Dinastia 2: A Coroa de Espinhos escrita por Isabelle Soares


Capítulo 33
Capítulo 33




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Joel acordou disposto a cessar suas dúvidas sobre o segurança da princesa. Assim como William cismava com Donnalson, ele tinha uma intuição ruim com relação a Tom. Mesmo que por ventura estiver errado a respeito dele, de qualquer forma eles solucionariam o caso.

O policial seguiu animado para a central de rede de segurança de Belgravia para tentar a sorte de conseguir as filmagens da rua que cercavam a escola da fundação Multicores de quase um ano atrás. Tinha fortes esperanças que ela poderia muito dizer sobre o caso. Se achasse os participantes da chacina contra a escola também poderia desenrolar de vez o novelo do caso Elton.

Andou pelos corredores do prédio até a sala de arquivos pensando no que iria dizer. Como policial, ele tinha acesso livre para as filmagens. Mas como sabia que o caso Elton de alguma forma tinha sido deixado de lado sem solução de propósito e que este tinha ligação com a morte da duquesa, que tinha sido conveniente para muitos, é claro que deveria haver o máximo de descrição possível.

Joel conhecia o cara que trabalhava nos arquivos. Muitas vezes tinha estado lá em outras investigações. Mas dessa vez tinha que parecer algo realmente descomprometido e natural. Por isso, se reaproximou de Louis e garantiu que a amizade de antes tivesse bem viva para que não tivesse nenhuma desconfiança.

— Olá Joel. Já cedo na labuta?

— Fazer o que, não é? Ossos do ofício.

— Então? Mais um caso daqueles?

— Mais ou menos. Muito do mesmo, na verdade. Porém esse tá meio enrolado e eu resolvi investigar bem do começo pra ver se eu desengancho alguma coisa.

— E do que você precisa?

— Umas filmagens

— De quando mais ou menos?

— Aproximadamente 29 de abril do ano passado.

— Isso complica um pouco as coisas... Vou ter que caçar nos arquivos.

— Fique a vontade.

Joel observava o amigo procurar nas inúmeras pastas no computador com um misto de raiva e impaciência. Como algo tão importante quanto à vigilância do transito poderia ser tratado assim com tanto descaso? Com tanta tecnologia disponível era no mínimo para haver mais proteção e agilidade na organização dessas filmagens. Mas Joel procurou ser paciente e esperou até o fim da tarde para o que ele procurava enfim fosse encontrado. O policial sorriu aliviado e queria poder estar sozinho observando essas imagens. Era necessário que ninguém soubesse que o caso em questão era o de Elton, podia chamar muita atenção.

— Vejo que está com fome. Por que não vai levar um rango?

— Tem certeza? Você pode precisar de algo?

— Vai levar só uns minutos para eu poder ver as filmagens. É o tempo que você volta.

— Então certo. Tomara que ninguém chegue aqui.

— Não estamos fazendo nada de errado, não é?

— Claro!

Louis saiu da sala ainda meio preocupado e Joel deu aquele sorriso maroto pra ele entender que não havia nada a temer. Assim que a porta se fechou, o policial virou-se e se concentrou na série de vídeos que estava datado para o dia em que a escola foi atacada, segundo as denuncias feitas a polícia pelo próprio Elton.

 Ao menos haviam pastas divididas com os nomes das ruas, assim não demoraria muito. Abriu a que tinha escrito "Lamartine Street" com "Stockholm" que era a avenida principal que se ligava a escola. Certamente eles teriam que ter passado por lá antes e depois do crime. Apertou o play no vídeo que estava registrado "dez a onze da noite". Observou bem os detalhes e nada. Foi e voltou o vídeo até encontrar algo suspeito e nada. Resolveu então procurar as filmagens da rua de trás da mesma hora e também nada interessante. Voltou para a rua principal à meia noite e viu um carro meio suspeito passando pela rua lateral. Era um jipe verde e grande. Andava em uma velocidade relativamente alta e entrou exatamente na rua lateral em que a escola estava localizada. Tentou captar mais alguma coisa, mas não conseguiu. Os vidros tinham fumê e a iluminação ambiente não estava muito boa. Deu um zoom na tela e chegou a ver um adesivo no carro. Não dava para ver bem o que havia escrito nele, mas talvez com um melhoramento da imagem pudesse haver alguma chance.

