Uzumaki Ahmya Shinden: Livro do Sol Nascente escrita por Hannah


Capítulo 12
O louva-deus de sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Azumi foi traida pelo companheiro que tentava salvar. Tatsuo ameaça mais de uma vida, mas Takashi finalmente os alcança. Shisui corre contra o tempo para encontrar o pai, ele teme que Takashi tome um caminho sem volta rumo à escuridão.



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‘Jutsu de selamento… astuto, mas meio óbvio.’ 

Azumi sorriu, seus cálculos foram corretos. Takashi estava de pé, pouco menos de dois metros à sua frente. 

Tatsuo foi paralisado antes de derramar uma única gota de sangue da kunoichi a quem tinha de refém. 

Takashi usava o sharingan, então a essa altura, já sabia que Azumi carregava seu filho no ventre.

“Você sabe por que eu estou aqui.” a voz de Takashi era sombria e suas palavras dirigidas à mulher, um veredito “Você mesma decidiu que fosse assim”.

O Uchiha não demonstrava um único sinal de fraqueza, sua face não expressava qualquer abalo.

Ele estava mesmo decidido e para Azumi aquele adeus seria mais doloroso do que pudera imaginar. 

Eles não eram mais iguais, ela se tornara coisa outra vez. A coisa que seu oposto pretendia eliminar. 

Ainda assim, ela não esperava uma ação tão covarde e indigna como a que se seguiu.

Comandado pelo efeito do genjutsu, Tatsuo afastou sua kunai do abdome de Azumi e, em um golpe rápido, levantou-a horizontalmente rasgando o pescoço da kunoichi. 

O corpo da mulher desapareceu instantaneamente.

“Jutsu de invocação! Louva-deus de sacrifício” Azumi estava a um metro da árvore na qual subiu um pouco antes.

Ela pousou no chão no momento exato em que seu clone desapareceu. 

Agora sustentava-se sobre um dos joelhos, com a palma aberta da mão direita esticada sobre o chão. 

Suas pálpebras fechadas aumentavam o contraste entre o vermelho de seus cabelos e as manchas esverdeadas ao redor de seus olhos. 

Ainda antes de sua própria presença ser notada, um louva-deus do tamanho de um urso cravou sua garra em forma de foice nas costas de Tatsuo, atravessando-a para fora do peito. 

Na mesma posição em que pousou no chão, Azumi voltou seu rosto para a direção de Takashi, seus olhos ainda fechados. 

Ele havia desativado o selo que bloqueava a percepção de seu chakra antes de ativar o sharingan. 

“Não vou matá-lo na frente do seu seu filho. Mas seus dias de shinobi acabam aqui. Não somos mais iguais”. 

***

 

Seguir Takashi sem conseguir rastreá-lo pelo chakra, não foi uma tarefa fácil.

‘Se eu ao menos já tivesse despertado o sharingan…’

Mas este não era o caso. Sem ver ou sentir o pai, Shisui precisou segui-lo orientando-se pelas pistas de sua trajetória displicentemente deixadas pelo caminho.

Enquanto corria ele se lembrava da discussão entre seus pais. 

Tomar o lugar, proteger a todos… poder. Essas palavras esbarravam-se em sua mente. 

Sem que esperasse por isso, Shisui voltou a sentir o chakra do pai. Takashi havia seguido o ninja sensorial que Fugaku mencionou, era a única conclusão possível. 

E se ele não estava mais bloqueando a percepção de chakra… só poderia ser por uma razão, eles já haviam se encontrado. 

O menino investiu toda sua energia e aumentou sua velocidade. Mas ainda estava a alguns metros do local. 

‘Eu preciso chegar a tempo…’

***

Em um salto, Azumi se projetou no ar em direção a Takashi. Com o braço direito esticado e a mão estendida segurando uma kunai, ela mirava seu oponente. 

A kunoichi tinha os dedos da mão esquerda discretamente posicionados ao lado da coxa. Ela sinalizou rapidamente o número quatro e, em seguida, o número dois para o grande louva-deus posicionado diante do corpo sem vida que uma vez fora um ninja da Pedra. 

A essa velocidade qualquer um que não possuísse um sharingan morreria antes de perceber pelo que foi atacado. 

Mas esse não era o caso de Takashi, ele também tinha se preparado para enfrentar essa inimiga. 

Mesmo abismado pela astúcia da mulher, ele arremessou com uma só mão quatro kunais retiradas da bolsa já posicionadas entre seus dedos e saltou para trás. 

A mão direita do jounin segurava uma daito em posição de defesa à frente de seu peito, protegendo os pontos vitais da parte superior de seu corpo. 

Azumi era uma ninja médica e ele sabia em que pontos pederia esperar um ataque. Takashi usaria essa pequena vantagem para contra atacar. 

O salto de Azumi durou pouco mais de um segundo. 

