Dinastia 2: A Coroa de Espinhos escrita por Isabelle Soares


Capítulo 35
Capítulo 35




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Renesme só pensava com desespero sobre o que tinha havido com Tom. Logo que voltara do sítio foi a procura dele. Estava disposta a saber o que tanto ele escondia. Pensou que poderia deixar o assunto quieto, mas não conseguiu. Tnha que admitir que sua conversa com Marlowe a fez pensar ainda mais em seu relacionamento com o seu segurança e sua vida dentro da instituição família real. Se antes já se sentia sufocada e tentada a fazer uma grande locura, agora estava ainda mais disposta. Certo que o direto comentário de sua prima a cerca das consequências que ela teria que sofrer se escolhesse fazer algo fora do combinado. Isso a tinha feito pensar e muito, mas entendeu que não era mais tempo para isso. Já tinha feito isso a vida inteira e isso a trancou de muitas vivências. Chegara a hora de botar as cartas na mesa com Tom e ver se ele estava disposto a embarcar com ela nessa grande e arriscada aventura.

 Pensara a tarde inteira nele. Tom estava estranho e a princesa achava que tinha o direito de saber o que estava acontecendo antes de partir para a sua decisão final.

Porém, o susto foi maior ao saber que ele não estava no palácio e sim no hospital. Disseram-lhe com todas as letras que seu segurança havia se acidentado. Ao ouvir isso, suas pernas tremeram e não pôde deixar de sentir um déjà-vu. Sem mais delongas, perguntou para qual hospital ele havia sido levado e desceu imediatamente para a garagem. Mas ao chegar lá encontrou James a esperando.

— Se a senhorita pensa em ir ao hospital para ver Tom Frost vou ter que lhe impedir.

— Por quê? Eu tenho o direito a ir aonde eu quiser.

— Não, senhorita. Tom Frost não é mais seu segurança, eu sou.

— Que absurdo é esse?

— Ordens expressas de seu pai e ele me ordenou que também não a deixasse sair do palácio para vê-lo.

Renesme sorriu sarcasticamente e ainda sem entender o que estava acontecendo. Mas não quis parar para pensar nisso. Tom era sua prioridade. Seguiu para a porta do carro, mas James a segurou.

— Não posso deixá-la sair, alteza.

— Eu não sou nenhuma prisioneira e quero ver quem vai me impedir.

Soltou-se dos braços de James e entrou no carro rapidamente. Seguiu na maior velocidade que fosse para o hospital onde Tom havia sido levado. Queria evitar em pensar qualquer coisa. Sabia que tudo estava de cabeça pra baixo e que seu pai estava tramando algo, porém discutiria com ele em outra ocasião. Mal estacionou já seguiu em passos largos para a recepção, sem nem ao menos se preocupar em proteger a sua imagem da exposição.

— Por favor, quero notícias de Tom Frost.

— Ele acaba de ser transferido para o quarto. Ele teve alguns ferimentos, mas o quadro dele está bom.

Ele está bem! Sentiu um alívio ao pensar nisso. Segurou na bancada da recepção e respirou fundo. Tinha que pensar consciente agora. A Recepcionista olhava para ela com surpresa, é claro. Uma princesa diante dela preocupada com um segurança. Renesme a encarou com um sorriso.

— Ele sofreu o acidente em serviço. Jamais poderia deixar de saber como ele está. - Se explicou- Poderia falar com ele?

A mulher apenas assentiu e lhe disse onde Tom Estava. Renesme tentou se controlar como pôde e seguiu devagar pelo corredor enquanto era vigiada. Depois apressou o passo e colocou as mãos ansiosas no trinco. Bateu antes e ouviu um fraco "entre”. Assim ela fez e deu de cara com o segurança todo enfaixado na cama. E    le nada disse apenas trocou olhares com ela por alguns minutos. Ninguém sabia bem o que dizer. Porém, Renesme tinha muito a perguntar.

— Como você está? - o som da pergunta saiu mais baixo do que esperou. Mas aliviada por ele estar ali, vivo e bem.

