Starlight escrita por CecySazs


Capítulo 1
Único: Carência


Notas iniciais do capítulo

Olá, KiriBaku stan!

Essa oneshot foi escrita como presente de aniversário para o Biiiina, e espero que vocês gostem assim como ele. ♥ rs

Boa leitura! ♥



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Reclinado confortavelmente na cadeira de couro, Bakugou observava distraidamente, pela enorme janela de seu escritório, a movimentação de transeuntes em meio ao rotineiro trânsito das ruas de Boston. A manhã do alfa havia sido agitada, ele começou o dia com duas importantes reuniões com novos clientes, e ainda tinha mais duas marcadas para o final do tarde, sendo uma delas, com os sócios do escritório de advocacia. Suspirando consternado, Katsuki girou a cadeira para a posição original, ao recolher as pernas esticadas de cima da mesa, e endireitou a postura para voltar a digitar o ofício que redigia no computador. 

A rotina de trabalho não era um problema para Bakugou, ele gostava da agitação de reuniões, almoços de negócios e idas aos fóruns/tribunais, além da atenção que recebia pelo status que sua carreira trouxe para si ao longo dos anos. Afinal, Bakugou Katsuki estudou, e dedicou, exclusivamente, anos de sua vida para construir a própria carreira no meio jurídico. O alfa era um excelente profissional, um dos melhores advogados de sua área, e o reconhecimento e a fama que colhia no momento eram provas concretas disso.  

Entretanto, do mesmo modo que aquele dia tinha iniciado bem, após o almoço, o seu alfa interno estava incomodado com algo. Katsuki não conseguia distinguir precisamente o quê, mas algo dentro de si estava deixando-o inquieto; o alfa arranhava-o angustiado, e o amargor que permeava sua boca era parte do combo junto ao nome que vinha em sua mente: Eijirou. Porém, antes mesmo que pudesse enviar uma mensagem para o ômega, de modo repentino, como apenas a ligação de almas poderia fazê-los tão sincronizados como eram, o seu celular vibrou na mesa polida, com a notificação de uma nova mensagem de texto.

[Amor: Você tá ocupado, Suki?]

[Na verdade, estou adiantado 

Por que, Ei?]

[Amor: Não me sinto muito bem, você pode voltar para casa?]

[Tô saindo daqui agora mesmo]

Bakugou guardou o celular no bolso da calça social e desligou a tela do computador. Levantando-se, pegou o paletó que estava pendurado na cadeira e o vestiu, fechando os botões de modo automático, saindo com passos apressados de seu escritório em direção ao saguão dos elevadores. 

Conforme seguia pelo extenso corredor, alguns estagiários olhavam discretamente na direção do alfa com curiosidade, pois, era uma visão e tanto o altivo e sempre elegante advogado passando pelos corredores dos “extras”, como sabiam que ele os apelidara, tendo a charmosa secretária em seu encalço. Porém, antes que Katsuki conseguisse evadir-se do local, de fato, a beta interpelou-o no saguão.

— Doutor Bakugou? — Utsushimi o chamou, receosa. — Aconteceu alguma coisa?

— Camie, desmarque todas as reuniões que tenho agora à tarde. — Bakugou respondeu, apoiando a mão na porta do elevador, impedindo-a de fechar. — Eijirou precisa de mim, e não volto mais hoje.

O aceno afirmativo, em concordância da beta, foi a última coisa que Katsuki viu antes que as portas metálicas fechassem.

[...]

O comichão em seu âmago o acompanhou durante todo o trajeto até chegar no apartamento que dividia com o esposo, e não foi surpresa para o alfa destrancar a porta e adentrar em um ambiente completamente silencioso. Os raios solares do fim de tarde davam uma aconchegante iluminação aos espaçosos cômodos, após deixar o paletó e as chaves junto com a carteira e celular em cima do aparador no hall de entrada, Bakugou seguiu em direção ao banheiro para lavar as mãos e o rosto.

