SPIN OFF - Carta Para Você escrita por Carol McGarrett


Capítulo 21
A Crise de meia-idade de Jethro ou a Volta do Bigode


Notas iniciais do capítulo

E estou aqui com o penúltimo capítulo desse spin off. Espero que gostem.
Boa leitura.



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Faltava uma semana para o aniversário de 75 anos de Jethro, e como havíamos combinado há alguns meses, dessa vez teríamos uma festa, afinal, não é todo dia que se chega a essa idade.

Só tinha um problema... o aniversariante não estava nem um pouco a fim de uma festa e várias pessoas comemorando uma data qualquer. E não importava quantas vezes eu falava, meu marido estava irredutível.

As reclamações começavam pela manhã e se estendiam até à noite, e ficavam piores se alguém da nossa família passasse para jantar ou somente dar um oi.

— Tudo bem, Jethro. Eu já entendi que você não quer festa, agora, fica por sua conta parar Abby e Kelly.

Ele só suspirou. Não importava quantos anos passassem, era sempre impossível parar a dupla quando elas cismavam de comemorar algo. 

— E a Ruiva, não está no meio disso?

— Sophie está mais do que ocupada, Jethro. - Informei.

— Esperta foi ela que se casou e não falou com ninguém da família. - Ele murmurou.

— Sophie sempre pensa à  frente de todos. Ela se livrou da festa planejada por Abbs, mas não do falatório que Kelly disparou.

— Foram quantos meses até Kelly se conformar que a irmã caçula se casou sem que ela desse um pitaco?

— Como uma boa Gibbs, e fazendo jus ao pai que tem, ela não se conformou, Jethro. Muito parecida com você nesse momento.

Meu marido deixou a mesa murmurando que eu sempre dava um jeito de jogar em cima dele os defeitos de nossas filhas. Eu nem me importei, isso já era lamúria velha.

— E falando em nossas filhas, verei Sophie agora no yoga, precisa que eu dê algum recado a ela?

— Pede para que ela invente uma operação para o domingo e que cancele essa festa.

— Abby a mataria...

— Abbs é incapaz de matar alguém, Jen, você sabe bem disso.

— Mas Kelly é bem capaz, ainda mais Sophie, já que ela ainda não superou a história do casamento às escondidas.

— E eu gostaria de saber se os maridos entrariam no meio para defenderem minhas meninas... o Engomadinho não seria páreo para o Seal...

Encarei meu marido em nítida incredulidade. E nem assim ele parou, continuou a falar sobre qual dos dois genros ganharia uma possível batalha...

Foi a minha vez de sair da mesa e de casa, pois minha filha já estava buzinando na rua, à minha espera.

Abri a porta de dei de cara com o chamativo Dogde, sim, depois de quase 16 anos, ela ainda tinha o carro.

— Cadê o Mercedes? - Perguntei assim que entrei.

— Bom dia para a senhora também! Dormiu comigo? - Sophie retrucou depois de me dar um beijo na bochecha.

— Bom dia, filhota. - Retribuí o cumprimento com um beijo em sua testa. - E antes tivesse dormido, seu pai está a cada segundo pior com essa história de não querer uma festa.

Sophie me encarou de lado e abriu um sorriso.

— Eu disse que uma viagem, só vocês dois, era muito melhor... mas deram ouvidos à dupla festeira da família...

Sophie ia manobrando o carro com destreza entre os trânsito quase parado, soltando alguns xingamentos ocasionais quando um motorista cismava de que era o dono da rua e, de repente, pisava no freio. E a conversa sobre a festa continuava.

— Então, Steve vai conseguir vir?

— Até onde sei, sim. O treinamento dos novos recrutas acaba na sexta, ele disse que resolve qualquer pendência no sábado e embarca até de madrugada se precisar, mas, como papai sempre diz...

— Nunca tenha nada como garantido. - Falamos juntas e começamos a rir.

— Contudo, se ele não vier, vai perder comida de graça... e ele adora isso. Problema dele. - Terminou fatalista ao estacionar em um vaga que eu estava duvidando que coubesse o carro. - Pronta para sofrer mais um pouquinho? - Perguntou debochada ao abrir a porta do estúdio de yoga para que eu passasse.

— Gostaria de saber quando que não vai mais doer.

— Acho que nunca, mamãe. Ainda me lembro da nossa primeira aula e como ficamos doendo por mais de uma semana...

— Se nós tivéssemos desistido naquela época isso não estaria acontecendo agora. - Murmurei baixinho para minha companhia de tantos anos de sofrimento.

