Um Título Vazio escrita por Olívia Ryvers


Capítulo 14
O mistério




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Veronica chorava abraçada a Malone. Jesse amparava Lady Elizabeth que sofria pela trágica morte da nora. Benjamim também não escondia sua tristeza. Como médico, ele foi ensinado que a morte era companheira frequente de sua profissão e que ele boa podia se envolver emocionalmente com seus pacientes, caso contrário, sua vida se tornaria um espiral de frustrações e insensatez. O fato era que Marguerite não era uma paciente qualquer, ele se apaixonou por ela antes de torná-la sua paciente e sua morte em suas mãos seria um fardo que carregaria por toda a vida.

“Benjamin, rápido! Venha aqui!” Gritou John no fim do corredor.

Confuso, o médico não entendia o porquê de tanta ansiedade, mas, julgou melhor verificar do que se tratava. Mal pode acreditar no que viu quando cruzou a porta de vai e vem do centro cirúrgico. Marguerite ainda estava deitada na maca como ele a havia deixado minutos antes, mas, agora segurava firmemente as mãos do marido, enquanto sorria ao ouvi-lo contar sobre como as filhas eram parecidas com ela, principalmente no temperamento.

“Isso é...inacreditável!”

“Ela voltou, Benjamin! Ela voltou para mim e para nossas filhas!” O caçador explicava emocionado.

O médico se apressou em examinar sua paciente verificando os sinais vitais enquanto pedia licença a Roxton. O Lorde se afastou alguns centímetros, mas, se manteve o tempo todo alerta, não queria correr o risco de perdê-la novamente.

Dr. Summerlee verificou a pulsação, a dilatação das pupilas e a cianose das unhas das mãos e dos pés. Observou também a sutura do abdômen, terminando o curativo interrompido pela tentativa de reanimação durante a parada cardiorrespiratória.

“Isso é impressionante! Tirando os inconvenientes normais causados pela cirurgia, você está em perfeito estado de saúde. Em pouco tempo irá para casa. Essa foi a situação mais curiosa que já presenciei como médico. Eu mesmo declarei seu óbito... tentamos reanimá-la por um período muito maior do que os protocolos sugerem e...”

“Benjamin, eu acho que esse não é o momento” interrompeu o nobre “Marguerite está viva e bem, é isso que importa” ele sorriu para a esposa que o retribuiu.

“Bem cavalheiros... não que a companhia de ambos não seja agradável, mas, receio que tenho um compromisso mais inadiável. Já que não há nada de errado comigo, estou ansiosa para conhecer minhas pequenas ladies.”

“Oh! Você já contou a ela que são duas lindas e saudáveis meninas?” Perguntou o médico sorridente ao pai das crianças.

“Na verdade não. Marguerite mencionou as meninas quando acordou” ele olhou confuso para a mulher e  seguida para o homem “achei que ela estava consciente na hora do nascimento”.

“Não... ela esteve inconsciente durante toda a cirurgia” ele olhou pra sua paciente “como soube que havia dado à luz a duas meninas?”

“Bem, isso não importa agora. Eu simplesmente sabia. Pode chamar de instinto materno se quiser. Agora, vocês me levarão até elas ou precisarei me levantar e ir sozinha?”

Os homens se entreolharam e riram, pois sabiam que Marguerite era bem capaz de fazê-lo.

“Eu vou levá-la para seu quarto e em seguida pedirei que as enfermeiras levem suas filhas até vocês” ele virou a atenção ao lorde “Roxton, você poderia avisar aos que estão lá fora o que acabou de acontecer aqui?”

“Eu preferia não sair de perto da minha esposa, se não houver inconvenientes eu irei com ela”

“De maneira nenhuma, neste caso, eu mesmo lhes darei a boa notícia” sorriu.

