Yeux Bleus escrita por ladyenoire


Capítulo 1
Vol


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Lá estava ele, andando pela feira sem chamar atenção. Somente alguém como Chat Noir poderia se deslocar nas sombras em plena luz do dia. Uma pena que o garoto não usava seus talentos para o bem.

O loiro se aproximou de um grupo de damas que conversava animadamente, enquanto escolhiam tecidos em uma banca. Todas vestidas de maneira refinada, dava para ver que pertenciam a alta sociedade só de olhar.

Essas aí devem ter dinheiro, pensou.

Olhou atentamente para o grupo e notou que uma delas parecia mais admirada com os tecidos. Certamente seria a mais improvável de notar que sua bolsa sumiria daqui a alguns segundos. Chat Noir sorriu e avançou, tinha achado a vítima perfeita – rica e distraída. O loiro retirou o capuz e vestiu seu melhor sorriso, aquele que o fazia parecer um bom moço, que todas as ladies se encantavam e imaginavam que poderiam ter alguma chance com o lindo garoto de cabelos loiros. Ele não se vestia muito bem, não para a alta sociedade, mas certamente tinha um título. Um homem lindo como aquele não poderia ser um ninguém.

Mas Adrien era ninguém. Pelo menos para todas aquelas damas. No entanto, se elas estivessem interessadas em alguém capaz de roubar mais bolsas do que corações, ah... Aí sim Adrien Agreste era alguém. Só que ele sabia que nenhuma daquelas ladies se interessava por isso.

O ombro do loiro bateu de leve no da garota que estava concentrada na escolha de tecidos e a bolsa dela foi ao chão, como pretendido.

— Mil perdões, my lady. – sorriu e se abaixou para recuperar o pertence da mulher. No entanto, ela se abaixou juntou e suas mãos se tocaram, fazendo com que encarassem um ao outro.

— Tudo bem. Todos dizem que sou distraída. – ela sorriu tímida e foi naquele momento, quando os olhos se encontraram, que Chat Noir esqueceu todo o plano que elaborara há segundos atrás. Os olhos dela eram de um azul tão único.

— Não. Não poderia ser sua culpa. – sorriu de volta, ficando de pé e entregando a bolsa para a lady. – Peço minhas sinceras desculpas novamente.

— Não precisa se desculpar, senhor... – o encarou em busca de um nome.

— Agreste. Me chamo Adrien Agreste. – segurou a mão dela e depositou um beijo. Essa parte com certeza não fazia parte do plano.

Não acredito que acabei de dar o meu nome para alguém a quem estava prestes a roubar, pensou.

— Eu me chamo Marinette Dupain-Cheng, é um prazer conhecê-lo.

— O prazer é todo meu. – ficaram se olhando por alguns segundos. Sequer notaram os risinhos das outras donzelas que acompanhavam Marinette. Adrien nunca tinha visto olhos tão bonitos, tão brilhantes, tão apaixonantes.

O que ele tinha ido fazer mesmo? Não conseguia lembrar, não enquanto estava perdido no olhar daquela bela dama.

— Eu estava escolhendo alguns tecidos para o meu próximo vestido, mas receio não ter encontrado nada ideal por enquanto. – era mentira, Marinette tinha amado essa banca muito mais do que as três outras que visitou antes – No entanto eu gostaria de dar uma volta nos jardins. Está meio quente hoje, não acha? – Adrien não podia acreditar que estava sendo convidado pra dar uma volta com aquela dama. Tudo bem que estava acostumado a arrancar suspiros de donzelas bonitas, mas aquela em sua frente, aquela não era bonita, era deslumbrante. Nem o seu rosto aceitavelmente bonito esconderia o fato de ele não ter dinheiro para se vestir de maneira adequada para pessoas como Marinette.

Adrien precisava lembrar que na verdade era um ladrão e roubava para sobreviver. Seu mundo nunca se misturaria com o de Marinette, a não ser na hora do furto.

— Sinto muito, my lady, mas talvez não seja uma ideia boa. – o sorriso de Marinette se desfez e Adrien se odiou por tira-lo do rosto dela. – Acredito que não seria bom para a sua reputação, ser vista com alguém como eu. – e lá estava o sorriso de novo. Marinette riu.

— Reputação é algo que as pessoas usam apenas como justificativa para mantê-las separadas daquelas que são julgadas indignas. Mas não existem pessoas indignas, Sr. Agreste. – Adrien sorriu. Uma lady deslumbrante e com um bom coração, não era fácil de encontrar.

— Nesse caso, eu adoraria dar uma volta com você, Srta. Dupain-Cheng. – estendeu o braço e ela entrelaçou o seu. Era só uma volta afinal, Adrien disse para si mesmo que não precisava se preocupar.

— Alya, eu já volto. – avisou uma das amigas que estava em seu grupo. A dama fitou os dois com um sorriso e assentiu.

Adrien guiou Marinette pelos jardins.

— O que a trouxe até a feira hoje? Apenas os tecidos? – iniciou a conversa.

— Sim. Eu faço meus próprios vestidos. — Adrien a encarou, impressionado.

— Devo dizer que isso é impressionante, Srta. Dupain-Cheng.

— Obrigada, Sr. Agreste. – sorriram um para o outro. – Então, quando decidiu que não iria mais roubar a minha bolsa? – Adrien parou de andar e olhou para Marinette com um semblante apavorado.

— E-Eu não... Eu...

— Acalme-se, você não a roubou. Então está tudo bem. – Marinette sorriu, tratando o assunto com uma naturalidade apavorante – Só não sei se devo agradecer ao meu charme incomparável ou a sua consciência.

— Ao seu charme, sem dúvida. – respondeu sem pensar, fazendo Marinette rir – Como...

— Como descobri? – ele assentiu – Posso ser uma simples dama, mas sou mais observadora do que pensa. Sua técnica não é inovadora. Mas devo dizer que estou curiosa, porque eu?

— Você estava distraída. – Adrien não fazia ideia de como ainda conseguia responder Marinette se tudo que queria era sair correndo o mais rápido possível dali. Talvez Marinette tivesse esse efeito nas pessoas.  Certamente tinha esse efeito nele.

Chat Noir não estava mais nas sombras.

— Entendi. Uma vítima fácil.

— Você não entende... Eu... – queria explicar para ela que não era nada pessoal, que esse era o seu jeito de sobreviver. Será que ela chamaria a polícia? Quanto tempo teria para correr e sumir? Será que conseguiria correr? Pois agora mesmo estava plantado no mesmo lugar.

— As pessoas têm seus motivos. Tudo bem. – Adrien não falou nada. Não conseguia. Será que ela o entendia mesmo? – Uma pena que seu plano deu errado. – ela se aproximou, ficando à uma distância perigosa – Mas ainda há outra coisa que você pode roubar de mim.

— O quê?

— Um beijo. – Adrien finalmente conseguiu se mover e se aproximou, acabando com a distância entre eles e colando seus lábios nos de Marinette.

E foi assim, numa tentativa frustrada de roubar uma bolsa – porém numa bem sucedida de roubar um beijo – que Chat Noir, ou melhor, Adrien Agreste, caiu de amores por lady Marinette Dupain-Cheng. O mesmo aconteceu com ela.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAA QUE FOFOS!

Resolvi trazer uma one AU bonitinha para vocês, enquanto eu descanso um pouquinho. O ano foi difícil para todos nós, precisamos tirar umas férias dessa loucura.

Enfim, espero que tenham gostado :)

Feliz Natal (atrasado), Boas Festas e muito obrigada por terem lido ♥ xoxo



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