Resolveu voltar para a rua de trás e seguiu a filmagem para meia hora depois até que viu algo. Um jovem de roupa toda preta saia sozinho da rua da escola. Parecia desconfiado, olhava para trás a todo instante como se estivesse com medo de estar sendo seguido. Joel resolveu voltar para as filmagens de outra rua e pulou para alguns minutos depois daquela em que o jovem aparecia saindo da cena do crime e lá estava o jipe novamente saindo da rua da escola em alta velocidade. Estaria então o rapaz envolvido também? Se sim por que ele saiu antes dos outros? Aquilo estava prá lá de esquisito.

O policial voltou para a filmagem anterior e tentou pegar um ângulo em que desse para ver o rosto do rapaz misterioso. Estava difícil até por que a qualidade da imagem também não estava tão boa. Até que num milésimo de segundo o cara olha rapidamente para o sistema de câmeras e nesse momento Joel tentou tirar um print. Foi difícil captar o momento certo, mas acabou conseguindo depois de algumas tentativas. A imagem do rosto com certeza era de alguém que ele tinha visto antes e ao constatar isso, deu um sorriso de contentamento. 

Edward olhava para a pauta da reunião em sua frente e não acreditava que um dos pontos em discussão seria o casamento de sua filha. Ele já circulara essa parte diversas vezes só para ter certeza que ela realmente estava ali. Achava ainda inacreditável o fato de que estaria um dia reunido com vários políticos discutido sobre esse assunto e ainda mais sem a presença da parte interessada.

Ele pensou no que diria. É claro que iria interferir contra essa estratégia que Esme vinha bolando arduamente. Não conseguira ainda sacar totalmente o porquê de sua mãe estava tão interessada em convencê-lo e a todos que realmente Alec Volturi era o partido ideal para Renesme. Sempre soube que casamentos de membros sênior da realeza era um assunto de estado, discutido e aprovado pelo parlamento, mas a campanha em torno disso tinha saído do controle.

— Aplicamos na agricultura nesses dez meses 40% a mais das verbas que vinham sendo aplicadas anteriormente. Estamos dando todo o suporte e investindo pesado nas cidades agrícolas. - afirmou Boris, o primeiro ministro.

— E houve algum retorno? - Edward perguntou interessado e voltando a se concentrar no que era discutido.

— Conseguimos alguns mercados, tio. - Pietro interferiu. - Quando estive na China consegui alguns interessados. Com essa crise na União Européia acho que precisamos essencialmente ir em busca de acordos com a Ásia e Oceania. Temos algumas concorrências na América, mas acredito que o nosso produto agrícola está bastante dentro dos padrões.

— A melhor ideia que tivemos foi esse investimento na agricultura. - Concordou Emmett. - A distribuição de sementes, os cursos de capacitação, o rodízio de máquinas tudo foi ideal para o crescimento nesse setor que fazia tempo que andava estagnado.

— O único problema é que sabemos que não é algo que se ganha retorno financeiro rápido. - Pietro complementou. - É preciso respeitar o tempo das colheitas e ganhar a confiança dos investidores. O lucro é algo em torno de dois anos, se formos otimistas.

— Não temos dois anos. - Edward lamentou. - Por isso que eu acho ideal o corte de gastos. Vamos enxugar a máquina para dar uma colaborada.

— Está mesmo disposto a fazer alterações na lei real? - Perguntou Bóris com um tom um tanto espantado. Jamais tinha se quer imaginado estar diante de um membro da família real querendo cortar gastos de sua própria família.

— Sim e já estou fazendo. Conversei com o nosso especialista em legislação real e com os nossos advogados e estamos encontrando meios plausíveis. Não é de bom tom numa crise dessas manter o valor do fundo real nessa proporção. Além do que muitos membros da família se sentem muito presos aos compromissos reais e longe do que realmente querem fazer e então que seja destinado apenas para os três primeiros na linha sucessória ao trono.

— Mas e os compromissos? Com apenas quatro membros da família trabalhando, vocês vão ficar sobre carregados demais. - afirmou Boris preocupado.

— A ideia é de manter fixo na instituição somente os três primeiros, porém abrir espaço para que outros na família possam servir como puderem, como membros trabalhadores, e claro com todo o nosso suporte. Isso cortaria muito os gastos e abria espaço para que essas pessoas fiquem livres para fazer outras coisas. Precisamos e devemos enxugar a folha. Apresentarei o projeto para o parlamento ainda esse ano para ser aprovado.