O médico e o caçador transferiram Marguerite da mesa de cirurgia para uma cama de rodas que facilitaria o transporte da mulher até o quarto. Demorou alguns minutos até que as enfermeiras trouxessem os dois pequenos anjos envoltos em cobertores cor de rosa. O casal estava muito emocionado, eles sabiam que aquele momento era deles, pelo qual muito haviam esperado e que por tantos obstáculos haviam ultrapassados para alcançá-lo. As mulheres entregaram as crianças nos braços de Marguerite e John.Que agora se sentava ao lado da esposa na cama. Haviam lágrimas de satisfação nos olhos de ambos e eles aproveitaram aquele instante apenas para observá-las.

“Elas são perfeitas, John” a herdeira foi a primeira a romper a bolha de silêncio e apreciação que os envolvia, sem desviar o olhar da menina em seu colo ela acariciava a pequena cabeça da criança que bocejava.

“ São sim... lindas...e se parecem com você” disse o homem orgulhoso. “Você já pensou como iremos chamá-las?”

“Bem, acho que tive uma inspiração enquanto dormia, mas... gostaria de saber se você também tem alguma preferência . Acho justo que você participe da escolha”.

“Oh, claro. Na verdade eu tenho sim” Roxton continuava a olhar para a neném em seu colo ignorando o olhar curioso de Marguerite que agora apresentava uma sobrancelha arqueada. Com espontaneidade ele completou “Danielle e Christine são excelentes nomes, não concorda?” Ele mal continha a gargalhada que estava prestes a sair pela brincadeira que fizera com a esposa.

A herdeira estreitou os olhos com raiva e estava preparando uma resposta ácida quando a pequena em seu colo grunhiu chamando a sua atenção.

“Shiii...” ela embalou a bebê enquanto conversava  “Você tem razão, querida. Papai tem um péssimo gosto para escolher nomes. Fique tranquila que mamãe cuidará disso”.

John não conseguia mensurar tamanha ternura que  aquela cena lhe causou. Embora nunca duvidasse que a herdeira seria uma ótima mãe, não a imaginou tão carinhosa e amável. Seu amor por Marguerite aumentava a cada palavra ,gesto, sorriso, e ele nem sabia que era possível amá-la ainda mais.

“Já que suas sugestões foram descartadas por maioria, cabe a mim apresentar minhas opções” ela olhou para as filhas e em seguida encontrou o olhar apaixonado do marido. “Eu pensei em chamá-las de Olívia e Mary... é uma homenagem as suas avós e eu espero que um dia elas sejam fortes e corajosas como as mulheres que inspiraram seus nomes”

John sorriu e abraçou a mulher com seu braço livre, beijando sua cabeça.

“Eu acho uma escolha maravilhosa, e espero que nossas filhas sejam fortes e corajosas como você” ele sorriu e em seguida continuou “bem... elas podem ser menos teimosas e obstina, isso facilitaria minha vida, mas, sei que já é pedir demais” os dois riram com vontade “agora, querida, me diga, como soube que eram duas meninas?”

Marguerite pensou uns segundos tentando organizar suas lembranças. Ela tinha a forte impressão que seu sonho foi real e que ela realmente havia vivido uma experiência espiritual, encontrando sua mãe, entretanto, não sabia se o marido acreditaria nela e por isso precisava escolher bem as palavras. Não pretendia esconder dele nenhum fato, mas, não queria que ele pensasse que ela estava enlouquecendo.

“Eu tive um sonho... um sonho diferente...”

A porta se abriu e os amigos entraram animados, interrompendo a herdeira. Lady Elizabeth, Challenger, Jesse, Malone e Veronica se deleitaram ao ver a imagem do casal abraçado com as filhas no colo.

“Se eu estivesse em posse da minha câmera fotográfica teriam prazer de registrar esse belo momento” confessou o cientista.

John e Marguerite sorriram. A herdeira examinou o grupo e sentiu falta da presença de Summerlee, mas, deixou essa preocupação de lado enquanto dava atenção aos demais que se ocupavam em cumprimenta-los e ansiavam por conhecer as bebês.

“Muito obrigada, meus queridos” Lady Roxton tocou o ombro do filho e a mão da nora. “Nunca imaginei viver novamente um momento de tanta felicidade” havia sinceridade e emoção na voz da senhora.

