Astoria Greengrass's Day Off. escrita por Jones


Capítulo 2
S A L V E M T O R I !


Notas iniciais do capítulo

Hey guuuys!

Desculpem a demora para postar mais um capítulo :/ a vida é louca mano, a vida é louca.
Para compensar, sábado eu posto mais um! E para quem gosta das minhas besteiras, já já eu posto mais uma história: Wake up call! #animada.
Enfim, obrigada a todas as lindezas que estão lendo! Pretendo responder todos os comentários ♥



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— Francis? Francis?

— Presente. – o aluno respondeu com quase tanta má vontade quanto o professor Binns fazendo a chamada. Ele não se importava nem em acertar os óculos que escorregavam pelo seu nariz ridiculamente grande para sua estatura pequena, careca e quase fantasmagórica.

Havia dias que Astoria achava que seu professor de História era provavelmente um cadáver.

— Greengrass. – o professor perguntou em sua voz monótona. – Greengrass? Greengrass?

— Ela está doente. – Ashley Houston respondeu ansiosa para espalhar a fofoca, já que o professor ignorara sua mão erguida. – O namorado da irmã do meu namorado me falou que ouviu de um cara que faz biologia com Astoria que é uma doença grave. Que ela pode precisar de um transplante de fígado!

— Obrigado, Houston. – o professor disse continuando a chamada e não se importando nem um pouco com a informação.

— É sério isso? – Jack Francis cochichou para Ashley Houston em seu tom mais alarmado.

— Total, dizem que ela tá bem mal. – ela cochichou de volta sacudindo a cabeça, mascando seu chiclete provavelmente sem sabor de boca aberta. – Total sem dinheiro para a cirurgia também. 

— Mas os Greengrass são cheios da grana! – Jack cruzou os braços indignado.

— Vai ver eles não gostam dela. – Ashley pocou a bola de chiclete que vinha fazendo. – Todo mundo sabe que Daphne é a estrela da família.

— Nossa que triste. – Jack encolheu os ombros pensativo. – Nós deveríamos arrecadar uma grana para a cirurgia da Tori.

— Que ideia bacana, Jack! – ela respondeu pensativa e sorridente. – Ela vive grudada no Malfoy, aposto que ele ia contribuir!

—______________________________________________________

Por falar em Malfoy...

Draco gemeu ao escutar o telefone tocando, derrubou alguns frascos de remédio tentando colocar o telefone no viva-voz sem se levantar da cama.

— Draco, o que tá rolando?

— Nada, Tori. – ele murmurou já mal humorado.

— Como você está se sentindo?

— Quase morto.

— Seus pais estão em casa? – Astoria perguntou animadamente.

— Lucius e Narcisa estão em Nova Iorque. – ele murmurou. – Infelizmente eles pretendem voltar. 

 Ele respirou fundo.

— Onde você está? Por que me ligou? – perguntou olhando para o teto.

— Eu decidi tirar o dia de folga, então por que você não se veste e vem para cá?

— Porque eu estou doente.

— Você sempre está doente.

— A vida me deixa doente.

— Que pena. – Astoria girou os olhos impacientemente. – Agora se vista e venha me buscar.

Astoria desligou telefone.

— Eu estou morrendo. – ele murmurou.

O telefone tocou novamente.

— Você não está morrendo, só não tinha algo melhor para fazer e agora tem. – mais uma vez mostrando suas habilidades sobrenaturais, Astoria soube o que dizer assim que ele atendeu o telefone. – Agora, se você não aparecer aqui em vinte minutos, eu vou dar um jeito de aparecer aí.

Draco apenas bufou enquanto Astoria desligava o telefone novamente.

— Se alguém precisava mais de uma folguinha do que eu, essa pessoa é o Draco... Draco é negligenciado pelos pais que esperam grandes coisas dele sem dar o mínimo de carinho e atenção para o garoto. – ela murmurou olhando para o telefone. – É como se sobre ele estivessem todas as expectativas do mundo sobre uma grande pilha de dinheiro em uma mansão gelada e sem vida. Poético, eu sei. Sou uma pessoa multifacetada.  

Ela tomou um gole de seu suco de laranja e voltou a preparar seu quarto para a eventualidade de algum de seus pais voltar antes da hora certa.

— É claro que eu não sou psicóloga e Draco precisa de ajuda profissional... Mas os Malfoy são super perturbados, do tipo totalmente doentes. – ela franziu o nariz. – As coisas que eles fazem Draco passar... Enfim, ele tem muitas coisas a resolver e a gente precisa consertar tudo antes de ele ir para a faculdade, ou o colega de quarto dele vai matá-lo! Isso se ele tiver um colega de quarto, do jeito que os Malfoy são, colegas de quarto seriam uma péssima influência e muitos níveis abaixo do menino de ouro, o alecrim dourado, deles.