— Precisamos conversar sobre a candidatura de Sean Renard ao título de primeiro ministro. O senhor já está sabendo, não é? – Boris perguntou com uma certa raiva.

— Soube sim e digo que não estou nada surpreso com isso. Como monarca, apoiarei qualquer um que for eleito.

— Diante disso, acredito que a família real deva deixar muito claro quem realmente está ligada a ela. – Sugeriu o primeiro ministro. – Já que quer reduzir os membros oficiais da instituição acredito que isso seja esclarecido agora.

Edward enrugou a testa e olhou bem para Boris. É claro que ele sabia do envolvimento de Sean Renard com a sua sobrinha e como isso respingava para a instituição monarquia, mesmo ela não fazendo parte dela oficialmente. Sabia que Sean Renard era ambicioso o suficente para usar o mínimo que fosse da força da família real para usar em sua campanha. Assim como também conhecia bem a sua sobrinha para intuir que tudo que ela queria era usufruir do máximo de fama e poder que pudesse ter. Por isso, ele estava mais do que decidido em cortar logo o mal pela raiz, mesmo que isso pudesse ocasionar uma rachadura em sua família.

Sabia que de certa forma selecionar quem seria ou não membro oficial da instituição real afetava alguns de seus parentes. Esme não gostava nada da ideia de ter que separar a família e talvez Emmett também sentisse algo por seus filhos estarem sendo cada vez mais excluidos. Mas era necessário. A mídia a todo instante associava Marlowe a monarquia e deixava a entender que esta estava apoiando Sean de alguma forma. Bono Donnalson em algum momento iria usar isso contra eles em algum momento.

— Se está pensando que apoiaremos a campanha de Renard está muito enganado. Imagina o que nos chamariam se o apoiarmos? Perderíamos o total credito com o povo.

— Eu sei disso, majestade, mas a imprensa pode usar a imagem da sua sobrinha como se ela fosse um membro da família real e não duvido que eles se aproveitem disso indiretamente.

— Então para que fique logo esclarecido. Marlowe não é um membro da família real e nunca foi. Ela não tem títulos reais e a partir de agora não participará mais de nenhum evento oficial da instituição, satisfeito?

Emmett abaixou a cabeça, mas nada disse. Esme olhou para o filho com perplexidade.

— Tem certeza, majestade? – perguntou o seu secretário com um leve tom de surpresa.

— Tenho e isso é oficial. Por favor, anote isso e faça valer. Tudo que Bono Donnalson quer é que estejamos dando corda para Sean. Ele seria capaz de mobilizar toda a população contra nós e obviamente com argumentos sólidos dessa vez. O envolvimento da família real com algum partido político é a quebra do principal principio da monarquia parlamentar. Portanto que resolvamos isso desde já.

Todos olharam com muita surpresa para o novo rei, mas ele parecia firme o suficiente para estar blefando. Esme sentiu um certo receio. Carlisle sempre fora muito ligado a sua família. Sempre fizera muita questão de manter todos por perto e ela gostava muito disso. Essa decisão de Edward mudava tudo, porém entendia o que ele estava fazendo e mesmo que não gostasse disso, era mesmo necessário. Em certos momentos decisões difíceis deviam ser tomadas.

— E sobre o casamento da princesa? Achei ótimo que esse tema tenha sido colocado na pauta. – Boris falou com mais contentamento.

Edward se ajeitou na cadeira e se segurou para não soltar um sonoro palavrão. Esme percebendo o desconforto do filho resolveu conduzir essa parte da reunião.

— Foi colocado na pauta por que a princesa herdeira recebeu uma proposta. O príncipe regente de Volterra, Aro Volturi, a propôs em nome do filho dele e como Alec e Renesme vem se relacionando freqüentemente, acreditamos que isso possa vir a se tornar num casamento.

— Não discutimos isso, mãe.

— Mas devemos. - Boris interferiu. - Isso é colocado constantemente na pauta de discussões no parlamento. Todos querem ver a princesa casada até por que isso de certa forma seria uma injeção na economia com todo o turismo que o casamento real iria atrair.

— E se mal me pergunte... O que os deputados pensam a respeito? - perguntou Esme diante de um Edward incrédulo.