Tom apenas balançou a cabeça. Olhou bem pra ela e a princesa viu os olhos dele marejados. Ela também mal podia se controlar. Queria ir até ele e abraçá-lo, mas a sua curiosidade sobre tudo que estava acontecendo ao redor era mais forte. Ela tinha que perguntar agora, esclarecer tudo por que talvez depois não teria oportunidade.

— O que havia de tão importante que você teve que sair com tanta pressa?

Mais uma vez o segurança nada disse apenas estendeu a mão pra ela. Tom sabia que não podia mais nada a ser feito. De uma hora ou outra Renesme descobriria tudo. Se sentia o pior dos homens. Se arrependia amargamente pela sua impulsividade e por tudo de ruim que ajudou a se concretizar. Queria que ela ficasse limpa de tudo que ele há pouco tempo representou. Não podia envolvê-la em escandalos, mas ao mesmo tempo era tão egoísta! Renesme pegou a mão dele e sentou-se ao seu lado.

— Acho que chegamos ao fim da linha.

A princesa sentiu o baque dessas palavras. Não esperava por isso.

— Não. – ela falou quase engasgada. - Por que está falando isso?

— Não posso lhe dizer. Mas eu quero que saiba que o que eu vivi com você foi sincero. Eu amo você!

Renesme apenas respirou fundo e cruzou as pernas na cadeira. Por que ainda continuava com a sensação de que ele estava mentindo para ela? Tom sentia que Renesme estava desconfiada e tinha motivos, é claro. Além do que, ela tinha aquela astúcia única que a guiava para a verdade. Ele tinha que ser cuidadoso. O que estava acontecendo ela saberia por ele mesmo, porém não agora. Quanto mais ela não se envolvesse melhor.

— O que você está escondendo de mim? - insistiu.

— As pessoas não são o que parecem ser, meu bem. Você é uma pessoa boa e infelizmente foi muito blindada da realidade para ver que existem várias versões de um mesmo fato.

— O que isso tem a ver com tudo?

Renesme se levantou e começou a andar pelo quarto. Os pontos começavam a se ligar em sua mente. Será que Tom viera só para se aproveitar dela como todos os outros? As lágrimas começaram a se formar em seus olhos. Não podia ser! Ele acabara de dizer que a amava.

Nem ela mesma conseguia entender tudo que estava vivendo com Tom. De repente, ela se apaixona pelo seu segurança, alguém super improvável para o seu histórico, e se envolve tão intensamente a ponto de namorar um ano escondido. O pior de tudo era ter sempre aquela dúvida, a pulga que não parava de morder atrás de sua orelha, ela não o conhecia verdadeiramente. Tom sempre fora um mistério, um desafio. Então seria por isso que ela queria sempre mais dele? Virou-se e achou sinceridade em nos olhos do homem em sua frente. Ele tentava alertá-la de algo. Só podia ser isso.

— Por que resolveu realmente trabalhar no palácio? Era de mim que queria se aproximar? - A princesa foi certeira em sua pergunta. Sua desconfiança falava mais alto. Podia ser uma pergunta aleatoria, mas diante do que ele dizia começava a plantar nela uma certa desconfiança. Mas ao mesmo tempo queria estar errada. Ela gostava mesmo de Tom.

— Algumas coisas ruins estão para acontecer, meu amor. Eu quero apenas que você abra os olhos. Lute por você e enfrente o que vier.

— Não respondeu a minha pergunta.

— Apenas escute, por favor. Eu não vou estar mais ao seu lado. Mas eu não quero que você se deixe levar pelos acontecimentos. Existem muitos interesses em torno de você. Nem todos são confiáveis. Eu quero que saiba que tem muita gente ali dentro do palácio envolvida num jogo de poder muito poderoso. Gente que você nem imagina. Tudo que vem acontecendo e que já aconteceu tem uma história e você precisa tomar cuidado.

— De quem você está falando especificamente?

