Avatar, tu ta sujinho? escrita por Lucas Stumpf


Capítulo 1
Se cagou de novo?




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"Empurrar e puxar", insistiu o mestre.
        "Estou tentando... Ai, desculpa".
       O som do pum do garoto de rosto espinhento ecoou pela muralha de gelo. Os meninos, todos sentados no chão cobertos por camadas de casacos de pele, explodiram em risadas e vaias que fizeram o rapaz ruborizar e deixar a esfera de água que ele tentava tão piamente manter no ar, desabar no gelo.
      "Você é um fracasso, Gabi!", reprovou o mestre levando as mãos ao rosto.
    Gabi tinha cabelos castanhos escorridos que caíam sobre seus ombros magros. O rosto inchado e coberto de espinhas era feio e pálido, o que deixava nítido as manchas avermelhadas de sangue em suas bochechas quando ele ficava com vergonha.
    O garoto pulou nos braços do mestre, cuja expressão de pavor era tão dura que mais parecia ter visto um espírito zangado bem diante de si. O menino começou a chorar contra o casaco grosso do professor enquanto apertava a lã com força, como se quisesse tudo, menos se afastar daquele homem.
    "O que está fazendo, rapaz?"
  "Não desista de mim, mestre", suplicou soluçante o garoto. "Eu vou melhorar, eu juro".
   Porém a resposta do mestre foi abreviada. Porque o odor cadavérico vindo daquilo que todos ali sabiam muito bem começou a subir e a se espalhar. Alguns dos meninos sentados no chão ficaram verdes, outros correram para longe, outros até vomitaram um pouco. Gabi havia se cagado mais uma vez.
   "Seu nojento!", trovoou o mestre, que ergueu uma grossa barreira de gelo entre ele e seu aprendiz, arremessando-o para trás.
   Gabi, tremendo e ficando cada vez mais vermelho, levou os dedos aos fundilhos, onde sentiu a umidade e o cheiro ficando um pouco mais agreste.        No momento em que olhou a ponta de seus dedos e constatou que estavam marrons e molhados, ele não pensou duas vezes: correu de volta pra casa deixando toda a cena para trás. Já era a terceira vez naquela semana, não podia suportar a zombaria novamente. A pior parte era que enquanto corria, gotículas marrons pingavam no gelo, deixando um rastro de vergonha para trás.

"Pelo menos você tentou", disse Lucas.
       "Tentar não é bastante. Eu nunca vou ser bom o bastante", replicou Gabi, escondendo o rosto nas mãos.
        Os dois dividiam o mesmo quarto na cada onde moravam, o que tornava impossível que Lucas, o primo de Gabi, não fosse diretamente afetado pela forma com a qual a tribo tratava o menino, ainda que o desejo de Gabi fosse apenas ficar sozinho.
    "Você não pode se culpar", começou Lucas, hesitando em colocar a mão sobre o ombro do primo. "A dominação de água é uma das mais poderosas do mundo, mas também é uma das mais difíceis. Você vai pegar logo".
   "O problema não é esse, Lucas", Gabi levantou o rosto vermelho e encharcado na direção do primo. "Sempre que eu faço um esforço acima do normal eu me cago. Por que isso acontece?"
Lucas pensou um pouco antes de responder. Gabi sabia o que o primo realmente achava dele, mas também sabia que ele evitava dizer para não magoa-lo.
     "Eu posso tentar curar você, sabe disso".
    "A dominação de cura não vai funcionar", protestou Gabi, se levantando e indo em direção a janela. O fraco sol que era filtrado pelo fino gelo da janela era agradável e de certo modo revigorante. "O problema não é físico".
     "Então só você pode se ajudar", disse Lucas pondo-se em pé.
    Antes que Gabi pudesse falar mais alguma coisa, houveram batidas na porta.
    "Gabi, tem umas pessoas aqui querendo falar com você", disse a avô de Gabi, cujo nariz estava guarnecido por um prendedor de roupas.
     "Já vou, véia", respondeu o garoto cagado. Assim que a idosa se retirou, ele sussurrou para o primo: "O que pode ser, agora?"
       "Não faço ideia".
       A avó de Gabi foi generosa ao dizer "umas pessoas", pois ao chegarem na sala de estar, Gabi contou cerca de onze homens que aguardavam como figuras estoicas que mais lembravam estátuas. Todos vestiam o inconfundível uniforme da Lotus Branca e todos usavam máscaras brancas para suportarem o odor pútrido que preenchia o local. Gabi estava se cagando ainda mais.
     "Gabi Stumpf", disse um dos idosos, que tomou à frente. "É uma... grande honra visita-lo em sua residência... Ai, nossa, como fede... Perdão... Viemos trazer-lhe uma notícia".
