Uma Rainha Para Robb Stark escrita por Cloto


Capítulo 4
Rainha




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Feito está.

Ela se casou com o rei do Norte, Robb Stark, Primeiro De Seu Nome. O casamento foi consumado devidamente (Robb a possuiu várias vezes durante a noite, fato que a fazia corar só de lembrar) e agora ela era uma mulher casada.

Uma esposa.

Uma rainha.

Ela tremia só de pensar no que a esperava no futuro. 

Eles estavam em guerra.

Se Robb morresse, se Robb perdesse, ela seria a primeira a receber a ira de seus inimigos por poder estar carregando o herdeiro incontestável e legítimo da família Stark.

Ela precisava garantir a vitória de Robb, não importa o meio.

Por egoísmo? Talvez? Por sobrevivência? Principalmente.

Ela era uma Frey, e não negava que em seu sangue havia gotas de Walder Frey que insistiam em correr.

Mas essa parte sua seria útil. 

Robb era um líder amado, justo e sua boa fama seria um chamariz para as pessoas na causa dos lobos.

Ele era honrado, mas honra não ganha a batalha, a morte de Eddard Stark estava bem gravada na memória como lembrete.

Eles lutavam contra a família Lannister.

Seus inimigos eram sujos, trapaceiros, covardes e traiçoeiros como ratos. E quando você entra em jogo de ratos, rato você deve ser para garantir sua fatia de queijo.

Ela era o contraponto necessário. Aquela que vai sujar as mãos de sangue para evitar que esse mesmo sangue respingue na doce reputação de Robb.

Ela era Maryssa Frey, a rainha.

(...)

—Eu entendo que os Frey serão uma ajuda, mas uma Frey como rainha? Será que vai dar certo? -ela ouviu um dos homens sussurrar ao longe.

—Meus senhores. -todos ficaram quietos ao ver ela se aproximando. -Eu entendo que estou muito longe do ideal de uma rainha. Mas eu peço uma chance. Me julguem depois, se eu não prestar como esposa de Robb darei a cada um permissão para deixar isso claro. No que eu faltar, vocês me corrijam. Mas se eu for o que vocês precisam, vocês terão que deixar isso claro também. Combinado entre nós.

Os nortenhos assentiram.

Maryssa sabia que como sulista não deveria esperar amor e aprovação imediatos de quem sofreu por causa da política do Sul. Mas pouco a pouco ela iria construir sua reputação como rainha deles.

—Robb e eu conversamos e decidimos que assim que ele vencer a guerra nós dois nos casaremos de novo em frente a um represeiro.

Os senhores do Norte ficaram surpresos com Maryssa.

—Por que isso?

—Robb é do Norte e dos deuses antigos. Vocês são do Norte e dos deuses antigos. O meu casamento foi apressado e vocês não puderam participar. Então teremos um novo casamento, como deve ser, para que possam prestigiar Robb em paz, e em seu lar desta vez.

Maryssa sabia que tinha falado a coisa certa a eles, pois pareciam aprovar a ideia.

Feito isto, foi até Robb, que conversava com um dos seus senhores.

O sujeito tinha um olhar frio e gelado que lhe dava nos nervos.

—Minha rainha. -ele cumprimentou.

Maryssa não gostou da voz dele. Algo no tom dele o lembrava seu detestado avô.

—Quem era esse senhor?

—Roose Bolton. Ele me pediu para fazer uma aliança com os Frey para reforçar os laços entre o Norte e sua família. Ele não tem filho legítimo, precisa de uma nova esposa e tem o argumento de que a irmã, prima ou tia de uma rainha seria uma ótima Lady Bolton.

—Entendo. -disse Maryssa, neutra.

Mas por dentro com um pouco de medo.

"Caramba, e se ele escolher a minha irmã? O que eu faço?"

Aquela coisa asquerosa disfarçada de ser humano não iria tocar um dedo em Hildegard! Ela não permitiria de jeito nenhum.

—Meu marido, eu queria aprender mais sobre o Norte, quero saber o máximo possível para entender seus aliados, você tem alguns livros com você? 

—Claro, tome alguns.

—Obrigada.

Maryssa procurou a história da família Bolton e ficou horrorizada.

Traição, luta contra os Starks, homens esfolados com crueldade e suas peles sendo feitas de casacos?

Aliás, que merda de símbolo de uma casa nobre é um homem esfolado gritando de dor? 

"Ah de se questionar a sanidade mental dessa família!" 

Maryssa definitivamente teria um olho bem posto em Roose Bolton.

Depois foi até as curandeiras que seguiam o acampamento.

Uma tal de Talisa Maegyr percebeu seu interesse em curar os feridos da guerra e lhe emprestou um livro de Essos sobre poções de cura.

Maryssa leu com interesse redobrado.

Lá havia informações muito úteis sobre a cura para um certo veneno que age rápido, dando um ataque cardíaco.

Discretamente, ela procurou informações em outros livros sobre esse veneno e percebeu que se ervas que o faziam eram comuns e de fácil acesso em Westeros.

Não copiou a receita, eram apenas quatro ervas de nomes fáceis de gravar e ter o registro disso por escrito poderia ser perigoso para ela.

Maryssa se sentia mais preparada.

Aquilo era guerra, e iria lutar da sua forma.

Sim, era sorrateiro e traiçoeiro.

Mas quem liga?


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