A Little Mine And a Little Yours escrita por Dreams of a Blindspot fan


Capítulo 3
Capítulo 3




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Nos cinco anos que se passaram Reade não conseguiu esquecer nada do que aconteceu no passado, tudo ainda lhe machucava. Em questão dos relacionamentos, ele sentia que nada daria certo para ele, apenas aventuras noturnas sem possibilidades de se verem futuramente, esquecer o seu amor foi algo que ele jamais se permitiu fazer.

— Ei, vai sair com a gente hoje à noite? — Perguntou Patterson enquanto eles almoçavam no sioc.

— Não, estou muito cansado, acho que vou deixar passar essa.

— Essa e todas as outras vezes que marcamos de sair. Reade por favor, você precisa seguir em frente. — Aconselhou Patterson. — Eu sei que isso dói, dói bastante, mas pela milionésima vez não foi sua culpa.

— Sonhei com ela essa noite, ela vinha até o meu apartamento, estava sorrindo segurando uma caixa de cervejas e me perguntava porque eu demorei tanto para encontrá-la. — Ele deixou a comida de lado.

— Não foi sua culpa... — Ela tentou mais uma vez.

— Como você sabe?

— Reade se você soubesse onde a Tasha estava teria ido atrás dela, você faria qualquer coisa para ajudá-la. Eu conheço você!

— Eu daria tudo para voltar no tempo, concertar as coisas entre a gente e dizer o quanto eu a amava, amava tanto que seria capaz de trocar a minha vida pela dela. — Confessou ele triste.

— Reade foque no seu presente, vai ser impossível esquecê-la, ela significava muito para todos nós, principalmente para você. Mas se maltratar dessa forma também não vai mudar nada. — Patterson tinha sido uma grande amiga desde o momento em que Tasha se foi.

— Você vai me achar um louco por dizer isso, mas eu não sinto que ela se foi. 

— Como assim Reade? — Patterson ficou intrigada.

— A secretária eletrônica dela sempre estava cheia, há duas semanas eu liguei não sei porque e estava vazia, era se como alguém tivesse ouvido todos os recados.

— Reade, por favor não faz isso com você. Só está se machucando.

— Essa queda do avião foi tão mal explicada, não acredito que não encontraram os corpos, a caixa preta do avião, nada! A Cia simplesmente não deu importância.

— Vou falar como sua amiga, não fica se machucando com Isso.

— Você rastreou as ligações que eu recebia?

— Impossível de rastrear! Os dados da ligação passão por vários países. — Explicou ela. — Você recebeu mais alguma?

— Depois que a Becca se foi, foram só duas vezes, depois que eu mudei de numero e não aconteceu mais.

Os dois continuaram a conversar mais um pouco e logo voltaram para as suas atividades.

 

     Cinco anos haviam se passado muito rápido, principalmente para Tasha, ela via o pequeno Théo crescer tão rápido, a inteligência e a astúcia dele lhe deixava a cada dia mais impressionada. E eram esses momentos que Tasha estava com ele os mais felizes para ela, mas muitas vezes o garotinho deixava a mãe numa saia justa com as suas perguntas.

Théo era um garoto muito carinhoso e protetor com a mãe, adorava lhe ajudar em casa, muitas vezes queria fazer até mais do que deveria, ela se sentia orgulhosa sempre que alguém fazia uma observação sobre o filho, de como ela o criou tão bem ou de como ele era atenciosos com todos. 
Na escola, ele era sempre elogiado pelos professores por ser um menino estudioso e que ajudava sempre os colegas, e todo esse companheirismo era herança dos pais.

Por mais que corrida que a vida de Tasha fosse ela sempre fazia questão de estar com ele durante algumas refeições, era um ótimo momento para conversarem sobre o dia deles.

— Como foi o seu dia filho? — Ela iniciou animada.

— Foi legal! — Ele falou enquanto jantavam.

— Só legal? Nenhum assunto divertido ou inusitado? — Perguntou ela intrigada, normalmente ele falava bastante.

— Mãe, quem é o meu pai? — O garoto perguntou sério.

— O que? — Tasha quase se entalou com a comida. — Porque você está me perguntando isso Théo?