“Amigos, eu vos apresento Lady Olívia e Lady Mary Roxton “ o pai orgulhoso colocou a pequena Mary nos braços da avó que não controlou as lágrimas diante da linda homenagem.

“Aproveitando que estão aqui, eu e Roxton gostaríamos de convidar Veronica e Malone, e, Challenger e Jesse para serem os padrinhos de Olívia e Mary. Esperamos que aceitem o convite” a herdeira sorriu encabulada frente ao silêncio dos casais.

Mas não foram preciso palavras, o sorriso e a alegria com que eles os cumprimentaram era o suficiente para saber que aceitavam tão honrado convite é tão nobre missão. Eram realmente uma família e assim seriam sempre. Veronica se aproximou da amiga e com cuidado pegou a afilhada no colo. Conversando frases fofas com a bebê a  jovem loira foi presenteada com um sorriso, o que aumentou ainda mais a emoção da madrinha. Embora o ambiente estivesse dominado por sentimentos auspiciosas, Marguerite ainda as sentia incomodada pela ausência de Arthur.

“E quanto a Summerlee? Ninguém o avisou? Porque não está aqui?” Questionou a herdeira.

Houve silêncio pois ninguém, além de Challenger, sabia o motivo da falta do botânico. Antes de se despedirem no portão de entrada do Sta Mary’s Hospital Arthur avisou ao amigo que não poderia encarar Marguerite sem lhe contar a verdade e que  não era a hora mais oportuna para tais revelações. George entendeu o que ele queria dizer é respeitou sua decisão, mesmo sabendo que seria o emissário de tal mensagem.

“Não me digam que ninguém o avisou? Summerlee ficará chateado por não saber do nascimento das “netas”” a herdeira sorriu ao lembrar de como o bondoso senhor se referia a suas filhas e de como estava empolgado pelo seu nascimento.

Challenger pigarreou engasgado com a própria saliva.  Marguerite não imaginava o quão próxima da verdade ela estava quando fez tal comentário. Alargando um pouco a gola da camisa para respirar melhor, o homem ruivo falou.

“Minha cara, Arthur não se sentia bem e decidiu voltar para casa. Benjamin já lhe avisou que vocês três passam bem. Provavelmente ele lhe fará uma visita em breve”.

Marguerite estranhou o comportamento do cientista, mas, parecia ser a única a suspeitar que algo estava errado. Os demais estavam tão absorvidos pelas adoráveis meninas que não se atentaram ao que George acabara de dizer. A herdeira podia apostar que ele escondia algo, mas, aquele não era o melhor momento para uma arguição. Com o tempo ela daria um jeito de descobrir.

Depois de algum tempo Benjamin retornou ao quarto acompanhado de duas enfermeiras.

“Lamento interromper, mas, essas mocinhas precisam de descanso e o dia foi muito cheio de emoções. Quanto mais rápido as três se recuperarem mais cedo receberão alta. Por isso, vou pedir que apenas um acompanhante permaneça no quarto”

Lady Elizabeth agora segurava Olívia, enquanto Mary dormia confortavelmente no colo de Jesse. As enfermeiras tomaram com delicadeza as bebês deixando as duas mulheres com pena, elas poderiam segurar as doces crianças por horas que não reclamariam. O grupo partiu logo em seguida deixando no quarto a herdeira, o caçador e o médico.

“Bem, vejo que está tudo em ordem por aqui” disse Benjamim ao acabar de examiná-la “vou deixá-los descansar agora”

O homem se virou para sair do quarto mas foi impedido pela voz de Roxton.

“Benjamim, antes que você saia, eu gostaria de conversar com você... em particular” o caçador buscou aprovação no olhar da esposa, que sorriu e brincou.

“Fiquem a vontade, levem o tempo que precisar, eu não sairei daqui” piscou com um dos olhos. Ela imaginava do que se trataria a conversa e de que possivelmente ela seria um dos temas, por isso, entendia que Roxton precisava falar com o médico a sós. Essa seria uma boa oportunidade de reconciliação entre eles e isso a deixava animada.

