Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Seguindo mais um pouco dessa introdução.



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— Obrigado. – Harry agradeceu quando Sofia lhe deu uma xicara bem cheia de café.

 

[Apartamento de Sofia – duas horas atrás]

 

 

— Temos que conversar. – Dizia o homem sentado.

 

— Como foi que você entrou aqui? – A respiração dela começou a acelerar enquanto lembrava dos eventos que resultaram na presença desse homem em seu apartamento.

 

— Não se desespere. Eu estou do seu lado. – Ele erguia as mãos como um sinal de rendição. – Veja bem. O que aconteceu está noite foi bem real e nada aleatório. Aquele Draugr veio para te matar, agora é necessário que vo...

 

— TEMPO!! – Ela o interrompeu. – Você vem na minha casa, invade e não fica quieto mesmo depois de uma noite dessas. – Ela se sentou no sofá ainda nervosa. – Começa de novo. E vai devagar, pode se apresentar de novo? – Apesar de ser muito esquisito, aquele homem salvou a vida dela, matou o monstro e era a única coisa que parecia real em toda aquela história.

 

— Tudo bem, vamos devagar. Eu sou Harry Peterson, você é como eu. Uma caçadora ou como aquela criatura disse, criança de Ullr. – Ela continuava confusa. – Nossa missão é proteger o mundo dessas coisas, aquele sabia quem você era, ou seja, você já ascendeu e alguém conectado a eles soube.

 

— Como assim ascendi? – Ainda lhe custava dar certo crédito a toda essa história, mas ainda precisava disso para não enlouquecer.

 

— Uma tatuagem que você não fez apareceu. Braço, costa, barriga... Onde foi? E nem tente me enganar mocinha. Já fiz isso muitas vezes. – Os olhos dele eram castanhos e parecia que estavam se esvaindo, era um tipo de olhar que um professor faria para um aluno birrento. Sem demorar muito ela colocou o dedo na coxa esquerda. – Nossa. É bem escondido, quem viu deve ser alguém próximo. – Ele pareceu pensar por alguns instantes. – Mas esse não é o foco. A questão agora é que você está pronta. – Ele tirou um pequeno livro do bolso. – Minha missão é treinar você junto da nova geração de Caçadores. Então você vai precisar vir comigo.

 

— Como é? – Ela perguntou retoricamente. – Eu devo supostamente ir com você para onde? E para treinar para lutar com o monstro! Eu sou uma enfermeira e não um soldado.

 

— Mocinha eu já ouvi esse teatrinho varias e varias vezes. Eu não estou pedindo para abandonar sua vida totalmente. Apenas que você dedique mais esforços para essa que é a sua causa de nascença ao invés de outras coisas. Você precisa fazer a diferença.

 

— Eu já faço a diferença no meu trabalho. – Ela respondeu irritada. – Você não pode me pedir para largar tudo e entrar em alguma cruzada maluca.

 

— É exatamente o que estou pedindo. – Ele então mudou seu tom. Agora era muito mais sério e sombrio do que alguns momentos atrás. – Se eu tivesse negado o meu chamado, você estaria morta agora. Assim como inúmeras pessoas. – Ele parou de falar levando as mãos as têmporas. – Faça o seguinte. Faça um café por favor e depois eu vou te contar uma coisa que eu não deveria, mas, dadas as circunstancias eu vou quebrar a regra.

 

— E o que exatamente você vai fazer que vai me convencer? – Perguntou receosa.

 

— Vou te contar a verdade sobre a sua mãe.

 

Depois daquela frase o tempo passou em câmera lenta para Sofia. Como assim verdade? O que faltava para ela saber sobre sua mãe? A mulher que a criou, ensinou, amou. O que a mãe dela iria ter em comum com toda essa loucura e esse homem?
A hora passou, Sofia tomou banho e se trocou, voltou pra fazer o café demoradamente até criar coragem de finalizar e sentar-se para ouvir o que viesse.


 

[Presente]

 

 

— Nada melhor do que um desses pela manhã. – Ele falou sorrindo ainda com a caneca em mãos.

 

— E quanto a aquela história? – Ela perguntou cruzando os braços. Enquanto ele virava a caneca.

