Uzumaki Ahmya Shinden: Livro do Sol Nascente escrita por Hannah


Capítulo 24
Akai ito: o fio vermelho do destino (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Azume tinha vantagem na batalha contra o desconhecido dotado do jutsu de teletransporte que apareceu em seu caminho, até que algo inesperado fez o coração da médica temer. Quando a correntes adamantinas da poderosa técnica de selamento do clã Uzumaki tocaram o corpo do inimigo, foram bloqueadas e o jutsu desfeito.



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‘As correntes adamantinas… falharam?!’

Absolutamente incrédula, Azumi tomava consciência de que um dos ninjutsus mais poderosos de seu clã não surtiu qualquer efeito contra o inimigo que enfrentava.

Ela sentiu seu corpo paralisar com o choque, quando concluiu a razão do fracasso de seu ataque. Mesmo não sendo eficiente, seu último jutsu a trouxe uma revelação assustadora. 

A resposta para o fracasso de sua técnica estava dentro do corpo do inimigo.

‘Esse padrão de chakra… essa técnica…’

O coração de Azume comprimia-se e sua mente parecia girar. 

“O selo proibido da maldição individual?!” o espanto da Uzumaki foi cuspido em palavras antes que ela percebesse.

Aquele homem não poderia ser selado. Ele já carregava um selo que, entre outras coisas, impedia que qualquer outro penetrasse seu corpo.

O inimigo se aproveitou da abertura para fazer um ataque. Em um salto, ele segurou Azumi pelo pescoço e a empurrou contra uma árvore.

A força do oponente era sobrehumana e se Azumi não tivesse concentrado chakra na região de seu pescoço no último segundo, sua garganta teria sido esmagada.

“Como você conhece esse jutsu?!” o inimigo segurava o corpo suspenso da Uzumaki contra o tronco da árvore. Sua voz revelava um ódio intenso e sombrio.

Azumi tinha dificuldade para respirar. 

O abalo emocional de encontrar aquele selo no corpo daquele homem, o chakra que emanava da parte não Uchiha que o compunha, inundaram a mente da médica com imagens de recorrentes pesadelos.

‘Como?! Eu sou a única pessoa viva que conhece esse selo.’

Azumi procurou afastar os fantasmas e dúvidas de sua mente e pensar objetivamente.

Ela não podia perder aquela luta.

O homem que pressionava seu pescoço era a pessoa mais forte com quem ela já havia se deparado. Ele era uma ameaça para Ahmya, para Nagato... talvez fosse mais perigoso que as pessoas que, neste momento, aguardavam os líderes da Akatsuki em uma emboscada.

A médica começou a mover o braço direito em direção aos próprios lábios. Uma invocação era sua última carta na manga.

Com um movimento rápido e antecipando a intenção de sua oponente, o inimigo segurou o braço de Azumi. 

"Você não vai fazer isso"

Com o anúncio sombrio e desprovido de emoções, o inimigo pressionou o antebraço da mulher e  quebrou seu rádio, provocando uma fratura exposta.

"Argh!!" ela gemeu com a dor.

Com ossos atravessando a pele e parte dos tendões rompidos, o braço direito de Azumi caiu encapacitado.

“Responda!" o homem vociferou "Como você conhece esse selo?!”.

A menção ao selo fez com que a mente de Azumi fosse dominada pelos fragmentos de imagens e sensações que ela não era capaz de compreender mais uma vez. 

A resposta que veio a seguir talvez tivesse mais o propósito esclarecer as interrogações que perturbavam os pensamentos da médica do que obedecer à ordem se seu inquisitor.

“Mi-minha mãe desenvolveu esse jutsu”

Com suas próprias palavras, uma grande carga de memórias que até então Azumi nem sabia existir, bombardearam seus pensamentos. Imagens dos pesadelos que há anos perturbavam o seu sono foram trazidas à luz, revelando-se como recortes de uma realidade esquecida.