Os homens saíram e caminharam até o consultório de Benjamin. John fechou a porta atrás deles hesitou por um minuto lembrando da última vez que esteve naquela sala e do desfecho desastroso daquela conversa, entretanto, desta vez, ele estava empenhado em tratar suas diferenças com seu rival de maneira madura.

“Bom... eu... Benjamin...eu gostaria de lhe agradecer por tudo que fez pela minha família. Eu sei que vivemos situações desagradáveis ultimamente, e por isso, eu gostaria de me desc..”

“Roxton, fique tranquilo. Não precisa me agradecer, tampouco se desculpar. Eu também tive minha parcela de culpa naquela briga” Benjamin interrompeu o caçador quando percebeu o que ele iria dizer. Ele mesmo tinha a intenção de procurar o lorde para se desculpar. “Eu desrespeitei você e sua relação com Marguerite naquela ocasião. Eu não o conhecia o suficiente e nem dei oportunidade para fazê-lo. Meu sentimento por sua esposa me nublou a racionalidade e eu cheguei a pensar que estar ao seu lado lhe faria mal..”

“E o que o fez mudar de ideia?”

“Roxton, você e eu sabemos que o que aconteceu hoje não é algo comum, muito menos explicável. Eu como homem da ciência buscaria uma razão lógica, mas, a verdade é que o que trouxe Marguerite de volta à vida foi o amor que ela sente por você e o desejo de viver a família que sempre sonharam em ter. Nada pode ser mais forte que isso. Nem em mil vidas ela sentiria por mim algo parecido com o amor que ela sente por você. Não seria digno comigo alimentar um sentimento que nunca será meu. Marguerite é uma mulher extraordinária e você é um homem de muita sorte”.

“Eu sei disso” Roxton estendeu a mão direita na direção do médico “eu espero que um dia possamos ser amigos”.

“De minha parte, seguirei incansável para que isso aconteça. Fique seguro que de hoje em diante me esforçarei pra me conformar com o sentimento que Marguerite tem a me oferecer, a sua sincera amizade. E isto terá que ser o suficiente” ele apertou a mão do caçador com firmeza.

Embora John não possuísse a mesma habilidade da esposa para identificar a verdade nas intenções e palavras, ele sentiu que Benjamin estava sendo sincero. Havia tristeza na voz do homem, mas também muita franqueza. Após a conversa o lorde retornou imediatamente ao quarto onde a esposa estava internada. Não pretendia afastar-se dela nem por mais um instante. A experiência de quase perdê-la foi por demais traumatizante e a imagem de Marguerite sem vida era algo que ele não conseguia esquecer. Ao abrir a porta notou que a mulher havia adormecido enquanto o esperava. Era melhor assim, ela precisava de repouso. Aproveitou aquele momento apenas para admirá-la, como era linda, mesmo depois de encarar a morte, isso não mudou nem em um milésimo sua beleza e graça. As palavras do médico agora  ecoavam em sua mente, Benjamin tinha razão, ele era um homem de demasiada sorte e se sentia grato por isso. Renovou silenciosamente a sua promessa de protegê-la beijando sua fronte com delicadeza. A mulher se mexeu sonolenta.

“John...” murmurou.

“Shiii... eu estou aqui...eu sempre estarei aqui. Descanse”.

Ela rapidamente foi abraçada pelo sono novamente e o caçador se acomodou confortavelmente na poltrona ao lado da cama. Estava exausto, mas, não se lembrava da última vez em que sentiu tanta paz.

Os dias seguintes foram de muita tranquilidade. As bebês cresciam fortes e saudáveis. Marguerite se impressionava com seu instinto materno e como considerava prazeroso estar com as filhas nos cuidados cotidianos, na amamentação, nos embalos para ninar e até nos choros que agora sabia identificar as causas com excelência.