     "VOCÊS VÃO CURA-LO DO COCÔ?", exclamou a pobre véia que quase caiu aos pés dos homens ao conjecturar uma realidade onde não precisaria aguentar seu neto marmanjo se cagando a cada dez minutos.
    "Lamentamos muito que não, senhora. Nem mesmo o mais poderoso de nós seria capaz disso".
    A velha se encolheu nas sombras.
   "Mas afinal o que querem aqui?", disse Lucas, colocando-se ao lado do primo.
    "A Lotus Branca veio avisar que Gabi é o nosso avatar", disse um dos velhos.
      O momento que se seguiu foi de mais puro silêncio. Por alguns instantes até mesmo o cheiro nauseabundo de Gabi não foi sentido. O menino estava atônito. Ele ruborizou ainda mais do que a uma hora atrás no treinamento. Foi Lucas quem quebrou o silêncio:
       "Isso não é engraçado. Vir até aqui só pra humilhar ele ainda mais? Vocês estão sendo pagos pra isso?"
     "O que dizemos é a mais pura verdade", respondeu o mesmo velho de antes. "Já sabemos disso há dez anos. Gabi é o avatar. Ele passou com sucesso em todos os testes".
     "Gabi não pode ser o avatar!", disse a avó. "O avatar tem um talento natural para a dominação. Ele mal consegue fazer a água ir e voltar".
    "De fato jamais houve um avatar com dificuldades para dominar seu elemento primário", concordou a única velha entre a Lotus Branca. "Mas acreditamos que para toda regra haja uma excessão. Gabi é o avatar. Com o tempo ele será capaz não só de dominar a água como todos os outros elementos também".
     "NÃO, ELE NÃO VAI!", rugiu Lucas, colocando-se entre Gabi e a Lotus Branca. "Vocês não entendem? Parem de humilha-lo. Ele nunca vai ser um dominador de verdade. Saiam daqui antes que eu elimine todos vocês".
     "Sabemos do seu poder, rapaz", disse um velho que ainda não tinha aberto a boca. "E, diga-se de passagem, não aprovamos a suas tecnicas. A dominação de sangue foi proibida..."
   "É a última vez que digo: se não saírem daqui, vou fazer terem desejado sequer ter testado o meu primo".
    Os membros da Lotus Branca trocaram olhares e por fim fizeram todos uma fugaz reverência.
  "Agradecemos pelo seu tempo. Estamos indo", disse um deles, e então saíram.
   "Que insistentes...", disse Lucas, ainda de olho no ponto em que os onze desapareceram.
   Gabi, que ainda estava pregado no chão, conseguiu enfim dizer alguma coisa:
   "Será que eu sou mesmo o... avatar?"
  "É óbvio que não", disse Lucas. "Esses velhos só querem humilhar a nossa família ainda mais. Fique tranquilo. Eu vou proteger você".
   Gabi recuou alguns passos.
  "Está parecendo que você está com inveja", disse ele. "Talvez eu seja o avatar. Você apenas não quer aceitar isso".
Lucas abriu e fechou a boca, como se tivesse engolido o que ia dizer.
  "O que está dizendo? Eu só quero o seu bem".
  "Talvez não", retrucou Gabi. "Eu vou atrás da Lotus Branca tirar essa história a limpo".
   E sem dar tempo para Lucas dizer qualquer outra coisa, Gabi saiu, mesmo cagado e fedendo como um chiqueiro.
   A sede da Lotus Branca ficava próxima ao palácio da família real da Tribo da Água do norte. Era uma construção de gelo em formato de pirâmide com um teto vítreo e flanqueada por bandeiras de todas as quatro nações (porém a bandeira correspondente a tribo da água estava levemente acima das demais; isso acontecia em todas as sedes da Lótus espalhadas pelos continentes: a bandeira da respectiva nação sempre ficava um pouco acima das outras).
   Quando os guardas viram Gabi se aproximando, imediatamente colocaram suas máscaras de proteção para não serem derrubados pelo odor podre.
   "Preciso falar com os sábios da Lotus", disse ele.
  "Eles já esperavam pelo senhor", disse o guarda da direita. "Rychard, acompanhe-o".
   "Por que eu, viado? Vai tu! Quero sentir esse fedor de merda, não".
  Porém o guarda da direita não falou nada, o seu simples olhar foi o suficiente para que Rychard cedesse e levasse Gabi para dentro.
  Gabi tentou não prestar atenção nas pessoas ao redor, pois todos os presentes corriam para longe dele e enfiavam a cabeça em qualquer lugar para fugirem do terror que era seu cheiro. Quando finalmente chegaram a sala dos sábios da Lotus, Rychard deixou Gabi sozinho.