— Na aula de hoje estávamos falando sobre família, que tem família de um pai e uma mãe, duas mães ou dois pais. Porque a nossa só tem uma mãe? — Tasha ficou sem saber o que responder na hora. — O papai foi embora igual o pai do Scoob?

— Quem é Scoob? — Ela tentou desviar.

— É um garoto da turma, ele disse que o pai dele foi embora porque soube que ele iria nascer. Foi por isso que o pai foi embora? — O garoto era bem esperto.

— Primeiro de tudo o seu pai não foi embora, ele só não sabe  ainda onde estamos. — Ela não tinha ideia por onde ou como começar. — Filho é um assunto complicado!

— É um assunto de adulto? — Théo perguntou inocentemente.

— É assunto que você está muito novinho ainda para ouvir. Prometo que quando você tiver idade suficiente você vai saber de quase tudo.

— Ele era um cara legal? — A criança não dava chances de Tasha desviar o assunto.

— Ele é uma pessoa incrível Théo, e vai adorar conhecer você um dia.

— Então você conhece ele?

— Filho eu e o seu pai éramos muito amigos, porém a mamãe precisou morar em outro país bem longe dele e dos amigos, e eu não podia falar com ele naquele momento.

— Você estava salvando o mundo?

— Estava! Depois eu descobri que seria sua mãe e fiquei muito feliz por isso, hoje a nossa família somos só nós dois, mas futuramente você pode ter duas famílias, pode ter duas casas...

— E eu não posso ter só uma casa com vocês dois?

— Termina o seu jantar meu amor, a mamãe vai precisar estudar um pouquinho. — Ela fugiu do assunto.

— Eu posso jogar videogame mãe?

— Só um pouquinho, depois você precisa ir para cama. 
 
Théo terminou de comer e ficou na sala jogando enquanto Tasha lhe observava, aquela conversa tinha deixado ela bastante tensa, sabia que em algum momento o garoto iria perguntar pelo pai, ela só não imaginava ficar tão nervosa e se sentir tão culpada por não conseguir contar tudo.

Essa noite ela não conseguiu dormir direito, ele pensava sobre o filho e sobre Reade, pensava qual seria a reação dele se descobrisse que tinham um filho e que todo esse tempo Tasha decidiu manter segredo por medo de não conseguir enfrentar o passado. 
Tinha medo de que Reade já tivesse a sua família e não tivesse espaço para mais um filho, isso sim lhe assustava. Ela criou o filho com tanto amor que sofria só de imaginar uma possível rejeição, mas ela conhecia Reade, sabia quem ele era é que esses pensamentos eram feitos da sua insegurança, porém a dor e a mágoa muitas vezes mudam as pessoas.

Os primeiros raios de sol invadiam o quarto e já começavam a incomodar, ela mal tinha dormido aquela noite, seus olhos estavam pesados e ela torcia para que o filho não comentasse sobre o assunto da noite anterior por enquanto. Após deixá-lo no colégio Tasha seguiu para o escritório, pelas mensagens da Scarlett eles tinham algo grande, muito grande para resolver.

— O que temos hoje? — Perguntou ela assim que saiu do elevador.

— Você não vai acreditar no que conseguimos! — A mulher falou empolgada. — Antes de você assumir o escritório investigávamos um banqueiro que supostamente financiava aramas para um grupo terrorista, os contatos entre eles tinham cessado desde que ele foi preso, porém há três semanas ele foi solto por falta de provas e o caso arquivado.

— Sim Scarlett, o que aconteceu?

— Meu sistema notificou uma nova mensagem toda criptografada, nossos agentes estão trabalhando nisso desde de ontem à noite, tudo indica que será um novo ataque em alguma cidade do país.

— Eu já ouvi falar sobre isso, na verdade já apreendemos um dos integrantes na minha época de FBI. Quero reler o caso, pode me mandar o arquivo?

— Posso, vou enviar para o seu e-mail chefe. — Disse Scarlett prontamente.

— Scarlett em quanto tempo acha que teremos alguma informação?

— Dois ou três dias, no máximo uma semana. A criptografia da Dabbur Zan é muito pesada, estou testando um novo sistema e nem sei se vamos conseguir. — Disse ela não muito confiante.