 Roxton também estava encantado com as descobertas da paternidade. Não poupava ajuda no que fosse preciso, ansiava por participar do desenvolvimento das filhas. A vida de certa forma se ressignificou para os dois. Ele se via a cada dia amando mais a esposa.  Essa nova versão de Marguerite conseguia ser ainda mais apaixonante. Entretanto, seus instintos de proteção estavam ainda mais aflorados. Isto por vezes incomodava a herdeira que não estava acostumada a seguir regras impostas ou dar satisfação de suas atitudes. Ela conseguia entender o comportamento do marido, Roxton sempre se sentia responsável por todos e o que havia acontecido no hospital ainda o afetava de alguma forma, entretanto, ela, prezava por sua liberdade e além disto,  estava incomodada por não receber notícias efetivas de Arthur desde o dia do casamento. Ele não havia ido visitá-la e a todos a quem perguntava lhe respondiam com afirmações invasivas. Até mesmo Benjamin tratava de desconversar quando ela o perguntava sobre o avô durante as consultas médicas. Marguerite desconfiava que algo sério havia acontecido e que John e os amigos estavam lhe escondendo. Muitas vezes tentou visita-lo mas era impedida pelo excesso de precaução de Roxton. Decidiu enviar uma mensagem mas não recebeu resposta. Ela realmente estava preocupada pelo bem estar de Arthur , ele havia lhe acolhido e protegido tantas vezes, em Londres e no Platô, sua companhia e conselhos lhe faziam falta e ela sentia como se houvesse o perdido novamente.

Naquela manhã Roxton se ausentou da casa, havia uma reunião importante e inadiável. Já se passavam 45 dias desde o nascimento das filhas. Marguerite acaba de alimentar Mary e após ouvi-la eructar colocou a bebê sonolenta no luxuoso berço de Carvalho ao lado da irmã que jazia dormindo tranquila. Lady Elizabeth apareceu na porta do quarto e acenou para que a nora a acompanhasse. A herdeira obedeceu. Ela e a sogra haviam se tornado boas amigas e Marguerite se sentia a vontade para compartilhar com a mulher assuntos que não comentava com  ninguém. A empatia entre as duas era admirável e notória, isso ao mesmo tempo que tranquilizava, também preocupava o caçador. Ele admirava a cumplicidade das duas, mas, sabia que Lady Elizabeth não hesitaria em contrariar suas orientações para ajudar Marguerite em alguma de suas obstinações. E ele não estava muito longe de estar cedo...

“Marguerite, eu sei o quanto você está preocupada com o professor Summerlee e que só ficará tranquila se o ver pessoalmente... as meninas ficaram bem por algumas horas, aproveite e vá procurá-lo. Entenda o que está acontecendo”.

A herdeira sorriu pelo incentivo da sogra e se apressou em buscar as luvas e chapéu. Descendo o lance de escadas ela ordenou a Alfred que preparasse o automóvel.

“Sinto Milady. Lorde Roxton foi específico em proibir que a levasse a qualquer parte” esclareceu o mordomo.

“Alfred, eu irei com ou sem a sua companhia. Deste modo, imagino que seu patrão não ficará satisfeito em saber que eu sai da propriedade sozinha”.

O homem suspirou derrotado. Era impossível argumentar com Lady Marguerite, ela era tão teimosa quanto Lady Elizabeth e como se não bastasse as duas eram comparsas agora. Quanta falta de sorte tinha um homem  para trabalhar para duas mulheres assim, ele pensou.

“Como quiser, milady”.

Marguerite sorriu em agradecimento. Em pouco tempo o carro da família Roxton cruzava as ruas de Londres com destino a residência dos Summerlees. Ao chegar, Alfredo ajudou a patroa a desembarcar do veículo. Ela subiu os poucos degraus e tocou a campainha. Em instantes a porta se abriu. A herdeira examinou o velho senhor a sua frente, embora abatido, ele não parecia estar doente, o que a tranquilizou.

“Marguerite?!” Arthur se surpreendeu pela vista.

“Eu vim saber o que eu fiz de errado?”


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