***

 

Aconteceu há quase cinco anos.

"Eu sei  que Uzumaki Fumiko te ensinou tudo o que ela sabia. Eu estive nas memórias dela, antes de matá-la".

Anos atrás um velho Uchiha procurou Azumi. Ele buscava a última descendente de Uzumaki Fumiko. 

O velho parecia conhecer em detalhes os jutsus criados por sua mãe. E tinha uma missão para a única Uzumaki viva que conhecia o legado de Fumiko. 

Azumi interceptou o desconhecido que se Identificou como Uchiha Madara do lado de fora de sua casa. Mas seu bebê ainda estava dentro, dormindo em seu quarto. 

O velho falou algo sobre ir atrás de um Uzumaki e coincidentemente encontrar outro membro do clã que procurava há anos. 

Antes que Azumi pudesse expulsar o intruso da sua propriedade, uma figura humanóide branca se juntou aos outros outros dois no quintal. Ele tinha Ahmya nos braços. 

Madara ordenou à mãe que executasse uma tarefa terrível em troca da vida de sua criança. 

Azumi aceitou a proposta, desde que ela e seu bebê fossem protegidas daqueles dois pelo selo da palavra amaldiçoada. 

Depois disso, a médica deslocou-se até a Névoa e realizou um ritual, selando demônio de três caudas no corpo de uma menina da vila da Folha. 

O selo da maldição individual, uma das criações mais cruéis de Fumiko, foi usado na garota com o objetivo de conceder ao usuário o controle sobre o corpo da nova jinchuuriki. 

Segundo o plano, alguns shinobis da Névoa devolveriam a garota para sua aldeia e o selo que aprisionava o demônio em seu corpo seria liberado assim que a menina retornasse para sua casa. Como resultado, a fera seria libertada no interior de Konoha para destruir a vila. 

Azumi acompanhou o resgate da menina por seus compatriotas à distância, mas a jovem kunoichi morreu antes de chegar ao destino planejado. 

Uma única criança Uchiha matou dezenas de shinobis da Névoa que escoltavam a menina sequestrada. 

Antes de ser percebida pelo inimigo furioso, a Uzumaki fugiu de volta para o seu país. 

Azumi relatou o acontecido a Madara temendo algum tipo de retaliação pelo fracasso da missão. 

Mas o homem que a chantageava pareceu surpreendentemente satisfeito com o resultado. 

Ele comentou algo sobre o desfecho da missão ter sido ainda melhor do que o que esperava e garantiu que, em função disso, nunca mais se aproximaria daquela mulher e de sua filha. Mas exigiu que a médica permitisse o permitisse usar seu Sharingan para apagar as memórias dela sobre aquele dia. 

No fim, mãe e filha estariam protegidas dos outros dois pelo selo da palavra amaldiçoada. Uma técnica que paralisaria os corpos deles caso chegassem perto do chakra de Ahmya e Azumi. 

Já Madara e seu companheiro seriam preservados pelo esquecimento.

Mas... mesmo o mais poderoso Sharingan tem como ponto fraco a mesma coisa que o permite despertar, fortes emoções. 

Com aquele gatilho, o contato com o chakra que o velho não conseguiu apagar da mente de Azumi, suas memórias estavam de volta.

***

Mais uma vez Azumi sentiu seu pescoço fisgar com a força da mão do homem que o apertava. 

Ele carregava o mesmo chakra que a coisa branca e o velho que ameaçaram sua filha. E também parecia portar a mesma escuridão que se manifestava na alma de Uchiha Madara.

“Em quem você usou o Selo da Maldição Individual?!” a voz do homem ainda era sombria e raivosa. Mas agora, não conseguia disfarçar a dor.

“U-uma garota da Folha…” Azumi não sabia porque revelava aquelas informações. 

Talvez ela deduzisse que sua vida estava próxima do fim e precisava compartilhar com a última pessoa que veria antes de morrer, a página  mais sombria de sua história. 