Antes que Tom pudesse responder, o celular de Renesme começou a tocar insistentemente. Ela olhou para o visor e viu que era seu pai e resolveu desligar.

— Me conte tudo agora.

O celular voltou a tocar, mas era uma notificação, uma mensagem bem clara de Edward: "Atenda a minha ligação! Eu sei onde você está e vou mandar buscarem você. É melhor evitar escandalos". Renesme viu o que havia escrito e ignorou mais uma vez. Seus sentimentos estavam divididos. Tinha sentimentos fortes por Tom que a dava força para lutar para que o romance deles se concretizasse, mas ao mesmo tempo havia muitos espaços vazios que ela não conseguia preencher. O clima deixava um ar de desconfiança. Tudo que ele a dizia no momento e todo o contexto do acidente dele rumavam para uma nova perspectiva que até então ela não considerara.

— Eu fui sincera com você desde o início. Eu realmente acreditei que você foi o único que não estava me enganando. Eu entrei nesse quarto pra te dizer que eu estava disposta a lutar por você e agora...

— Eu amo você, Renesme, isso é a coisa mais sincera que eu já te disse. Mas agora não tem jeito.

— Por quê? Apenas me explique que papo é esse agora? Você esconde algo de mim? Por que só agora você vem falando isso pra mim?

— Por que eu não sei o que vai acontecer agora.

O celular voltou a dar sinal. Mais uma mensagem de Edward: "Tom não é quem você pensa." O que ele estava dizendo? Parecia que tudo tinha revirado do lugar de um minuto a outro. Num instante estava decidida que Tom era o cara certo e ia lutar por ele, depois ele sofre um acidente e ela descobre que ele não era mais seu segurança por ordens de seu pai e agora essa conversa estranha. Estava confusa, mas a sua curiosidade se inflamou mais e ela atendeu a chamada de uma vez. Nada disse, apenas ouviu.

— Eu sei que você está perto dele e peço que saia. Ele não merece a sua confiança. Volte para o palácio agora!

— Que loucura é essa?

Tom apenas a observava.

— Me escute. Volte para casa e eu lhe explico.

— Me explica agora, que tal? Por que eu voltei e tudo caiu de pernas pro ar do nada.

— Estou tentando apenas te proteger.

— Engraçado todo mundo quer me proteger e não me dão motivo nenhum pra isso. Acho que Anthony tem razão. Você e todo mundo por ai quer só controlar as nossas vidas como bem querem.

— Você está sendo tola! Eu nunca quis o seu mal e nem do seu irmão. Porém, eu preciso que confie em mim.

Renesme abaixou o telefone e olhou para Tom com firmeza. Ele não sabia o que Edward tinha dito a filha, mas desconfiava que podia ser algo relacionado ao namoro deles. O rei tinha descoberto e não tinha gostado. Não achava possível que ele tivesse descoberto mais do que isso. Precisava alertá-la rápido do que sabia antes que os separassem.

— O que sua mãe lhe dizia tem um fundo de verdade. Vocês todos lá vivem numa miragem. Acham que mandam em tudo, mas não mandam em nada. - disparou. - Mas pode ter certeza que tem uma pessoa lá fora muito poderosa e perigosa que está visando você e a sua família. Tudo está se desenhando para tempos bem sombrios.

A princesa sentiu um arrepio e o medo se espalhou dentro de si mesma. Se sentia confusa. Era cada um com um argumento contra o outro. Edward ouviu tudo que Tom dissera e temia que a filha acreditasse no segurança.

— Renesme me escute. – pediu o rei no outro lado da linha.

Ela pôs o celular no ouvido novamente, mas sem tirar o olhar de Tom.

— Joel me trouxe algumas provas contra Tom. Ele é perigoso, minha filha.

Renesme desligou a chamada e voltou-se para Tom. Confiava na investigação de Joel, o que seu pai dissera era realmente muito grave e agora, no fundo de sua mente, já desconfiava da possibilidade de Tom ter se aproximado dela para algo maior. De repente lembrou de todas as perguntas que ele fazia, dos comentários que fazia como se soubesse de algo maior.

