Destino Quebrado (oneshot) escrita por Natty Duarte Chuka


Capítulo 1
Capítulo Único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799051/chapter/1

"Dear John, I see it all now that you're gone

Don't you think I was too young to be messed with?

The girl in the dress cried the whole way home

I should've known"

 

 

Querido John,

Você se foi e eu me perdi. Não sei mais quem sou. Todos diziam para que eu me afastasse enquanto havia tempo. Nunca dei ouvidos, estava apaixonada e você me passava tanta segurança… como eu não iria confiar? Como eu poderia acreditar que você só queria me usar e depois jogar fora como se não fosse nada? 

Você fez seu jogo tão bem, fui uma peça facilmente manipulada por você. Quem diria?

Meu primeiro amor. A primeira vez que me deixei sentir algo tão intenso por alguém. Meu coração partido pela primeira vez, e como dói. É como mil pequenos cortes em meu coração, e a cada dia aparece mais um corte, me lembrando do que você fez comigo. 

Mas pensando bem, talvez eu mesma seja tão culpada quanto você. É, eu me deixei levar, fiquei cega, boba… acreditei como se não houvesse amanhã…

 

Parei de escrever, sentindo meu peito doendo ainda mais, sem conseguir mais enxergar as palavras, com algumas lágrimas já molhando o papel sobre a mesinha. Já estava ficando sem ar de tanto chorar. 

— Eu te odeio! - gritei para o nada e me levantei, me jogando na cama. Onde eu estava com a cabeça todos esses meses? 

Tudo começou com aquele sorriso lindo e aquele olhar intenso…

 

Flashback on

Primeiro dia do verão. Festas na piscina, festas na praia. Amigos se divertindo, rindo, sem preocupações. 

Suspirei ao passar perto de um grupo de amigos reunidos no calçadão se zoando. Aquilo já foi minha vida, mas agora nada mais fazia sentido. Não queria amizades, não iria me abrir para ninguém. Não deixaria ninguém me machucar de novo. 

Desde que minha melhor amiga de infância me traiu ficando com o garoto que eu gostava desde que me entendo por gente, e ainda por cima esfregou na minha cara que transou com ele no primeiro encontro,  terminei nossa amizade. Aliás, isso não era amizade, né? Anos jogados no lixo.

Entrei na lanchonete do Rick's e pedi o de sempre, me sentando na mesa mais afastada. Olhei pela janela e suspirei. 

Com o fim do verão, vou para outra cidade fazer faculdade e me livrar das pessoas dessa cidade. As mesmas pessoas em todos os meus 18 anos, às mesmas histórias, sempre as mesmas coisas. 

Agradeci quando meu pedido veio e bebi um pouco do milkshake que eu mais amava. Foi então que começou a mudança da minha vida, a qual me arrependeria para sempre. 

Entrando pela porta com mais dois amigos, rindo e empurrando o ombro de um deles, um garoto de uns 25 anos, por aí. Seu cabelo preto preso num coque mal feito, seus músculos sobressaindo na camisa. Aquele sorriso que me causou arrepios e quando olhou para mim… aqueles olhos azuis com um olhar intenso que me fez ofegar e forçar a desviar o olhar.

Senti minhas bochechas arderem e xinguei mentalmente. Tentei disfarçar e peguei meu celular, mas prestando atenção nele disfarçadamente, notando que pediu um milkshake e hambúrguer, mas foi comer em outro lugar com os amigos. Mas, antes de sair, deu mais uma olhada em mim.

Soltei o ar que nem percebi que havia prendido e bloqueei a tela do celular. O que está acontecendo, Juliet? Você ficou louca?, me xinguei mentalmente e bebi mais do meu milkshake.

 

— Não cumprimenta mais os amigos, Juliet? - Hilary disse quando passei por ela no caminho para minha casa.

— Não estou vendo nenhum amigo aqui. Com licença. - falei seca e continuei andando, mas ela segurou meu braço e me virou.

— Não fale assim comigo… 

Puxei meu braço com raiva, sentindo as unhas dela arranharem minha pele. Respirei fundo e falei baixo: - Me deixa em paz, Hilary.