"Entre, jovem Stumpf", Gabi ouviu a voz através da porta logo após bater.
   "Com licença", disse Gabi. Todos os sábios usavam máscaras e estavam sentados atrás de uma comprida mesa de gelo que ficava no centro da sala oval.
   "Por favor, sente-se", pediu a mulher, indicando um penico amarelo à frente da mesa. "Sinto muito. Geralmente seria uma almofada, mas tivemos medo de que o senhor a apodrecesse".
   "Eu compreendo", disse Gabi, encaixando a bunda ainda mais cagada no penico de plástico. "Então... O que falaram é verdade? Eu sou o avatar? Por favor, não mintam pra mim. Eu só quero saber a verdade".
   "Sim, você é o avatar", respondeu um dos velhos. "Assim que o Avatar Kovich veio a óbito, começamos a fazer os testes em nossos recém nascidos. O senhor foi o único que passou com sucesso em todos os testes. O senhor é o avatar".
   "Mas então por que minha dominação é tão fraca?", Gabi quis saber.
   "Não temos essa resposta, meu jovem", disse a mulher. "Não há explicação".
  "Nossa teoria mais plausível é que você simplesmente não tem afinidade com a água", disse outro dos velhos. "O avatar sempre tem dificuldade em dominar aquele elemento que mais se opõe à sua personalidade. O avatar Aang, por exemplo, tinha muita dificuldade com a terra. A avatar Korra tinha dificuldade com o ar. Talvez você não se dê bem com a água. Mas o curioso é que o avatar jamais teve dificuldade com seu elemento primário".
   "Então há a possibilidade de eu ficar forte?", disse Gabi.
  "Com certeza", disse a mulher. "Você é o avatar. No entanto precisamos encontrar bons mestres para o senhor... O senhor se cagou novamente?"
   Gabi ruborizou.
   "Sim... Desculpem..."
  "Está tudo bem. Talvez seu ânus adquira mais sabedoria nessa jornada também".
   "Mas como foi encontrar esses mestres? O mestre Andion deixou bem claro hoje que não quer mais me ensinar..."
   "Andion será destituído do cargo", disse um dos sábios. "Nossos planos eram que o senhor e seu primo saíssem juntos em uma peregrinação pelas quatro nações atrás de mestres para o senhor. O seu primo é um dobrador de água extremamente talentoso. Pode ensiná-lo durante a viagem".
  "Arranjamos um bom mestre em dominação de terra para o senhor, também. Um general do reino da Terra chamado Vullin, líder do esquadrão Agroamigos. E temos boas conexões com os nômades do ar, então um mestre na dominação de ar não seria problema".
   "O maior empecilho seria um mestre na dominação de fogo", disse a mulher. "Não conseguimos nenhum mestre dobrador de fogo disposto a ensina-lo por conta da sua... peculiaridade..."
    "Por isso terão de procurar sozinhos", disse outro sábio.
   "Sair em uma jornada sozinho fortalece demasiado o espírito de um avatar", disse a mulher. "Avatar Aang se mostrou como um dos mais poderosos de todos e acreditamos que sua jornada tenha contribuído para isso".
   Gabi ficou cabisbaixo. Sua cabeça estava a mil. Não sabia nem quais palavras escolher para dirigir aos sábios.
   "Entendemos que está confuso", disse a mulher. "Não devíamos ter esperado tanto tempo para contar tudo a você. Mas o mundo precisa de seu avatar mais uma vez".
   Gabi franziu o cenho.
   "Por quê? O que houve?"
   "Alguns dominadores têm desaparecido ao redor do mundo sem explicação. Acreditamos que seja obra dos espíritos. Somente um avatar completo seria capaz de viajar até o mundo espiritual e conversar com os espíritos para revertermos isso".
   "Se estiver tudo bem para o senhor, podemos arranjar a viagem para hoje à noite".
   "Eu não queria partir...", murmurou Gabi.
  "AH, MAS VÁ LOGO, TCHÊ! Digo... Receio que não possamos esperar muito mais, jovem avatar".
   "Entendo... Está tudo bem. Vou falar com a minha avó e com o Lucas".
   "Sobre o seu primo... Fique de olho nele", disse a mulher.
   "Por quê?"
  "Há alguma coisa nele... Não sabemos o que. Mas está nos perturbando. A energia dele, talvez..."
  "Ficarei de olho", garantiu Gabi. O menino se levantou e o cheiro se espalhou como a fumaça de uma bomba, Gabi sentiu-se mal ao ver as expressões dos velhos se distorcerem em caretas de nojo. "Irei imediatamente".
   "Isso... É o melhor que pode fazer", disse a velha, segurando o vômito.