— Você me traiu!

Tom então entendeu tudo. Edward sabia da verdade e contara a filha. Era um caminho sem volta.

— Me perdoe. Eu fui um estúpido!

— Então é verdade?

— O plano era saber tudo sobre a sua família, o máximo que eu conseguisse. Mas eu fui me afeiçoando a você e parei de transmitir infomações.

— O que você sabe sobre a morte da minha mãe?

— Eu sei que ela era o alvo de muita gente. Quem a matou foi o mais rápido. Acredite, é uma pessoa que ninguém espera, mas que vai tentar se aproximar de você e de toda a família.

— Me conte toda a verdade agora.

— Eu não posso. Mas acredite em mim, por favor. Eu quero o seu bem e estou sendo totalmente verdadeiro quanto a isso.

Renesme balançou a cabeça e sentiu seu corpo inteiro tremer. Sentia raiva, medo, arrependimento. Mais uma vez tinha se deixado levar por suas emoções e palavras bonitas. O pior de tudo que dessa vez ela tinha arrastado com ela a pessoa mais importante de sua vida, Bella.

— Eu sinto muito por tudo. Eu me arrependo do que eu fiz. Uma vez você me disse que se eu tivesse te conhecido antes... Eu queria ter te conhecido antes. Eu queria ser um homem melhor. Você me mudou, mas eu não posso mudar o meu passado.

Tom agora chorava. Renesme acreditava nas últimas palavras que ele lhe dissera, mas não era o suficiente. Então, apenas virou-se e saiu o mais rápido que pôde dali.

Edward olhava para o celular em suas mãos e ainda não acreditava que Renesme tivera a coragem de desligar na cara dele. Tremiade raiva, mas também temia que ela se deixasse levar pelas palavras de Tom e acontecesse o pior. Ligou a tela do celular e discou o número de James o mais rápido que pôde.

— James traga a princesa imediatamente para o palácio.

— Sim, majestade. Ela já deixou o hospital.

— Menos mal. Siga ela.

— Certamente, senhor.

O rei desligou o telefone e respirou fundo, tentando não imaginar a pior possibilidade. Passou a mão pelos seus cabelos tentando pensar no que faria a seguir. Ouviu as batidas em sua porta e bufou. Queria ter o poder de não ter de receber ninguém. Mas isso parecia impossível para o cargo que ele possuia.

— Entre!

Esme entrou devagar no antigo escritório de seu marido e foi até a mesa onde seu filho estava. Edward, pelo visto, não estava nada bem.

— Trago notícias sobre aquela pesquisa que você mandou fazer?

— Sim...

— A maioria do parlamento aprova o casamento de Renesme com Alec. Ao que parece Aro andou armando bem a situação com eles.

Edward apenas massageiou a têmpora e tentou pensar sobre isso. A ideia do casamento entre a sua filha e Alec já não era mais apenas uma conjectura vaga. Quando sua mãe plantou a ideia para ele, é claro que tudo lhe parecia absurdo demais. Porém, vinha agora sentindo o burburinho se tornar um grande falatório dentre os políticos atuantes no parlamento. A questão já virara pauta e não demoraria muito até que eles o cobrassem um posicionamento e por isso ele se adiantara com a pesquisa para saber até que ponto o assunto estava em alta. Agora tivera a sua resposta.

Temia Aro. Sabia o quanto ele era ambicioso e faria tudo para ter o tanto de poder que poderia conseguir. Por isso, uma aliança com ele seria impensável. Porém, diante das circunstancias, a ideia não lhe parecia tão ruim agora.

— O que pensa a respeito?

— Há o que pensar? Eu lhe disse que quando o arranjo de casamento é favorável para o parlamento, eles fazem de tudo para que se concretisse. Eles vão se posicionar a respeito.

— Não queria que fosse assim. Aro só quer colocar os seus peões em jogo. Tenho vontade de mandá-lo pastar, porém, com toda a riqueza que ele está começando a implantar por aqui, acho que seria um tiro no pé.