Enquanto seguia em direção ao quarto do casal no final do corredor, o alfa aproveitou para afrouxar e tirar a gravata, os sapatos junto às meias, deixando-os pelo caminho que dava acesso à enorme porta dupla. Katsuki abriu sorrateiramente a porta, chamando por Eijirou, e recebeu como resposta um gemido manhoso vindo do amontoado de cobertores felpudos, mantas coloridas e algumas peças de roupas suas, que compunham o acolhedor ninho do seu ômega. 

Eijirou levantou a cabeça encoberta pelo cobertor na direção da voz rouca do alfa, dando ao esposo a percepção de seu olhar choroso e avermelhado pelo pranto recente, sendo vislumbrado pela parca iluminação do quarto. Antes de se aproximar, de fato, do ninho, o alfa abriu os botões da camisa social que vestia e a deixou cair no chão, ficando somente com a regata branca, que destoava em meio aos traços escuros de ambos os braços fechados em tatuagens que o alfa possuía, Bakugou acocorou-se em frente ao ômega, em um pedido mudo de autorização para deitar consigo.

— O que aconteceu, Ei? — Katsuki perguntou com a voz amena, deitando-se ao lado dele após Eijirou abrir um espaço entre os cobertores; o ômega aconchegou-se no peito do alfa da melhor maneira que a saliente protuberância, que começava a despontar em sua barriga de 28 semanas, permitia. Kirishima ronronou satisfeito pelo carinho que Katsuki prontamente começou a fazer em seus cabelos, aromatizando-o. — Está sentindo alguma dor, amor?

Eijirou suspirou, remexendo-se incomodado ao ponderar por um momento como expressar o que estava sentindo; como não soar confuso ao explicar sobre o turbilhão de sentimentos que acometeram seu ser naquela tarde. Os hormônios da gravidez vinham mexendo bastante com os ânimos do ômega, e tinha dias que não eram bons… Ele sentia-se mais carente e solitário que o normal, e, consequentemente, o alfa conseguia sentir, mesmo que de modo moderado, o incômodo que acometia a si; seja por causa da marca, seja por causa do vínculo de almas. 

— Eu não sei. Eu só... Eu simplesmente não sei, Suki — murmurou Eijirou, apoiando o queixo no peito de Katsuki ao encarar os olhos de cor rubra, riscando com o dedo desleixadamente por cima do peito esquerdo do outro, onde sabia que o seu nome estava tatuado. O alfa olhava para si de modo tão afetuoso, que os olhos do ômega umedeceram mais uma vez. — As coisas estavam bem, mas comecei a me sentir... mal, de tarde. Provavelmente, ‘tá tudo na minha cabeça ou nos hormônios da gravidez, mas eu- Senti sua falta, amor. Precisava de você.

Bakugou deu um mínimo sorriso de canto, anuindo levemente com a cabeça, antes de beijar os lábios macios do ômega, enquanto transmitia pelo vínculo toda a admiração, todo o amor que nutria por Kirishima — e o filhote que o esposo gerava no ventre. O alfa não entendia completamente como Eijirou sentia-se, apesar do enlace que ambos partilhavam trazer um ligeiro gostinho amargo para si, da angústia que acometia o parceiro nos dias ruins, mas ele tinha pleno conhecimento do quão incrível, e merecedor das melhores coisas do mundo, o seu ômega era. 

Remexendo-se no ninho, Bakugou fez menção de levantar e com isso Kirishima saiu de cima do esposo, inquirindo-o pelo olhar de forma confusa em relação a atitude repentina do alfa; no entanto, Katsuki tranquilizou o parceiro ao pegar o travesseiro que estava embaixo de sua cabeça e encostá-lo na parede ao lado, sentando-se apoiado nele e puxando delicadamente o ômega para o próprio colo, de costas para si.

— Vai passar, meu amor — Katsuki sussurrou rente ao ouvido de Eijirou, aromatizando-o e acalentando-o de forma protetora, ao deixar um casto beijo na têmpora direita do ômega. Kirishima sorriu emocionado com o carinho que recebia do loiro, sentindo-se seguro entre os braços tatuados de Katsuki, acompanhando com o olhar a mão do alfa deslizando carinhosamente por sua barriga. — Eu prometo, vai passar.


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