Amor Encomendado escrita por Júlia Ritto


Capítulo 2
Capítulo 2 - Fracassada


Notas iniciais do capítulo

Voltei, gente!
Vou tentar postar pelo menos uma vez por semana, quando der posto mais :)
Lembrem que estou voltando a escrever agora então nem tudo está perfeito, ainda quero revisar bastante esse livro quando terminar haha



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Já sentia o álcool no meu sangue, era fraca para bebida e as duas caipirinhas caprichadas de morango preparadas pelo Lorenzo – que era um ótimo (e gostoso) bartender por sinal - foram o suficiente para me deixar bem soltinha. Me levantei da mesa para ter uma visão melhor dele preparando alguma outra bebida atrás do balcão. 

Amanda que me perdoe, mas ela era a última coisa em que eu pensava naquele momento. Todo meu cérebro estava empenhado em observar aquele músico gatíssimo se movimentando de um lado ao outro do balcão - a melhor parte do show era quando ele se esticava para alcançar alguma garrafa nas prateleiras altas e sua camiseta branca subia o suficiente para evidenciar uma parte do abdômen definido. Pode ser a bebida falando, mas os movimentos das suas mãos fazendo o drink deviam ser considerados sexuais. 

— Quer aprender a fazer sex on the beach, Dudinha? - fixou seus olhos em mim, se divertindo com o fato de eu o estar encarando. Ainda que mais sóbrio que eu, o álcool era evidente em sua voz, mais rouca que o normal. 

Eu ri, vermelha, antes de responder. Estava mais interessada na parte do sex do que na bebida. 

— Se quero... - respondi com entusiasmo, enebriada pelo álcool, desviei meu olhar do seu abdômen para seus olhos algumas vezes. 

Ele fez sinal com a mão (e que mão...) para que eu passasse para o lado de dentro do balcão com ele. Bastou me aproximar para que encaixasse o braço livre na minha cintura, continuando a fazer o drink com a outra. Ele me explicava cada coisa que estava fazendo, tentando me ensinar, mas eu não conseguia ser boa aluna distraída com a expectativa de estar cada vez mais colada ao seu corpo. 

— Prontinho, madame – deixei escapar um suspiro de decepção quando ele se afastou de mim para entregar o copo - tome e me diga se está aprovado. 

Levei o copo fundo aos lábios, sem tirar os olhos do loiro na minha frente, a combinação de excesso de distração e falta de precisão nos movimentos me fez derramar uma quantidade considerável do drink no meu cropped, devido ao decote, boa parte escorreu para o espaço entre os meus seios. 

— Puta que pariu! - exclamei dando um saltinho para trás e colocando o copo de volta no balcão. 

Lorenzo se apressou em pegar um guardanapo para ajudar a me secar e antes que eu conseguisse raciocinar senti suas mãos se aproximando do meu decote. Inicialmente não existia malicia no ato, sua mente bêbada não viu problemas em esfregar um pedaço de papel perto dos seios de uma garota doidinha por ele. Senti meu corpo esquentar quando as pontas dos seus dedos encostaram em mim por engano, ele percebeu, por que logo o guardanapo estava no chão e ele olhava maliciosamente no fundo dos meus olhos. 

Me contive sem desviar o olhar, a imagem de Amanda decepcionada me encarando se formou na minha cabeça por breves segundos, mas assim que senti a mão direita se firmar em minha cintura e a esquerda se recostar na lateral do meu pescoço tudo que não era aquela sensação gostosa virou uma nuvem e se dissipou. 

A boca carnuda do Lorenzo era definitivamente melhor que qualquer sex on the beach – tinha feito uma bela troca quando derrubei o drink. Não sabia se devia me concentrar no beijo ou no toque ao mesmo tempo macio e brusco das mãos do garoto que deslizavam pelo meu corpo inteiro. Era tudo incrivelmente intenso, não demorei para buscar sentir a definição por cima da camiseta. Caralho eu precisava ver aquele homem sem camisa... 

Seus lábios se distanciaram dos meus só por tempo suficiente para me erguer e colocar sentada no balcão. O beijo ficava cada vez mais preenchido por desejo de ambas as partes, se tornando mais acelerado, ele tecia a mão pelas minhas coxas querendo algo além e eu o puxava para perto pedindo por mais. Tudo estava maravilhosamente bom até que o celular dele começou a tocar, me assustei com o barulho súbito. Nos distanciamos um pouco para que ele tirasse o aparelho do bolso e o nome que pulou na tela me puxou para a realidade: Amanda. 

O que eu tava fazendo? Podia não ser o melhor momento da minha amizade com ela, mas Amanda não merecia aquilo. Mesmo que os dois tivessem terminado, uma semana era muito pouco tempo para estar se atracando com a amiga da ex-namorada. Por mais que meu corpo pedisse para continuar exatamente da onde havia parado, minha razão - que começava a se recuperar da bebida - gritava para sair daquela situação antes que a tentação fosse grande demais. 