— Hm, não quero. - ela riu e virou seu milkshake na minha cabeça. - Ficou bem melhor agora.

— Qual a necessidade disso? - praticamente gritei. Já estava cansada dela e suas frescuras. Não bastava roubar o menino que eu gostava, ainda tinha que ficar me provocando? 

— Acho que alguém tá nervosinha… - ela riu.

— Você não viu nada, vaca! - empurrei ela e ela caiu de bunda na areia. - Me deixa em paz! 

— Juliet! - ouvi a voz dele e suspirei. Mais uma vez ela iria se passar por inocente.

— Você ficou louca? Por que faz isso comigo, Juliet? - Hilary fez seu típico draminha. Will se aproximou e ajudou a vaca a levantar.

— E fui eu que joguei milkshake na minha própria cabeça também, Hilary? - revirei os olhos e me afastei, já ficando enjoada disso. 

Tirei a rasteirinha e fui pela areia, deixando o mar molhar meus pés enquanto algumas lágrimas de raiva e decepção caíam pelo meu rosto. Tudo que eu mais precisava era distância de tudo isso. 

— Oi, desculpa incomodar… - alguém disse e parei de andar, secando minhas lágrimas e vendo que era ele. Ele deu um sorrisinho sem graça. - Eu estou passando o verão aqui com meus amigos, não conheço bem a cidade… 

Dei um sorrisinho e falei baixo: - Como posso te ajudar?

— Você estava chorando? - ele perguntou e suspirou. - Desculpa, não quero parecer intrometido… 

— Não, tudo bem… - suspirei. - Eu só estava pensando em umas coisas… complicadas. Mas enfim… 

Ele suspirou, parecendo preocupado de verdade, mas respeitou meu espaço. - Onde posso comprar discos? Ou aqui não tem lojas de discos?

— Você gosta de discos? - sorri. - Eu posso te levar lá, é um dos lugares que mais gosto de ir.

Ele sorriu. - Perfeito. 

 

Levei John para a loja de discos, ouvimos alguns até ele escolher vários e ficar com dez. Impressionante.

Depois, ele me chamou para tomar um sorvete e o levei na minha sorveteria favorita. Já estava anoitecendo, então o lugar ficava ainda mais lindo com aquela vista para a praia. 

Após o sorvete, fomos caminhar um pouco pela praia, ele iria me acompanhar até minha casa. 

Descobri que ele tinha 26 anos, trabalhava na empresa da família em Boston, estava de férias e sonhava em ser músico, mas o pai não gostava da ideia.

— Acho que deveria deixar eu ouvir você cantando, para ver se é bom mesmo… - falei e parei de andar, olhando para ele.

Ele levantou uma sobrancelha. - O que? Aqui? Sem violão nem nada?

— Claro, desafios da profissão.

Ele riu e balançou a cabeça concordando, mas me puxou para um banco e nos sentamos. 

Começou a cantar e sua voz era perfeita. Fiquei admirando-o. Ficava ainda mais lindo cantando, como se fosse possível. 

— Okay, chega… - ele disse e riu baixo.

— Uau, você canta muito bem… - falei ainda meio boba. - Por que nunca tentou um disco ou algo assim?

— Meu pai… ele não aceitaria um filho cantor. - ele suspirou. 

— Tenho certeza de que quando ouvisse você, ele mudaria de ideia.

Ele deu um sorrisinho fraco e suspirou. - Você não conhece meu pai.

— Não, mas te conheço… bom, ainda pouco, mas conheço. - ri baixinho e ele também. - Posso conseguir uma apresentação para você no evento Dreaming With Stars

— O evento que todos estão comentando? Como?

— Cresci na cidade, tenho umas vantagens… 

— Cara, eu quero… - ele sorriu. Parecia uma criança que acabou de ganhar um doce.

Ri baixinho e levantei. - Você vai ser um sucesso, John.

Ele se levantou rindo meio bobo e me abraçou. Paralisei, mas retribui o abraço. - Obrigado por acreditar em mim, Juliet.

— Imagina… - sussurrei e dei um beijinho em seu rosto.

Ele me olhou nos olhos e respirou fundo. Senti borboletas no estômago e minha respiração falhar. Mas ele suspirou e balançou a cabeça. 