— Há uma discordância de opiniões com relação a Alec Volturi. O partido conservador, Bono Donnalson principalmente, acredita que um príncipe estrangeiro, ainda mais sendo filho de quem é, pode ser um risco. Porém, com os investimentos na economia que Aro vem fazendo em Belgonia... Quebra qualquer argumento.

— Todos estão interessados em dinheiro, é isso? - Edward perguntou indignado. - Minha filha não é uma moeda de troca! Já disse isso.

— E enquanto ao casamento dela com alguém de baixa estirpe? Sei lá... Algum plebeu que possa vir aparecer. - Sondou Esme.

— Acredito que não irá ser um grande problema. Alguns irão ser contra por que a ideia de um casamento lucrativo e com rápido retorno econômico com Alec Volturi é bem mais atrativo até para alguns políticos do partido conservador.

Edward se sentiu enojado e achou que poderia até vomitar diante do que estava ouvindo. Preferiu não levar essa conversa adiante. Era melhor discutir isso em família e com Renesme presente antes.

— Não vamos falar sobre isso agora. Considerem a reunião acabada.

Edward observava furioso todos deixarem a sala de reunião. Passou as mãos no cabelo e tentou pôr os pensamentos no lugar, porém foi interrompido por Esme que insistia em continuar a conversa com o filho. O rei voltou-se para ela com um olhar revoltado.

— O que você pensa que está fazendo? Olha o que aconteceu quando você tentou interferir na última vez!

— Edward não dá mais para adiarmos. Temos que acertar as coisas sobre Renesme.

Mais uma vez Edward olhou para a mãe com incredulidade. Como ela poderia estar agindo assim tão friamente?

— Eu não estou te reconhecendo.

— Eu mais do que qualquer pessoa desejo o melhor para a minha neta, porém estamos numa situação complicada que exige uma tomada de decisão cautelosa. Você deve entender isso já que agora mesmo tomou uma com relação à Marlowe.

— Não misture as coisas. Os casos não são o mesmo.

— Não acho que não seja.

— E vamos resolver isso sem a presença dela? Eu não quero e não vou ser tirano, mãe. Veja o que esses caras falaram! Todos mercenários!

Esme assentiu sentia um gosto amargo na boca quando lembrava da proposta de Aro. Tentou analisar todas as possibilidades, mas nenhuma delas poderia ser tão arrasadora contra Bono Donnalson e a crise econômica do que a união com os Volturis. Aro queria sim poder, porém esperava que poderiam controlar isso com o tempo. No momento quanto mais apoio tivessem melhor.

— Ela não está namorando aquele segurança? Eu realmente não tenho nada contra.

— Edward não seja ingênuo! Todos os casamentos reais até agora aconteceram por que eram propícios para o momento. Nossa vida é controlada e guiada pelas decisões políticas, você sabe disso.

— E não acha que o povo não vai comprar esse conto de Cinderela ao avesso? Todos adoram uma boa história de amor, mãe. Veja o meu caso e o de Bella.

— Só aconteceu por que vocês dois foram muito populares desde o princípio. Eu também acho que pode dar certo vendermos essa fanfinc romântica dos dois, mas é algo arriscado. Se não der certo pode custar muito para a instituição. No momento é tudo ou nada.

— Ainda assim precisamos conversar com Renesme.

— E vamos. Mas quero que lembre também que não somos só nós que temos que decidir alguma coisa. O parlamento também tem que aprovar esse casamento. Por que acha que os seus avós aprovaram a minha união com o seu pai? Por que não havia outra alternativa.

Isso era certo. Esme e Carlisle se tornaram o grande "casal vinte" do seu tempo. Os avós de Edward odiavam a procedencia de sua futura nora, mas nada puderam fazer. A imagem da família real estava desgastada e considerada inútil para muitos e o casal real apostou em tudo para que se perpetuassem por mais algumas gerações no trono. Foi uma decisão arriscada, porém acertada. Como deveria ser agora.

— Só pense nisso, por favor. Está mais do que na hora de sentarmos e termos essa conversa séria com Renesme. Chega de protegê-la de tudo.

Esme saiu da sala de estado deixando Edward ainda mais atônito. Não sabia mesmo qual seria o limite dela. Nunca pensou que ela seria ambiciosa e articulosa a ponto fazer qualquer coisa para manter o trono intacto. Estaria ele engando esse tempo todo sobre a sua própria mãe?

