, privando-os de uma presença importante em sua criação, o pai Heriberto. Durante o chamado batismo da novata é que se aprende o valor que tem o arrependimento e onde se paga caro por cada crime, sem dó e nem piedade.
— Aaaahhhh para!!! Eu sou inocente!!!
— Aqui todo mundo é inocente, querida!
(...)
ALGUM TEMPO DEPOIS...
— Como estou? — Victoria sorria diante do espelho enorme do quarto enquanto dava uma voltinha.
— Tá linda mamãe!
— Maravilhosa!! Papai vai cair duro de amor quando vir você nesse vestido!
— Vocês acham mesmo? — ela se olhou atenta aos detalhes.
— Claro!
As duas sorriram. Ludimilla arrumava os últimos detalhes da maquiagem enquanto Maria ajeitava atenta os últimos detalhes do vestido de noiva em tom claro que ela mesma desenhou para a mãe usar no tão esperado dia do casamento. Do outro lado da casa, Fernanda também era vestida e maquiada, ela ria muito com as piadas e trejeitos de Pipino se sentindo uma verdadeira princesa já que Victoria era a rainha.
— Vê se não inventa de desmaiar no meio da cerimonia Hein Pepi! — Antonieta riu brincando com ele.
— Querida, quem vai cair durinho no chão vai ser o Cruz e o doutor Heribelo! — sorriu balançando as mãos.
— Deixa a mamãe ver você falando assim do namorado dela Pepi, ela te esfola toda!
— Ai até parece que a rainha consegue viver um dia sem contemplar a minha beleza!
Fer revirou os olhos.
— Eu estou tão ansiosa! Vocês acham que o vestido ficou bem em mim? A barriga já tá crescendo... — observou.
— Tá linda, Fernanda! Maravilhosa! — Antonieta elogiou terminando de ajustar a última renda. Diferente do vestido da mãe, o dela levava um véu e uma linda grinalda do jeitinho que sempre sonhou.
— E os noivos hein... Será que já estão prontos?
(...)
— E se ela não vir? — Cruz dizia ansioso.
Ele e Heriberto já estavam prontos e esperavam no jardim da mansão Sandoval que estava lindo e havia sido todo decorado e preparado pela equipe da Casa de Moda. Max também estava ali com os filhos ao lado da babá enquanto todos os convidados e amigos dos casais chegavam. Não faltava mais nada e mais ninguém. As duas resolveram se casar no mesmo dia para que a data ficasse ainda mais especial. A tempestade tinha passado e agora somente sobraria espaço para a alegria e o amor na vida de cada um deles, tudo estava perfeito e após a festa, Heriberto e Victoria passariam a noite na nova casa dos dois antes de viajarem em lua de mel no dia seguinte. Maria e Max ficariam ali naquela mansão com os filhos enquanto Fernanda também teria o seu próprio lar ao lado do futuro marido.
— Tudo pronto? Já podemos começar os casamentos? - perguntou o padre João Paulo assim que todos chegaram ali.
— Papai! — Maria o abraçou com o filho no colo — Já sim, Max vai trazer a mamãe e Pepi vai trazer Fernanda.
Heriberto e Cruz se posicionaram em frente ao altar que fora improvisado ali. Os dois conversavam.
— Se elas desistirem a gente vai sair pra beber até de madrugada! — Cruz o olhou, já estava suando frio.
— Fechado! — Heri riu — Mas se vierem você já sabe hein?
— Ah aí é só alegria a noite inteira!
— É isso aí meu chapa! — riam juntos.
Quando finalmente Ludmilla apareceu ao lado do irmão para avisar que estava tudo pronto.
— Tudo perfeito pessoal, o casamento já pode começar! — ela gritou e Rafael cochichou no ouvido dela.
— Nosso pai teve sorte...
— Pois é, a Victoria é uma mulher e tanto. Sabe o que eu mais queria nessa vida, Rafa?
— O que? — Os dois andavam até os seus lugares enquanto a música começava a tocar.
— Eu sempre sonhei que um dia todos nós pudéssemos ser felizes novamente. — sorriu e o irmão a abraçou.
— Nós vamos ser, mana. Vamos ser!
(...)
Assim, a cerimonia começou. A música tocava lindamente na orquestra e as noivas eram conduzidas até o altar por Max e Pipino. Fernanda vinha na frente sem conseguir controlar as lágrimas de felicidade e Victoria caminhava sorrindo ao lado do filho igualmente emocionada. Era quase impossível não chorar com toda aquela cena e a brisa beijando a face de cada um, deixava o clima ainda mais perfeito. A família estava unida e o amor marcava a maior presença.
Enfim os noivos receberam suas amadas com o olhar ainda mais apaixonado. Cruz beijou Fernanda com amor e Heriberto fez o mesmo com a sua Victoria. Os dois se olhavam nos olhos ansiosos para confirmar diante de Deus que sempre pertenceram um ao outro.
O padre João Paulo disse lindas palavras e casou Fernanda primeiro. Victoria chorou de alegria ao ver a sua menina realizar aquele sonho e esperou pela vez dela. A mão de Heriberto a acariciava de forma suave, tocando seus dedos para colocar neles uma bela aliança e, quando o padre autorizou, ambos beijaram as suas noivas sendo aplaudidos por todos.
— Ai Antonieta, a Rainha casou e euzinha continuo encalhadérrima!