— Vamos…? - sussurrou. 

Respirei fundo e concordei, caminhando com ele em um silêncio que, na verdade, não estava desconfortável, só ouvindo as ondas no mar, o que sempre me trouxe calma. 

Chegando no portão da minha casa, olhei para ele e sorri. - Obrigada pela noite. 

Ele sorriu. - Eu que agradeço, você salvou minha vida.

Ri e revirei os olhos. - Eu não fiz nada demais… 

Ele suspirou e tirou uma mecha do meu cabelo que estava em meu rosto, colocando atrás da orelha e acariciando meu rosto delicadamente. 

— Você é incrível, Juliet. Não chore mais por pessoas que não te merecem… - ele disse em tom baixo, mas intenso.

Respirei fundo e fechei os olhos por alguns segundos, aproveitando o carinho e controlando as lágrimas que já insistiam em sair. Abri os olhos e dei um beijinho delicado em seu rosto. 

— Te vejo amanhã… - sussurrei e entrei. Me forçando a dar mais passos até entrar em casa e me encostar na porta, liberando as lágrimas. 

 

No dia seguinte, encontrei com John após o café da manhã e fomos encontrar com o responsável pelo evento, meu tio. Após conversar muito, fazer draminha e fazer John cantar para ele, conseguimos encaixá-lo para uma apresentação. Música autoral, ele quis. Estava curiosa para ver se ele compunha tão bem quanto cantava, mas não falei nada.

Almoçamos com seus amigos, que também iriam se apresentar com John, pois descobri ser sua banda. 

Passamos a tarde conversando, levei ele para conhecer vários lugares da cidade, os meus favoritos, óbvio. 

À noite, fomos jantar e ele me levou até minha casa novamente. E mais uma vez rolou aquele climinha, mas não fizemos nada além de um beijinho no rosto.

 

Sete dias se passaram desde que conheci John. Os dias com ele estavam sendo melhores do que eu esperava, e percebi que estava me entregando aos poucos. Estava morrendo de medo, mas ele me passava tanta segurança. Meu primeiro erro.

No oitavo dia à tarde, vimos tartarugas nascerem e irem para o mar, a reação dele foi inexplicável e linda de se ver. Ele nunca tinha presenciado algo assim e ficou maravilhado. Foi fofo. 

À noite, naquele mesmo dia, estávamos indo para minha casa quando ele segurou minha mão, parando de andar. Parei e olhei para ele.

— Tudo bem…?

— Sim, eu só… eu preciso fazer uma coisa que estou querendo há um tempo… - ele sussurrou e me beijou. 

Ofeguei em surpresa e retribui o beijo. Ele era delicado, como se esse beijo fosse o primeiro de sua vida, e isso me fez gostar ainda mais dele. 

Sorri quando ele afastou seus lábios e sussurrou: - Eu não sei o que está fazendo comigo, mas não quero te perder, Juliet… em tão pouco tempo você me fez sentir coisas que não senti minha vida toda.

— Eu também não quero te perder, John… - dei um selinho em seus lábios e sussurrei: - Você me faz tão bem… 

Ele me abraçou e me girou no ar. Soltei um gritinho automaticamente e logo ri muito, me apoiando em seus ombros. Ele riu e me colocou no chão, mas sem me soltar. 

— Quero te fazer bem para sempre.

Sorri e o beijei novamente.

 

Mais dez dias se passaram. Já estávamos nos apaixonando ainda mais, passando o máximo de tempo possível juntos, era tudo tão intenso que me causava medo e borboletas no estômago quase toda hora. Mas era maravilhoso, algo que nunca havia sentido.

Mais dois dias e estávamos caminhando tranquilamente pela praia mais uma tarde, e não vimos o perigo. Um homem bêbado veio para cima de nós com uma faca e John me defendeu, sendo esfaqueado na barriga. A polícia chegou à tempo e levou o bêbado para a delegacia.

John me mostrou o ferimento e foi superficial, não queria ir no hospital de jeito nenhum, então fomos para a pousada em que estava ficando e cuidei do seu ferimento, fazendo um curativo.

— Onde aprendeu isso? - ele perguntou.