— A senhora bem sabe que nós só não desistimos lá trás, e não o fazemos agora, porque não queremos ficar ouvindo as piadinhas do papai sobre o quanto somos fracotes e tudo o que ele teve que passar no bootcamp.

Sophie tinha razão... Jethro só estava esperando o dia em que uma de nós jogasse a toalha para começar com as comparações e piadas. Com um aceno de cabeça, concordei com minha filha e depois me preparei para a aula, que duraria sessenta dolorosos minutos.

— E pensar que eu pago para sofrer desse jeito... - Foi a primeira coisa que Sophie falou quando a aula foi encerrada e ela enrolou o tapete e o colocou na bolsinha.

— Nós pagamos...

— Preferia mil vezes o balé... mas nem para isso estou tendo tempo... haja correria. E a senhora, vai fazer o que hoje?

— Escutar as reclamações de seu pai. - Comentei assim que entrei no carro.

— As portas do Estaleiro sempre estarão abertas para a Diretora Sheppard, a senhora sabe o caminho e sabe que sempre tem café.

Dei uma risada, minha filhota sempre tinha os planos mais mirabolantes para tentar me tirar de casa...

— Vou fingir que essa sua ideia é somente pensando no meu bem-estar e não na preservação da vida de seu pai.

— Só tentando manter a sanidade da família.... porque a senhora sabe o tanto que Abby, Kelly e  Ziva falariam se estourasse uma briga entre vocês às portas dessa festa... eu sei que desligaria o meu celular e até a campainha da minha casa...

— Me abandonaria no meio do tiroteio? É assim que você gosta da sua mãe?

— A senhora poderia se abrigar na minha casa. Estamos só eu e o Eddie.

— E como vai o seu mais novo resgatado do batalhão dos fuzileiros?

— Parece bem, mas Jet era mais tranquilo. Acho que Eddie pode sofrer de TSPT. Mas ainda é muito cedo pra dizer. - Sophie deu de ombros e arrancou o carro.

Voltamos para minha casa conversando amenidades e ouvindo as músicas que tantos anos atrás era a trilha sonora dos passeios que dávamos, só que naquela época, era eu quem dirigia, não minha filha.

— É seguro entrar para dar um olá para o Marine Mal Humorado ou é melhor ficar por aqui?

— Não acho que ele vá voar na sua cabeça, você sempre foi a queridinha dele, Miniatura.

— Acho que não. Kelly se safou de muitas coisas. Já eu... era um castigo diferente por mês.

— Você fez por merecer, Sophie. - Comentei abrindo a porta do carro e escutei a risada de minha filha logo atrás.

— Algumas coisas sim, outras nem tanto... mas não vou reclamar.

Entrei em casa e fui logo anunciando a presença de Sophie.

— Você tem visita, Jethro. - Falei da porta.

— Já falei que não quero mais saber dos preparativos da festa, Kelly. - Escutamos os resmungos vindos do porão.

— Até onde sei meu nome não é Kelly e eu não sei de preparativo nenhum. - Sophie respondeu e foi descendo a escada. - Mas o que o senhor está aprontando agora? - Escutei a pergunta enquanto subia a escada até o quarto para tomar um banho.

Minha filha não se demorou muito, veio somente para cumprimentar o pai e logo escutei seu grito de despedida, como ela sempre dizia quando mais nova, era impossível que ficasse muito tempo longe de nós.

O restante da semana passou bem tranquilo, com as ocasionais visitas de Sophie e os telefonemas constantes de Kelly e Abby, o final de semana se aproximava e com ele o aniversário de meu marido.

Passei a sexta-feira toda fora de casa comprando os itens da lista que Kelly havia me mandado, não soube de Jethro por tódio o dia, apesar de saber que ele arranjou outro ouvido para ouvir suas queixas, o da filha mais nova.

Conhecendo Sophie, ela deve muito bem ter pedido ao pai para fazer algo ou deve tê-lo encaixado no mais novo caso da MCRT.

Assim, só o vi na noite de sexta e já estava deitada quando ele chegou e passou por mim indo direto para o banho.

— Está tudo bem? - Perguntei diante do fato de que ele mal havia me cumprimentado.

Como resposta ouvi um grunhido. Deveria estar tudo bem.

Com pouco a porta se abre e eu pude vê-lo. Achando que eu estava tendo uma alucinação, tive que questionar:

— Jethro, o que é isso no seu rosto?

— Um bigode, Jen.