— Pipino, que drama! É só você olhar pro lado, bicha tonta. — cochichou — Tem um bofe gato te olhando desde que você chegou!
— Onde?? — ele deu um grito.
— Não grita!! Bem ali... — Antonieta fez sinal e Pipino a olhou em seguida, de fato havia uma figurinha nova, quem sabe algum funcionário novo que foi contratado por Victoria e ele ainda não sabia.
Sabia apenas que estava solto na pista e que iria atacar.
— Amiga, que pedaço de mal caminho! — Se abanou inteiro.
— Vai nessa Pepi! — Antonieta piscou para ele e Oscar se aproximou, a convidando para dançar.
A festa rolava e já era fim de tarde...
Victoria se trocou vestindo um belíssimo vestido vermelho com uma lingerie da mesma cor. Tentada por Heriberto a fugir da festa antes do fim, ela resolveu fazer uma surpresa. Todos curtiam o momento lá fora e apenas os dois entraram sem serem vistos em casa.
Ele esperava ansioso por ela sentado na cama quando finalmente Victoria apareceu no quarto toda linda e perfeita sorrindo enquanto aguardava alguma reação.
— O que acha, meu amor?
— Vicky...
Heriberto olhou admirado e se aproximou para faze-la dar uma voltinha. A abraçou firme com amor depois de um longo beijo e apaixonado, a fez suspirar quando juntos se lembraram de um momento lindo que viveram ainda no comecinho do relacionamento. Ele a beijou mais e quando soltou os lábios disse baixinho ao pé do ouvido.
— Eu já te disse... que eu amo vermelho?... hum...?
Victoria sentia o corpo todo se arrepiar então ele continuou.
— Já te disse também que quando te vejo assim, tenho vontade de beijar inteira? — mordeu a pontinha da orelha dela.
— Não me lembro muito não... — provocou — Que tal se você me ajudar a lembrar do que você gosta?
Heriberto beijava o pescoço dela e buscava pela boca, já estava pegando fogo mas não podia ser ali.
— Ahh Victoria! — a beijou mais a fazendo gemer durante o beijo — Vamos pra nossa casa. Lá eu te refresco a memória!
Victoria riu e animada o puxou pela mão saindo da festa sem que fossem notados. Ludmilla e Rafael já estavam juntos no jardim do novo lar que era uma casa tão enorme e elegante como aquela não tão longe dali, os dois conversavam e riam se recordando da vida, contavam estrelas do céu e faziam planos para o futuro, sempre foram assim muito unidos e confidentes um do outro e agora que teriam uma nova casa morando com o pai Heriberto as coisas não seriam diferentes entre eles, mas sim, ainda melhores.
Rafael apontava o céu enquanto a irmã sorria.
— Vai nascer uma verruga enorme na sua mão se ficar apontando assim as estrelas, Rafael!
— Nada a ver, isso é mito bobona!
De repente os dois ouvem um barulho e em seguida observam de longe Victoria entrar em casa correndo aos risos com Heriberto que a seguia vindo logo atrás.
— Acho que vou ter que aguentar o seu ronco Ludy. — a olhou e Ludimilla caiu na gargalhada.
— Ninguém dorme nessa casa hoje, cara. Pode apostar!
(...)
No quarto Heriberto mal esperou que Victoria entrasse e a agarrou com beijos de tirar o folego. Com pressa, ele arrancou as roupas dela e admirou aquela bela visão de sua então esposa exposta e entregue para ele apenas de lingerie. Antes do amor ele sempre a olhava com desejo, com tesão. Entregava no olhar tudo o que queria fazer com ela e a deixava o mostrar cada uma de suas vontades.
Deitada na cama contemplando o prazer que era ver o marido completamente nu, Victoria gemia baixinho para ele depois de gozar muito com o beijo que ele a deu lá em baixo.
— Eu amo muito você! — ela movia o corpo junto a ele praticamente em sintonia.
— Ama muito meu amor? Sou eu que amo mais.. — Heriberto parou alguns segundos para um beijo mais intenso, Victoria se entregava mais e o recebia perfeitamente.
— Nós vamos ser muito felizes Heriberto, muito meu amor! — tocou o rosto dele e olhou no fundo dos olhos.
Ele sorriu.
— Vamos ser eternamente felizes minha vida, ainda mais do que já somos sabe por que? — voltou a se mover dentro dela com carinho.
— Hummm???
— Por que o destino e a vida nos deu a nossa chance de amar!
— Eu te amo... — Victoria o olhava emocionada.
— Eu também, muito! Minha rainha!
(...)
Enquanto isso...
— O que acha da gente colocar o ponto final dessa história, Ludy? — Rafa a olhou parando de caminhar ao lado dele no jardim.
Os dois se deram as mãos.
— Eu acho ótimo, mas tem que ser igual nos contos de fada! — sorriu e ele revirou os olhos.
— Ah credo, você é muito melosa mana!
— Vai!
— Tá bom... — concordou com ela.
— No três a gente grita bem alto! É um...
— Dois!
— Três!
— E assim todos viveram felizes para sempre!!! — gritaram juntos em um abraço.
Victoria e Heriberto de onde estavam sorriram daquilo, tendo certeza de que aquele ponto final não era exatamente o fim... Mas o começo da chance de amar que eles tanto mereciam!
❤️❤️ ❤️ FIM!!!!! ❤️ ❤️❤️
Aqui termino essa história! Agradeço muito a todos que leram e espero vocês nas próximas que estão por vir!
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