Asas de borboleta escrita por Angelina Dourado


Capítulo 1
Capítulo Único




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Se o bater de asas de uma borboleta pudesse influenciar o tempo e espaço o bastante para causar um furacão do outro lado do mundo, então Chloe estava sempre batendo suas asas.

Quando escolheu salvá-la no lugar de Arcadia Bay, Max estava ciente das consequências que tal decisão teria. Chloe não deveria estar viva e o universo as fariam se lembrar disso constantemente. Aquela escolha feita meses atrás – mas que para ela, de tanto mudar o curso das coisas, tornaram-se anos – teria de ser feita de novo e de novo a cada vez que ele viesse cobrar pelo bater de asas de Chloe.

Max teria de ver a amada morrer mais uma centena de vezes. Algumas de forma tão rápida que tudo ocorria em um piscar de olhos antes que pudesse impedir, outras tão angustiantes e sofridas que os olhares e gritos de Chloe reverberavam todas as noites os pesadelos de Max. Mesmo que pudesse mudar o passado e trazê-la de volta para seus braços, as lembranças em sua mente prosseguiam.

Salvando Chloe, inevitavelmente elas tinham de assistir tudo se destruir ao seu redor em seguida. Ambas tornaram-se uma fonte de caos iminente por onde passavam, trazendo consigo todos os desastres que a natureza era capaz de criar, com a mera existência delas sendo um perigo constante a todos que estivessem ao seu redor. Não possuíam mais ninguém além de uma a outra, pois aproximar-se dos outros era perigoso e egoísta.

Era por isso que mesmo depois de tanta dor e do universo inteiro gritando para que deixasse Chloe ir, Max tornava-se cada vez mais incapaz de deixar o mundo em equilíbrio novamente. O caos trazido por aquela borboleta azul havia se tornado sua única razão de existir, pois não havia sobrado mais nada com que pudesse se apegar além do amor e apego que sentia cada vez mais por ela.

— Me deixe ir Max. Por favor, já chega disso. – Chloe suplicava sofregamente antes de receber mais um dos muitos beijos da morte. Entre lágrimas de agonia e dúvida, Max usa tudo o que resta de sua força para voltar mais uma vez.

Ela não podia, não era capaz de deixa-la. Mesmo que Chloe e o tempo lhe implorassem, não conseguia se impedir de salvá-la novamente. A escolha já havia sido feita há muito tempo, Max só continuava a respondê-la.

Bateria suas asas até que não sobrasse nada.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a quem leu até aqui. Comentem o que acharam e nos vemos em uma próxima!



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