— Você consegue eu acredito e confio no potencial de todos vocês. Estou na minha sala, se conseguirem algo em informem. 
 
O pessoal do laboratório continuou o seu trabalho, Tasha comandava aquele escritório perfeitamente, sempre foi de colocar a mão na massa para resolver os casos com o seu time que era considerado um dois melhores e desde de que ela assumiu. 
 
Na sua sala ela conferia minuciosamente cada dado daquele enorme relatório, cada informação seria bastante importante para que ela mais uma vez resolvesse o caso. Ela nem se deu conta de quanto trabalhou até ser interrompida por um dos membros da sua esquipe.

— Com licença diretora, a Scarlett descobriu novas informações. Uma grande venda de explosivos foi feita ontem, a carga ainda não foi entregue, porém existe outro órgão do governo trabalhando no caso também, o diretor Keaton está vindo para nos ajudar.

— Ela conseguiu algo nas mensagens Emma?

— Só pequenos fragmentos, nada conclusivo.

— Certo, olhe só isso. — Ela mostrava o documento que estava lendo. — Está faltando informações nesses arquivos, informações indispensáveis. Coloque o pessoal nisso, eu vou ajudar a Scarlett. — Avisou ela.

 

— Scarlett alguma novidade? — Questionou ela entrando no laboratório.

— Nada até agora, parece que estamos andado em círculos, nada está ajudando.

— Droga! — Exclamou Tasha ao ver notificação do celular.

— Problemas? — A chefe de laboratório perguntou.

— No próximo final de semana é o aniversário do Théo, preciso resolver o que vou fazer com ele. Você vai , não é? Sabe que eu sou péssima com isso.

— Claro! Ano passado você quase morreu fazendo uns hot dogs. — Brincou Scarlett. — Eu levo o bolo, sei que ele ama bolo de doce de leite.

— A mãe dele também! — Tasha deu de ombros.

— Eu não duvido disso, mas só lembrando que a mãe do meu sobrinho favorito está me devendo as comidas mexicanas.

— Não esqueci e você é perfeita! Eu estaria perdida na Geórgia sem você. — Confessou Tasha, lembrando-se de tudo o que passou sozinha. — Eu tenho um contato que talvez possa nos ajudar com isso.

— Aquela sua amiga da NSA? — Questionou Scarlett.

— Ela mesma, com certeza a Nas deve ter algumas informações sobre isso.

Toda a equipe do escritório estava focada em resolver o caso, se a Dabbour Zan conseguisse montar uma bomba em alguma das principais cidades o resultado seria catastrófico.

Por dois dias seguidos Tasha chegava em casa pela madrugada e saia antes do amanhecer, isso estava acabando com ela, mal podia ver o filho, além dessa correria ela precisaria organizar as coisas para o aniversário do filho que estava super empolgado em receber alguns amigos na sua casa. 
Tasha estava quase dormindo em sua mesa quando Scarlett lhe acordou.

— Não é nada confortável dormir na mesa. Porque não vai dormir em casa?

— Você já conseguiu terminar? — Perguntou ela se recompondo.

— Não! O sistema ainda está decodificando as informações.

— Então eu não vou, se você precisar de ajuda?

— Os meus técnicos estão todos bem empenhados nisso, se alguma coisa acontecer eu te ligo. Vai descansar, você precisa.

— Você também! — Rebateu Tasha.

— Como sua amiga pessoal eu estou te obrigando a ir para casa dormir. Então, Natasha por favor, some daqui logo. — Brincou ela.

— Olha Scarlett, se você não me ligar...

— Eu ligo, pode deixar. — As duas se despediram , Tasha tinha que concordar estava muito cansada. 
 
Em poucos minutos ela estava na sua casa, passou no quarto do filho que dormia como um anjo e dispensou a Maria, ela cuidava muito bem do filho dela.

— Aí, como eu estou cansada. — Disse após um banho. — Eu queria dormir umas doze horas seguidas, porém só tenho cinco horas. 
 
Ela estava tão cansada que apagou muito rápido, era um sonho bastante agitado com Reade, com Théo, as vezes ela tinha esses tipos de pesadelo que a deixava bastante preocupada.


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