Lorenzo apenas recusou a chamada e estava pronto para continuar como se nada tivesse acontecido, suas mãos já vinham em minha direção, mas eu desci do balcão e meu semblante foi o suficiente para ele perceber que a missão havia sido abortada. 

— Tem algo errado, Duda? - questionou enquanto recuava, de forma sincera  

Eu sei que aquilo era sério, mas minha vontade foi de dar risada. Como ele não via nada de errado na ex recentíssima dele, que ainda era minha amiga, ter ligado de madrugada no meio do nosso beijo? Deixei escapar um semi sorriso inconformado e respondi enquanto buscava minha bolsa. 

— O que fizemos aqui não deveria ter acontecido e eu não sei como você não vê problema nisso... 

Ele me encarou, transparecendo um pouco de decepção e puxou o celular novamente do bolso. 

— Eu te disse que não tô mais com a Amanda – minha expressão evidenciava que aquilo não era motivo o suficiente, o que o encorajou a prosseguir - Ah, Duda... Você sabe que sempre rolou a maior tensão sexual entre a gente, e o jeito que você tava me olhando – ele mordeu o lábio - não deu pra resistir. 

Não deixa de ser verdade que já rolou um clima entre a gente algumas vezes antes, mas poxa, isso é coisa que se fale para a amiga da sua ex-namorada uma semana depois do término? Aquilo ainda tava muito estranho para mim, precisava ir pra casa! Respondi aos comentários com um suspiro enquanto colocava minha bolsa no ombro. 

— Tudo que eu sei agora, Lorenzo, é que já tá tarde e preciso da minha cama. 

Ele riu, declarando derrota, e começou a mexer no celular, desviando o olhar só para me responder. 

— Como preferir, madame, tô pedindo um Uber pra gente. 

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Finalmente cheguei no meu prédio! A viagem foi, no mínimo, desconfortável. Sentei o mais distante possível do Lorenzo, não só por que estava irritada com a situação, mas também para fugir da vontade que ainda tinha de continuar aquele beijo. 

Já passava das uma da manhã, logo não tinha perigo de encontrar André, o síndico. Entrei no meu quarto e finalmente pude relaxar. Tudo que eu precisava agora era de um banho e uma boa noite de sono, no dia seguinte iria lidar com meus problemas, como sempre fazia. 

—------------------------- 

Acordei assustada com batidas fortes na minha porta. Olhei para o relógio na minha escrivaninha – era 9 da manhã. As pancadas não foram o suficiente, logo fui agraciada com o síndico berrando meu nome e exigindo que eu abrisse a porta nos próximos 5 segundos ou ele mesmo usaria sua chave mestra. 

Xinguei mentalmente aquele velho amargurado e coloquei um roupão por cima do pijama para abrir a porta ainda com a maior cara de ressaca. Antes que eu pudesse dizer qualquer palavra, ele me interrompeu. 

— Vou ser bem direto. Um homem veio aqui mais cedo muito interessado no seu apartamento. Ele está disposto a pagar o aluguel reajustado e não é um fracassado caloteiro como você. 

Ele parecia se deliciar com minha cara que mudava rapidamente de sono para desespero. O aluguel reajustado era 15% maior que o que eu pagava, tinha penado em convencer o síndico a não aumentar o valor para mim – mas consegui justamente por que era muito difícil encontrar interessados em alugar naquele prédio mal localizado. Como assim do nada apareceu alguém assim tão interessado no meu apartamento? Justo quando estava resolvendo minha questão financeira. 

— Não é possível, André! Eu juro para você que vou quitar tudo que tô devendo até o fim do mês, fiz um trabalho ótimo ontem pensando nisso. - só faltava eu implorar de joelhos agora, por mais que odiasse aquele homem eu não podia perdeu minha casa. 

André olhou bem nos meus olhos e quase deu risada. 

— Dá pra ver na sua cara o quanto você trabalhou, garotinha - me olhou de cima a baixo e tudo que senti foi nojo - A situação é simples, ou você me paga o aluguel atrasado até amanhã e as próximas parcelas ficam reajustadas, ou vaza e libera o apartamento pro próximo inquilino. 

Não tive nem como questionar, logo ele fechou a porta na minha cara. A grana de ontem era boa mas nem de longe o suficiente, ainda era começo de mês afinal, meu planejamento era ter o dinheiro contado até dia 30, mas sem chances de pagar tudo amanhã. Puta que pariu, eu tava ferrada!  


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar um comentário! Eles me motivam muito e me ajudam a continuar escrevendo :)
Beijos e até o próximo capítulo, estamos chegando na trama da sinopse.



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