A sorte de um amor tranquilo escrita por Helen


Capítulo 1
Único.




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a sorte de um amor tranquilo

um amor sóbrio, menino

que te acompanha pelos dias

como sua própria essência.

 

não te desnorteia os sentidos -

pelo contrário,

te faz cada vez mais focado,

te aguça a inteligência.

um amor meramente inexplicável,

uma chance dada racionalmente,

uma convivência construída

um amor que não se sente

(vive-se)

uma bossa melosa,

uma conversa contagiosa,

"quiet nights of quiet stars

quiet chords from my guitar

flowing on the silence

that surround us"

como a vida, um pouco de tudo -

das maiores tolices às sublimes inspirações.

do hades às celestiais nuvens.

e as coisas se misturam, fluindo,

e um rio constante vem surgindo.

preferia que me sentisse

do que tivesse que me imaginar.

você é como eu,

e ainda assim, tão diferente.

você me entende

antes mesmo que eu me entenda

meu coração não tem grandes ambições,

com as coisas mais simples me satisfaço.

um gato perseguindo meus dedos -

não há nada maior do que essa alegria.

a alegria das coisas mais ínfimas

são a essas alegrias que me apego.

você sempre parece ter tanta certeza,

como se soubesse de todas as coisas do mundo.

e eu que nunca sei de muita coisa

confio que, bem, vale a pena te dar carta branca.

cada tijolo das palavras que falas comigo

constroem sobre rochas amores verdadeiros

e sinceramente tão tagarelas e risonhos

que a tristeza de uma falsa alegria se converte em felicidade genuína.

de todas as palavras que falam meu coração

teu nome é a mais linda delas

pois ecoa como um sonho,

uma promessa cumprida,

como uma sensação bêbada

um sono que não vem,

pois os olhos agarram-se ao encontro das almas

sinto que não te conheço - como te conheceria?

tuas camadas excitam-me os sentidos

me fazem querer ser viva.

se teus olhos me olhassem,

o que eu faria?

se nas coisas que eu te sinto

despenco do meu conforto.

se meus olhos te olhassem,

o que você faria?

se tivesse qualquer coisa de selvagem

selvagem pra mim demonstraria?

rebeldia domesticada

esta coleira em cães do mato

não sei o que pensam que a ti fizeram

mas teu equilíbrio me contagia

me faz querer viver

me faz querer viver

me faz querer viver

eu quero continuar sentindo alguma coisa.

mas de todas as coisas, é a ti que quero sentir.

pois todos os dias da minha vida

seriam mais suportáveis junto de ti.

e nesta manhã que se levanta novamente

depois de horas de repouso e cansaço

escrevo aqui no meu espaço

esse complexo poema da minha mente

que teima, teima,

de se achegar a ti novamente.

você é bonito.

das coisas mais lindas que já pude ver na vida.

obrigada por existir.


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