William olhava pela décima vez as imagens que Joel lhe trouxera e cada vez ficava ainda mais impressionado. Mil teorias se formavam em sua cabeça e uma era mais cabulosa do que a outra. Ele não conseguia entender como alguém conseguia se prestar a algo tão violento e desumano contra outra pessoa.

— Ao menos sabemos que ele é branco e aparentemente alto.

O jornalista bufou novamente, isso não significava nada. Era frustrante não terem conseguido logo de cara descobrir quem era o tal homem. Eles tinham tentado de todas as formas possíveis desvendar de forma concreta o rosto do desconhecido, mas as imagens não colaboravam muito, mesmo que mexessem nos pixels, cores, brilho, nada deu muito certo.

— Sim... E pensando bem pode ser alguém que a gente já tenha visto. Acho que se revermos os arquivos do caso podemos até encontrar algo.

— Não acha que poderia ser Tom, o segurança?

— Não descarto. Mas não podemos acusá-lo assim.

Agora foi a vez de Joel se frustrar, mas conteve-se, William tinha mesmo razão, tinha que entregar esse caso redondinho. Já bastava o tanto de pontos cegos que existiam agora.

William abriu a foto onde havia o adesivo do jipe suspeito. Tentou melhorar a qualidade no programa de edição, mas também não conseguiu muito. Deu um contraste maior e mostrou para Joel.

— Que tal essa figura? Te diz algo?

— Parece uma ave ou coisa assim. Essa imagem está tão ruim quanto à do cara desconhecido.

O jornalista pegou o seu notebook e abriu o site de pesquisa e digitou: “Águias da Nação” e aguardou uma série de informações surgirem na tela. Desde que Bono Donnalson se lançou como deputado, vários movimentos conservadores surgiram em apoio a tudo que ele dizia. O jornalista não tinha nenhuma dúvida que seria algum desses movimentos responsáveis pelo ataque à escola e muito provavelmente a morte de Elton também.

O “Salve o país”, por exemplo, já tinham cometido uma série de crimes de homofobia assumidos. Os “Águias” eram ao menos mais discretos e organizados. Tinham uma página na internet com os seus movimentos e ideias. William não perdeu tempo e abriu logo na lista de membros. Não havia fotos, então pulou para os registros dos eventos e pôs a observar os rostos nelas presentes. Parecia uma loucura, mas ele sabia que já tinha visto o rosto do desconhecido das filmagens e tinha certeza que tinha sido num desses movimentos de direita que já andara pesquisando.

— Não seria o “Salve o país” o responsável?

— Não descarto totalmente, porém acredito que esse caso todo está muito bem organizado para ter sido obra deles. O “Salve o país” já teria assumido a autoria se fosse eles, como aconteceu no caso do ataque ao rei Carlisle, lembra?

Joel coçou a cabeça e pôs a remexer os arquivos impressos que William guardara em suas pastas. Havia muita coisa, o policial tinha que reconhecer que o amigo era meticuloso em suas pesquisas. Tentou se concentrar nas fotos também. Passou de olho em olho e não achou nada de muito interessante. Pegou uma matéria antiga, de mais ou menos três anos atrás, de um movimento de fundação dos “Águias da Nação” que tinha ocorrido em Clarence. Espera! Em Clarence? Joel se apressou em ler tudo que havia escrito e pimba!

— William veja isso.

O jornalista voltou-se para a matéria e deu uma gargalhada inesperada. Era isso!

— Não foi nos meus arquivos que reconheci o rosto do tal cara foi no palácio mesmo.

— Não é uma coincidência incrível que Tom Frost seja membro do movimento?

— Acho que você tem realmente razão, Joel. Porém, temos que tirar a prova maior. Tenho que levar essa imagem para Natasha na Fundação. Se foi mesmo Tom, ela o reconhecerá.

— Quer que eu lhe acompanhe? Eu posso fazer o retrato falado.

— É melhor não. Se investigarmos separados vai chamar menos atenção.

— Mas tem que ser rápido. A princesa pode estar correndo perigo, assim como todos lá no palácio.

William estremeceu com essas palavras. Tudo que menos ele queria era que Renesme tivesse em risco. Não aceitaria perdê-la.

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