"Isso é loucura, Gabi!", disse a avó enquanto o neto fazia as malas. "Você ainda nem terminou de limpar suas cuecas petrificadas de cocô que você jogou atrás do armário!"
      "As cuecas terão de esperar, vó", disse Gabi, sem tirar seu foco das roupas que colocava na mala.
      "Eu ainda não consigo acreditar que você é o avatar", disse Lucas, sentado na cama, fitando o nada.
      "Não pense que estou feliz com isso", disse Gabi, virando-se para o primo. "O que acha que vou ser obrigado a ouvir quando aparecer em público? Vão todos gritar 'Vejam! Nosso avatar se caga hahahahahahahahahaha'! Eu não queria isso. Mas é como as coisas são".
         Lucas secou o suor da testa e disse:
      "Vamos encontrar ótimos mestres pra você. Você vai ser o avatar mais forte de todos e ninguém vai ligar pro fato de que você se caga".
         "Mudou o discurso, foi? Agora quer que eu seja um bom avatar?"
       "Eu nunca disse que queria que você fosse um mau avatar. Apenas não acreditava nisso..."
       "Mas eu sou. E você tem razão, vou ser o avatar mais forte que já existiu. Mais forte até que o avatar Kovich".
    "Kovich era um gênio, Gabi. Vai demorar um tempo para que você o supere".
      "Ele pode ter aprendido todas as sub-dobras existentes. Mas eu vou além", disse Gabi convicto. "Eu vou inventar a minha própria sub-dobra".
     "Só se for a dobra de merda, nene!", disse a avó, aproximando-se do neto e lacrimejando. "Não sonhe alto, nene. Você é um péssimo dominador. Apenas aceite isso. Se você conseguir não morrer para um recém nascido de dois meses já será uma grande coisa".
     Gabi virou-se para a avó. O rosto escarlate e uma veia latejando na têmpora.
       "Estou cansado de você! Odeio como você me subestima e não acredita no meu potencial!"
      "EU FUI OBRIGADA A LIMPAR A SUA BUNDA CHEIA DE MERDA COM UM PAPEL TOALHA ENQUANTO VOCÊ FALAVA 'HMMM É TÃO GOSTOSO'! Como espera que eu tenha alguma esperança em você depois disso?"
    "ISSO É ABSOLUTAMENTE NORMAL!", disse Gabi, os lábios tremendo de raiva. "Muitas avós limpam a bunda nos netos!"
     "QUANDO OS NETOS SÃO BEBÊS! VOCÊ TINHA DEZOITO ANOS!", lembrou a avô.
    "Irrelevante", disse Gabi, finalizando a mala. "Eu vou ir. Lucas, vamos logo". Ele se virou para a avó e disse: "Graças a deus não vou mais precisar olhar pra tua cara de cu. Se deus quiser tu já vai ter morrido de velha quando eu completar o treinamento".
   E saiu ficando a mala nas canelas da véia, que urrou de dor.
   Antes que os dois primos saíssem de casa, a velha camabelou para dentro da sala de estar e gritou para o neto cagado:
   "MAS É ÓBVIO QUE JÁ VOU TER MORRIDO DE VELHA! TU SÓ VAI COMPLETAR ESSE TREINAMENTO QUANDO A PORCARIA DO COMETA HALLEY PASSAR DE NOVO".
   Gabi não respondeu nada, simplesmente saiu e Lucas acenou para a velha pouco antes de fechar a porta.
   O veículo que a Lotus Branca providenciou para os dois primos era um navio luxuoso e espaçoso entalhado a mão pelos guerreiros da tribo da água do norte. As velas brancas ostentavam o emblema da tribo, e não possuía remos, de modo que era a própria dominação de água dos tripulantes que movimentava a embarcação.
   Não havia vivalma para se despedir deles, e Gabi já esperava por isso. Portanto os dois embarcaram de uma vez e Lucas começou a fazer movimentos de empurrar e puxar para que a água fizesse o barco entrar de vez no mar. Enquanto se afastavam, Gabi se permitiu olhar para trás, imaginando que um dia ia calar a boca de todos aqueles que zoaram seu cocô. Ia mostrar a todos o que significava ser o avatar. Ia ser o dominador mais forte que já existiu... Se cagou... E ia garantir que o mundo entrasse em equilíbrio de vez.
   Fogos de artifício e urros de alegria preencheram a tribo da água quando Gabi atingiu uma distância de mais ou menos dez quilômetros, que era a distância que seu cheiro não atingia. Ele sentiu vontade de chorar, pois sabia que essa celebração era porque os aldeões não o queriam lá, mas resolveu engolir o choro. Manteve as lágrimas dentro de si e voltou-se para o futuro. Talvez aquela tenha sido sua primeira dominação de sucesso.


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