Álbum de Família escrita por Deby Costa


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal!
Boa Leitura!



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Não havia necessidade alguma de toda aquela algazarra no ambiente, nem dos balões coloridos, muito menos das dezenas de pelúcia tomando conta de todo espaço, isso sem considerar a enorme faixa com os dizeres: SEJAM BEM VINDOS, BEBÊS; escrita em letras garrafais, nas cores laranja e preto. Com certeza obra dos Uzumakis, sendo que Uzumaki Naoko tinha tinta nas mãozinhas gorduchas e também em suas roupinhas de bebê, Sasuke não estava muito diferente da filha de um aninho, tirando o fato de estar com a cara emburrada (como sempre). Até Torune, seu primo que morava em Tokyo, e Hinata, os padrinhos de sua filha, juntaram-se à reuniãozinha. Aquele momento era para ser algo familiar, e momento familiar lia-se: algo íntimo entre ele, Kiba, Sora e Himeko. Era difícil fazer os outros compreenderem isso, principalmente Naruto que desde que o casal colocou os pés dentro de casa, não se afastava de seus filhos nem mesmo por um instante. Até o Uchiha, que já tinha a própria cria nos braços, não saia de perto do cestinho onde seus filhotes estavam. Okay, Sasuke e Naruto eram os padrinhos de Sora, mas ainda assim... 

 Shino era o pai, e estava realmente chateado com sua casa cheia daquele jeito. Havia sonhado demais com aquele dia para perdoar um inconveniente tão grande. Quando iniciaram os preparativos para o nascimento dos gêmeos, sonhou com o instante que entraria pela porta principal de seu lar com seus garotinhos no transporte e seu marido ao lado. Pode se enxergar várias vezes realizando aquele ritual: entraria em casa com o pé direito, os dois filhos no colo, em seguida os apresentaria a cada cômodo de sua nova morada e por fim o quartinho deles, que ele e Kiba decoraram com tanto esmero ao longo dos nove meses da gravidez. Agora estava diante de um Naruto com aquele sorrisão irritante, de uma Tsume com todos os conselhos sobre cólicas e fraldas sujas, de Hana com inúmeras tiaras coloridas e pares de tênis descolados, que ele duvidava que os gêmeos teriam tempo para usar, antes que os objetos não servissem mais neles. Droga! Sentia uma imensa vontade de pegar seus pequenos e sumir dali, levando Kiba junto, claro! Sentia-se dominado por um sentimento de posse experimentado poucas vezes em sua vida, não queria dividir o amor de sua família com ninguém, os queria só para si. Era pedir demais? O pior era ver o esposo com o peito estufado, todo orgulhoso e serelepe, falando do quanto seus filhotes eram as coisinhas mais lindas do mundo e como todos os amavam. 

Traidor! 

Shino fechou os olhos por trás das lentes escuras depois de xingar o marido mentalmente, no entanto, ao erguer o rosto e abrir os olhos percebeu a atenção de seu velho pai sobre si. Shibi ergueu o canto dos lábios como se fosse capaz de ouvir seus resmungos mentais. Em seguida acenou um sim e dessa vez foi o filho que "leu" a mente do homem:

"Você é um homem de sorte, filho." 

  O Aburame mais novo encolheu os ombros. Até mesmo seu pai, sempre tão sisudo no dia a dia, sustentava as feições de um vovô babão. Um filme passou diante de seus olhos, recordou das conversas trocadas entre ele e seu pai ao longo dos anos, em especial aquelas que envolviam seu nascimento. As dificuldades que o Aburame mais velho passou há vinte e sete anos, quando voltou para casa com um bebê recém-nascido no cesto, sem ter um manual de instrução consigo e depois de enterrar sua amada esposa, que faleceu depois de dar a luz a ele.

Aburame Shibi sempre fora seu herói, admirava o pai por diversos motivos. Lembrava-se perfeitamente dele lhe contando o grande alívio que foi quando no auge do seu desespero e com um bebê se esgoelando nos braços, Tsume, que já estava grávida de Kiba, bateu em sua porta com uma mamadeira cheia de leite e retirou Shino de seus braços, colocando-o para mamar em seguida. Seu pai mal a conhecia, na verdade Shibi não conhecia ninguém na vila, mesmo tendo vivido ali boa parte de sua vida. A mulher nem pensou duas vezes em ajudá-lo e ensinar tudo que ele precisava saber sobre como criar um bebê tão novo. Uma ajuda oportuna que mudou para sempre a vida de Inuzukas e Aburames. Shino sorriu com o pensamento e o pai o acompanhou, ambos discretos e em seus respectivos cantos, como se de alguma forma estivessem conversando por telepatia. Hoje estavam ali vendo os frutos daquela invasão ocorrida há quase trinta anos.

Permitiu ver a cena por outro ângulo.  

Todos estavam tão felizes, mas dentre todos os presentes no interior daquela sala lotada, ninguém estava mais radiante que seu esposo. Kiba era quem mais amava aquela confusão de vozes e sorrisos, e sendo esta direcionada a ele, e agora, a seus filhotes. Não tinha como ser de outra maneira. 

Shino só conseguia se perguntar: como pode ter sido tão egoísta até aquele momento? Ainda teria uma vida inteira para curtir preciosos e íntimos momentos com sua pequena família. 

−Marido, o que 'tá fazendo aí parado? Cadê a máquina fotográfica que a mamãe nos deu no hospital? Anda, vá pegá-la! É hora de tirar nossa primeira foto para o álbum da família.  

     Shino ergueu o canto dos lábios e saiu do cantinho ( da vergonha) em que se isolara desde que chegou do hospital, encaminhou-se até a mesa de jantar e pegou a máquina na bolsa dos bebês, programou-a para o disparo antes de colocá-la sobre o rack da Tv, depois se aproximou daquela confusão de gente e ao acomodar-se ao lado do esposo, que segurava Himeko e Sora, um em cada braço, pousou o braço direito sobre os ombros do Inuzuka.

     Aburames, Inuzukas, Uzumakis e Hyuuga Hinata. Uma grande família, formada por laços de sangue e amor. 

Kiba puxou o coro e todos gritaram em uníssono, inclusive ele:

 "Xis!"

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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