Olhei desconfiada. Jethro já tinha ostentado um bigode antes, quando voltou do México, lá pelos idos de 2006. Se, naquela época, que ele estava mais novo, aquilo já tinha me dado arrepios e o tinha envelhecido uns dez anos. Hoje, era dez vezes pior.

— Você não vai ficar com isso, não é? – Perguntei assim que ele se deitou do meu lado.

— Vou.

Fiz uma careta, mas ele não viu, uma vez que ele me puxava para si.

Mesmo depois de vinte e cinco anos de casados, nós dois continuávamos como se ainda estivéssemos em Paris. Sim, ainda éramos apaixonados a esse ponto. E Jethro, poucos minutos depois de se deitar, já estava tentando me levar à loucura.

Se fosse em outras circunstâncias eu até teria gostado e teria deixado o momento fluir, mas não hoje. Hoje não ia ter nada. E só havia um culpado na história.

O maldito bigode!!!

— Jethro... para! – Tentei alertá-lo enquanto ele beijava minha clavícula.

Ele não me ouviu... quando foi que ele me ouviu em momentos assim? Nunca.

— Jethro... – Eu estava fazendo o meu melhor para não rir da situação. Porém não estava dando muito certo. E ele, achando que eu estava gostando do carinho, resolveu descer... e quando ele chegou na minha barriga, eu não aguentei... comecei a rir e a tentar sair de perto dele, do mesmo modo que Sophie fazia quando era criança eu a atacava na barriga para fazer cosquinhas nela.

— O que foi, Jen? – Ele me olhou nos olhos e eu só soube rir. Claro que ele não gostou das minhas risadas e das minhas tentativas de fuga.

— Eu... é que... – Ele tornou a beijar a minha barriga, bem em cima da cicatriz do nascimento de Sophie e de onde eu fora baleada naquele restaurante no Deserto de Mojave, e eu comecei a gargalhar. – Jethro... para! Faz cócegas!! – Consegui falar depois de muito lutar com as palavras.

— Como assim, você nunca sentiu cócegas aqui, Jen!! – Ele reclamou e se apoiou em um cotovelo.

— Sim, nunca senti, mas você nunca me beijou aí usando um bigode!! Essa coisa faz cosquinhas, pinica... Jethro não dá... com você usando isso, não vai ter nada hoje... é... bem... me entenda... eu te amo, sou louca por você.... mas esse bigode tira toda a vontade.... – Dei um sorrisinho final para tentar contornar o incontornável.

É claro que ele não gostou da minha explicação. Lançou a sua famosa encarada, a mesma que ele reservava para os piores bandidos enquanto estava trabalhando e depois saiu de perto de mim e se deitando com as costas viradas para o meu lado. Era uma vez o meu travesseiro.

— Jethro... não me leve a mal, só que... isso te envelheceu.

Silêncio. Era como falar com uma pedra.

— Sério... é só você tirar isso que temos a noite toda! – Tentei dar uma animada na situação. E contornar o incontornável.

Nada.

Bufei.

— Ok. Se é assim. Boa noite. – Apaguei a luz do quarto e me virei de costas para ele. Praguejando mentalmente contra o maldito bigode.

No outro dia pela manhã, achei que ele iria tirar aquela coisa abominável do rosto enquanto estava no banho e voltaria a ser o Jethro que todos conhecem, porém, ele tornou a sair do banheiro com a cara peluda.

— Vai aparecer assim na frente de todo mundo?

Ele deu de ombros. 

— Pelo amor de Deus, Jethro! É seu aniversário! Suas filhas vão vir. Seus netos. Seus genros. Toda a sua família. Tire isso!

Ele não tirou.

— Tudo bem. Enquanto não tirar isso, eu não vou dormir com você! E não estou falando no sentido literal da palavra! – Ameacei.

O que ele fez?

— Então agora teremos um casamento de verdade.

— Enquanto você ostentar isso no seu rosto, sim. Nada de diversão.

Ele fechou a cara e ficou ainda mais emburrado.

— Não adianta fechar a cara! Isso é culpa sua!!

Ele foi para um lado e eu para o outro, era hora de preparar um almoço de aniversário. 

Abby, Tim e os gêmeos foram os primeiros a chegarem e, assim que Abbs foi dar um abraço em Jethro, soltou:

— E eu achando que isso tinha sido delírio coletivo! Vai usar isso por muito tempo, Gibbs?

Jethro nada respondeu e foi brincar com os netos emprestados, deixando McAbby com caras de assustados.

— Nem olhem pra mim. - Adverti. - Ele apareceu com isso ontem à noite e se recusa a tirar.