— Tive que aprender a me virar. Digamos que meu tio não é um bom guardião para certas coisas… - ri baixinho, terminando o curativo. 

Meus pais morreram num acidente de carro quando eu era pequena, mal tinha lembranças deles, só algumas poucas que eu guardava com todo o amor do mundo no coração e em fotos. Meu tio virou meu guardião, mas mal parava em casa por causa do trabalho, mas sempre amei ele demais, assim como ele também me amava. Mas precisei aprender a me virar sozinha.

— Obrigado… - ele sussurrou.

Sorri e dei um selinho nele. - Não precisa agradecer, meu amor… 

Ele me puxou pela cintura e me fez sentar em seu colo, me beijando delicadamente. 

— John… - sussurrei. Não era a primeira vez que ficávamos nessa pegação, mas dessa vez eu queria algo a mais. Algo que nunca fiz e ele nunca forçou, sempre me respeitou. Olhei em seus olhos. - Eu quero dar o próximo passo… 

Ele parecia confuso, mas logo entendeu. - Tem certeza, amor?

Balancei a cabeça concordando e sussurrei sorrindo: - Nunca tive tanta certeza… 

Ele sorriu e me beijou ainda delicadamente. John sabia como ser gentil comigo e era uma das coisas que mais amava nele. 

A forma que ele foi carinhoso comigo, em cada toque, cada beijo, cada movimento… sempre garantindo que eu estava me sentindo confortável… tudo só me deixava ainda mais em êxtase e nas nuvens. John era o homem perfeito. E esse homem era meu. Ou era o que eu achava…

 

Dois dias se passaram e era o dia do show. Fiquei nos bastidores com a banda, John me deu um beijo bem intenso antes de ir para o palco, acho que para tomar coragem, talvez. E então comecei a chorar quando ele começou a cantar. Uma música para mim. Quando ele arrumou tempo para compor uma música tão linda para mim? Ele me olhava várias vezes, e eu gritava e sorrio como uma louca.

Após a apresentação, que foi um sucesso, ele me abraçou e me beijou. - Eu te amo tanto… 

— Eu te amo demais… - sussurrei e fomos interrompidos pela banda. Eles estavam animados demais e saímos para um barzinho para comemorar. Meu segundo erro. 

Bebemos bastante, comemos, rimos, nos divertimos muito, até a hora do bar fechar. Os meninos da banda foram para seus quartos e fui com John para seu quarto. Estávamos bêbados mas nem tanto, ainda estava bem consciente. 

John me puxou pela cintura, já mais alterado que eu, e me beijou intensamente e menos delicado do que das outras vezes, mas não me importei muito. Só quando ele começou a tirar minha roupa já mais agressivo que me incomodei. 

Me afastei e falei baixo: - Amor, vamos tomar banho primeiro… 

Ele revirou os olhos e me puxou de novo, me virando e dando um tapa na minha bunda. - Quero você primeiro, vadia! - falou baixo e meio embolado por causa do álcool, e com um hálito que já estava me incomodando. Tentei me soltar, mas ele me jogou na cama e logo estava em cima de mim, beijando meu pescoço. 

— Para com isso, John! - gritei já desesperada, tentando me livrar do seu peso e sair dali. - Me deixa ir! 

Mas nada adiantava, ele era forte demais e não estava me ouvindo, bêbado demais. Senti as lágrimas caírem e meu mundo começando a desomoronar, desespero me consumindo. Gritei o mais alto possível, pedindo ajuda e socorro.

John estava subindo meu vestido quando Tony entrou rápido arrombando a porta e tirou John de cima de mim, assustado.

— Que merda você está fazendo, cara?! - ele gritou para o amigo.

Harry entrou logo em seguida, confuso, mas logo entendeu a situação ao me ver chorando e tremendo encolhida na cama e John no chão. Se aproximou e estendeu a mão para mim. Segurei e ele me tirou do quarto, mas consegui ouvir John me chamar e Tony brigar com ele antes de sair.

— Onde você mora? - Harry perguntou.

— Eu… é perto… - sussurrei chorando demais. Ele suspirou. - Eu vou sozinha…

— Não, não vai andar sozinha nesse estado, Juliet. Eu vou com você.