— Ele está mesmo comprando todo mundo, essa é a verdade. Essa rede de hotéis parecem algo pequeno, mas é um verdadeiro paraíso fiscal. Muita gente acha que vai enriquecer fácil.

— É imprecionante como ele foi ligeiro nas ações dele. Um hotel que ele implantou aqui já causou um alvoroço desse. Ao menos estamos começando a atrair mais turistas.

— O plano dele é esse. Transformar Belgonia numa nova Mônaco. Aro é inteligente, tem dinheiro sobrando e bons contatos. Não me surpreenderia com nada que ele venha a fazer. Além do que New Visby tem um potencial turistico enorme e com as ações em baixa não foi difícil que ele adquirisse uma gama de territórios. Aproveitando o que já existe por lá e com algum dinheiro e apoio aquilo vai virar mesmo um negócio da China.

— Ele vai querer passar por cima da gente. – Edward bufou. – Eu não sei o que é pior, Aro com sua ambição ou Bono Donnalson com sua sede de destruição.

— É aquela coisa... Melhor ter o inimigo ao lado do que pelas costas. No momento temos que escolher o menos pior e depois ir eliminando todos um por um.

Edward ainda não sabia por que ainda se supreendia com a sagacidade de sua mãe. Ela era uma boa estrategista. Ela tinha muita razão ao dizer que uma união de Renesme com Alec poderia ser melhor para ela. Ainda mais agora com o risco que Tom apresentava. Edward concordava que seria melhor afastá-la o quanto antes dele e casá-la com o principe de Volterra para mantê-la longe de qualquer possibilidade de sofrimento. Um casamento por conveniência não havia riscos. Ele não queria que ela sentisse a dor que ele sentiu quando perdeu Bella.

— O que deve fazer, meu filho, é fortalecer as suas alianças e não abrir espaço para que as raízes de Aro cresçam mais do que necessário. Mantenha-o do seu lado, mas não demais.

— Não será uma tarefa fácil. Ele vai mexer os pauzinhos dele e conquistar quem quer que seja.

— Será difícil, mas as fortalezas dessa família são mais fortes. Nada é impossível, querido.

— Não temos escolha, então?

— Sempre há uma. Mas diante do que você me contou a respeito do segurança. Temos que fazer um plano rápido para proteger a nossa garota e também a todos nós.

— Vou abrir uma investigação aqui dentro e fazer uma limpa. – Edward respirou fundo mais uma vez, como se o ar que entraba em seus pulmões pudesse lhe dar mais coragem. – Não queria ter que dizer isso, mas terei que mandar um email a Aro sobre a proposta de casamento.

— Faça isso o quanto antes.

Uma batida de leve na porta os interrompeu. Esme levantou-se e sinalizou para o filho que ele poderia permanecer no mesmo lugar. Era óbvio que a conversa já havia acabado. Ele passou a mãos nos cabelos novamente e esperou que fosse Renesme do outro lado. Tinha que ser. Sua preocupação com ela já estava em nível estratosférico.

Esme abriu a porta e viua neta parada em frente a ela. A princesa parecia tentar se decidir se ia embora ou permanecia no mesmo lugar. A rainha abraçou Renesme e a sentiu estremecer em seus braços. As lágrimas desciam do rosto dela e manchavam o seu vestido. Edward saiu do outro lado da mesa e caminhou até as duas. Partia o seu coração ao ver a sua filha assim, desse jeito. Lembrou-se de Alec novamente. Talvez com ao lado dele, num casamento sem amor, não veria mais essa cena se repetir.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. – Esme sussurou. – Eu te amo, tá? Não fica assim!

— Obrigada vó.

— Vou deixá-la com o seu pai. Vocês dois precisam conversar.

Devagar, a rainha mãe saiu do antigo escritório de seu marido e Renesme desabou sob a poltrona. Colocou as mãos na testa tentando se controlar, mas parecia impossível. Ela se sentia quebrada, assustada e com raiva, tudo junto.