Mas, a poucos centímetros de encostar-se nas kunais lançadas pelo oponente, ela foi substituída por seu louva-deus de invocação. 

As armas bateram na dura carapaça do inseto e, sem efeito algum, caíram no chão. 

Com sua longa garra, a fera alcançou com facilidade a parte inferior e desprotegida do corpo de Takashi, arrancando uma de suas pernas. 

“Paaaaaaaaaaaai!!!!” 

***

 

Com o coração palpitando e uma sensação de temor cada vez mais intensa corroendo sua mente e corpo, Shisui correu o mais rápido que podia.

Nem sua preocupação, nem seu empenho foram suficientes. 

Quando chegou perto o bastante para conseguir enxergar nitidamente seu pai, um louva-deus gigante projetava-se no ar sobre Takashi e, em um único golpe, arrancou a perna esquerda do jounin. 

Foi como se o horror e o inesperado daquela cena tivessem tomado o controle do corpo de Shisui.

Ele agiu instintivamente. 

Nem em seus piores pesadelos era aquilo que esperava encontrar. 

Shisui saiu de casa na expectativa de parar seu pai, de trazê-lo de volta para o caminho sensato que a mãe indicou. 

Mas agora Takashi estava abatido, prestes a ser morto, talvez devorado, pela fera ameaçadora à sua frente. 

Enquanto corria em direção ao pai, com o canto dos olhos, o menino percebeu a presença de uma mulher a alguns metros de distância. Não havia tempo para se preocupar com ela. 

‘Uma coisa de cada vez.’ ele disse a si mesmo, limpando rapidamente sua mente de quaisquer sentimentos ou pensamentos que não fossem a proteção de seu pai.

Agora não importava o que seu Takashi fazia ali, ou quem era aquela mulher. Shisui não deixaria seu pai morrer. 

Era para proteger aqueles que amava a razão e fonte de seu poder. 

O corpo do garoto latejava, sua cabeça zunia, uma ardência intensa percorria a região de sua nuca até os olhos.

O pequeno Uchiha projetou-se sobre seu pai. 

Seu sangue fervia, a dor nos seus olhos beirava o insuportável… 

Ele agarrou o adulto pelo tronco e, com toda sua força e técnica, saltou mais longo que pode, retirando o pai das garras do louva-deus. 

Mas algo estava errado…

Quando pousou com o pai de volta ao chão, todo o campo de visão de Shisui estava vermelho. 

‘Sharingan?!’ 

Não havia tempo para pensar sobre isso, esse poder seria útil e ele iria precisar.

O menino virou-se para os inimigos tentando analisar a situação. 

Com esses olhos podia seguir seus movimentos com precisão, o louva-deus ainda os ameaçava, mas Shisui sabia que seu alvo deveria ser a mulher e ela caminhava  em sua direção.

Shisui ainda analisava seu plano de ataque quando a mulher o dirigiu um olhar infeliz. Ela tinha estranhas manchas esverdeadas ao redor dos olhos que logo desapareceram.

“Eu sinto muito que você tenha visto isso” ela falou parecendo honesta e se voltou para o grande louva-deus “Midori, já terminamos aqui. Vamos embora”

A mulher de cabelos vermelhos subiu no dorso do inseto e levantou voo. Saindo por cima da copa das árvores. 

Com seu sharingan, Shisui pode ver o chakra dos inimigos através dos galhos e árvores. Servindo como montaria para a kunoichi, o inseto gigante tomou a direção sul. 

“Shi… Shisui” a voz esganiçada de Takashi quase tornava possível que o menino compartilhasse a dor ocasionada pela amputação da perna de seu pai. 

Isso retirou Shisui de seus pensamentos. Ele estava ali para proteger o pai e era isso que iria fazer. 

O menino se agachou, virando-se para Takashi. Enquanto se abaixava, tirou uma atadura de sua bolsa e a amarrou em torno do toco que se tornara a perna de seu pai, acima do lugar onde deveria haver um joelho.

“Shisui.” A voz de Takashi era firme, como se repreendesse o filho “sem testemunhas”. 

‘As mesmas palavras de Fugaku-sama…’

Aquela frase atravessou o coração de Shisui como uma estaca de gelo 

“Mas.. pai... o senhor…” 

Ele não queria que o pai repetisse, estava ali para salvá-lo e nada mais. Mas Takashi o interrompeu assim mesmo.

“Aquela mulher precisa morrer, custe o que custar” a voz do adulto era ainda mais dura que as palavras. 

A ordem de Takashi chegou ao menino como se toda a escuridão do mundo tentasse o devorar. 

Mas era uma ordem e vinha de seu pai. Não havia escolha, matar aquela mulher era a proteção que seu Takashi solicitava.

“Sim, senhor” Shisui assentiu com a cabeça. Levantou-se e partiu.


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