A careta que eles fizeram combinava com a minha.

Logo, Tony, Ziva, Tali e Adam chegaram. E claro, olharam torto para o ornamento em cima do lábio de Jethro.

— Nem pergunte, Ziva! - Respondi à pergunta muda da ninja israelense.

E como criança não fica quieta, Adam, sendo filho de Tony em todos os sentidos, perguntou:

— Vovô Gibbs, o senhor tomou muito leite para ficar com esse bigode?

Não teve um que não caiu na gargalhada!

Jimmy, Breena e Victoria também não gostaram do que viram, mas mantiveram suas opiniões para si. Foram os únicos sensatos do dia.

Já Kelly...

Ah, quando ela chegou, com os três filhos e o marido, a primogênita não poupou tempo e nem sarcasmos e foi logo falando.

— Pode tirar essa coisa da cara, Marine. Pelo amor de Deus!! Isso me traz péssimas lembranças!!

— Não, Kelly. Não vou tirar. - Jethro bateu o pé e encarou a filha. Que dessa vez não recusou e respondeu cruzando os braços:

— Vai sim senhor!

Jethro não ficou atrás e parando na frente da Primeira Dama, disparou:

— Eu estou fazendo 75 anos, não estou inválido. Nenhuma filha minha decide o que eu vou fazer com o meu rosto.

— Então isso é uma crise de meia-idade? - Kelly soltou sem dó e, ainda olhando para o pai, tentava não rir. Já Jethro tomou fôlego para responder, contudo, a conversa só não foi adiante porque Sophie chegou. Parou atrás da irmã, olhou bem para o rosto do pai, fez uma careta e soltou.

— O senhor já passou há muito tempo da crise de meia-idade, papai. E se quiser um abraço meu, pode tirar isso daí!

— E se eu não quiser? – Jethro retrucou.

Sophie encarou o pai com uma sobrancelha levantada.

— Não ganha presente. E, o senhor sempre quer um abraço meu. Vai tirar ou não?

— Não.

Sim, ele estava rabugento a esse ponto. Ao fundo, Henry e Steve riam da situação.

Sophie parou, me encarou e disse:

— Desde quando ele está com isso no rosto? – Quis saber a atual Diretora do NCIS.

 – Eu estou te ouvindo, Ruiva. - Jethro se intrometeu na conversa, mas nossa filha fingiu que não ouviu.

— Desde ontem à noite. - Informei.

— Deus! E a senhora não morreu de susto quando viu? – Ela perguntou.

Dei de ombros, eu jamais falaria o que aconteceu à noite com minhas duas filhas.

— Sua mãe deu um chilique e resolveu me por de castigo. – Jethro soltou de uma hora para outra, acho que querendo acabar de chocar todos os presentes, como se a reaparição do bigode não fosse choque suficiente.

— Castigo?! – As duas se olharam e olharam para ele.

— Sim. Disse que não dorme...

 – PODE IR PARANDO!! – Sophie gritou. – Não quero saber!! Isso não cabe a mim saber!! Não mesmo!! Não quero ter essa imagem na minha cabeça!! – Ela estava rubra. Kelly quase saiu correndo. E Steve e Henry riram mais alto ainda das reações das esposas.

Sim, minhas meninas poderiam ser casadas, uma já tinha até os próprios filhos, mas não queriam nem pensar no que os pais faziam dentro de quatro paredes!

Meia hora depois, Sophie ainda estava olhando enviesada para o pai. Era aniversário dele e ela se recusava a abraçá-lo enquanto ele estivesse parecendo ter 200 anos.

— O senhor está parecendo aqueles velhos dos filmes de Velho Oeste... só falta o chapéu. – Murmurou quando passou perto dele. Ao fundo, não sei se foi Tony, Adam ou Tali, fizeram o som de uma trilha sonora de faroeste. E eu tentava me manter composta, mas cada segundo que passava era uma provação.

Sophie me acompanhou para a cozinha, mas de tempos em tempos soltava um suspiro, ainda revoltada com a nova aparência do pai.

E ela estava tão incomodada com o bigode, e não só ela, Kelly, Ziva e Abby também, que de uma hora para outra, abandonou a faca em cima da pia e sumiu escada acima. Acompanhei seus passos e parei na sala, algo iria acontecer.

— Onde ela foi? – Escutei Henry perguntando..

— Provavelmente resolver o problema do dia. – Steve deu de ombros e voltou a conversar com Tony. Ele, já tão acostumado com os rompantes da esposa, nem ligava mais.