— Eu não queria que isso tivesse acontecido. – Edward iniciou. – Eu também não fazia ideia sobre o risco que Tom representava.

— Por que sempre comigo? Eu nunca dou sorte com relação ao amor. É isso!

— Infelizmente somos alvos fáceis de aproveitadores. É uma sina que levamos para a vida.

Renesme olhou para o lado para não encarar o pai. As lágrimas ainda caiam des seus olhos. Sentia vergonha por ter que se reder a verdade de Edward. Ela tinha sido boba mais uma vez.

— O que Joel descobriu sobre Tom?

Edward sentou- se ao lado da filha e tentou medir as palavras de forma que não machucasse ainda mais o coração da princesa. Mas sabia que não haveria como. Todas as informações que Joel trouxera eram macabras demais, inacreditáveis para qualquer pessoa normal. Ninguém poderia imaginar ser alvo de um crime tão organizado em nem um milhão de vidas.

Renesme absorvia tudo com surpresa, mas ao longo que via as imagens e ouvia o caminhar da história sentia ainda mais raiva de Tom e dela mesma por não ter percebido antes os sinais. Ele sempre fora um grande mistério, sempre arredio e fazendo perguntas demais sobre tudo ao redor do que o normal permitia, ela na santa inocência dera a maioria das respostas que ele precisava. Esse tempo todo ela só vira o que ela queria ter visto.

— Tudo que Joel descobriu é verdade. Eu posso atestar. Não percebia antes, mas agora... Tom era um espião e se aproximou de mim para colher informações sobre nós, sobre a mamãe...

— Entende o risco que estava correndo?

— Sim, mas isso não vai ficar assim. Tom irá se entregar. Vou pedir a Joel que o interrogue.

— Acha que ele fará mesmo isso?

— Ele vai. Me deve isso.

A princesa limpou as lágrimas dos olhos e se levantou num rompante. Olhou para o pai com firmeza antes de sair pela porta.

— Vamos reabrir o caso da morte da mamãe. Dessa vez não podemos mais ser passivos a tudo que aconteceu.

Edward assentiu enquanto observava a filha sair do escritório e fez uma promessa a si mesmo. Não a deixaria mais sofrer e ter o mesmo destino a dor que ele sempre tivera.

Aro se concentrava no mapa mental que fazia em sua frente. Era uma rede simples de aliados e inimigos que se formava em sua frente. O jogo estava muito claro e bastava apenas uma cartada. A estratérgia era simples, conquistar Belgonia pelo ponto fraco, a crise econômica. Sua rede de hoteis e parque turisticos pareciam ambicioso, mas atrairia milhoes de turistas e dolares para o país. Um verdadeiro paraiso fiscal que deixaria muitos politicos animados e em suas mãos. Depois conquistar a familia real e em seguida puxá-los pelos pontos fracos. Alec seria o consorte do país, mas o rei seria ele próprio. Será mais fácil como roubar doce de criança.

Bono Donnalson seria café pequeno pra ele. Construiria uma historia de amor entre o filho e a princesa, pintaria a imagem dos dois como os bons samaritanos preocupados com o país e logo a população amoleceria. Faria algumas promessas no parlamento e confiava que até os mais conservadores aliados a Donnalson iriam mudar de lado. A estratérgia era bastante simples e tudo ficou ainda mais palpável quando recebeu um email do próprio Edward pedindo uma reunião para tratar do casamento de seus filhos.

O Príncipe de Volterra apenas riu e tratou logo de enviar uma resposta positiva. Foi só o tempo de enviar a mensagem para pegar o telefone e ligar para alguns jornalistas de tabloides.

— Tenho uma notícia para vocês. Joguem como fonte anônima e segura que o principe Alec e a princesa Renesme de Belgonia estão noivos. - e desligou. Seu plano se concretizara apenas precisava agir rápido para construir o enredo necessário para conquistar a todos e engajar a história. DEIXE SEU COMENTÁRIO! ;)


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