Maryssa ainda sentia a raiva atravessar seu corpo em ondas.

Tentando se controlar, ela acabou deixando algumas lágrimas caírem.

De certa forma Robb tinha mesmo razão.

Ela foi realmente um monstro, matou aliados e até mesmo pessoas de sua própria família para vencer e garantir a corôa de Robb, e por extensão a sua própria.

Mas ela não fez isso apenas por fome de poder, embora o desejo de poder fosse um dos fatores, fez também por sobrevivência. Se alguém conseguisse derrotar Robb se aproveitando de sua pouca experiência política quem seria a primeira pessoa a ser alvo dos seus inimigos? Ela, aquela que carregava o herdeiro de rei do Norte!

—Maryssa...

Ouviu a voz de Robb enquanto sua mão tocava seu ombro. Ela enxugou as lágrimas, mas não olhou para ele.

—Me desculpe Maryssa. Eu não devia ter falado daquele jeito com você. Eu estava errado.

Ela sentiu seus ombros tensos abaixarem, mas ainda não olhou para trás.

—Você não estava errado. -ela diz com uma voz triste -Eu realmente fiz algo monstruoso. Eu realmente matei meus parentes e alguns dos nossos aliados, Stannis o principal deles. Eu fiz por que a honra é linda nas canções, mas não trás a vitória no mundo real.

—Talvez você tenha sido honrada.

Surpresa, ela finalmente olhou para o marido.

—Você fez o que fez por nós, não é verdade? Pelo Norte, pelo nosso bem.

—Sim. Meu avô planejava matar você e seus aliados. Stannis nunca permitiria a independência, Renly sim. Os homens que morreram no casamento eram todos cúmplices do plano do meu detestável avô. Iria ser um banho de sangue, Robb. Não acho que você teria chance de sobreviver.

Ele sorriu para ela.

—Às vezes a honra não está em parecer honrado, mas em fazer o que é certo mesmo que seja difícil e ninguém te agradeça por isso. Eu... Não devia ter reagido como reagi. Eu não poderia pedir por uma esposa melhor, mais forte e mais corajosa do que a que tenho. Pode me perdoar?
Ela sorriu, sentindo um peso sair de suas costas.

—Você pode me perdoar? Por ter escondido tudo de você tanto tempo?

Robb a respondeu lhe dando um beijo apaixonado.

—Fique comigo Robb. Me ame esta noite. Eu preciso de você.

Ele prontamente concordou com seu pedido.

(...)

Daenerys Targaryen, Renly Baratheon,  bem vindos ao Norte.

—Obrigada pela recepção, rei Robb. -falou Renly, enquanto Daenerys permaneceu em silêncio.

—Vamos, a sala de conferência está aberta e precisamos discutir as estratégias das lutas contra os mortos.

Todos se reuniram e começaram a discutir a logística da batalha, o transporte de armas e alimentos e o uso e fabricação com o vidro de dragão.

Depois passaram para as estratégias que usariam contra o exército de mortos vivos.

Assim foi até Bran ficar com os olhos brancos.

Geralmente ele tinha uma expressão estóica, mas em uma das raras vezes ele mostrou pavor da situação.

—Euron Greyjoy!

—O que tem ele Bran? -Robb perguntou alarmado.

—Ele tem uma espécie de chifre... Ele... Ele enlouqueceu e foi até a Muralha. Ele tocou esse chifre e a Muralha... A Muralha caiu!

—É O QUE? -gritaram todos.

—A Muralha caiu. O Rei Da Noite e suas criaturas hediondas estão passando por ela neste instante. Estamos sendo atacados. Eles estão vindo.

Robb, Renly e Daenerys começaram a dar ordens cada um para os exércitos que comandavam.

Robb foi até seu quarto, pegar sua espada.

Aflita, Maryssa o abraçou.

—Por favor, volte para mim. Eu te imploro Robb, volte vivo e bem para mim e para nossos filhos.

—Eu vou voltar Maryssa, e eu vou vencer! Eu tenho muito pelo o que lutar. Eu perdi meu pai e quase perdi minha família toda, vou lutar com tudo o que tenho por cada um de vocês.

Ela o via se distanciar com seu exército.

As crianças acenavam para o pai com lágrimas nos olhos.

A bebê Marna chorava, sentindo a tensão a sua volta.

Ela sabia, ela sentia, que alguém iria morrer.