Dez minutos depois, escutei os passos de Sophie. Ela nem tinha chegado na sala e já foi ordenando.

— Henry faça algo de útil e leve uma cadeira para a varanda de trás, Ziver e Abbs, preciso de vocês duas para uma coisa. Kelly e mamãe para fora. E você... - A essa altura ela já estava atrás de Jethro – Vem comigo.

Quando ele se virou para responder a filha, viu a caçula segurando uma navalha e a espuma de barbear.

— Pode ser do jeito fácil ou difícil. – Ela disse mostrando a navalha para o pai.

— Você não sabe fazer isso! – Jethro desafiou.

— Haha, pai... tive que aprender. O Steve ficou um braço imobilizado por quase dois meses, e o outro pulso por quase um. Alguém teve que fazer a barba dele, porque eu simplesmente odeio rosto peludo... e o que vai ser?

Jethro não se deu por vencido.

— Tudo bem... Kelly, Ziva!! – Minha Miniatura chamou e as duas apareceram. – Me ajudem aqui. – Elas levantaram Jethro pelos braços e o arrastaram até a varanda dos fundos, claro, sob inúmeros protestos dele, até que Ziva soltou:

— Se continuar a se debater assim, eu serei obrigada a te imobilizar no estilo que o Mossad me ensinou.

— Mas eu quero muito ver isso!! – Tony falou e correu até onde elas estavam. Junto com ele, vieram Steve, Jimmy, Breena, Tali, Victoria, Will, Jack, Kate e Adam.

— Você não se atreva a mexer no meu bigode! – Jethro ameaçou a filha mais nova.

— Kelly segure um braço, mamãe, o outro. Ziva uma perna e Abby a outra. – Ela mandou.

— Eu ainda posso mexer a cabeça.

— E tenho uma navalha bem perto do seu nariz, pai. Se o senhor gosta de respirar por ele, fique quieto!!

Jethro tentou contra-argumentar, mas Sophie foi mais rápida e, em menos de um segundo, espremeu a espuma em cima do bigode. Ele tentou balançar a cabeça, mas ela o prendeu como um fuzileiro prende alguém antes de lhe quebrar o pescoço e, com três passadas da lâmina, era uma vez o maldito bigode.

— Prontinho! Agora é o meu pai. Não um cowboy do velho oeste!! – Disse com um sorriso.

Jethro praguejou alguma coisa sobre não ter liberdade nem para ter um bigode nessa casa e se levantou limpando o rosto com a toalha que a filha tinha lhe entregado.

Steve e Henry gargalhavam e o primeiro soltou.

— Sabe que eu até que gostei da ideia!

Até Ziva deu um passo para trás quando viu o olhar de Sophie.

— Cisme de cultivar um bigode e eu vou cortar muito mais do que alguns pelos na sua cara, Steven... – Ela ameaçou o marido com a navalha bem perto da jugular dele.

— Cultive o bigode, Navy SEAL! – Jethro disse em tom jocoso, torcendo para ver a ameaça da filha se concretizar.

Sophie sumiu porta adentro, agora xingando a ideia que o marido teve e todos voltamos para a sala. Quando ela voltou, com um sorriso nos lábios, Jethro reclamou:

— Será que agora, a minha filha caçula pode me dar um abraço?

Ela deu um pulo e veio na direção do pai, dando um abraço de urso nele e depois um beijo na bochecha, como ela sempre fez.

— Feliz aniversário, papai. – Disse. – E temos um presente para o senhor!! – Cantarolou.

Steve se levantou, foi até o hall de entrada e voltou com três sacolas.

— Você disse um presente, Sophie!

— É um de cada um de nós! – Respondeu com um sorriso.

Eu dei um pulo do sofá e corri para na direção da minha filha. Kelly deu um grito e Jethro levou um tempo para assimilar o que ela quis dizer.

— Eu não acredito!!! – Abracei minha filha. Ela ainda olhava para o pai, esperando pela reação tardia dele.

— Pronto para ser vovô pela... – Ela contou o número de crianças na sala... – nona vez?

E essa foi a primeira vez que eu vi Leroy Jethro Gibbs perder a fala e o balanço, pois ele caiu sentado no sofá.

— Acho que não... – Sophie mordeu o lábio e eu caí na gargalhada.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Espero que tenham gostado.
Muito obrigada a quem leu até aqui. Não sei quando, mas eu volto com o último capítulo, e espero fazer jus a toda essa história que criei.
Até o próximo.
xoxo



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