Secrets escrita por mjrooxy


Capítulo 1
Capítulo único




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Parecia uma boa ideia colocar uma carta de romance na caixa de correspondência de Adrien. A ideia era perfeita, com certeza, pois assim ele não descobriria que era eu. Mas de alguma forma meus sentimentos seriam expressados. Só não foi bom me ver em uma situação complicadíssima, quando seu primo Félix anunciasse aos quatro ventos que foi eu quem colocou a bendita carta.

— Eu sei que foi você, Marinette. — sorriu sarcástico, enquanto eu escondia o rosto nas mãos. — Seus olhos são como duas estrelas brilhantes que iluminam minha vida e seus cabelos: como o sol que ilumina o dia. Sei que possui muitas admiradoras, mas eu não sou ciumenta. Não dei nenhuma dica de quem eu sou, portanto vou dizer apenas isso: meu nome tem nove letras e eu pessoalmente não sou muito boa com as palavras, não quando se trata de você. — recitou, lendo detalhadamente as palavras da carta.

Enquanto eu me afundava cada vez mais no banquinho da praça, por que diabos eles tinham que estar ali? Eu não sabia onde enfiar a cara, todos sabiam que eu era caidinha pelo Adrien, então ficou óbvio que seria eu. MARINETTE, nove letras!

Porque deixei uma dica? Era muito específica e óbvia. Culpa da Alya que me convenceu a fazer essa merda, agora eu teria que sair da escola e me refugiar no Brasil tamanha minha vergonha.

— Félix, deixe a Marinette em paz. — Nino ordenou, passando o braço pelos meus ombros. — Adrien, faz alguma coisa!

— Vou fazer. — e o garoto, que até então estava com tanta vergonha quanto eu. Finalmente tomou uma atitude, pegou a carta da mão do primo e puxou-me pelo pulso em direção a uma árvore enorme que esconderia facilmente nós dois. — Chega, Félix. Eu não te dei permissão para ler minha carta. — sua voz soou firme e decidida, ainda que um pouco distante por já estarmos em movimento.

— Aeeee! — Alya e Nino comemoraram.

Eu, no entanto, só queria que o chão afundasse para ser tragada por ele.

Não precisando encarar os incríveis olhos verdes de Adrien, que agora estavam cravados em mim. Suas bochechas tão vermelhas quanto as minhas me causavam cócegas no estômago. E eu senti sua mão meio grudada no meu pulso, indicando que estava suada.

Bom, as minhas também estavam. Eu toda tremia, parecia uma britadeira.

— Marinette… — chamou, tocando delicadamente meu queixo.

Pois eu baixei a cabeça assim que notei seu olhar em mim.

— O-oi. — gaguejei sem levantar os olhos.

Ainda queria ser tragada pelo chão, mas só até encontrar novamente aquelas esmeraldas tão brilhantes e curiosas.

— Eu queria saber… então, sobre a carta… — hesitou tão constrangido quanto eu. — Félix me disse que só podia ser você, mas eu não tenho certeza. De qualquer forma desculpe pela situação toda, eu não devia ter te puxado aqui. Desculpe. — ele suspirou, parecendo agoniado e aflito.

Respirando fundo, tomei coragem para agir. Se não fosse naquele momento não seria nunca. Qual a finalidade daquela carta se não abrir meu coração? Era melhor contar logo, na lata, assim me livraria de tudo e receberia logo um não. Era melhor do que viver nessa indecisão.

— Fui eu! — confessei num impulso. — Escrevi a carta e Alya me ajudou a colocar na sua caixa de correios. Eu gosto de você há muito tempo e pode perceber que sou um desastre, nunca consegui me declarar ou manter uma conversa civilizada com você. Como poderia me declarar? — encarei seu rosto de bebê, sentindo meu peito se expandir de tanto amor. Como ele podia ser tão fofo? Devia ser um crime! Adrien precisava ser preso por atentado à minha sanidade somente por ser tão lindo desse jeito. — Eu só… — senti lágrimas se formarem no canto dos meus olhos, lágrimas de vergonha.

Já prevendo o grande: Não te quero, Marinette. Que eu ouviria.

— Escuta. — ele me calou colando o indicador em meus lábios. — Eu precisava confirmar isso, porque eu gosto de você, Marinette. Gosto muito, também tem bastante tempo, mas pensei que gostasse do Luka! — passou a mão pelos cabelos sedosos, que balançaram com seu toque. — Não quis tomar um fora, então aceitei sua amizade. Mas nunca almejei somente ela, lógico que prezo muito sua amizade… — se embananou nas palavras e eu sorri. Era bom ver que ele também estava nervoso. — Eu quero você, Marinette. Pelo amor de Deus, cala a minha boca. Porque eu tô uma pilha de nervos, quase enfartei quando li sua carta e a dica que me deu. Tive medo de me iludir pensando ser você e depois me decepcionar. Caramba, como eu quero você. Como eu gosto de você. — Adrien soltou um suspiro tão profundo que me arrepiou. — Vou guardar essa carta pra sempre. — nesse ponto meu coração palpitou e, quando dei por mim, estava com minha boca colada na dele.

Puxei seus cabelos, querendo prendê-lo a mim. Contudo, alguns segundos após percebi que ele não oferecia resistência. Seus lábios se encaixaram perfeitamente nos meus, em uma espécie de dança mágica. Enquanto suas mãos desceremos para minha cintura, pressionando levemente o local e puxando-me para si.

Quando senti uma mordida leve em meu lábio inferior, não pude impedir o ofego baixo que escapou de mim. Adrien riu em meio ao beijo, encerrando o contato com vários selinhos.

— Isso foi…

— Incrível. — concluí completamente derretida. 

— Totalmente. — confirmou, acariciando minha bochecha. — Você é uma delícia, Marinette. — corei dos pés à cabeça. — Não, o beijo, o beijo foi uma delícia. Aí meu, Deus. Por que eu tenho que ser assim? — resmungou fazendo uma carinha hilária de constrangimento.

— Seremos um ótimo casal de envergonhados. — brinquei, sentindo-me melhor por ele também se atrapalhar com as palavras. Era um consolo, afinal. — Os dois tímidos. — completei.

— Um casal? — repetiu, seus olhos se estreitaram como se ele apreciasse a ideia. — Sim, um casal. — confirmou e tornou a me beijar. 

— Um bem apaixonado, tá bom? — propus, assim que cessamos o beijo.

— O mais apaixonado de Paris. — sorriu, enterrando meu rosto em seu peito.

                   Fim.

 


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