 

— Trato é trato. – Ele respondeu depois de terminar. - Sua mãe era como nós. Uma caçadora, a melhor da nossa geração, extremamente eficiente em matar aquelas coisas sem hesitar. Eu e ela treinamos na mesma mansão que eu devo treinar você e os outros caçadores.
Tivemos missões boas, missões ruins, missões péssimas. Mas, sua mãe não tinha a mesma paixão em salvar o mundo que eu tinha. Ela queria uma vida normal, família, casa, uma vida estável e aí ela falou com o ancião. Claro que ele permitiu que ela se fosse, até fez tudo de uma forma que ela ficasse invisível para as criaturas e outros inimigos, mesmo em todo o universo ninguém a iria ver. – Ele fez uma pausa sombria. – Estávamos errados! Demorou é fato, mas o fato é que ela foi morta realmente, não por causa do câncer, mas por uma magia, algo que veio para cá com o intuito de parasitar nela e mata-la por ser uma caçadora e por estar desprotegida, sem grupo, sem discípulo... E tudo para chegarmos depois e ver que era tarde demais.
Não me entenda mal por favor, mas, tente entender que se ela não tivesse desviado do caminho, ela ainda estaria viva.

 

— Você tem alguma prova ou garantia disso tudo? – Sofia não podia facilitar pra ele, mas uma prova física seria muito melhor do que histórias.

 

— Claro que eu tenho. – Ele então tirou uma foto do casaco. – Da esquerda para a direita somos eu, Sadjenza, CHuck, sua mãe, Felicia, Kenya, Natalie e Tony.  Essa foi a nossa geração. – a foto estava bem gasta e um pouco amassada, mas, ainda sim eu podia ver minha mãe junto daqueles estranhos, todos usando roupas parecidas e sorrindo com pose de conquistadores sobre o que só poderia ser classificado como Lobo Versão Jumbo. Os quatro em cima dele e ainda havia espaço.

 

— Como é que as pessoas não sabem da existência desses tipos de criaturas? A de ontem fez um estrago bruto e essa da foto é absurda, como isso é segredo? – perguntou incrédula.

 

— Há pessoas que sabem é claro, mas, sempre tomamos muito cuidado e somos muito bem treinados para nunca causar vexame ou deixar vestígios. É isso que eu planejo te ensinar se me permitir. – Ele falou como agora.

 

— E quanto tempo tenho para me decidir?

 

— Agora! Nós iremos precisar sair daqui. Você foi exposta e essas pessoas nunca param. Faça uma mala e eu voltarei para te buscar hoje a noite, iremos para a mansão do sul onde há outros dois discípulos já em treinamento.

 

— Espera. Eu não posso deixar toda a minha vida assim. – Os olhos dela estavam lacrimejando.

 

— Não vai deixar sua vida, mas vai ter de ficar de férias dela por um tempo. É o necessário para ajudar o mundo e também para proteger as pessoas que estão próximas de você.

 

— Mas... – Ela desistiu da frase quando viu que ele deu as costas.

 

— Sete horas. Eu estarei lá embaixo. – Ele abriu a porta e deu uma ultima olhada para ela. – Não se atrase! – Após isso ele partiu.

 

Sofia não sabia exatamente o que ela faria, mas naquela hora só uma coisa veio a cabeça. Ela foi para o quarto, se deitou e dormiu, dormiu pesado e com direito a quantos sonhos fossem possíveis, seu corpo estava pedindo para descansar e pela primeira vez em algum tempo ela finalmente ouviu o pedido.

 

 


[apartamento de Sofia 18:54]

 

 

 

 

 As malas dela estavam feitas, três malas no total com diversos itens entre roupas, utensílios, cama e banho, coisas pessoais e até alguns livros. Não sabia quanto tempo isso iria levar, mas, sabia que quando terminasse ela iria voltar pra casa e que poderia ficar em paz sabendo que fez a escolha certa. Ao menos por enquanto, parecia ser a decisão correta. Saiu de seu apartamento com uma sensação de amargo na boca, mas não iria se permitir chorar, não agora.
    Quando chegou a portaria viu Harry parado ao lado de um carro SUV com o porta malas aberto, quando ele notou sua presença, foi ajudar a guardar as malas, em seguida entrando do lado do motorista com Sofia ao seu lado.

 

— Pé na estrada! – Ele disse e acelerou.

 

Agora não importava mais aonde iria chegar, a única coisa que percorria a mente de Sofia era que agora iria entrar em uma nova vida. A vida da qual sua mãe saiu.


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Notas finais do capítulo

No proximo capitulo esse clima de inicio de temporada será encerrado para que então vocês possam começar a ver a história acontecer de verdade.
Perguntas, teorias, criticas e qualquer comentário são sempre bem vindos.