Paramos no caminho para ele comprar um copo de água para cada e consegui me acalmar um pouco, mas ainda tremia um pouco e chorava baixo. Estava me sentindo um lixo.

Ao chegar em casa, agradeci ele e entrei rápido, indo para o meu quarto e trancando a porta, me sentando ali no chão mesmo, encolhida, abracei minhas pernas e chorei ainda mais. O que John ia fazer comigo…?

 

Fiquei dois dias inteiros no quarto, sem comer, sem sair da cama para nada além de ir ao banheiro. Meu mundo desmoronou novamente. Uma dor inexplicável em meu coração. A certo ponto no segundo dia, eu já não tinha mais lágrimas para chorar, estava chorando sem lágrimas. A que ponto cheguei…

— Juliet? - ouvi a voz de Tony e suspirei, sem saber como ele conseguiu entrar, mas sem me importar também. Levantei, destranquei a porta e voltei a me deitar debaixo das cobertas (o ar condicionado tava ligado no máximo e eu estava com frio).

Tony entrou e se sentou numa cadeira perto da cama mas longe o suficiente. - Como você está?

— Como você acha? - suspirei. - Desculpa, você não tem culpa. E obrigada por me ajudar aquele dia… 

— Sem problemas… - suspirou. - Vim pedir desculpas pelo John. Ele quer falar com você, está lá embaixo…

— O que ele quer comigo? 

— Conversar…

— Eu não sei se… - balancei a cabeça levemente. - Tudo bem, mas fica perto da porta, por favor… 

— Tudo bem… - ele suspirou e saiu.

Me sentei, ainda coberta. John apareceu segundos depois. Estava com olheiras e seu cabelo bagunçado, apesar do coque. Se sentou na cadeira e falou baixo: - Como você está?

Dei uma risada seca. - Não é óbvio?

Ele suspirou. - Me desculpa por aquilo, Juliet. Eu não devia…

— Não mesmo! - interrompi. 

— Acho que é melhor para nós dois se isso terminar aqui. 

— Para nós dois? John, você quase me estuprou, você me destruiu! Agora não vem dizer que terminar é o melhor para você, porque não é você que está… 

— Não mesmo, Juliet?! - ele falou mais alto e se levantou. - Eu te amei, mas quer saber? Foda-se! Não era para passar de um caso de verão, um namorinho que não iria para a frente, e eu não deveria mesmo ter me envolvido mais. 

— Parabéns pelas palavras, John! - gritei e me levantei, dando um tapa forte em seu rosto. - Eu te odeio, sai da minha casa agora! 

Ele me olhou por uns instantes e saiu batendo a porta do meu quarto. Desabei ali mesmo, ajoelhando e me encolhendo no chão, sentindo as lágrimas voltarem e chorando muito mais do que antes, sentindo tanta dor que achei que poderia morrer, seria menos doloroso. 

Por que eu tenho que passar por tudo isso?, pensei entre lágrimas e me perdi em pensamentos e memórias.

Flashback off

 

Respirei fundo e me sentei na cama. Dois anos se passaram, deixei a faculdade escapar das minhas mãos, não tinha forças para nada. O tempo não fez as coisas melhorarem. 

Me mudei para a casa de campo dos meus pais, afastada do mundo, somente natureza e ninguém para me machucar.

Consegui voltar a comer, mas pouco. Não gostava de sair de casa e estava vivendo das rendas que meus pais deixaram para mim e do aluguel da nossa casa da praia, que meu tio alugou para me ajudar. 

E essa estava sendo minha vida. Pensar em John. Evitar ouvir rádio e tv, pois ele conseguiu seu tão desejado sucesso após aquela apresentação que arrumei para eele. Comer qualquer coisinha. Às vezes beber, mas não tinha boas lembranças, então sem exagero. Chorar ou só ficar sem vida por um bom tempo. Deitar e ficar pensando em várias coisas até dormir. Todo dia. Todo mês. Há dois anos.

Nem sempre uma história de amor ou de vida termina com o lindo "feliz para sempre". 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: oii, o que acharam da história? Bem triste né, Juliet merecia um final melhor...?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destino Quebrado (oneshot)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.