“Eu a fiz.. cofffcoff.. eu a fiz jinchuuriki do…” com o enforcamento a mulher não era capaz de concluir sua confissão. 

Mas aquele homem parecia já conhecer a história e reduziu a pressão de sua mão em torno do pescoço da outra, como se tivesse interesse em confirmar algo.

Algo que Azumi também tinha interesse em confirmar, o ponto no qual suas vidas se cruzaram pela primeira vez.

“Vo… você é o garoto que matou os shinobi da Névoa cinco anos atrás...”

O oponente não respondeu. Em lugar disso seu chakra pareceu personificar todo o ódio que poderia ser gerado por este mundo. 

Naquele momento ambos tomavam consciência da confirmação de suas hipóteses.

“Eu te procurei por todos os cantos do mundo!” com o anuncio sombrio, uma espécie de estaca rústica de madeira surgiu da palma da mão do homem e atravessou o peito de Azumi, dilacerando seus órgãos vitais.

“Uargh!!!!”

A dor e agonia, finalmente fizeram com que Azumi abrisse os olhos para encarar seu algoz.

Havia uma massa branca em espiral cobrindo o rosto do homem que ainda suspendia a Uzumaki pelo pescoço.

“Isso não acaba aqui. Eu irei atrás de sua preciosa filha e mostrei a ela o mesmo inferno que você me mostrou” ele rosnou.

O homem arrancou a estaca de madeira usada como arma do corpo da médica, deixando um buraco no peito dela.

Azumi tossiu sangue, uma fina corrente de lágrimas escorreu pelo seu rosto. 

Ela já não conseguia mais falar. Não pelos ferimentos, mas pela profunda dor que dominava seu espírito naquele momento. 

Mas aquele homem ainda não estava satisfeito. A espiral branca que cobria seu rosto afastou-se como se fosse formada por tentáculos que se abriam. E revelou o rosto de um jovem que ainda vivenciava a última fase da adolescência. Parte deste rosto era marcado por cicatrizes e sua expressão era profundamente infeliz.

“O destino é algo curioso..." 

Ele tinha uma nova voz, agora característica de um garoto que não passava dos dezoito anos. 

"... Eu fui até a sua casa com o propósito de apresentar o desespero ao Nagato. Minha intenção era matar a sua criança e o Yahiko. Mas você me interrompeu naquele dia. E hoje, por seu próprio curso, o destino apresentará a podridão deste mundo ao Nagato e colocou no meu caminho a pessoa responsável por meu próprio desespero”.

O jovem Uchiha abriu sua mão, soltando o pescoço da vítima de sua vingança.

Azumi caiu no chão agonizando. E a espiral branca recobriu o rosto do inimigo, enquanto ele se afastava alguns passos

“Nag.. Nagato...” 

Lágrimas e sangue misturavam-se no chão sob o rosto da mulher.

“Nagato não pode salvá-la. Ele virá a mim de bom grado e se tornará o meu mais fiel seguidor”

As palavras proferidas como o último ato de crueldade de seu algoz não foram ouvidas por Azumi. 

O suspiro manifestado como um nome não era um pedido de ajuda, mas uma despedida.

"Qando nos encontrarmos amanhã, estaremos vivendo em um novo mundo. Um mundo pelo qual eu quero caminhar ao seu lado. Um mundo no qual eu poderei ser o pai que a Ahmya-chan vê em mim."

O campo de visão de Azumi escurecia, enquanto o corpo de seu assassino era sugado por um ponto negro.

No final, a médica não conseguiu salvar seus amigos. Eles jamais veriam vigorar o sonho compartilhado de paz.

Ela nem mesmo teve a chance de dizer ao homem que amava que uma vida juntos também era um sonho compartilhado.

Em seu último suspiro, Azumi desejou que ao menos seus esforços para manter Ahmya segura tivessem sido suficientes.


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