We're not a couple escrita por isisrenata


Capítulo 1
atraídos


Notas iniciais do capítulo


Sherlock quando pensa é bom, quando deixa de pensar é ótimo!



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(toca a campainha - John vai abrir a porta)
— Oi, eu vim buscar o Sherlock - disse Molly confusa.
— Já sabia disto a quanto tempo? - disse John cansado do jogo que Sherlock estava fazendo.
— Há 3 semanas, recebi uma mensagem dele, ahm... ele está aí? - sem mesmo terminar o pensamento, Sherlock passa pelos dois.
— Vamos logo Molly, só me avise quando preciso tossir.
Os dois saem em direção a van que os aguardava em frente a casa da psicóloga de John. Sherlock andava rápido e devido ao seu uso de entorpecentes, estava impaciente mais do que o tradicional.
— Não sei qual a razão desse drama todo, eu estou em perfeito estado, aliás estou melhor que já estive - diz o detetive fechando a porta traseira do veículo.
— Cale a boca, Sherlock! - Molly também parecia impaciente. Ele a olhou assustado com a sinceridade da fala. Ela não trocou olhares com ele e apenas focou em organizar o pequeno balcão com as coisas necessárias para o exame, produtos de higiene, luvas e outros utensílios. 
— Você fica bonita quando está focada. Eu sempre gostei do seu empenho no que faz, Molly - comentou sincero. Ela continuava em silêncio, movendo as ferramentas com certa rigidez como quem realmente não quer papo.
— Olha, Molly...Eu tenho que fazer isso, ok? É pelo John. Oh sim, é por você também.
— Você só pode estar brincando Sherlock - disse a moça agora o olhando seriamente - Por mim? por favor, não me venha com esse modus operante que eu te conheço bem, você está se divertindo usando isso como desculpa. E está adorando, por sinal. Acontece que eu não estou com tempo para esse tipo de brincadeira, aliás isso é de longe algo que se brinque. Saúde? Sério Sherlock? Depois de tudo? Eu...
— Exatamente por tudo que faço isso - interrompeu ele - Qual é Molly, eu tenho tudo sob controle, não faço isso desde ontem. Me examine logo e acabamos com isso, apesar que você e eu sabemos o resultado que isso dará. 
Eles continuaram se olhando, respirando fundo devido a raiva emanada. Molly deu as costas ao detetive e foi preparar a seringa para retirar o sangue enquanto Sherlock a olhava. Não entendia quais razões, mas o que disse foi verdade. Ela ficava bonita daquela forma, trabalhando tão bem com o que conhecia, suas pequenas mãos separando tudo com cuidado. Sua mente viajou em quando ela o bateu por usar drogas, aquilo foi dolorosamente lindo, e se estivessem sozinhos, provavelmente a teria beijado. Eles haviam trocado apenas um beijo, que aconteceu antes dele desaparecer por dois anos devido ao Moriarty. Tinha sido mais sabor despedida do que qualquer outra coisa e ele ficava curioso pra sentir o beijo dela em outros momentos, talvez como este que estava passando. Será que ele seria doce como foi o último? ou será que seria mais forte e cheio de desejo? Ele sabia que Molly tinha sentimentos pelo detetive, mas quais eram eles? Tantas eram as perguntas, tantas vontades. Se sentiu completamente atraído por ela naquele momento, percebeu isso ao fim do seu raciocínio. Acabou se assustando ao ver ela se aproximar e tirar seu casaco a força.
— O que está fazendo Molly? - disse baixo
— Não vê? Preciso tirar seu sangue, e você falou para eu andar logo com isso, então se você puder parar de ficar no seu palácio mental eu agradeço - disse indo pegar a seringa quando o moreno segurou seu braço.
— Me beije - disse naturalmente.
— O que? - disse confusa, enquanto ele a olhava profundamente. Sem que ela percebesse, ele havia ficado muito próximo dela. Ele não tinha sentado para ela o examinar? Em instantes ficou tudo confuso e nebuloso no ambiente. Ele a abraçou pela cintura e falou em seu ouvido: - Melhor dizendo, eu irei te beijar. - Sher... - ela não conseguiu nem terminar o que pensava, ele a beijou. Estava bem seco de início, será que ela estava nervosa? - pensou ele. Não, era a raiva, ela estava irritada, talvez fosse isso. Ela se afastou dele, com os punhos fechados acima de seu ombro.
— Por que fez isso? Que tipo de droga você usou hoje para querer me beijar? - disse saindo da nebulosidade por completo.
— Não é a droga, você sabe disto - disse ele
— Apenas pare! Você está tentando dificultar ainda mais isso que estou fazendo? Goste ou não, preciso fazer e não vou deixar você arruinar meu trabalho.
— Não quero arruinar nada Molly, apenas queria um beijo. Me senti... - ele se calou ao perceber que falava de sentimentos
— Sentiu? - ela estava fazendo uma careta que parecia misturar riso e espanto. Enquanto isso ele havia levantado a parte do braço da camisa.
— Vamos acabar logo com isso. - apontou com a cabeça a seringa. Ela seguiu seu pedido, retirou o sangue com cuidado, ela era uma ótima profissional e não misturava trabalho com nervosismos. Fez tudo sem nenhuma lesão a mais no braço. Quando terminou, olhou para o detetive que se arrumava.
— A última vez que você me beijou foi num momento tão complicado quanto este. Você escolhe cada momento para isso - ela sentiu a bochecha queimar.
— Não escolho... - ele não quis complementar o pensamento. Ele a viu se aproximar da onde ele se encostava.
— Você parece escolher, parece que gosta de me ver irritada contigo, de me beijar quando não espero, para assim não me dar chances de aproveitar. Ele sentiu um calor subir no rosto. O que tinha acontecido alí? o ar simplesmente havia mudado, o jeito de Molly...
Ela já estava bem a frente dele, pegou sua mão e o guiou para perto dela. Ele apenas obedeceu quieto, hipnotizado. 
— Eu posso te beijar agora - disse ela segurando o olhar dele.
— Ok... E quanto ao resultado do exame? - tentou procurar algum motivo para afastar o calor que sentia. Ela esboçou um pequeno sorriso. - Você e eu sabemos o resultado que isso dará. Ela uniu seu corpo ao dele, enquanto ele soltava um pequeno suspiro.
O terceiro beijo dos dois foi completamente diferente de tudo que Sherlock esperava. Uma confusão de coisas para catalogar em sua mente, que nada fazia sentido. A umidade, o calor, a suavidade. Aquilo sim era um beijo digno de Molly, de todo o seu potencial. Ela ainda era doce, como lembrava lá no início, mas sua atitude deixou Sherlock em cheque e apenas seguia os movimentos como ela comandava. O ritmo foi ficando cada vez mais denso, e caloroso e num movimento brusco, Sherlock a pegou pelas coxas e a levou para a maca que havia na van. O beijo cessou e quando Molly tentou argumentar sobre o que aquilo havia levado os dois, Sherlock já estava retirando sua saia.
— Não sei se devemos fazer isso, Sherlock - disse tentando voltar a atenção dele a sua fala.
— Apenas pare, pare de falar. Não quero ouvir argumentos.  falou baixo entre respiros - Eu só quero poder não pensar agora, Molly. E voltou a beijar a legista.


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