Astoria sentou-se em frente ao computador que ganhara ao invés de um carro e pensou na única coisa de útil que aprendera a fazer com o computador: hackear o sistema da escola. Se ela sabia algo da escola que estudava há quase três anos é que nesse momento o diretor de assiduidade dos alunos, Severo Snape, já devia ter começado seu famoso terrorismo no telefone com sua mãe falando sobre suas sete faltas e como ela deveria estar fingindo doença.

E ele estava certo, mas... O que Snape tinha a ver com isso?

É o trabalho dele, alguns diriam, porém não era como se ele tivesse mudando o mundo pegando um aluno que mata aula de cada vez. Parece que a vida vai se extinguir do planeta como o meteoro matando os pobres dinossauros se Severo Snape deixar um coitado de um aluno faltar uma aulinha.

Habilidosamente, ela hackeou o relatório de frequência e mudou de sete ausências para duas. Obviamente Snape saberia quantas faltas ela tinha, mas sem corpo sem crime.

Um computador era útil – afinal quantas pessoas tinham um computador potente em 1996?, mas ainda assim preferia um carro.

Aliás, onde estava Malfoy?

— Você nunca vai parar de me ligar? – ele disse quando o telefone tocou pela nona vez.

— Não enquanto você não aparecer aqui para me buscar. – Astoria girou os olhos. – Malfoy, eu sou sua melhor amiga, você acha que eu te colocaria em alguma enrascada?

— Você só me coloca em enrascadas desde que nos conhecemos, Tori. – ela podia vê-lo girando os olhos em resposta. – E meus melhores amigos são Crabbe e Goyle.

— Isso é o que você diz por aí. – ela bufou fazendo uma careta que ele não podia ver. – É igual quando você diz que seu filme favorito é Jurassic Park quando eu e você sabemos que é Ghost.

— Você prometeu não tocar mais nesse assunto. – ele grunhiu.

— Tanto faz. – ela murmurou girando o fio do telefone do seu quarto no dedo. – Vamos lá, Malfoy, viva um pouco! Faça algo além do que os bullies dos seus pais esperam, um último salto antes de se formar em qualquer coisa e assumir os negócios esquisitos da sua família e virar para sempre o Draco que todos odiamos.

— Quando você coloca dessa maneira, eu até me sinto lisonjeado. – Draco disse em seu tom de voz arrogante demais para não se mostrar ofendido. – Se você me odeia tanto, porque não me deixa em paz?

— Porque nós dois sabemos que eu não te odeio, já que eu tenho o azar de ser a única pessoa que te conhece de verdade e porque eu não tenho um carro.

— Encontramos o ponto do interesse.

— Malfoy. Vou andar nove blocos até a sua casa, vou me cansar e ficar suada, daí você vai me pagar. – ela ameaçou no telefone. – Chego em quinze minutos. Esteja pronto.

Draco desligou o telefone e se forçou a levantar da cama.

Ela podia estar blefando, não podia? Andar nove blocos num dia quente como aquele. E ela tinha um ponto, um ponto que repetia sempre que tinha a oportunidade: como ele detestava tudo o que tinha a ver com os pais e os jogos sujos que eles faziam para fechar negócios, como ele já esteve envolvido em tantas fraudes mesmo tendo apenas dezessete anos... Como o pai fazia de tudo para cair nas graças de Tom Riddle – a pessoa mais desprezível que ele já conhecera. Era humilhante até e completamente desnecessário, uma vez que os Malfoy se uniram aos Black em casamento, mesmo com os problemas que a família Black tinha, eles tinham se tornado uma das famílias mais poderosas e influentes, e puras. Era como um megazorde cheio de visões arcaicas, retrógadas e preconceituosas.

Não que Draco se importasse tanto com tais visões, talvez o problema dele fosse só o fato de ser o herdeiro de tanta porcaria.

Astoria se importava com essas coisas, Draco a convidava para os jantares só para ver o tom decepcionado de sua mãe quando ela falava sobre minorias e o rosto vermelho de seu pai quando ela falava sobre políticas para imigrantes. “Por que aquela menina não é mais como a irmã dela?” Ou “o que aconteceu com aquela sua namoradinha Pansy?” Eram as perguntas mais feitas pelos seus pais.

Draco só se importava com Astoria, que gostava de soltar casualmente em frases palavras como melhores amigos e nossa amizade.

Andou até seu closet.

Astoria blefava como ninguém, mas ela não estava blefando naquele momento.

Escolheu as calças jeans escuras como sua alma e uma camiseta do álbum Nevermind do Nirvana que ela lhe dera de presente e seus pais achavam completamente inapropriada. Colocou seus suspensórios e um suéter leve também escuro, verde escuro.

Aquele que ela já tinha elogiado.

É, Malfoy, você está completamente caidinho pela garota.


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